A empresa quebrou o silêncio e publicou o seu relatório na Sexta-feira. São 40.000 palavras que constituem o levantamento mais abrangente acerca das formas com as quais os governos monitorizam as conversas dos cidadãos.
A Vodafone fala mesmo de fios que foram conectados à rede sua como de outras operadores de telecomunicações, para permitir que agências de governo oiçam ou gravem as conversas ao vivo e, em certos casos, possam encontrar a morada dos cidadãos.
Um cenário de pesadelo, portanto, que confirma os piores temores sobre a extensão da espionagem feita contra os cidadãos..
Em alguns Países, como Hungria, Índia, Malta, Roménia, África do Sul e Turquia, as interceptações são ilegais, mas em outros (seis) a lei ou obriga os operadores de telecomunicações a instalar ligações de acesso directo, ou permite que sejam os governos a fazê-lo. A empresa, dona de redes de banda larga fixas e móveis, não nomeou os seis Países envolvidos porque determinados regimes poderiam retaliar, aprisionando o pessoal da Vodafone.
Gus Hosein, director executivo da Privacy International (que apoiou uma acção legal contra o governo britânico sobre a vigilância em massa):
Estes são os cenários de pesadelo que estávamos a imaginar. Nunca pensei que as empresas de telecomunicações fossem tão cúmplices. É um passo corajoso da Vodafone e espero que as outras empresas de telecomunicações se tornem mais corajosas com a divulgação, mas o que precisamos é que sejam corajosos na luta contra os pedidos ilegais e as próprias leis.
Estas ligações existem, existe o modelo de acesso directo. Estamos a fazer um apelo para acabar com o acesso directo como meio das agências governamentais para obter os dados de comunicação das pessoas. Sem um mandado oficial, não há visibilidade externa. Se recebermos um pedido, podemos devolve-lo à agência. O facto de que um governo tenha que emitir um pedaço de papel é uma restrição importante sobre a forma como os poderes são usados.
Em breve, os dados analisados.
Ipse dixit.
Fontes: The Guardian, Vodafone: Law Enforcement Disclosure Report
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo