Uma notícia dos Estados Unidos.
Segundo quanto relatado pela School of Public Health da Universidade da Califórnia, que testou 32 produtos normalmente nas prateleiras das lojas, os batons contêm preocupantes níveis de substâncias nocivas, entre os quais metais tóxicos: chumbo, cádmio, cromo, alumínio, manganês e outros ainda.
O estudo, publicado na revista Environmental Health Perspectives, evidencia o risco de absorção ou ingestão destes metais "espalmados" nos lábios. E não é brincadeira: os pesquisadores quantificam em 24 miligramas a dose diária de batom absorvido, 87 miligramas no caso das mulheres que utilizam o produto mais do que uma vez por dia. E com o batom, eis ingeridos também os metais. Como o já citado cromo, por exemplo, substância ligada ao cancro do estômago.
É possível? Não apenas é possível, mas faz perfeitamente sentido: levante a mão a Leitora que conhece todos ou pelos menos a maior parte dos ingredientes do próprio batom. E do desodorizante? Do shampoo (champô em Portugal, xampu no Brasil)? Do sabão?
Talvez seja o caso de observar mais de perto estes ingredientes que utilizamos todos os dias.
Em primeiro lugar: existe um sistema internacional de nomenclatura dos cosméticos, cujo nome é INCI (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients), utilizada em todo o mundo ou quase (na Europa, América do Norte, Brasil, Rússia e África do Sul representa o strandard). Em caso de dúvida, é possível aceder aos seguintes links:
Oshun Supply: INCI Ingredient Name Translator
Europan Commisssion: Health and Consumers - Cosmetics
FDA: Cosmetics
O primeiro é um link onde é possível encontrar a tradução em inglês e francês dos termos utilizados pela industria e relativos aos ingredientes. É importante, porque nas embalagens são presentes os nomes "científicos" que podem causar alguns problemas quando a vontade é procurar o significado. É mais simples procurar algo acerca do Red Glitter que não acerca do Polyethylene Terephthalate (que é a terminologia científica do red glitter).
O segundo é o site oficial da Comissão Europeia e desta herda a mesma filosofia: é totalmente inútil e parece ter sido criado com a intenção de afastar os Leitores. Wikipédia jura que aí é possível encontrar tudo acerca dos ingredientes, mas como não tenciono ficar velho na tentativa de encontra-los, após 10 minutos abdiquei.
O site da FDA é muito bem feito mas tem dois problemas: é vocacionado para os consumidores dos Estados Unidos e está tudo em inglês.
Portanto, vamos resolver isto de outra forma e começamos com a leitura dos ingredientes.
Exemplo prático:
A propósito: não sei qual o produto, mas dados os ingredientes parece um pouco suspeito.
Por exemplo, se na embalagem encontrarmos o termo prunus amygdalus dulcis oil (e não "óleo de amêndoas", que é a tradução) sabemos que foi utilizado o produto natural tal e qual, sem modificações que poderiam estragar a substância.
Por exemplo: CI 15510 é o corante Alaranjado II, também conhecido como laranja ácido 7, laranja 2-naftol e Orange II.
Os corantes artificiais aparecem geralmente no fim da lista dos ingredientes.
Também chamados de "surfactantes", são substâncias que diminuem a tensão superficial ou influenciam a superfície de contato entre dois líquidos.: de facto, facilitam a mistura entre os líquidos (exemplo: entre o shampoo na nossa cabeça e a água da torneira). São eles que criam a espuma.
Mas são bons ou são maus? Depende. Há tensioactivos de origem natural (como o Coco glucoside, Decyl glucoside ou o Sodium lauroyl glutamate) que não provocam problemas; e outros, de origem sintética (derivados do petróleo), que poluem e são suspeitos de toxicidade (é o caso do Sodium laureth sulfate ou o Ammoniun lauryl sulfate).
Obviamente, os produtos mais seguros são aqueles onde aparecem mais ingredientes naturais, como os óleos, indicados com a nomenclatura latina, acompanhados pelos extractos naturais e os óleos essenciais.
Regra geral: melhor limpar-se com um derivado do coco que não com um derivado do petróleo.
É uma observação banal? Será, mas espreitem nos vossos produtos de limpeza e vejam quantos contêm derivados do petróleo...
- O Mineral Oil é um óleo mineral (também chamado parafina líquida), derivado da destilação do petróleo no processo de produção da gasolina. É utilizado na cosmética por via das propriedades hidratantes, mas também na refrigeração e isolamento dos transformadores eléctricos, no transporte e armazenagem de metais alcalinos, como laxante, lubrificante e no combate a pulgões(afídios).
