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15.08.1939: o dia em que a guerra poderia ter sido evitada

24 de Outubro de 2013, 8:44 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Estaline
Documentos permanecidos em segredo por quase 70 anos, mostram que a União Soviética propôs o
envio duma poderosa força militar na tentativa de envolver Reino Unidos e França numa coligação anti- nazista.

Este acordo poderia ter mudado o curso da história: a proposta duma força militar para conter Hitler veio de uma delegação militar soviética durante uma reunião no Kremlin com altos oficiais britânicos e franceses, duas semanas antes da eclosão da guerra em 1939.

A notícia não é nova, mas acerca disso há só o silêncio absoluto: o trabalho do enviado do Telegraph em Moscovo, Nick Holdsworth, que acedeu aos arquivos libertados, passou quase despercebidos. Esquisito, pois os documentos o tamanho da força que Estaline propunha em território polaco: um milhão de unidades entre infantaria, artilharia e aviões.

Na prática, teria-se tratado de repetir numa escala maior quanto já feito por Mussolini em 1934, quando Hitler queria invadir a Áustria e foi travado pelas divisões italianas perto da fronteiras.

Todavia, os delegados britânicos e franceses preferiram não envolver-se num acordo vinculativo e não responderam à oferta soviética, feita no dia 15 Agosto de 1939. Em vez disso, Estaline chegou a um acordo com a Alemanha através da assinatura do pacto de não- agressão com Hitler, uma semana depois.
O Pacto Molotov- Ribbentrop, em homenagem aos ministros das Relações Exteriores dos dois Países, foi assinado em 23 de Agosto, apenas uma semana antes da Alemanha nazista atacar a Polónia, desencadeando a guerra.

Mas isso nunca teria acontecido se a oferta de uma aliança com os Soviéticos tivesse sido aceite, de acordo com ex-general russo da intelligence Lev Sotskov, que recolheu 700 páginas de documentos desclassificados:
Esta foi a última possibilidade de matar o lobo, mesmo depois do primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain, e os franceses terem "vendido" a Checoslováquia, com um acordo assinado em Muniche no ano anterior.
N. Chamberline
A oferta Soviética, feita pelo Ministro da Guerra Marechal Voroshilov Klimentij e o Chefe do Estado-Maior do Exército Vermelho, o general Boris Shaposhnikov, teria implementado 120 divisões de infantaria (cada uma com cerca de 19 mil soldados), 16 divisões de cavalaria, 5.000 peças de artilharia pesada, 9.500 tanques e 5.500 aviões de combate e bombardeiros perto das fronteiras com a Alemanha.

Mas o almirante Sir Reginald Drax, que liderou a delegação britânica, disse a seus colegas soviéticos que tinha sido autorizado apenas para falar mas para não entrar em acordos.
Se os britânicos, os franceses e os seus aliados polacos tivessem levado a sério esta oferta, teríamos sido capazes de trabalhar juntos, num total de 300 ou mais divisões nas duas frentes contra a Alemanha: duas vezes as forças que Hitler tinha na época. Esta foi a oportunidade para salvar o mundo, ou pelo menos para parar o lobo na toca dele.
O problema, segundo as palavras do então almirante Drax, é que na altura a Grã-Bretanha poderia ter disponibilizado apenas 16 divisões, deixando os soviéticos perplexos acerca da falta de preparação da Grã-Bretanha.

A tentativa soviética para garantir uma aliança antinazista com britânicos e franceses é bem conhecida. Mas até a que ponto Moscovo estava pronta a chegar, nunca tinha sido revelada.

Simon Sebag Montefiore, autor duma importante biografia de Estaline:
Os detalhes da oferta de Estaline enfatizam quanto conhecido: britânicos e franceses perderam uma grande oportunidade em 1939 para evitar a agressão alemã, que provocou a Segunda Guerra Mundial, mostrando que Stalin era mais preparado e sério na oferta de tal aliança.
Os arquivos desclassificados, que cobrem o período de 1938 até a eclosão da guerra em Setembro de 1939, revelam que o Kremlin foi submetido a uma pressão sem precedentes quando a Grã-Bretanha e a França "entregaram" a Tchecoslováquia para acalmar Hitler.
Sotskov:
Em todas as fases do processo de paz, desde as primeiras reuniões secretas entre os britânicos e franceses, sabíamos exactamente e em pormenor o que estava a acontecer. Ficava claro que Hitler não teria parado com a entrega dos Sudetos da Checoslováquia, e britânico e francês não mexeram um dedo quando Hitler desmembrou o resto do País.
As fontes de Estaline, diz ainda Sotskov, eram agentes secretos soviéticos na Europa, mas não em Londres:
Os documentos não revelam exactamente quem eram os agentes, mas encontravam-se, provavelmente, em Paris e em Roma.
As primeiras conversações secretas entre a delegação militar anglo- francesa e aquela da União Soviética, em Agosto de 1939 (cinco meses após os nazistas terem invadido a Checoslováquia, sugerem o desespero e a impotência do Ocidente perante à agressão nazista. A Polónia, cujo território deveria ter sido atravessado pelo Exercito Vermelho para alcançar as fronteiras com a Alemanha, ficou firmemente contrária a tal aliança. A Grã-Bretanha duvidou da eficácia das forças soviéticas, uma vez que apenas um ano antes Estaline tinha purgado milhares de comandantes.

Os documentos serão usados ​​pelos historiadores russos para explicar e justificar o polémico pacto entre Hitler e Estaline, que continua a ser um triste exemplo de oportunidade diplomática.

Ficou claro que a União Soviética estava sozinha e teve que assinar um pacto de não -agressão com a Alemanha para ganhar um pouco de tempo e preparar-se ao conflito claramente iminente.

Uma desesperada tentativa dos franceses, no dia 21 de Agosto, para reiniciar as negociações foi rejeitada, pois as negociações secretas soviético-nazistas já estavam quase concluídas.

Só em Junho de 1941nasceu a aliança com o Ocidente, que Stalin tinha tentado: mas na altura, França , Polónia e grande parte do resto da Europa já estavam sob ocupação da Alemanha.


Ipse dixit.

Fontes: The Telegraph

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/Bnk0r3MWOTI/15081939-o-dia-em-que-guerra-poderia.html

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