O alarme não é dum blogueiro que adore o catastrofismo, mas dum banco.
Aliás, dum super-banco: com sede em Basileia, na Suíça o BIS (Bank for International Settlements, Banco de Compensações Internacionais) promove a cooperação entre os bancos centrais, fornece serviços financeiros quase como um "banco dos bancos centrais" e actua como agente ou representante nos pagamentos internacionais.
No papel de "banco de todos os bancos", o BIS de Basileia é o mais poderoso banco do mundo, aquele que capta e dirige o clima das finanças globais. E as suas últimas previsões são alarmantes.
O alarme, lançado num relatório na semana passada, observa com preocupação o tsunami de dívida que, na indiferença geral dos governos e dos media, está prestes a cair sobre os mercados e, consequentemente, sobra as nossas cabezinhas. Algo bastante grave, para que fique bem claro.
Culpa da Federal Reserve e da continua injecção mensal 85 biliões de Dólares na disfuncional economia americana? Não, o problema é bem maior. A Fed imprime rios de dinheiro na tentativa de relançar o motor da economia dos Estados Unidos, mas o programa de estímulos não resulta (a Fed baixou as previsões de crescimento): evidentemente os males têm uma origem mais profunda e não abrange apenas as contas de Washington.
William White, ex- economista-chefe do BIS, confirma as previsões sinistras da instituição:
Mas afinal quanto é esta dívida? De acordo com as contas do diário económico The Economist, o total da dívida pública global seria de 51.663.084.824.800 Dólares. Um pouco mais de 51 triliões. Segundo outros cálculos, o total já teria ultrapassado os 190 triliões. Mas ter uma ideia precisa é muito difícil.
Congresso dos EUA, no próximo 15 de Outubro, aumentará o limite da dívida. Terá que fazer isso, caso contrário não estará disponível o dinheiro para so pagamentos. E ninguém consegue imaginar (por enquanto) os EUA incumpridores.
O Japão continua com uma dívida de 211% do seu PIB, o País gasta mais da metade da receitas fiscais para o pagamento dos juros da dívida nacional. E 46% do orçamento de 2013 só pode ser financiado com dívida adicional.
Na China, ao longo dos últimos cinco anos, a dívida privada subiu de 8 para 23 biliões de Dólares.
Na Europa...pois, a Europa. Por aqui, num ano, o rácio da dívida aumentou até atingir valores cada vez mais elevados (Portugal entrou em falência com uma dívida que ultrapassava 80%, agora já atingiu 130%), mas Bruxelas continua a dizer que a crise já passou e que a economia está em recuperação.
Considerarmos a estimativa do The Economist: quem irá pagar 51 triliões de dívida?
Ipse dixit.
Relacionado: O Banco Mundial - Parte II: o BIS
Fontes: Veille.com via Ticino Live
Gráfico: The Economist
Nota: no link do The Economist é disponível a versão interactiva do gráfico, com o valor da dívida em constante actualização.
Aliás, dum super-banco: com sede em Basileia, na Suíça o BIS (Bank for International Settlements, Banco de Compensações Internacionais) promove a cooperação entre os bancos centrais, fornece serviços financeiros quase como um "banco dos bancos centrais" e actua como agente ou representante nos pagamentos internacionais.
No papel de "banco de todos os bancos", o BIS de Basileia é o mais poderoso banco do mundo, aquele que capta e dirige o clima das finanças globais. E as suas últimas previsões são alarmantes.
O alarme, lançado num relatório na semana passada, observa com preocupação o tsunami de dívida que, na indiferença geral dos governos e dos media, está prestes a cair sobre os mercados e, consequentemente, sobra as nossas cabezinhas. Algo bastante grave, para que fique bem claro.
Culpa da Federal Reserve e da continua injecção mensal 85 biliões de Dólares na disfuncional economia americana? Não, o problema é bem maior. A Fed imprime rios de dinheiro na tentativa de relançar o motor da economia dos Estados Unidos, mas o programa de estímulos não resulta (a Fed baixou as previsões de crescimento): evidentemente os males têm uma origem mais profunda e não abrange apenas as contas de Washington.
William White, ex- economista-chefe do BIS, confirma as previsões sinistras da instituição:
Estamos de volta a uma situação pior daquela na véspera do colapso do Lehman Brothers em 2008. Todas as situações de desequilíbrio ainda estão presentes. Os níveis de dívida pública e privada aumentaram 30% em relação a cinco anos atrás.
Congresso dos EUA, no próximo 15 de Outubro, aumentará o limite da dívida. Terá que fazer isso, caso contrário não estará disponível o dinheiro para so pagamentos. E ninguém consegue imaginar (por enquanto) os EUA incumpridores.
O Japão continua com uma dívida de 211% do seu PIB, o País gasta mais da metade da receitas fiscais para o pagamento dos juros da dívida nacional. E 46% do orçamento de 2013 só pode ser financiado com dívida adicional.
Na China, ao longo dos últimos cinco anos, a dívida privada subiu de 8 para 23 biliões de Dólares.
Na Europa...pois, a Europa. Por aqui, num ano, o rácio da dívida aumentou até atingir valores cada vez mais elevados (Portugal entrou em falência com uma dívida que ultrapassava 80%, agora já atingiu 130%), mas Bruxelas continua a dizer que a crise já passou e que a economia está em recuperação.
Considerarmos a estimativa do The Economist: quem irá pagar 51 triliões de dívida?
Ipse dixit.
Relacionado: O Banco Mundial - Parte II: o BIS
Fontes: Veille.com via Ticino Live
Gráfico: The Economist
Nota: no link do The Economist é disponível a versão interactiva do gráfico, com o valor da dívida em constante actualização.
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