Uma pena, pois a região da Roménia tem pelo menos outras duas coisas particularmente interessantes: magníficos panoramas montanhosos e um rico passado histórico.
Por aqui travaram-se batalhas épicas, passaram Romanos, Hunos, Suecos, Turcos, Austríacos, Soviéticos. Mais: segundo as últimas descobertas, por aqui passeavam os primeiros Homos sapiens, seres iguais a nós que viviam na Pré-História. E talvez não apenas os primeiros de Europa.
Um conjunto de pegadas foram encontradas na caverna de Ciur-Izbuc, nas montanhas dos Cárpatos: de acordo com as pesquisas iniciais, poderiam representar a mais antiga evidência de vestígios de humanos modernos na Europa e talvez no mundo.
Na verdade as pegadas nem são uma descoberta tão nova: em 1965, em Ciur-Izbuc foram encontradas
cerca de 400 pegadas humanas. Inicialmente, os cientistas atribuíram as pegadas a uma família de humanos modernos que supostamente viviam na gruta entre 10 mil e 15 mil anos atrás. Portanto, em pleno Mesolítico.
Mas, como relatado pela revista Science News, a mais recente datação por radiocarbono de alguns fragmentos de ossos de um urso encontrado no mesmo lugar revela que estas pegadas têm pelo menos 36.500 anos. 20.000 anos antes do que pensado antes.
Os resultados do estudo das 51 pegadas (a passagem de espeleólogos e turistas tem destruído as restantes...) foram publicados no passado 7 de Julho pelo Dr. David Webb, antropólogo da Universidade da Pensilvânia, no American Journal of Physical Anthropology.
A análise sugerem que um grupo de seis ou sete pessoas, incluindo pelo menos uma criança, entrou na caverna depois de uma forte chuva ter coberto o chão de lama arenosa. Explicam os pesquisadores:
A idade das pegadas é calculada em associação com os ossos do urso das cavernas, e com a convicção de que os ursos das cavernas foram extintos no final da última era do gelo.
Numa palestra de 2011, um grupo de cientistas anunciaram ter encontrado no local de Engare Sero, na Tanzânia, pegadas de Homo sapiens antigas 120.000 anos. Se isso for verdade, as impressões de Engare Sero seriam as mais antigas mas, talvez não por acaso, os resultados das análises ainda não foram publicados, apesar de serem transcorridos 4 anos do anúncio.
Portanto, causa a falta de provas, as pegadas de Ciur-Izbuc ficam como as mais antigas do mundo atribuíveis a indivíduos da nossa espécie.
Por enquanto.
Ipse dixit.
Relacionados:
De Deus e dos Homos
Origens: o Homo - Parte I
Fontes: Science News, Wiley, Daily Mail
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo