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Movimento Passe Livre faz protesto em São Paulo

18 de Janeiro de 2016, 14:01 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Por Redação, com agências – de São Paulo:

O movimento Passe Livre fez mais um protesto-relâmpago na manhã desta segunda-feira em São Paulo, contra o aumento das tarifas do transporte público, que passaram de R$ 3,50 para R$ 3,80. Cerca de 15 manifestantes bloquearam uma das entradas do Terminal Parque Dom Pedro II, no Centro da cidade.

De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), o pequeno grupo bloqueou, às 8h, apenas a entrada norte do terminal, o que não atrapalhou a saída dos ônibus. O terminal tem dois portais de entrada e dois para saída dos coletivos. Às 8h40, os manifestantes liberaram o terminal.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o grupo seguiu pela Rua 25 de Março, a Avenida Prestes Maia e encerrou o ato, por volta das 10h, no Viaduto do Chá.

O movimento Passe Livre fez mais um protesto-relâmpago na manhã desta segunda-feira em São Paulo
O movimento Passe Livre fez mais um protesto-relâmpago na manhã desta segunda-feira em São Paulo

Tarifa zero

Nestas primeiras semanas de 2016, algumas cidades brasileiras têm sido palco de protestos contra o aumento das tarifas de ônibus trens e Metrô, e em defesa do transporte público gratuito. Em São Paulo, após as manifestações marcadas por intensa repressão policial na semana passada, o Movimento Passe Livre convoca mais uma mobilização para esta terça-feira, no cruzamento das avenida Faria Lima Rebouças Rebouças, na Zona Sul da capital.

Em meio aos protestos, a pergunta que fica é serealmente é possível uma cidade oferecer transporte de graça para toda a população ou trata-se de uma utopia, afinal o dinheiro tem que sair de algum lugar para manter a estrutura e os serviços.

Reportagem de Vanessa Nakasato, mostrou exemplos de cidades em que a tarifa zero é possível. Sobre o assunto, a jornalista conversou com o coordenador da Rede Nossa São Paulo e do projeto Cidades Sustentáveis, Oded Grajew. Ele aponta caminhos na busca de uma solução para os problemas do transporte público, sobretudo na capital paulista.

Em todo o mundo, são 86 cidades, em 24 países, que não cobram tarifa para que a população acesse o transporte público. No Brasil, 12 cidades também já adotam o modelo. Maricá, no litoral do Rio é uma delas. Desde dezembro de 2013 os habitantes podem andar de ônibus gratuitamente na rede municipal.

– É uma cidade de 150 mil habitantes e tem transporte gratuito para a população. O governo aloca recursos no orçamento para viabilizar o transporte público de graça para toda a população – assinala Grajew sobre a experiência maricaense.

Outra cidade que também caminha no mesmo sentido é Agudos, no interior de São Paulo. Os 40 mil habitantes, desde 2003, não pagam tarifa para acessar o transporte coletivo. Os ônibus são operados pela prefeitura e os motoristas são funcionários concursados.

Para que o transporte coletivo pudesse ser gratuito, cada uma das cidades recorreu a uma solução diferente, aponta o coordenador da Rede Nossa São Paulo. O mais comum e viável, segundo ele, é elevar o imposto territorial que atinja as pessoas de maior renda. “Outras cidades cobram uma taxa de todos os habitantes. Nos EUA, por exemplo, é por volta de 5 dólares por ano para cada habitante”, comenta Grajew. “É uma decisão política que envolve uma decisão econômica, sobre o que vai se priorizar no orçamento e de onde que se vai buscar recursos para viabilizar o serviço para a população.”

Gratuidade em SP

Na capital paulista, 2,2 milhões de pessoas, dentre aposentados, pessoas com mais de 60 anos, deficientes, estudantes de baixa renda e trabalhadores desempregados já contam com a isenção da tarifa, juntos, eles representam 22% dos passageiros.

O coordenador da Rede Nossa São Paulo afirma que os primeiros passos a serem dados é tratar o tema com transparência e discutir alternativas com a sociedade. “O que pode se fazer, de imediato, é abrir a discussão. Abrir as contas para a população, olhar todos os números, o quanto que a prefeitura gasta em cada coisa, quanto é o lucro das empresas, os impostos que são cobrados, e envolver a sociedade na discussão.”

Sobre os impactos de uma eventual tarifa zero na cidade, Oded Grajew afirma que vão muito além da simples isenção da tarifa. “Melhora a qualidade de vida. As pessoas podem ter acesso à cultura, ao lazer, porque podem se deslocar. Melhora a saúde da população, porque há menos poluição causada pelo transporte individual.”

Ele cita ainda que as cidades que acabaram com a cobrança de tarifa conseguem atrair empresas, que se livram assim de arcar com os custos do vale-transporte, e lembra que, por tudo isso, a questão dos transportes é também uma questão de direitos.


Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/movimento-passe-livre-faz-protesto-em-sao-paulo/

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