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In drone we trust

29 de Outubro de 2012, 22:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Interessante artigo do Washington Post.

A administração do presidente Obama determinou uma lista de pessoas que nos próximos tempos deverão ser atingidas por drones, as famigeradas bombas voadoras (ou misseis não tripulados, tanto faz), e não só.

Estes mortos viventes são, obviamente, terroristas. Ou alegados tais. Mas não interessa, pois nunca haverá um regular processo e ninguém gastará tempo para controlar. Temos que confiar nas palavras do carrasco: são terroristas.
E como tais têm que morrer.
Ámen.

A lista recebeu a aprovação de Obama que, sobretudo tendo em vista as próximas eleições, não quer desfigurar. Acusado pelo adversário Mitt Romney de ser demasiado "fraco" com aquela que ainda representa a maior ameaça segundo os Americanos, o simpático Barack assinou a assim chamada disposition matrix, que podemos traduzir com uma menos nobre "lista de homicídios".

Esta matrix faz parte dum programa desenvolvido durante os últimos dois anos e contém os nomes dos suspeitos, tal como os recursos para que possam ser encontrados e as relativas acusações.

Bom, mas afinal não é o que já acontece com os drones?  
Como afirmado em abertura: "e não só". A disposition matrix inclui pessoas que serão eliminadas com os drones e pessoas que serão eliminadas com outras modalidades. Quais modalidades? Não sabemos. Mas os interessados terão modo de descobri-las.

É importante também realçar como esta matrix não seja o ponto de chegada, mas de partida:
Apesar da matrix ser um work in progress, o esforço para realiza-la reflecte uma realidade em consolidação entre os quadros das forças anti-terrorismo do País: as guerras convencionais dos Estados Unidos estão prestes à acabar, mas o governo prevê continuar ainda ao longo de anos e acrescentar nomes às listas dos assassinatos selectivos ou das capturas.
É a oficialização dum novo estilo: é só carregar na tecla Enter e o alegado terrorista morre. Com um drone, uma clássica bomba, um atirador, um agente especial, tanto faz. É sempre somar:

O número de militantes e civis mortos na campanha aérea dos drones durante os últimos 10 anos, segundo algumas estimativas, em breve ultrapassará as 3.000 unidades, ultrapassando o número de pessoas mortas por al-Qaida nos ataques do 11 d Setembro.
É importante ultrapassar o número das vítimas do 9/11, a América não pode ficar atrás.
E os especialistas do anti-terrorismo gostam do novo estilo. Afirmam que os assassinatos mirados conseguem obter inegáveis resultados, capazes de compensar os custos no longo prazo. Porque os custos são importantes, ora essa.

Bruce Riedel, ex analista da CIA e conselheiro do simpático Obama:
O problema dos drones é que são como o corta-relva, há sempre a necessidade de cortar novamente a relva. Na altura em que não cortas, a relva volta a crescer.
Uma parábola de classe, com ligações para o meio ambiente e uma veia de subtil humorismo que nunca é demais.

Mas será que o simpático Obama sabe ao certo o que se passa? Não haverá incongruências entre o seu status de Nobel da Paz e uma lista do carrasco? Definitivamente não, não há, podem ficar descansados: aliás, pensando melhor as duas coisas parecem integram-se de forma quase natural, sendo até complementares.

Os assassinatos mirados tornaram-se de rotina ao ponto que a administração Obama tem empregue boa parte do ano passado na descodificação e racionalização dos procedimentos.
Obama aprova os critérios na base das listas e assina as ordens de ataque com drones fora do Paquistão, onde as decisões acerca de quando bombardear são do director da CIA.
Um papel activo, típico dum bom presidente pro-activo. O qual é também o único que pode acrescentar nomes à lista. Com a ajuda do seu cão Bo? Pode ser, mas fica a dúvida. Em caso de gatos atingidos por drones, teremos a resposta.


Ipse dixit.

Fonte: The Washington Post

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/J-YEe4jr7XQ/in-drone-we-trust.html

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