A guerra no Afeganistão começou no Outono de 2001, após os atentados do 9/11.
Feitas as contas, são 12 anos de guerra, ao longo da qual os Estados Unidos acumularam milhares de meios, veículos e equipamento para combater uma guerra que perderam.
E dado que perder significa abandonar a região, eis que surge um problema: o que fazer com aquela tralha toda?
A "tralha", em boa verdade, custou biliões de Dólares: só que numa altura em que os Estados Unidos estão a preparar a retirar do País, surge o problema logístico.
Seria possível doar este material para as forças armadas afegãs numa tentativa de manter a segurança após a saída dos soldados americanos. Ou seria possível vender tudo para outras nações, tanto para ganhar uns trocos. Mas não: o exercito está deliberadamente a destruir instrumentação sofisticada, cujo valor é muito elevado, numa operação-sucateiro sem precedentes.
No total, serão destruídos mais de 7 biliões de Dólares de equipamentos, que representam cerca de 20% do material que EUA têm no Afeganistão: a verdade é que seria muito caro organizar o regresso da "tralha" para casa. Até a data, já foram demolidas mais de 77.000 toneladas de equipamento militar.
As alternativas consideradas foram rapidamente abandonadas: os EUA não querem deixar no Afeganistão por causa da inexperiência dos soldados locais; e nem querem vender, por causa do medo de que o comprador não tenha as condições para retirar tudo daquela que ainda é considerada uma zona de guerra.
A única possibilidade que resta, portanto, é desfazer-se de todos os materiais considerados em excesso, e depois tentar vendê-los ao quilo no mercado afegão.
Claro, existe ainda outra interpretação: porque reciclar quando é possível voltar a comprar? A lobby das armas precisam projectar, produzir, vender. Nova guerra? Grande compras. E mesmo que não haja um novo conflito no horizonte, é sempre uma boa ocasião para substituir e modernizar. Com o dinheiro dos contribuintes.
E não podemos esquecer os drones. As bombas voadoras e telecomandadas já revestem um forte importância estratégica no exercito americano: no futuro será este um dos pontos fortes da táctica militar de Washington, substituindo assim a presença física no terreno.
Isso pode também explicar (em parte) a destruição do equipamentos para as operações de terra, incluindo 2.000 dos 11.000 veículos blindados que o Pentágono comprou o meu a partir de 2007 e que agora estão no Afeganistão.
E, para concluir, não podemos esquecer o papel do governo de Karzai: apesar de estar na folha de pagamento dos EUA, a verdade é que Washington não confia plenamente nele: reforça-lo está fora de questão, tanto que, neste momento delicado, preferem dar luz verde a um desperdício de recursos tão grandes ao invés de deixar algo nas mãos dos supostos aliados.
7 biliões de equipamento destruídos. O que teria sido possível fazer com aquele dinheiro todo? Não importa, pois como sempre não haverá responsáveis.
Ipse dixit.
Fontes: RT
Feitas as contas, são 12 anos de guerra, ao longo da qual os Estados Unidos acumularam milhares de meios, veículos e equipamento para combater uma guerra que perderam.
E dado que perder significa abandonar a região, eis que surge um problema: o que fazer com aquela tralha toda?
A "tralha", em boa verdade, custou biliões de Dólares: só que numa altura em que os Estados Unidos estão a preparar a retirar do País, surge o problema logístico.
Seria possível doar este material para as forças armadas afegãs numa tentativa de manter a segurança após a saída dos soldados americanos. Ou seria possível vender tudo para outras nações, tanto para ganhar uns trocos. Mas não: o exercito está deliberadamente a destruir instrumentação sofisticada, cujo valor é muito elevado, numa operação-sucateiro sem precedentes.
No total, serão destruídos mais de 7 biliões de Dólares de equipamentos, que representam cerca de 20% do material que EUA têm no Afeganistão: a verdade é que seria muito caro organizar o regresso da "tralha" para casa. Até a data, já foram demolidas mais de 77.000 toneladas de equipamento militar.
As alternativas consideradas foram rapidamente abandonadas: os EUA não querem deixar no Afeganistão por causa da inexperiência dos soldados locais; e nem querem vender, por causa do medo de que o comprador não tenha as condições para retirar tudo daquela que ainda é considerada uma zona de guerra.
A única possibilidade que resta, portanto, é desfazer-se de todos os materiais considerados em excesso, e depois tentar vendê-los ao quilo no mercado afegão.
Claro, existe ainda outra interpretação: porque reciclar quando é possível voltar a comprar? A lobby das armas precisam projectar, produzir, vender. Nova guerra? Grande compras. E mesmo que não haja um novo conflito no horizonte, é sempre uma boa ocasião para substituir e modernizar. Com o dinheiro dos contribuintes.
E não podemos esquecer os drones. As bombas voadoras e telecomandadas já revestem um forte importância estratégica no exercito americano: no futuro será este um dos pontos fortes da táctica militar de Washington, substituindo assim a presença física no terreno.
Isso pode também explicar (em parte) a destruição do equipamentos para as operações de terra, incluindo 2.000 dos 11.000 veículos blindados que o Pentágono comprou o meu a partir de 2007 e que agora estão no Afeganistão.
E, para concluir, não podemos esquecer o papel do governo de Karzai: apesar de estar na folha de pagamento dos EUA, a verdade é que Washington não confia plenamente nele: reforça-lo está fora de questão, tanto que, neste momento delicado, preferem dar luz verde a um desperdício de recursos tão grandes ao invés de deixar algo nas mãos dos supostos aliados.
7 biliões de equipamento destruídos. O que teria sido possível fazer com aquele dinheiro todo? Não importa, pois como sempre não haverá responsáveis.
Ipse dixit.
Fontes: RT
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