Liberalização para o capital e as pessoas, que podem viajar sem visto.
O acordo sobre o tratado de livre comércio foi assinado durante uma cerimonia na cidade de Cartagena, na presença dos presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Chile, Sebastián Piñera, do Peru, Ollanta Humala, e do México, Enrique Peña Nieto .
O acordo, em parte, contrasta com o proteccionismo de outras economias da região e marca um passo decisivo para a Alianza del Pacífico formada há um ano em Lima pelos quatro Países que querem manter e aumentar os acordos de livre comércio com algumas das principais economias do mundo, como Estados Unidos, União Europeia e China, em concorrência com outras alianças continentais.
Juan Manuel Santos afirma que o tratado vai permitir que os quatro Países possam enfrentar a crise financeira internacional com menos risco:
Este protocolo vai tornar as nossas economias mais competitivas, com crescimento mais rápido e criação de mais postos de trabalho
A Aliança, que também prevê a eliminação gradual dos restantes 8 % das taxas, agrupa actualmente uma população de 212 milhões de pessoas e é responsável por 36% do produto interno bruto da região da América Latina e do Caribe, exportadora de matérias-primas como petróleo, minerais e produtos agrícolas.
Peña Nieto:
Este protocolo é o mecanismo mais inovador de integração que o México assinou desde o acordo de livre comércio com a América do Norte.
A Alianza del Pacifico segundo a Organização Mundial do Comércio
Os defensores da Aliança sublinham que este não é um acordo ideológico, muito menos em contraste com outros blocos regionais formados nos últimos 15 anos. Mas é claro para todos que esta é uma medida preventiva contra a avançada do Mercosul (cujos membros são Argentina, Brasil, Venezuela, Uruguai, Paraguai, apesar deste último ter sido suspenso nos últimos meses) e da Alba (Venezuela, Bolívia, Cuba, Equador e Nicarágua), fortemente apoiado pelo ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Não é um acordo ideológico, mas a Aliança reúne a Colômbia, uma espécie de protectorado dos Estados Unidos, o Peru do ex-militar ultra-nacionalista Ollanta Humala, do Chile de Sebastián Piñera (empreendedor e irmão do ministro do trabalho durante a ditadura de Pinochet) e o México, a fábrica de droga dos EUA. Não é preciso muito para entender que a Aliança não irá seguir as ideias de Che Guevara.
Portanto, se dum lado aplaude-se a promoção dum mercado que consiga reforçar as economias da América do Sul, do outro não é possível não ver nisso o prolongamento no plano do mercado duma divisão também ideológica que, de facto, existe e é patente.
Provavelmente estamos perante duma manobra que tem vários objectivos: reforçar a influência dos Estados Unidos na América do Sul (algo que sofreu duros revés nas últimas décadas), introduzir no continente uma plataforma que consinta uma mais profícua expansão das multinacionais norte-americanas na mesma região, e, claro está, o divide et impera no qual Washington sempre foi eximia.
Ipse dixit.
Fontes: Contropaino
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