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Portugal: bater punho?

3 de Abril de 2013, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Recebi um artigo acerca de Portugal e, como sempre, este blog publica quanto os Leitores decidirem
enviar, mesmo que isto não reflicta as opiniões de Informação Incorrecta.

Pelo que, lembro que qualquer pessoa pode escrever um texto e envia-lo via e-mail ao seguinte endereço:

informacaoincorrecta@gmail.com

para que, magicamente, este apareça publicado. 

Entretanto, agradeço o Anónimo Leitor que decidiu escrever e faço votos de boa leitura.

Um comentário em forma de artigo

Olá a todos.

Algo se passou recentemente que me fez escrever isto. É a esse “recentemente” que quero aludir, mas para o fazer preciso antes aludir a algo anterior.

Vocês lembram-se de Miguel Gonçalves, aquele indivíduo bracarense que um dia apareceu no Prós e Contras a dizer que o que era preciso para levantar este país não era apresentar uma licenciatura a uma empresa para esta decidir o que fazer com ela, mas sim “bater punho” (para usar as suas próprias palavras) e mostrar o que podíamos fazer por ela (em termos de idéias, prática, etc.)?

Em teoria, tudo isso é muito bonito de dizer. Porque, na prática, isso só se pode fazer quando um empregador nos concede uma entrevista de emprego. E isso só acontece quando este, após receber uma licenciatura com uma carta de apresentação/motivação, o decide fazer. É o obstáculo número um: é que na carta, podemos de facto mencionar que temos ideias que gostaríamos de expor e solicitar uma entrevista...mas pode muito bem acontecer que, como resposta, nos digam qualquer coisa como: “o atual volume de atividades e de negócios da nossa empresa não nos permite (ou não nos cria necessidade de) contratar novos funcionários (ou “colaboradores” como agora gostam de dizer)”.

Pode ainda acontecer que, após uma exposição das nossas ideias numa entrevista que de facto aconteça, ainda nos digam que “não estão dispostos a meterem-se em aventuras empresariais tão arriscadas”, ou que “a política da empresa não vai no mesmo sentido das suas ideias”, ou qualquer coisa semelhante. É o obstáculo número dois.

E mais ainda: já acontece contratar só quem, mesmo com o salário que pretendem pagar, tem capacidades de pagar à segurança social, ou seja, só quem tem dinheiro é que pode trabalhar para receber (mais)! Obstáculo número três.

Aquilo de que esse homem quer tentar convencer é que é sempre possível ganhar dinheiro, é preciso é “bater punho”. E não é assim. Em muito sítio, não há condições para podermos “bater punho”.

Porque menciono tudo isto? É aqui que entramos no “recentemente”. Recentemente, esse homem foi convocado por um outro Miguel, o Relvas, para ser embaixador do programa Impulso Jovem. E o primeiro Miguel (Gonçalves), pôs-se a dar o exemplo de que em Portugal, as propinas são de 1400 euros, não são de 40 mil como em Stanford, e que se não tivermos condições para conseguir 100 euros por mês para as prestações, havemos de ter muitos problemas maiores do que esse, porque, para o citar novamente “até a vender pipocas num centro comercial se conseguem fazer 100 euros”.

Quanto a isto, em particular, eu poderia dizer que as propinas já subiram, que há também as rendas de casa e as contas mensais de quem estuda fora da cidade onde mora, que há os custos da gasolina para quem mora longe, que 1400 euros é hoje, em Portugal, uma pequena fortuna que muitos desejariam ter nas suas contas bancárias, quanto mais terem de pagar. Também poderia dizer que há muitas famílias que não poupam, que há muitos estudantes que realmente poderiam ter mais dinheiro se não o andassem a gastar em mais e mais roupa (muitas vezes de marca), em cerveja todas as noites, em tabaco e drogas, em acessórios e “gadgets” caríssimos, sem a mínima ponta de humildade, que há quem aproveita para comprar carros caros que consomem mais do que devem, só para adquirirem o pseudo-estatuto que a marca do carro lhes dá. Mas eu chamo a atenção para este artigo e para este comentário que lá está, que me parece bastante direto ao assunto:

No texto, refere exemplo de gente que trabalhou para estudar.
Naturalmente, quem isso fez, foi certamente em tempos em que havia oferta de emprego ...ou pelo menos, mais oferta de emprego!
Nos dias de hoje, já não há emprego para todos e não há dinheiro para comprar as tais pipocas nos centros comerciais...até os cinemas vão à falência por falta de clientes...que são esses, os "comilões das pipocas".
"Normalmente", quem consegue trabalhar e estudar, ou anda em cursos pós-laboral ou está em cursos predominantemente "teóricos", que dá para "marrar" a estudar em casa para conseguir alguma coisa nos exames.
Não esquecer que os cursos de elevada especificidade técnica, por exemplo, em algumas areas de engenharia, biomédicas, medicina....eu pergunto, como é que se consegue fazer um curso desses em que têm que estar presentes nas imensas e constantes aulas de laboratório e avaliados pelos trabalhos práticos "in loco" ao longo de todo o curso e a trabalhar a "vender as pipocas"? Pois estes cursos, necessitam de quase todo o tempo extra-aulas para estudar.... e MUITO....!
Estes srs, devem pensar que lá por alguns conseguirem a proeza de trabalhar e tirar cursos superiores de elevado grau de dificuldade e exigência, que está isto ao alcance de todos?
Só se for para alguns políticos, que são uns teóricos ôcos, que tiram cursos da noite para o dia, em universidades de qualidade duvidosa!

A última frase refere-se a Relvas, obviamente. Relvas que pertence à maçonaria e que, ao que dizem, até gastou um balúrdio em decoração maçónica para o seu gabinete, incluindo duas colunas de Salomão. Maçonaria, que é mais uma das elites secretas que orquestraram esta crise, e a quem o desemprego convém. Sobre isto não me alongo mais, que já foi mais do que discutido em muito sítio, mas o que quero dizer é: Vem um tipo que pertence a uma elite que orquestra uma crise, chamar outro tipo que diz (para promover a saída da crise que convém à dita elite) que se não temos dinheiro é porque não fazemos por isso, como se tal fosse sempre possível, como se não houvesse crise orquestrada e impeditiva nenhuma. Estão a ver a jogada psicológica? Estão a ver a tensão, a frustração, e a sensação de irrealização que isto vai gerar nas pessoas?

Isto quando é o próprio Relvas a acabar com os programas Inov (aqui, sejamos francos, é mesmo se calhar por estes não funcionarem). E quando há 0,1 ofertas de emprego por desempregado. E quando entidades estrangeiras criticam os serviços de apoio ao emprego prestados em Portugal. E quando ironicamente Braga, cidade natal de Miguel Gonçalves, é uma das capitais do desemprego no país.

É certo que, dentre os que não trabalham, há muitos que não querem trabalhar. Mas é preciso que se possa trabalhar, coisa para a qual, cada vez mais, não há recursos! E vêm insinuar que nós é que somos uns inúteis?

Eu não escrevo este artigo por ser um preguiçoso. Escrevo, simplesmente, para fazer ver as contradições!

Obrigado pela leitura


Imagem: EsotericaVitoria

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/hHt11KGfmCw/portugal-bater-punho.html

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