Segundo uma reflexão dos professores Martin Gilens e Benjamin Page, das Princerton University e da Northwastern University, os Estados Unidos estão longe de ser uma democracia, como a maioria dos americanos e da população mundial acredita. Na verdade, a federação norte-americana fica mais perto duma oligarquia corporativa.
Nãoooooo!!! Quem diria? É preciso mesmo trabalhar em Princerton para entender certas coisas.
Os pesquisadores examinaram 1.800 medidas políticas que cobrem um período de 20 anos do governo dos EUA. Espantem-se: os dados revelaram uma mudança substancial em favor dos interesses de uma pequena classe dominante, a elite, composta por membros poderosos que exercem um total controle sobre a população. O governo dos EUA representa, portanto, o cidadão rico e poderoso, já não o cidadão comum.
Nesta altura o Leitor estará pasmado, à beira de cair da sua cadeira. Mas agarre-se e esforce-se para acreditar: é verdade, são dois professores que dizem isso!
E explicam que as políticas implementadas entre 1981 e 2002, mostram a forte atitude da classe política americana em favor dos grandes capitais em detrimento do cidadão comum, com o objectivo de proteger os interesses dos indivíduos ricos e manter as coisas tais como elas estão.
O ponto principal que emerge da nossa pesquisa é que as elites económicas e os grupos organizados que representam os interesses das empresas têm um impacto substancial sobre as políticas do governo dos Estados Unidos, enquanto que os grupos de interesse de massa e dos cidadãos comuns têm pouca ou nenhuma influência.
Os americanos desfrutam de muitos recursos para a governação democrática, como as eleições regulares, a liberdade de expressão e de associação. Mas acreditamos que, se a política é dominada por organizações empresariais poderosas e por um pequeno número de indivíduos ricos, as pretensões americana de ser uma sociedade democrática estão seriamente ameaçada.
Não, desculpem, isso parece-me demais: se houver eleições como pode faltar a Democracia? Isso não faz sentido nenhum: é um conceito básico, até dois professores deveriam perceber isso.
Nos Estados Unidos, como os nossos resultados indicam, a maioria não manda - pelo menos não no sentido de realmente determinar os resultados das políticas. Quando a maioria dos cidadãos não concorda com as elites económicas e/ou com os interesses organizados, geralmente perdem.
Além disso, por causa da forte tendência de imobilidade do sistema político dos EUA, mesmo quando uma razoavelmente grande maioria dos americanos favorecem a mudança de políticas, geralmente não conseguem.
Não há mudanças? Então, Bush não era branco e Barack Obama não é preto?
Eu acho que estes dois são simplesmente terroristas, que tentam apenas desestabilizar o berço da Liberdade e da Democracia. Deveriam ficar sem fundos para trabalhar.
E provavelmente irão ficar.
Ipse dixit.
Fonte: Martin Gilens, Benjamin I. Page - Testing Theories of American Politics: Elites, Interest Groups, and Average Citizens (ficheiro Pdf, inglês)
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