E continuemos com a tradição iniciada no blog no longínquo 1947: no Domingo fala-se de alimentação.
Em primeiro lugar Coca Cola. Tem que ser.
O que acontece após ter engolido uma lata mágicorefrigerante?
Eis a sequência:
Os efeitos "eufóricos" desaparecem.
Solução: beber outra lata de Coca Cola.
Interessante realçar que estes são os efeitos provocados pela Coca Cola, mas que o verdadeiro inimigo não é a bebida em si mas a combinação de açucares, cafeína e ácido fosfórico. E esta é uma combinação que é possível encontrar em muitos outros refrigerantes.
Todos concordam: os ómegas 3 fazem bem. É toda saúde.
Os ómegas 3 são ácidos gordos essências, indispensáveis para um correcto funcionamento do nosso organismo. E a fonte primária de tais ácidos são o peixe, os crustáceos, as nozes.
Mas fazem bem? Depende. A água faz muito bem, mas experimentem beber 5 litros de água duma só vez. A mesma coisa acontece com os ómegas 3.
Ray Peat, biólogo especializado em fisiologia da Universidade do Oregon, conduziu um estudo acerca dos efeitos adversos destes ácidos. E estes confirmam os resultados já evidenciados por pesquisas anteriores. Por exemplo: os ómegas 3 apresentam efeitos anti-tiroidais, imunodepressivos, foto-sensibilizadores, anti-mitocondriais, que deprimem a oxidação do glucose, contribuem para o carcinoma metastático do cólon e provocam danos ao fígado.
São as mesmas advertências que apresentava a Food and Drug Administration (FDA) até poucos anos atrás: a ingestão excessiva de ómegas 3 não é "toda saúde". O limite deveria ser de 3 gramas ao dia por pessoa.
Como em todas as coisas, é preciso ter um certo equilíbrio.
Se for verdade que os ómegas 3 têm muitos efeitos positivos, é também verdade que o excesso aumenta a mortalidade por causa do cancro e destrói rapidamente a vitamina E no corpo.
A pesquisa de Peat é bastante pormenorizada e convincente: pode ser encontrada neste link (em língua original). A moral não poderia ser diferente da seguinte: sigam uma alimentação equilibrada, consumem peixe em quantidade normal, evitando os produtos enriquecidos (como o leite com ómega 3).
Sobra uma pergunta: porque a FDA mudou de opinião e agora "empurra" o consumo dos ómegas 3?
A resposta é complicada, mas uma boa ideia pode ser encontrada num artigo do Houston Business Journal:
O mercado do ómega 3 é um grande negócio.
A dieta dos nobres
Muito interessantes os resultados dum estudo que desvenda qual a dieta de duas mais poderosas famílias italianas do século XVI, os Médici e os Aragonesi.
Os pesquisadores das Universidades de Napoli, Pisa e do Minnesota analisaram os restos mortais de 45 pessoas, procurando os isótopos de carbono e nitrogénio também nos corpos do Rei de Napoli, Ferrante I di Aragone, do grão-duque Fernando I e da duquesa Eleonora di Toledo.
Resultados: muita carne, demasiada carne, ma também peixe, comido em quantidades moderadas, ovos e queijos. Quase nunca vegetais.
Consequência: as doenças encontradas nos corpos analisados, que incluem câncer de cólon (pois: o cancro não é uma "doença nova"), arterioscléose e gota, três doenças directamente relacionadas com o excessivo consumo de carne vermelha e de gordura.
Plástico em contacto com comida: é perigoso?
A resposta mais óbvia poderia ser: sim, é perigoso. Mas a verdade é que todo no frigorífico temos comida em contentores de plástico ou derivados. Então a coisa melhor é observar o contentor, abaixo do qual deve estar presente um número. E depois ver a seguinte tabela:
Isso significa que uma garrafa em PET (o elemento nº 1) é segura?
Não. Significa que as leis permitem a utilização de PET com os alimentos, não significa que o PET seja indicado para esta função.
Em qualquer caso: sempre preferir o vidro para conservar os alimentos.
Há casos em que existem provas da perigosidade de determinados materiais plásticos: o material nº 3, por exemplo, o policloreto de vinila (PVC), é considerado idóneo para a conservação dos alimentos (é este o material muito utilizado para as embalagens dos iogurtes), mas o PVC contém DEHA (Diethylhydroxylamine), uma substância potencialmente tóxica. Isso apesar de ser permitido.
Mas dúvidas existem também nos casos dos materiais sinalizados com o SIM: simplesmente, faltam ainda provas científicas conclusivas que demonstrem a perigosidade além que qualquer razoável dúvida.
Dado que prevenir é melhor do que curar, e dado que cedo ou tarde surgirão as provas da perigosidade de todos os plásticos (ou da maioria deles) em contacto com os alimentos, a melhor coisa é seguir desde já as seguintes sugestões:
Ipse dixit.
Fontes: Lo Sai, Ray Peat, Yourself, Il Fattaccio
Em primeiro lugar Coca Cola. Tem que ser.
Vida e obra duma lata de Coca Cola
O que acontece após ter engolido uma lata mágicorefrigerante?
Eis a sequência:
- 30 segundos: o arroto
- 10 minutos: os açucares
- 20 minutos: a glicemía dispara
- 40 minutos: a cafeína
A cafeína é absorvida completamente. As pupilas dilatam-se, a pressão do sangue aumenta e o fígado injecta outro açúcar no sistema circulatório. Os receptores cerebrais (adenosina) bloqueiam-se para prevenir o sono.
