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É tudo ruim?

29 de Maio de 2014, 8:08 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Há uma rachadura, uma rachadura em tudo
É daí que a luz entra

Leonard Cohen

Informação Incorrecta, como muitas outras páginas da informação alternativa, focaliza a sua atenção
nos aspectos negativos da sociedade.

Masoquismo? Vontade de mostrar que tudo está mal, tudo é ruim? Não sei qual a ideia que o Leitor tem deste blog e de quem escreve: mas a realidade está muito longe duma possível "negatividade".

Concentrar-se nos aspectos negativos das coisas pode ser uma forma de auto-mutilação, é verdade: mas pode também ser uma maneira de melhorar as tais coisas. Um pintor não dá os últimos retoques no quadro para poder dizer "olha só que porcaria que me saiu". Pelo contrário, focaliza a atenção nos pontos menos conseguidos para melhorar o todo.

É da mesma forma que temos que ver as coisas.

Aqui não há nenhum quadro, é verdade: e o conjunto nem parece tão bonito. Mas nem por isso podemos pensar que tudo esteja mau.

Em primeiro lugar: não é possível deprimir-se se conseguirmos ver o que acontece. No bem e no mal.
Conseguir ver as coisas, entender o que se passa (mesmo com limitações), é sempre positivo: e é sempre melhor do que sofrer a verdade imposta por outros. Os Leitores que estão aqui (ou em outras páginas web, à procura duma explicação) conseguem ver, ou pelo menos tentam. É isso que conta. Podem ter as ideias confusas, pode ser que ainda falte "a" explicação: na verdade todos temos as ideias confusas, todos procuramos a derradeira explicação. Mas os factos falam por si: fazemos parte dum grupo que não fica satisfeito com a verdade oficial, que tenta ir além do óbvio, que não se limita a acreditar piamente na versão fornecida pelos media.

A seguir: as emoções. Zangar-se, ficar tristes com o que se passa: é inútil, muitas vezes contraproducente, mas somos humanos, por isso é lógico que aconteça.
E aqui há algo interessante: quem procura uma explicação alternativa (o Leitor, eu) não se zanga "à comando". Não fica histérico com os Russos maus que querem destruir a Ucrânia: não se zanga com o terrível Assad que utiliza armas químicas contra o seu povo. Gostem ou não, desenvolveram uma visão alternativa das coisas, que pode não estar perfeita, mas que sem dúvida fica mais perto da realidade.

Consequência? O recuso do medo "imposto", que muitas vezes paralisa, e a capacidade de fazer escolhas mais conscientes. Que depois o Leitor faça ou não estas escolhas, na vida dele, isso é assunto privado: mas que uma visão alternativa viabilize a acção e não apenas a re-acção, isso é um dado adquirido.

O Leitor que procura uma explicação alternativa sabe que as coisas não acontecem por acaso: entende que os factos são o fruto duma cadeia lógica de eventos. Pode errar clamorosamente e pensar que seja toda culpa dos Illuminati, dos Sionistas, dos Reptilianos, etc.: mas, mesmo assim, percebe que há um processo causa-efeito, que as coisas não "chovem do céu", que poder haver um fio que liga entre eles determinado acontecimentos.

Descobrir as "maldades" do poder, procurar, comparar: é um trabalho necessário, que pode parecer frustrante, pois mostra coisas que nem queríamos ver; mas na verdade é isso que forja a nossa consciência, faz que cada um de nós tenha que ir além das brumas da nossa ignorância. É na escuridão que podemos ver mais facilmente a luz.

Parar tudo, voltar atrás, ficar na nossa zona de conforto? Aceitar a versão oficial e fingir que está tudo bem, que o Sol resplende mais do que nunca? É nestas ocasiões que reavaliamos o que queremos deixar, mas é nesse quadradinho de consciência que é jogado o resultado. Procurar alternativas não é pessimismo, nem pode ser razão de depressão: deixar o certo em favor do incerto é o sal da vida.

Rastejar até onde já sabemos que serão encontradas coisas novas, isso significa expressar a nossa verdadeira natureza que opta sempre pela mudança: não é a inteligência que distingui a barata do homem (que sempre imbecil é), é esta curiosidade consciente.

Dêem um pontapé ao pessimismo (e fiquem longe do optimismo também): não há necessidade de procurar nas redondezas, temos já bastantes motivos de satisfação connosco. Ficar tristes com quê? Com o rumo tomado pela sociedade? Com o que já se tornou obsoleto?

Escrevi isso há quatro anos, nestas páginas, e continuo a pensar o mesmo: estou contente por estar aqui, neste preciso momento, nesta mesma altura. É um período importante, de profunda mudança; um dos raros momentos da História nos quais as coisas já não são o que eram e ainda não sabemos como serão. E nunca as mudanças, com as razões e os possíveis desfechos, estiveram tão visíveis, sob o olhar de todos (a distância dum click).
Somos privilegiados.

É o Leitor que tem que decidir.
Ficar a chorar pensando que tudo é mau, tudo é ruim; abraçar um pessimismo que fragiliza até a imobilidade, que impede qualquer acção; pensar que não haja saída possível. Mas neste caso errou de blog.
Ou estar contente porque tem as capacidades para seguir, entender, avaliar os acontecimentos. Para perceber que vive num mundo em plena mudança e que, ao observar mais de perto, escolheu não apenas sofrer o que se passa, mas tentar dar-lhe um sentido. 

Há sempre um lado positivo das coisas. E vale a pena descobri-lo, sem ficar refém duma força de gravidade que parece estar centrada no lado negativo: acreditem, assim não é, porque se o mundo não é um jardim encantado, nem é um inferno.

Diziam os Romanos: in medio stat virtus, a virtude está no meio.
É isso: procurem o vosso meio (sugestão: está sempre à frente).


Ipse dixit.

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/5apioQDn_7k/e-tudo-ruim.html

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