Abro a versão online do diário Público e encontro esta notícia:
Já o facto de ainda existir um programa de Erradicação do Trabalho Escravo é espantoso. Mas a surpresa aumenta quando vou espreitar os diários brasileiros de hoje.
Na primeira página da Folha de S. Paulo, por exemplo, não há nada acerca do assunto. Há Angelina Jolie que retira os seios (uma pena, admito), o julgamento anulado do caso Dorothy Stang (e quem é esta?), enquanto o editorial é dedicado aos casamentos gays.
Mesma coisa no Globo, onde podemos encontrar ainda Dilma e Lula que atacam a oposição (?) e um artigo acerca dos hotéis de luxo em Buenos Aires (que eu pensava ficasse na Argentina).
No Estadão outra vez o casamento gay. Que será importante, tudo bem, mas a ideia é que a escravidão no ano 2013 seja um pouco mais importante...
Nem nos diários do Pará (o Estado citado no artigo do Público) a situação melhora: no Liberal nada acerca dos casamentos gays, o destaque é para o preço das bananas, que aumenta.
Moral: o facto de ainda existirem escravos não parece uma coisa tão importante, um dia depois a notícia já desapareceu.
Vou ver o artigo original, no diário espanhol El País. Entre os comentários, um em particular, de tal Jurandir:
A palavra aos Leitores brasileiros (que agradeço desde já).
Ipse dixit.
Fontes: Público, El País, Ministério do Trabalho e Emprego
Libertados cerca de 3000 escravos no Brasil em 2012
No dia em que a lei de abolição da escravatura no Brasil celebra 125 anos, o Ministério do Trabalho e Emprego daquele país revelou que, durante o ano passado, 2849 trabalhadores foram resgatados de situações análogas às dos escravos no século XIX.
De acordo com o comunicado do ministério, foram levadas a cabo 255 acções de fiscalização que culminaram nestes resgates, que representam um aumento de 14% face a 2011. Para aquela entidade, "o aumento de número de resgatados deu-se porque as acções fiscais foram realizadas em regiões até então não inspeccionadas".
De acordo com o El País, os resgatados não só trabalhavam em grande latifúndios agrícolas como em siderurgias e estaleiros de construção civil.
É, aliás, a indústria siderúrgica a principal fonte de escravos retirados a essa condição: 150 só no estado do Pará.
"O número de resgatados está crescendo por causa de dois factores: por um lado aumentou o interesse dos estrangeiros pelo Brasil, que muitas vezes entram de maneira irregular e se envolvem em condições de trabalho degradantes. Por outro, intensificámos as fiscalizações. Logo, a tendência é encontrarmos cada vez mais estrangeiros de nacionalidades variadas vítimas desse crime", disse à BBC Brasil Renato Bignami, coordenador do programa de Erradicação do Trabalho Escravo da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo.
Ainda de acordo com a BBC Brasil, Luiz Machado, da Organização Mundial do Trabalho, considera que este número de escravos retirados às condições abusivas de trabalho "é só a ponta de um icebergue".
"A situação no país de origem é tão má, que ele [o trabalhador escravo] aceita a exploração como forma de alimentar o sonho de um dia se tornar o dono da oficina e ter uma vida melhor", diz, referindo ainda que a maioria destes escravos são estrangeiros que chegam ao Brasil já endividados. Segundo Luiz Machado, os escravos no Brasil virão sobretudo da Bolívia, do Peru, do Paraguai e do Haiti.
A escravatura no Brasil foi abolida a 13 de Maio de 1888, quando a então regente Isabel de Bragança assinou a chamada Lei Áurea.É uma notícia arrepiante.
Já o facto de ainda existir um programa de Erradicação do Trabalho Escravo é espantoso. Mas a surpresa aumenta quando vou espreitar os diários brasileiros de hoje.
Na primeira página da Folha de S. Paulo, por exemplo, não há nada acerca do assunto. Há Angelina Jolie que retira os seios (uma pena, admito), o julgamento anulado do caso Dorothy Stang (e quem é esta?), enquanto o editorial é dedicado aos casamentos gays.
Mesma coisa no Globo, onde podemos encontrar ainda Dilma e Lula que atacam a oposição (?) e um artigo acerca dos hotéis de luxo em Buenos Aires (que eu pensava ficasse na Argentina).
No Estadão outra vez o casamento gay. Que será importante, tudo bem, mas a ideia é que a escravidão no ano 2013 seja um pouco mais importante...
Nem nos diários do Pará (o Estado citado no artigo do Público) a situação melhora: no Liberal nada acerca dos casamentos gays, o destaque é para o preço das bananas, que aumenta.
Moral: o facto de ainda existirem escravos não parece uma coisa tão importante, um dia depois a notícia já desapareceu.
Vou ver o artigo original, no diário espanhol El País. Entre os comentários, um em particular, de tal Jurandir:
Eu me importo que o Brasil é mais rico do que Bangladesh, e do que a Espanha. Não existe escravidão no Brasil. São bandidos como em qualquer lugar do mundo que se aproveitam dos mais fracos.Isso significa que no Brasil não há escravidão? A notícia de El País (e do Ministério do Trabalho e Emprego) é falsa? O facto do Brasil ter uma economia melhor do que o Bangladesh justifica tudo? Qual a real situação acerca do trabalho escravo?
No Brasil não existe escravos. Existem bandidos que se aproveitam da ingenuidade de algumas pessoas em locais inóspitos, na Amazônia. O Brasil é a 7ª economia do mundo, e a Espanha? Saludos
A palavra aos Leitores brasileiros (que agradeço desde já).
Ipse dixit.
Fontes: Público, El País, Ministério do Trabalho e Emprego
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