
Não é uma ideia minha, mas o profundo pensamento do Secretário-Geral das Nações Unidas, o simpático Ban Ki-moon, de visita em Tallin (na Estónia):
Estamos num momento histórico crucial, do que decidimos fazer agora dependerá o nosso futuro. Mas ainda há pessoas na Terra que parecem acreditar que temos dois planetas disponíveis. Todos nós vimos o que aconteceu nas Filipinas. É um aviso urgente da Terra, um exemplo de mudança climática que mostra como todos estamos envolvidos. Temos de agir antes que seja tarde demais [...] a ameaça de um aumento de apenas dois graus na temperatura global terá consequências para todos. A ameaça é real e todos nós temos a responsabilidade de evitá-la.
Assim: o tufão das Filipinas é "um exemplo de mudança climática".
Explica a sábia Wikipedia:
Nas Filipinas, os ciclones tropicais (tufões) são chamados bagyo. [...] Cerca de 19 ciclones ou tempestades tropicais entram na Área de Responsabilidade filipina num um ano típico e destes geralmente 6-9 atingem a terra firme . [4 ] [5]
O pior ciclone tropical a afectar as Filipinas foi a tempestade tropical Thelma, que em 1991 causou inundações que mataram milhares de pessoas. O mais chuvoso conhecido ciclone tropical a afectar o arquipélago aconteceu nos dias 14-18 de Julho de 1911, um ciclone que provocou mais de 2.210 milímetros de chuva em 3 dias (em 15 horas em Baguio City).
As Filipinas são o maior País do mundo mais expostos aos ciclones tropicais, e isso até afectou o povoamento nas ilhas do norte; por exemplo, a costa leste de Luzon é muito pouco povoada.

(1984, 1991) e, claro está, do século XXI.
Mesmo discurso em relação aos tufões mais chuvosos de sempre ou aos eventos que provocaram as maiores perdas económicas.
A razão? As Filipinas surgem numa zona onde é clássica a formação de tufões.
Isso nada retira à gravidade da catástrofe que arrasou o País do Oceano Pacífico. E não significa, como é óbvio, que nada tenha de ser feito para diminuir a emissão de substâncias poluentes na atmosfera: pelo contrário, pois as alterações climatéricas são apenas um dos riscos que corremos.
O que é triste é explorar a desgraça que atingiu milhares de pessoas para fazer propaganda em prol duma agenda política. Isso faz lembrar um abutre e não o principal representante da ONU.
Mas nada que possa surpreender no caso do simpático Ban Ki-moon.
Ipse dixit.
Fontes: New.com.au, Wikipedia (versão inglesa)
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