Lembram-se do avião da Malaysia Airlines abatido? Não o desaparecido, daquele ninguém voltou a falar, provavelmente entrou numa nuvem de lixívia e desintegrou-se (o que explicaria razoavelmente bem a falta de indícios). O Boeing em questão é o outro, aquele abatido enquanto voava por cima da Ucrânia.
Ora bem.
O conceituado jornal alemão Der Spiegel, cujo artigo foi amplamente divulgado pelos media de meio mundo, põe um ponto final na questão: os serviços secretos de Angela Merkel têm as provas de que a derrubar a voo MH17 da Malaysia Airlines no espaço aéreo controlado pelas autoridades ucranianas foram os "separatistas de língua russa".
A agência de espionagem BND (Bundesnachrichtendienst) afirma que uma milícia local derrubou o voo, e diz isso após ter entrado na posse de "fortes indícios". O presidente da BND, Gerhard Schindler, reunião secretamente no passado dia 8 de Outubro com os membros da comissão de controlo parlamentar. Na reunião, Schindler afirmou que a milícia disparou um foguete a partir dum sistema de defesa antimísseis que tinha capturado numa base ucraniana. Logo depois, o foguete explodiu ao lado do avião, causando a sua queda.
Segundo o relatório agora apresentado, Schindler forneceu amplas evidências para apoiar a sua teoria, incluindo imagens de satélite e outras evidências fotográficas. Na mesma reunião, Schindler terá afirmado que as provas fornecidas pela inteligência da Ucrânia eram falsas (o que não deixa de ser interessante...), tal como aquelas do lado russo.
Gerhard Schindler |
Até que enfim.
Na verdade, há um ponto que ainda poderia ser esclarecido. Não passa dum pormenor, óbvio, mas ficaria bem, tanto para sermos precisos: quais são estas provas?
Nem Schindler, nem o BND, nem o parlamento alemão apresentaram factos, só teorias. Não é que aqui alguém duvide da palavra dum alemão, longe disso: mas, tal como dito, uma prova, mesmo que pequenina, ficaria mesmo bem.
E nem deveria ser difícil:
- sabemos que, naquele momento, nos céus da Ucrânia encontrava-se um satélite espião americano que estava a fotografar tudo.
- sabemos que havia dois aviões AWACS equipados pela guerra electrónicas que vigiavam toda a área.
- sabemos que as caixas-pretas do avião foram encontradas intactas pelos "rebeldes" do Donbass e entregue.
- sabemos que existe uma gravação das conversas entre a tripulação e o centro de controle de Dnepropetrovsk (nunca revelada).
Isso também ajudaria a perceber como é que no avião foram encontrados foros de metralhadora aérea e não pedaços de foguete. Era um míssil armado de metralhadora também? Antes o míssil metralhou o avião para depois decidir explodir perto dele (e já agora: atiro-lhe um pouco de lixívia também)?
Alguns simples dados ajudariam a perceber também a quem pertencia o avião militar que esvoaçava perto do Boeing, o mesmo avião militar que nem os ucranianos nem nenhuma outra força ocidental (incluído a BND) consegue ver no meio das "provas".
Ficamos à espera, com a certeza de que a precisão teutônica não deixara estas questões em aberto.
Ipse dixit.
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Fontes: RT, Der Spiegel
Imagem: Der Spiegel
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