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Portugal e a nova fronteira da medicina: os tubos

1 de Junho de 2013, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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É domingo, dia de descanso, por isso vamos tratar de assuntos mais leves, menos sérios.
Por exemplo: Portugal.

O Governo quer poupar, porque como sabemos não é possível recapitalizar os bancos privados com dinheiro público, pagar os juros da dívida aos bancos internacionais e ao mesmo tempo fazer funcionar o Estado como se nada fosse: alguém tem que apertar o cinto.

Eis então uma medida muito bem pensada: o Ministério da Saúde anuncia que os hospitais vão passar a poder reutilizar os cateteres usados em endoscopias e colonoscopias, tal como alguns dispositivos utilizados em obstetrícia.

Parece um retrocesso de 20 anos ou até mais, mas o que o Ministério quer dizer é que os pacientes portugueses viveram até hoje acima das suas possibilidades. E, pensando bem, isto é verdade.

Se um cateter entrou na boca, no ânus, na vagina ou no pénis dum paciente, porquê deita-lo no lixo? É um cateter que já foi testado com sucesso, demonstrou funcionar e destrui-lo seria um desperdício: é prática lógica e de muito bom gosto (em todos os sentidos) reutiliza-lo num outro paciente, com satisfação de todos.

O Ministério fez duas contas e chegou à conclusão que a reutilização dos cateteres permite uma poupança de 45 milhões de Euros por ano. Pessoalmente acho esta medida do Ministério estar incompleta, porque seria possível ir mais além: afinal um cateter é um simples tubo e um tubo utilizado numa colonscopia dum paciente poderia bem dar para a endoscopia dum outro, com uma poupança ainda mais significativa.

Mas por enquanto apreciamos esta nova medida que, é bom realçar, tem um não sei o quê de ecologista também (reciclagem, meus senhores, reciclagem).

Único senão:
A reutilização de dispositivos de uso único foi autorizada pelo ministério da Saúde. De fora ficam aqueles que são implantáveis no corpo do doente.
E não se percebe qual a razão. Que dizer: enquanto o doente estiver vivo, até se pode perceber, mas quando o doente falecer por qual razão não extrair o implante e reutiliza-lo em pacientes vivos? Pelos vistos há ainda alguns pormenores que devem ser consertados, mas o espírito está correcto.

Infelizmente, há quem não confie nesta ideia do Ministério:
Em declarações ao «Correio da Manhã», a Associação de Empresas de Dispositivos Médicos diz-se preocupada com a segurança dos doentes e quer garantias que os materiais reutilizados vão estar nas mesmas condições apresentadas por materiais novos.
É triste mas é normal, em Portugal deve haver sempre a figura do "Velho do Restelo": são estas as pessoas que atrasam o desenvolvimento do País, são estes os bota abaixo nacionais.
Melhor ignorar.

Dúvidas

O Leitor terá umas pequenas dúvidas. Por exemplo:
Pergunta: Mas não será que isto pode facilitar a transmissão de doenças?
Resposta: Não.
Estamos aqui a falar das infecções nosocomiales: já o termo parece uma coisa de conspiradores, como Haarp ou Bilderberg, mas a verdade é que a introdução de material descartável reduziu e quase eliminou o risco de contágio entre pacientes. As infecções nosocomiales são coisas do passado.
Pergunta: Mas não será que a reutilização pode trazer de volta as tais infecções nosocomiales?
Resposta: Não.
A introdução de material reutilizável produziu a extinção das infecções nosocomiales. É um pouco como com a varíola: foi extinta e nunca mais voltou, o conceito é o mesmo.
Pergunta: Mas a esterilização do material reutilizável pode ser mal feita, não pode?
Resposta: Não.
Esta pergunta nem mereceria resposta, pois põe em dúvida a seriedade e o profissionalismo dos operadores sanitários. Até parece que vivemos num País onde seis pessoas vão para hospital para pôr umas gotas nos olhos e saem cegas. A simples verdade é que as modernas técnicas de esterilização não deixam margem para dúvidas.  

Resolvidas estas insignificantes questões, não resta que sorrir e aplaudir a visão de longo alcance do Governo: porque a verdade é que Portugal vai tornar-se o ponto de referência no âmbito das curas hospitalares do século XIX. Ou até do princípio do XX.


Ipse dixit.

Fonte: Tvi24

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/hyQpcdS8jdI/portugal-e-nova-fronteira-da-medicina.html

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