Assim, Silvio Berlusconi volta a candidatar-se para o cargo de primeiro ministro em Italia.
Melhor ele ou Mario Goldman Sachs Monti? Pouco importa.
O que importa são as declarações de Berlusconi, estas sim interessantes: em alturas como a presente, arriscamos ler grandes verdades que normalmente ficam ao abrigo do "politicamente correcto".
Spread? Dívida pública?
"Agora" perdem autoridade, pois são evidentemente instrumentais. Serão encaradas como um dos muitos disparates de Berlusconi e amanhã já esquecidas. E se Berlusconi tivesse que ganhar, será ele o primeiro a "corrigir" o sentido. Já fez isso muitas vezes, nenhuma surpresa.
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o banco HSBC aceitou pagar uma multa de 1.9 biliões de Dólares para resolver os seus problemas com os tribunais. A notícia é importante, porque desta forma o banco reconhece que as acusações eram fundamentadas.
E quais as acusações? Oh, nada de grave: reciclagem de dinheiro, acordos com os cartéis da droga do México, do Irão, coisitas assim.
Segundo a investigação do Senado americano, HSBC teria também fornecido dinheiro a um banco da Arábia Saudita, 1 bilião de Dólares para financiar o terrorismo; além disso, entre 2007 e 2008 a filial do México completou 7 biliões de Dólares de transacções por conta dos cartéis da drogas locais.
Tendo como base o acordo alcançado, o banco não será perseguido e implementará maior controles internos.
Alguém ficará preso? Não.
Não haverá um processo? Não.
Os responsáveis ficarão em liberdade? Exacto.
Mas o administrador da HSBC, Stuart Gulliver, já fez saber que "lamenta profundamente o acontecido" e que reconhece os "erros do passado".
E isso deve chegar.
Ipse dixit.
Relacionados:
Bancos simpáticos: HSBC
Bancos e droga
Fontes: Corriere della Sera, La Repubblica, Corriere della Sera (2)
Melhor ele ou Mario Goldman Sachs Monti? Pouco importa.
O que importa são as declarações de Berlusconi, estas sim interessantes: em alturas como a presente, arriscamos ler grandes verdades que normalmente ficam ao abrigo do "politicamente correcto".
Spread? Dívida pública?
Basta falar deste assunto: o que interessa quais os juros dos nossos Títulos ou daqueles dos Títulos da Alemanha? Quando aumentou o spread [o interesse sobre os Títulos italianos, ndt], contribuindo a fazer cair o governo italiano [o governo dele, ndt], Berlim tinha ordenado aos bancos para vender os Títulos italianos, com 8-9 biliões de vendas.
Os outros fundos [de investimento, ndt] pensaram: "Se a Alemanha vender, algo haverá..." e começaram a pedir juros mais elevados por causa dum risco teórico:14% no caso da Grécia, 7% em Portugal, 6% em Italia. A Alemanha explorou esta situação mas o que interessa? Interessa é que os nossos juros aumentaram 2 %, que num ano são mais de 5 biliões de Euros. Tudo o que foi inventado acerca do spread é um embuste utilizado para fazer ruir um governo.E continua:
Eu disse "não" quando a senhora Merkel pediu que na Grécia fossem implementados os cortes que depois provocaram o que eu pensava, quase uma guerra civil.[...] Disse-lhe que a Italia não podia implementar uma redução da Dívida de 50 biliões por ano, também porque a nossa Dívida não é 125% do PIB porque o nosso PIB deve ser calculado somando aquele emerso e aquele submergido, coisa que a Europa não faz.Verdades? Sim, verdades. Costumo seguir a política económica italiana por óbvias razões, e as palavras de Berlusconi reflectem o que se passou. Pena que sejam dita "agora", com a intenção de recuperar o poder, e não "antes", quando o efeito poderia ter sido diferente.
"Agora" perdem autoridade, pois são evidentemente instrumentais. Serão encaradas como um dos muitos disparates de Berlusconi e amanhã já esquecidas. E se Berlusconi tivesse que ganhar, será ele o primeiro a "corrigir" o sentido. Já fez isso muitas vezes, nenhuma surpresa.
Banco, droga, terrorismo
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o banco HSBC aceitou pagar uma multa de 1.9 biliões de Dólares para resolver os seus problemas com os tribunais. A notícia é importante, porque desta forma o banco reconhece que as acusações eram fundamentadas.
E quais as acusações? Oh, nada de grave: reciclagem de dinheiro, acordos com os cartéis da droga do México, do Irão, coisitas assim.
Segundo a investigação do Senado americano, HSBC teria também fornecido dinheiro a um banco da Arábia Saudita, 1 bilião de Dólares para financiar o terrorismo; além disso, entre 2007 e 2008 a filial do México completou 7 biliões de Dólares de transacções por conta dos cartéis da drogas locais.
Tendo como base o acordo alcançado, o banco não será perseguido e implementará maior controles internos.
Alguém ficará preso? Não.
Não haverá um processo? Não.
Os responsáveis ficarão em liberdade? Exacto.
Mas o administrador da HSBC, Stuart Gulliver, já fez saber que "lamenta profundamente o acontecido" e que reconhece os "erros do passado".
E isso deve chegar.
Ipse dixit.
Relacionados:
Bancos simpáticos: HSBC
Bancos e droga
Fontes: Corriere della Sera, La Repubblica, Corriere della Sera (2)
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