O geólogo russo viu-se diante de um enorme cone convexo com um monte oco e arredondado em forma de funil ao centro, muito parecido com um ninho de águia com tanto de ovo preservado no interior.
Mais tarde, a cratera foi baptizada Patomskiy por causa do rio que corre nas redondezas. Kolpakov tentou voltar ao lugar, sem então conseguir organizar uma expedição científica para colectar amostras a serem analisadas; mais tarde, todavia, várias expedições foram realizadas, permitindo avançar algumas suposições .
Em primeiro lugar, procurou-se identificar a época de formação. De acordo com os estudos realizados, a cratera formou-se entre 350 e 300 anos atrás: isso significa no final do XVII século. A divisão das áreas da cratera sugere uns processos geológicos ainda activos, talvez causados por emissões de gases a partir da base da cratera.
Mas como é que é foi criado?
A origem da cratera Patomskiy tem confundido os cientistas ao longo das décadas, pois apesar das teorias ainda não foi alcançada uma conclusão unânime. Alguns dos pesquisadores acreditam que o "ninho de águia" seja o resultado do impacto dum meteoro, embora nenhum vestígio de material deste tipo tenha sido encontrado para apoiar a teoria.
Além disso, de acordo com os geofísicos do Instituto de São Petersburgo e daquele de Yekaterinburg, as crateras de meteoritos têm uma forma muito diferente.
Segundo outros, a cratera foi provocada por um fragmento do "meteorito" de Tunguska. Mas nunca foi encontrado um meteorito em Tunguska e as datas não coincidem (o episódio de Tunguska é de 1908).
Viktor Antipin, Doutor em Ciências Geológicas e Mineralógicas:
Desde 2006, quando a expedição chegou à conclusão, achamos que a origem da cratera Patomskiy seja o resultado de processos geológicos. Certamente não existem argumentos válidos sobre o facto de que a cratera possa ser o resultado de um impacto com um meteorito.
Vadim Kolpakov na altura da descoberta |
Outras teorias têm sido propostas, incluindo uma experiência segreda nuclear ou material de uma
mina mantida com os trabalhos forçados dum gulag. Mas, além dos problemas ligados à datação, nenhuma fonte histórica confirma a existência de um campo de trabalhos forçados na área ou testes nucleares.
Nem pode ser um vulcão, já que a região não é afectada por fenómenos deste tipo.
O aspecto que mais surpreende é a cratera estar "viva", no sentido de que a sua forma muda, variando a altura tanto em termos de aumento quanto de redução. E, como se não fosse suficiente, a última expedição determinou a presença de material ferroso, electromagnético e água a uma profundidade de 100-150 metros abaixo da cratera.
Apesar das inúmeras expedições e da grande quantidade de amostras (só no ano passado foi recolhida meia tonelada de amostras), as origens e a natureza da cratera Patomskiy permanecem um enigma.
Ipse dixit.
Fontes: Il Navigatore Curioso, Wikipedia (versão russa), English Russia
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