O diário Público publicou na semana passada um interessante mapa.
A quem pertecem os principais aeroportos na Europa?Eis o mapa:
Pequena correcção: os aeroportos abertos ao público em Portugal são 11 e não 10:
Beja, Horta, Faro, Flores, Lisboa, Madeira, Pico, Porto, Porto Santo, Ponta Delgada, Santa Maria.
A empresa ANA - Aeroportos de Portugal é a empresa pública que administra a maioria dos aeroportos do País, os seguintes: Beja, Horta, Faro, Flores, Lisboa, Porto, Ponta Delgada e Santa Maria.
Estes, portanto, são aeroportos públicos.
Depois temos os aeroportos não geridos pela ANA, que são: Madeira, Pico e Porto Santo.
- O aeroporto da Madeira é gerido pela ANAM - Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira, SA. A ANAM é uma parceira entre a ANA e o Governo Regional da Madeira.
- O aeroporto do Pico é gerido pela SATA, empresa que é uma parceria entre o Estado Português e o Governo Regional dos Açores.
- O Aeroporto de Porto Santo é um mistério. Deveria ser gerido pela ANAM, mas no site da empresa madeirense (Porto Santo é uma das ilhas do arquipélago da Madeira) a página de Porto Santo foi apagada. Mesmo assim assumimos que ainda esteja na posse da ANAM (e ainda estava em Setembro deste ano).
Para ter uma ideia do que acontece no resto da Europa, podem observar o mapa publicado acima. Ao que parece, os outros Estados são obstinados e continuam a manter a propriedade de pelo menos 1 aeroporto nacional. Quem sabe qual a razão. E quem sabe como fazem, pois é evidente que um aeroporto significa só prejuízos, caso contrário o governo não teria vendido tudo.
Evidentemente nos outros Países há inconscientes cambadas de bestas.
Portugal, pelo contrário, fica muito a frente, em linha com a situação de Chipre, que tem dois aeroportos, ambos privados. É assim que podemos construir o futuro.
A TAP, o Brasil, Miguel Relvas
e o empreendedor ex boliviano agora colombiano-brasileiro-polaco
Última nota sempre em tema de aviões, mas desta vez com a participação do Brasil.
Eis o que reporta o diário Público:
Na primeira quinzena de Novembro de 2011, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, sócio e irmão de José Dirceu, veio a Lisboa falar com altos responsáveis. Semanas antes, Miguel Relvas tinha recebido Efromovich, a pedido do empresário.Já sei o que pensa o Leitor.
As consultoras brasileiras e portuguesas ligadas ao antigo chefe da Casa Civil do ex-Presidente da República Lula da Silva, José Dirceu, condenado a mais de 10 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção activa no caso Mensalão, promoveram a candidatura de Gérman Efromovich à privatização da TAP, a única proposta de compra da companhia aérea nacional que chegou a ser avaliada pelo Governo de Passos Coelho.
As movimentações para o Estado vender a TAP a Gérman Efromovich, dono da companhia aérea colombiana Avianca-Taca (ligada à Avianca Brasil), arrancaram em Setembro/Outubro de 2011 quando o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas recebeu o empresário (a pedido deste) para falar do possível investimento na TAP.
Os encontros foram confirmados ao PÚBLICO por Miguel Relvas: “O Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares recebe pedidos de audiência de vária índole” e “nesse âmbito, confirma que recebeu em Setembro e Outubro de 2011, pedidos de audiência do empresário mencionado para falar com o Governo Português sobre as suas intenções de poder vir a investir em Portugal”.
Os encontros “foram concedidos e decorreram, como é usual, com a maior cordialidade”. Relvas garante que desde que a privatização arrancou nunca mais teve contactos com Efromovich. Este empresário nasceu em 1950, na Bolívia, nacionalidade que recusou para assumir a colombiana (Avianca-Taca), a brasileira (Avianca Brasil) e a polaca/europeia (TAP).
Dias depois de Relvas ter recebido Efromovich começaram os contactos para ajudar Efromovich a entrar na TAP. Assim, na primeira quinzena de Novembro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, sócio e irmão de José Dirceu de Oliveira e Silva, deslocou-se a Lisboa para desenvolver contactos, ao mais alto nível, financeiros e políticos. O PUBLICO apurou que as reuniões foram articuladas com o escritório de advocacia português Lima, Serra, Fernandes & Associados (LSF), liderado por Fernando Lima, parceiro dos vários gabinetes de José Dirceu.
Contactado pelo PÚBLICO para comentar o papel que desempenhou na promoção da candidatura de Efromovich à compra da TAP, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva começou por fazer uma confusão o que o levou a declinar pronunciar-se por não conhecer Abramovich [o bilionário russo dono do clube inglês Chelsea]. Mas, depois dos necessários esclarecimentos, acabou por confirmar que veio a Lisboa, mas “só fui recebido pelo dr. Ricardo Salgado, presidente do BES”.
Para falar de Miguel Relvas aconselhou o PÚBLICO a falar com o advogado João Serra [sócio do Lima, Serra, Fernandes & Associados]: “Fala com o João Abrantes Serra. [...] porque neste momento, estamos a passar aqui por uma situação complicada e estamos a evitar contactos.” Uma menção ao Caso Mensalão que tem no epicentro o irmão, José Dirceu.
Recorde-se que O Globo, na sua edição de 28 de Outubro, publicou uma crónica de Ancelmo Goes onde este escreveu: “Quem está ajudando o empresário Gérman Efromovich a comprar a TAP é o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas” que “tem amigos influentes no Brasil — inclusive, Zé Dirceu.”
Em declarações ao PÚBLICO o jornalista referiu que Relvas possui, no Brasil, “uma rede de amigos” e observou que existe, hoje, “grande articulação entre as autoridades colombianas [a Avianca tem sede em Bogotá] e o governo português.”
Foi só depois de Luiz Eduardo ter regressado a São Paulo é que os nomes de Efromovich/Avianca/Sinergy (empresa através da qual o colombiano concretizou a sua oferta de compra da TAP) começarem a integrar de forma permanente e generalizada as listas dos potenciais candidatos a comprar a TAP, uma das privatização mais delicadas e polémicas, nomeadamente, por estar em causa uma empresa de bandeira emblemática e estratégica para Portugal.
Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial de Efromovich negou conhecer José Dirceu, Luiz Eduardo Oliveira Silva, João Serra ou Fernando Lima, apesar de no Brasil o seu nome ser colocado como estando próximo dos petistas ligados a Lula da Silva e a José Dirceu. Já o BES optou por não comentar as informações, enquanto Joao Serra alegou dever de sigilo profissional para não responder ao PÚBLICO.
Mas eu digo: Vergonha! Não sabe que pensar mal é pecado?
Em vez disso: que dizem os Leitores do Brasil acerca deste Efromovich (que aqui é um emérito desconhecido)?
Por Relvas não se preocupem, garanto eu :)
Ipse dixit.
Fontes: Público, ANA, ANAM, SATA, Público (2)
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