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Puzzle

22 de Agosto de 2012, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Este blog não costuma fazer previsões catastróficas, tipo cometas que chocam com a Terra ou invasões alienígenas no decorrer das Olimpíadas.

Todavia há alguns sinais que merecem ser considerados. Podem ser preâmbulo do próximo Grande Colapso, podem ser apenas sintomas duma sociedade esquizofrénica. Seja como for, vale a pena falar do assunto. 

Os Leitores aficionados lembram das demissões em bloco no sector bancário e financeiro ao longo dos últimos meses. O que podem significar? Mistério. Infelizmente não temos acesso às conversas confidenciais que decorrem nas reuniões corporativas em lugares como Washington ou Londres, por isso tudo o que podemos fazer é observar e tentar interpretar.

Na semana passada, foi revelado que o governo dos EUA ao longo dos últimos dois anos, pediu secretamente que cinco dos maiores bancos dos País desenvolvessem planos para evitar um colapso. Esta é uma peça.
 
Já dissemos das demissões me massa, não dissemos? Então eis outra peça: enquanto uns demitiam-se, outros vendiam grandes quantidades de acções.

Continuemos: há relatos de que o governo dos EUA estocou alimentos e munições e sabemos que o simpático presidente-marioneta Barack Obama assinou uma série de ordens executivas que podem ser usados ​​em caso de graves problemas no interior (e não no exterior) da sociedade.

Repetimos: tudo isso pode não significar nada.
Mas sabemos que cedo ou tarde haverá o Grande Colapso. E acerca disso não é lícito ter dúvidas. Nos últimos 40 anos, o valor total de todas as dívidas dos Estados Unidos cresceu de 2 biliões para quase 55 triliões de Dólares. Chama-se bolha, a maior de todas (talvez). E as bolhas rebentam. Não é normal um Estado pedir aos bancos um plano para evitar o colapso.

Eis a peça em questão, da Agência Reuters:
Os legisladores americanos enviaram directivas a cinco dos maiores bancos do País, incluindo o Bank of America Corporation e Goldman Sachs Group, para desenvolver planos para evitar o colapso caso tivessem que enfrentar sérios problemas, realçando que os bancos não podem contar com a ajuda do governo.
O programa, que tem dois anos de idade e que tinha sido mantido segredo até agora, complementa os "testamentos" que os bancos têm que preparar para ajudar os reguladores a desmantelá-los, no caso tivessem mesmo que falir. Isso mostra que os reguladores estão a trabalhar para assegurar que os bancos tenham planos para os piores cenários e que possam agir com racionalidade em tempos de crise.
Esta notícia só por si não significa que haja um Grande Colapso no horizonte: significa que o governo está preocupado, tem consciência de que ajudar os bancos em dificuldades no futuro será tarefa impossível (não tem um tostão) e quer que sejam as mesmas instituições financeiras a adoptar medidas em vista de possíveis dificuldades.

Todavia é interessante notar como:
  1. a hipótese duma nova fase de dificuldade seja considerada como possível
  2. estas acções sejam mantidas secretas, enquanto o presidente aparece nos media para assegurar que o pior já passou e que a economia está no caminho certo.
Então vamos observar outra peça, num artigo de Money Morning:
Richard Duncan, ex-chefe do Banco Mundial e economista-chefe do Blackhorse Asset Mgmt., diz que a dívida federal dos Estados Unidos, de 16 triliões de Dólares, transformou-se numa "espiral da morte", como disse a CNBC. E isso poderia levar a uma depressão tão grave que ele não pensa "que a nossa civilização possa sobreviver".
Nada mais, nada menos. Um ex-chefe do Banco Mundial adverte que a nossa civilização não poderia sobreviver ao que está por vir? Talvez um bocado exagerado. Talvez.

Outras peças? Há.
Nouriel Roubini, por exemplo, achas que o futuro será bem mau:
Pior ainda, porque, como em 2008, teremos uma crise financeira e económica, mas, ao contrário de 2008, ficámos sem munições políticas Em 2008 era possível cortar as taxas, fazer QE1e QE2 [Quantitative Easing, ndt], provocar o estímulo fiscal, apoiar/garantir os bancos. Hoje os QE estão a tornar-se menos eficazes, porque os problemas são de solvência e não de liquidez. Os deficit orçamentais são muito grandes e não é possível salvar os bancos, porque 1) há oposição política neste sentido 2) os governos são quase insolvente, nem não podem salvar-se e muito menos salvar os bancos. O problema é que não temos mais coelhos para tirar da cartola política.
Ok, ok: Roubini não é pessoa que tenha como hábito espalhar optimismo, isso é um facto.
Então vamos procurar outra peça do possível puzzle.

Recentemente, uma equipe de cientistas, economistas, analistas e especialistas em geopolítica analisou o estado actual do sistema económico global e as conclusões a que chegaram são impressionante:
Um membro dessa equipe, Chris Martenson, patologista e ex-vice presidente de uma empresa Fortune 300, explica as suas conclusões:
"Encontrámos o mesmo padrão na nossa dívida, no mercado total de crédito e na oferta de dinheiro: um padrão que garante que vão falir. Esta tendência é quase a mesma em qualquer esquema piramidal, intensifica-se de exponencialmente rápida antes de ruir. E os governos de todo o mundo são os principais culpados.
E o que é realmente preocupante nestes resultados é que o padrão não se limita à nossa economia. Encontrámos a mesma tendência catastrófica na energia, nos alimentos, na água."
De acordo com Martenson: "Esses sistemas poderia implodir tudo ao mesmo tempo, alimentos, água, energia e dinheiro Tudo...".
Juntamos todas as peças e o resultado será um puzzle nada mal. É o caso para ficar preocupados?

Em alturas negativas como a nossa é normal o surgimento de vozes catastróficas; e as previsões negras são uma lógica consequência disso. É como se a Anima Mundi, a alma do mundo, se encontrasse presa num círculo de desespero que impede a visão de algo melhor. Cria-se portanto uma vaga negativa, na qual é fácil entrar e muito difícil sair.

Mas pode haver algo mais? Infelizmente há. Anima Mundi ou não, os dados são dados: a dívida pública dos Estados Unidos está fora de controle, os derivados constituem uma ameaça de dimensões globais que pode explodir em qualquer altura, boa parte das economias ocidentais encontram-se numa fase de depressão sem que seja possível vislumbrar uma luz no fundo do túnel, há também problemas que abrangem os assim chamados Brics.

Os dados dizem que apesar da crise de 2008 nada foi feito para melhorar o labiríntico mundo da finança.
Os dados dizem que os bancos têm medo (corte no crédito) porque sabem de dançar sobre uma subtil camada de gelo.
Os dados dizem que os políticos perderam não apenas a capacidade para intervir em caso de crise, tal como afirma Roubini, mas até a autonomia necessária para pensar e decidir em favor dos próprios cidadãos, sendo reduzidos ao papel de bonecos cujos fios são mexidos por outros.

São todos ingredientes que constituem uma única receita. O resultado será um prato que poderá não ser servido no imediato, mas já está a ser cozinhado e cedo ou tarde chegará à mesa. E alguém terá que pagar a conta.

Não é o caso de perder o sono por causa disso.
Mas é sempre bom saber o que por aí vem.


Ipse dixit.

Relacionados:
A Grande Fuga

A Grande Fuga continua

Fontes: Reuters, AmerikanKabubi, CNN Money, The Economic Collapse (1),(2)
The American Dream, Federal Reserve St. Louis, Money Morning, Bloomberg via ZeroHedge, MarketWatch,

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/1mMy5jboUc8/puzzle.html

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