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Não interessa

2 de Outubro de 2012, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Será que o aumento de 1% dos preços pode provocar uma crise alimentar?
A resposta é: sim, pode.

Após ter descido ligeiramente nos últimos meses, os preços internacionais das matérias-primas aumentaram dramaticamente, de acordo com dados divulgados pelo Banco Mundial.
As estatísticas de Julho indicam um aumento de 10% durante o mês anterior, bem como um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.

O presidente do Banco Mundial, Jim Kim Yogn:
Os preços dos alimentos voltaram a crescer fortemente, ameaçando a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas. A África e o Médio Oriente são particularmente vulneráveis, mas também outros Países onde o custo dos cereais aumentou a pico.
Não podemos permitir que esses aumentos históricos se transformem num risco permanente, pois as famílias retiram os filhos das escola e comem alimentos menos nutritivos para compensar o alto custo.
Os Estados devem fortalecer os seus programas destinados a aliviar a pressão sobre a população mais vulnerável.
A lista inclui Países de todo o mundo. De acordo com o Observatório dos Preços dos Alimentos do Banco Mundial, entre os meses de Junho e Julho passados, o custo do milho e do trigo subiram 25% e a soja 17%.
Isso significa um aumento de 1% dos preços quando comparados com o pico em Fevereiro de 2011.

A Vontade

O que falta? Vontade.
Colin Roche, porta-voz da agência Oxfam, afirma que nos últimos meses os comités de acompanhamento de todo o mundo têm expressado frustração com a falta de criatividade e de emergência por parte da política nacional e multilateral para lidar com o regresso dos altos preços:
O relatório do Banco Mundial hoje é mais um alerta para os governos: a acção sobre a volatilidade dos preços dos alimentos requer urgência, mas ainda não está claro se entendem.
Dito de forma mais simples: não interessa.
O chefe da FAO, José Graziano da Silva, pediu em Julho ao G20 para participar numa "acção coordenada" para travar os preços. No entanto, no mesmo dia, o G20 decidiu que iria esperar até que a publicação do relatório sobre os cereais nos EUA, no Outono, antes de decidir como proceder.

A Sustentabilidade

A principal preocupação é a seca nos Estados Unidos e na Europa. Já a situação dos EUA poderia ter um efeito devastador sobre os preços internacionais, dado que o País é o principal fornecedor mundial de milho e de soja. E meados de Agosto, o governo dos EUA havia classificado cerca de 1.800 municípios em todo o País como "áreas de desastre", na maior dos casos devido à grave seca que já destruiu a colheita de muitos cereais.

No final de Julho, cerca de três quartos da safra de milho dos EUA tinham sido classificados como "muito pobres". É uma reviravolta complicada, tendo também em conta que o esperado no início do ano era um recorde no rendimento do milho.

Tudo isso faz lembrar a crise dos preços de 2008; preços elevados que nunca desapareceram por completo. Os investimentos na agricultura mudaram e, em certa medida, aumentaram. Mas não é suficiente.

Lester Brown, um defensor da sustentabilidade, do Earth Policy Institute:
Acho que estamos numa transição de uma era de abundância para uma era de escassez.
A este respeito, Brown não só tem visto um rápido aumento da população mundial, mas também os efeitos inevitáveis ​​do aumento do bem-estar. Só na última década, segundo ele, a demanda global por cereais dobrou de 21 para 41 milhões de toneladas por ano.

Uma vez que a demanda por biocombustíveis tem tido amplas consequência nas Bolsas dos cereais, Brown acha que essa questão já está cair:
Uma vez deixada de lado a questão do etanol, o importante é o facto de que três biliões de pessoas no mundo estão a tentar subir na cadeia alimentar e querem consumir mais carne, especialmente na China.
Temos de perceber que a agricultura tem evoluído ao longo de um período de 11.000 anos de notável estabilidade climática. O sistema é projectado para maximizar a produção dentro desse sistema, mas as coisas estão a mudar: hoje, estamos constantemente a mudar. A cada ano que passa, os sistemas climáticos e agrícolas tornam-se menos sincronizado entre eles.
O clima. A poluição. A finança.
Não importa se o Leitor acredita ou não no aquecimento global, as causas da crise alimentar são múltiplas. Não há apenas um botão que pode ser carregado para resolver tudo: é precisa coordenação, mas sobretudo é precisa vontade.

E é aqui que até os melhores planos falham.


Ipse dixit.

Fonte: Al Jazeera

Nota final: os Leitores mais atentos terão reparado nas fontes citadas no artigo: Banco Mundial, FAO, Oxfam, Earth Policy Institute, Al Jazeera...


Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/tyktNjp-v-Y/nao-interessa.html

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