- O Petrolatum é a vaselina, também chamada de "gelatina de petróleo", uma parafina líquida.
Todos estes, repetimos, são ingredientes derivados directamente do petróleo, utilizados na preparação de produtos cosméticos (beleza, higiene) e devem ser evitados.
O MEA é a metiletanolamina, que cria acção espumante.
A TEA é a trietanolamina, um composto organico que regula o Ph dos produtos nos quais é utilizado.
A MIPA é uma isopropilamina, também utilizado como herbicida.
Todos estes são fortes poluentes.
O formaldeído, também utilizado para preservar os cadáveres ou como agente de esterilização, actua no osso organismo com um mecanismo que ainda não é totalmente conhecido. Conhecidos são os efeitos: exposições de longa duração a baixas concentrações podem causar dificuldade respiratória, enfisema e sensibilização. O formaldeído é classificado como carcinogênico humano e têm sido relacionado com câncer dos pulmões e nasal e com possível câncer no cérebro e leucemia.
Os ingredientes utilizados na cosmética são muitos, é impossível lembrar todos os nomes. Mas alguns deles repetem-se com uma certa frequência, o que torna mais fácil a memorização daqueles que podemos evitar.
Ipse dixit.
Fontes: Meteoweb, Greenme, Wikipedia (várias páginas em português, italiano, inglês)
Segundo quanto relatado pela School of Public Health da Universidade da Califórnia, que testou 32 produtos normalmente nas prateleiras das lojas, os batons contêm preocupantes níveis de substâncias nocivas, entre os quais metais tóxicos: chumbo, cádmio, cromo, alumínio, manganês e outros ainda.
O estudo, publicado na revista Environmental Health Perspectives, evidencia o risco de absorção ou ingestão destes metais "espalmados" nos lábios. E não é brincadeira: os pesquisadores quantificam em 24 miligramas a dose diária de batom absorvido, 87 miligramas no caso das mulheres que utilizam o produto mais do que uma vez por dia. E com o batom, eis ingeridos também os metais. Como o já citado cromo, por exemplo, substância ligada ao cancro do estômago.
É possível? Não apenas é possível, mas faz perfeitamente sentido: levante a mão a Leitora que conhece todos ou pelos menos a maior parte dos ingredientes do próprio batom. E do desodorizante? Do shampoo (champô em Portugal, xampu no Brasil)? Do sabão?
Talvez seja o caso de observar mais de perto estes ingredientes que utilizamos todos os dias.
INCI: a nomenclatura oficial
Em primeiro lugar: existe um sistema internacional de nomenclatura dos cosméticos, cujo nome é INCI (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients), utilizada em todo o mundo ou quase (na Europa, América do Norte, Brasil, Rússia e África do Sul representa o strandard). Em caso de dúvida, é possível aceder aos seguintes links:
Oshun Supply: INCI Ingredient Name Translator
Europan Commisssion: Health and Consumers - Cosmetics
FDA: Cosmetics
O primeiro é um link onde é possível encontrar a tradução em inglês e francês dos termos utilizados pela industria e relativos aos ingredientes. É importante, porque nas embalagens são presentes os nomes "científicos" que podem causar alguns problemas quando a vontade é procurar o significado. É mais simples procurar algo acerca do Red Glitter que não acerca do Polyethylene Terephthalate (que é a terminologia científica do red glitter).
O segundo é o site oficial da Comissão Europeia e desta herda a mesma filosofia: é totalmente inútil e parece ter sido criado com a intenção de afastar os Leitores. Wikipédia jura que aí é possível encontrar tudo acerca dos ingredientes, mas como não tenciono ficar velho na tentativa de encontra-los, após 10 minutos abdiquei.
O site da FDA é muito bem feito mas tem dois problemas: é vocacionado para os consumidores dos Estados Unidos e está tudo em inglês.
Ler os ingredientes
Portanto, vamos resolver isto de outra forma e começamos com a leitura dos ingredientes.
- Ordem dos ingredientes
Exemplo prático:
Ingredientes: Água, Cromo, Cádmio, Alumínio."Água" está no começo da lista e isto significa que a água é o ingrediente maioritariamente presente no produto em questão. O Cromo está em segundo lugar, e isso significa que o segundo ingrediente mais presente no produto é mesmo o Cromo. Terceiro o Cádmio, quarto o Alumínio.
A propósito: não sei qual o produto, mas dados os ingredientes parece um pouco suspeito.
- Linguagem
Por exemplo, se na embalagem encontrarmos o termo prunus amygdalus dulcis oil (e não "óleo de amêndoas", que é a tradução) sabemos que foi utilizado o produto natural tal e qual, sem modificações que poderiam estragar a substância.
