Neste caso, a novidade é a seguinte: os Estados Unidos decidiram investir em novas e mais modernas armas nucleares por uma verba de 355 biliões de Dólares nos próximos 10 anos. Ao longo dos próximos 30 anos, o total passaria a ser de 1.000 biliões de Dólares.
A fonte? O New York Times do passado dia 21 de Setembro, algo que os media do outros Países não realçaram com suficiente alegria do meu ponto de vista.
Porque é uma boa notícia? Pelo menos por quatro boas razões.
1. Em primeiro lugar, quem tomou esta decisão é um Nobel da Paz. Alguém teria ficado preocupado com 1.000 biliões de Dólares de armas atómicas nas mãos dum Ghandi? Claro que não, e com Obama é a mesma coisa. São pessoas "de bem", temos todas as razões para dormir sonos tranquilos.
2. A seguir, não podemos esquecer que valores como Democracia ou Liberdade vão defendidos. E como podemos defender os nossos valores ocidentais sem armas? Com as palavras? Com o dialogo? Com o respeito do próximo? Com a tolerância?
Isso não tem cabimento. Há alturas em que a inteligência deve ser reposta na gaveta da mesa de cabeceira para dar asas ao nosso lado musculado (que sempre parte do nosso corpo faz, não por acaso) e assim derrotar o Mal (que depois são todos aqueles que não pensam como nós).
3. Depois: desemprego e respeito pelo ambiente. Assuntos perante os quais Obama sempre foi particularmente sensível.
Moderno e bonito: o National Security Campus |
Do meu ponto de vista, esta poupança, já por si, justificaria os 1.000 biliões de novas armas atómicas. Mas não é tudo: o novo complexo dispõe de uma cafetaria e dum ginásio moderno e eficiente.
O nome? National Security Campus, "Campus de Segurança Nacional", que foi preferido aos mais pragmáticos "Fábrica da Morte" ou "Centro Construção Armas Letais".
4. Como não ficar espantados perante a habilidade do simpático Obama? O investimento é pesado, sobretudo numa altura em que a economia dos EUA ainda tenta encontrar a saída da crise.
De facto, este projecto já tinha sido enfrentado em Janeiro deste ano, dividido entre mísseis balísticos intercontinentais, submarinos nucleares e bombardeiros nucleares. Mas J. Wolfstahl. e J. Lewis, do Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação de Monterey (Califórnia) comentaram que o orçamento federal dos EUA não teria sido capaz de produzir estas enormes somas.
Erro: Obama conseguiu. Apesar do desemprego, da falta da retoma, dos vales-refeições e de todo o resto, Obama conseguiu. Chapéu.
Nesta altura, o Leitor mais picuinhas pode encontrar um senão. Mas é justo dizer desde já: não é um senão, é sintoma de grande responsabilidade. Vamos ver a razão.
O presidente dos EUA, na campanha para o seu primeiro mandato, tinha afirmado que o seu objectivo era um mundo sem armas nucleares. Com o actual plano será que ele mostra ter desistido daquele sonho?
A resposta é clara: não.
Obama prometeu "um mundo" sem armas nucleares, mas não disse qual. Marte, por exemplo, não tem armas nucleares e as sondas Spirit e Curiosity não carregam nenhum míssil atómico (por espantoso que possa parecer). Portanto, o sonho não apenas permaneceu intacto mas até´tornou-se realidade. E, fazendo bem as contas, podemos ver como haja outros planetas também sem armas nucleares (Mercúrio, Venus, etc.). É mesmo o caso para dizer: obrigado Obama!
Para finalizar, não podemos não citar o sentido de responsabilidade do actual presidente americano.
Desde 1950 até 2003, nos EUA houve 121 Broken Arrows, isso é, graves incidentes envolventes bombas nucleares. Desde 2003, não há notícias de outros acidentes. Mais de 2 acidentes por ano durante 53 anos e depois nada por 10 anos! Um autêntico milagre, nada de falar de falta de informações.
E que faz Obama? Espera dez anos (não um ou dois ou três, mas 10) e só depois decide construir 1.000 biliões de armas atómicas. Porque sabe que são seguras.
Ipse dixit.
Fonte: New York Times
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