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Nestlé: a comida do futuro

15 de Julho de 2014, 8:33 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Ficção científica?
Não: demência.

Protagonista: a Nestlé (óbvio).

O glorioso grupo suíço prepara os alimentos do futuro. E é um futuro que pode ser bastante próximo até.

O projecto da multinacional é simples. O Instituto Nestlé de Ciências da Saúde (uma espécie de laboratório do Dr. Frankenstein, evidentemente) planeia criar uma máquina parecida com aquelas do café, que não prepara café mas mistura factores nutricionais essenciais para o: tudo numa única bebida, cujo nome será Iron Man ("Homem de Ferro"...).

A máquina substituirá o tradicional forno microondas nas nossas cozinhas (isso segundo os planos da Nestlé).

A ideia não é nova: no ano passado, Rob Rhinehart experimentou na sua pele, durante cinco semanas, uma mistura por ele criada, baptizada Soylent. O resultado foi maravilhoso: Rob sobreviveu e, sobretudo, conseguiu economizar duas horas por dia. Afinal é só abrir o pacote, misturar e gozar as duas horas de liberdade conquistadas (provavelmente tentando digerir a mistura).

Quais os ingrediente do Soylent? Isso é interessante, pois fornece algumas pistas acerca do novo projecto da Nestlé também.
  • Carboidratos (400 g), sob forma de Oligossacáridos como a Maltodextrina
  • Proteínas (50 g), em pó sob forma de proteína de arroz.
  • Gordura (65 g), sob forma aceite
  • Sódio (3.5 g) sob forma de sal
  • Potássio(3.5 g)
  • Cloreto (3.4 g) sob forma de sal
  • Cálcio (1 g) sob forma de Carbonato de Cálcio
  • Ferro (18 mg)
  • Fósforo (1 g) como Fosfato monossódico
  • Iodo (150 μg)
  • Magnésio (400 mg)
  • Zinco (15 mg)
  • Selénio (70 μg)
  • Cobre (2 mg)
  • Manganês (2 mg)
  • Crómio (120 μg)
  • Molibdénio (75 μg)
  • Vitamina A (5000 IU)
  • Vitamina B6 (6 μg)
  • Vitamina C (60 mg)
  • Vitamina D (400 IU)
  • Vitamina E (30 IU)
  • Vitamina K (80 μg)
  • Tiamina (1.5 mg)
  • Riboflavina (1.7 mg)
  • Niacina (20 mg)
  • Ácido fólico (400 μg)
  • Biotina (300 μg)
  • Ácido pantotênico (10 mg)
  • Colina 
Ingrediente acessórios (não necessários):
  • Licopeno (500 μg)
  • Ácidos graxos ómega 3 (750 mg)
  • Ginseng (50 μg)
  • Ginkgo biloba (100 μg)
  • Luteína (500 μg)
  • Alfacaroteno (140 μg)
  • Vanádio (100 μg)

...e sim, deve saber mesmo bem.

Funciona?
Não.

Antonio Malorini, ex-director do Instituto da Ciência da Alimentação no Centro Nazionale Ricerche (CNR, Italia):
Comer não é apenas engolir proteínas e vitaminas, estas coisas não funcionam, nem do ponto de vista teórico. Porque estamos a perceber que muitas substâncias, que tinham sido julgadas ​​desnecessárias do ponto de vista nutricional, têm efeitos importantes sobre a expressão genética. Mesmo o limão no chá, tanto para dizer. A alimentação é uma de relações biológicas complexas e é impossível que uma refeição sintética possa contar com tudo.
A forma exacta da máquina da Nestlé ainda não está determinada e serão preciso alguns anos de
trabalho antes do resultado final.

Um grande obstáculo é no sentido de obter dos consumidores informações sobre os seus perfis nutricionais completos para avaliar quais os nutrientes que estão a faltar; no presente, os testes custam centenas de Dólares, mas a Nestlé trabalha para uma faixa de preço acessível.

Mas, como vimos, a comunidade científica questiona-se acerca do real valor de tais suplementos, quanto é que podem realmente ajudar, se são uma forma eficiente de entregar os nutrientes. E uma dúvida: há perigos nisso?

Nada que um bom "financiamento" da Nestlé não possa resolver, como é claro.
Mas tentamos ver as coisas duma perspectiva positiva: uns compostos nutricionais (se devidamente testados) poderiam ajudar aquelas populações desnutridas que hoje sofrem as inúmeras carências derivadas da fome. Este é um aspecto que deve ser considerado.

O problema? Tudo estaria mais uma vez nas mãos duma multinacional. E a ideia de que a Nestlé possa fazer caridade é ainda mais aterradora (já ouviram falar do leite radioactivo na Índia?).


Ipse dixit.

Fontes: Il Fattaccio, Time, Bloomberg Businessweek, Wikipedia (versão inglesa)

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/bK3a_FkMPLE/nestle-comida-do-futuro.html

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