- Corantes
Por exemplo: CI 15510 é o corante Alaranjado II, também conhecido como laranja ácido 7, laranja 2-naftol e Orange II.
Os corantes artificiais aparecem geralmente no fim da lista dos ingredientes.
- Tensioactivos
Também chamados de "surfactantes", são substâncias que diminuem a tensão superficial ou influenciam a superfície de contato entre dois líquidos.: de facto, facilitam a mistura entre os líquidos (exemplo: entre o shampoo na nossa cabeça e a água da torneira). São eles que criam a espuma.
Mas são bons ou são maus? Depende. Há tensioactivos de origem natural (como o Coco glucoside, Decyl glucoside ou o Sodium lauroyl glutamate) que não provocam problemas; e outros, de origem sintética (derivados do petróleo), que poluem e são suspeitos de toxicidade (é o caso do Sodium laureth sulfate ou o Ammoniun lauryl sulfate).
Obviamente, os produtos mais seguros são aqueles onde aparecem mais ingredientes naturais, como os óleos, indicados com a nomenclatura latina, acompanhados pelos extractos naturais e os óleos essenciais.
Regra geral: melhor limpar-se com um derivado do coco que não com um derivado do petróleo.
É uma observação banal? Será, mas espreitem nos vossos produtos de limpeza e vejam quantos contêm derivados do petróleo...
Ingredientes que devem ser evitados
Há ingredientes que é bem evitar. Porquê? Porque sim (esta chama-se "uma válida explicação").
Vamos ver quais.
- Tensioactivos derivados do petróleo
Como vimos, melhor lavar-se com o coco e não com o petróleo. Por isso, evitar produtos com ingredientes como Sodium laureth sulfate, Sodium lauryl sulfate, Ammoniun lauryl sulfate.
- Outro ingredientes derivados do petróleo
Além dos tensioactivos, há outros ingredientes que podem derivar do petróleo: são Paraffinum Liquidum, PEG, PPG, Mineral Oil, Petrolatum.
- Paraffinum Liquidum é a parafina, utilizada também com combustível, nas embalagens de papelão, no revestimento de queijos e frutas, nas velas, nos adesivos termofusíveis (hot melt), no papel químico, nas tintas, nas pinturas. Em cosmética encontra emprego como agente filtrante nos cremes e nos óleos para crianças.
- O PEG é o polietilenoglicol, substância utilizada também no fábrico de coletes anti-bala, para unir duas células em Biologia, em Arqueologia para a conservação dos achados de madeira.
- O PPG é o Propilenoglicol, um hidratante também utilizado como solvente na fotografia, anticongelante, líquido de arrefecimento.- O Mineral Oil é um óleo mineral (também chamado parafina líquida), derivado da destilação do petróleo no processo de produção da gasolina. É utilizado na cosmética por via das propriedades hidratantes, mas também na refrigeração e isolamento dos transformadores eléctricos, no transporte e armazenagem de metais alcalinos, como laxante, lubrificante e no combate a pulgões(afídios).
- O Petrolatum é a vaselina, também chamada de "gelatina de petróleo", uma parafina líquida.
Todos estes, repetimos, são ingredientes derivados directamente do petróleo, utilizados na preparação de produtos cosméticos (beleza, higiene) e devem ser evitados.
- Ingredientes altamente poluentes (EDTA, MEA, TEA, MIPA)
O MEA é a metiletanolamina, que cria acção espumante.
A TEA é a trietanolamina, um composto organico que regula o Ph dos produtos nos quais é utilizado.
A MIPA é uma isopropilamina, também utilizado como herbicida.
Todos estes são fortes poluentes.
- Ingredientes altamente alergênicos ou considerados como potenciais libertadores de formaldeído
O formaldeído, também utilizado para preservar os cadáveres ou como agente de esterilização, actua no osso organismo com um mecanismo que ainda não é totalmente conhecido. Conhecidos são os efeitos: exposições de longa duração a baixas concentrações podem causar dificuldade respiratória, enfisema e sensibilização. O formaldeído é classificado como carcinogênico humano e têm sido relacionado com câncer dos pulmões e nasal e com possível câncer no cérebro e leucemia.
- Siliconas
Os ingredientes utilizados na cosmética são muitos, é impossível lembrar todos os nomes. Mas alguns deles repetem-se com uma certa frequência, o que torna mais fácil a memorização daqueles que podemos evitar.
Ipse dixit.
Fontes: Meteoweb, Greenme, Wikipedia (várias páginas em português, italiano, inglês)
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