- 45 minutos: os efeitos da cocaína
- 60 minutos: a perdas dos minerais
- 60 minutos: a ressaca
Os efeitos "eufóricos" desaparecem.
Solução: beber outra lata de Coca Cola.
Interessante realçar que estes são os efeitos provocados pela Coca Cola, mas que o verdadeiro inimigo não é a bebida em si mas a combinação de açucares, cafeína e ácido fosfórico. E esta é uma combinação que é possível encontrar em muitos outros refrigerantes.
Os Ómegas 3 que fazem mal
Leite com Ómega 3 |
Os ómegas 3 são ácidos gordos essências, indispensáveis para um correcto funcionamento do nosso organismo. E a fonte primária de tais ácidos são o peixe, os crustáceos, as nozes.
Mas fazem bem? Depende. A água faz muito bem, mas experimentem beber 5 litros de água duma só vez. A mesma coisa acontece com os ómegas 3.
Ray Peat, biólogo especializado em fisiologia da Universidade do Oregon, conduziu um estudo acerca dos efeitos adversos destes ácidos. E estes confirmam os resultados já evidenciados por pesquisas anteriores. Por exemplo: os ómegas 3 apresentam efeitos anti-tiroidais, imunodepressivos, foto-sensibilizadores, anti-mitocondriais, que deprimem a oxidação do glucose, contribuem para o carcinoma metastático do cólon e provocam danos ao fígado.
São as mesmas advertências que apresentava a Food and Drug Administration (FDA) até poucos anos atrás: a ingestão excessiva de ómegas 3 não é "toda saúde". O limite deveria ser de 3 gramas ao dia por pessoa.
Como em todas as coisas, é preciso ter um certo equilíbrio.
Se for verdade que os ómegas 3 têm muitos efeitos positivos, é também verdade que o excesso aumenta a mortalidade por causa do cancro e destrói rapidamente a vitamina E no corpo.
A pesquisa de Peat é bastante pormenorizada e convincente: pode ser encontrada neste link (em língua original). A moral não poderia ser diferente da seguinte: sigam uma alimentação equilibrada, consumem peixe em quantidade normal, evitando os produtos enriquecidos (como o leite com ómega 3).
Sobra uma pergunta: porque a FDA mudou de opinião e agora "empurra" o consumo dos ómegas 3?
A resposta é complicada, mas uma boa ideia pode ser encontrada num artigo do Houston Business Journal:
A empresa de capital aberto, que produz um ácido grasso ômega-3 chamado OmegaPure, assinou um acordo para fornecer o seu óleo de peixe nas cantinas de 38 distritos escolares no sul do Texas no início deste mês.A empresa em questão é a Omega Protein Inc., da família Bush.
O mercado do ómega 3 é um grande negócio.
A dieta dos nobres
Muito interessantes os resultados dum estudo que desvenda qual a dieta de duas mais poderosas famílias italianas do século XVI, os Médici e os Aragonesi.
Os pesquisadores das Universidades de Napoli, Pisa e do Minnesota analisaram os restos mortais de 45 pessoas, procurando os isótopos de carbono e nitrogénio também nos corpos do Rei de Napoli, Ferrante I di Aragone, do grão-duque Fernando I e da duquesa Eleonora di Toledo.
Resultados: muita carne, demasiada carne, ma também peixe, comido em quantidades moderadas, ovos e queijos. Quase nunca vegetais.
Consequência: as doenças encontradas nos corpos analisados, que incluem câncer de cólon (pois: o cancro não é uma "doença nova"), arterioscléose e gota, três doenças directamente relacionadas com o excessivo consumo de carne vermelha e de gordura.
Plástico e comida
Plástico em contacto com comida: é perigoso?
A resposta mais óbvia poderia ser: sim, é perigoso. Mas a verdade é que todo no frigorífico temos comida em contentores de plástico ou derivados. Então a coisa melhor é observar o contentor, abaixo do qual deve estar presente um número. E depois ver a seguinte tabela:
Isso significa que uma garrafa em PET (o elemento nº 1) é segura?
Não. Significa que as leis permitem a utilização de PET com os alimentos, não significa que o PET seja indicado para esta função.
Em qualquer caso: sempre preferir o vidro para conservar os alimentos.
Há casos em que existem provas da perigosidade de determinados materiais plásticos: o material nº 3, por exemplo, o policloreto de vinila (PVC), é considerado idóneo para a conservação dos alimentos (é este o material muito utilizado para as embalagens dos iogurtes), mas o PVC contém DEHA (Diethylhydroxylamine), uma substância potencialmente tóxica. Isso apesar de ser permitido.
Mas dúvidas existem também nos casos dos materiais sinalizados com o SIM: simplesmente, faltam ainda provas científicas conclusivas que demonstrem a perigosidade além que qualquer razoável dúvida.
Dado que prevenir é melhor do que curar, e dado que cedo ou tarde surgirão as provas da perigosidade de todos os plásticos (ou da maioria deles) em contacto com os alimentos, a melhor coisa é seguir desde já as seguintes sugestões:
- no forno microondas não utilizar contentores em plástico
- não reutilizar garrafas de plásticos
- contentores velhos com arranhões não devem ser utilizados para conservar alimentos.
- substituir o material plástico com vidro (o melhor), pirex, aço, porcelana, cerâmica, terracota
- fora da Europa (onde está proibido) evitar o BPA, o Bisfenol A, que provoca muitos distúrbios (perturba o funcionamento da tiróide,afecta o sistema neurológico, aumenta as possibilidades de cancro da mama, aumenta o volume da próstata, nas mulheres danifica o DNA).
Ipse dixit.
Fontes: Lo Sai, Ray Peat, Yourself, Il Fattaccio
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