É que as últimas sondagens não são nada simpáticas na óptica da União.
Bem pelo contrário.
As pessoas começam a estar fartas? Talvez.
Já nas últimas eleições europeias era possível vislumbrar algo:
- a extrema-direita da Frente Nacional na França em primeiro lugar com 25% (hoje fica no 28%)
- o UKIP primeiro no Reino Unido (30%)
- o Movimento 5 Stelle e outros euro-cépticos em Italia (total: 30 %).
Vamos ver os dados comparados com as eleições de 2011 (clicar nas imagens para ampliar).
Os Euros-cépticos do Sinn Fein (em verde), formação da esquerda nacionalista, em primeiro lugar com 26%. Populares (azul) e Socialistas em (vermelho) queda vertical.
A Direita euro-céptica do PVV (azul escuro) em primeiro lugar. Os populares do VVD (laranja), no governo, perdem metades dos votos; os parceiro de ligação, os socialistas do PvdA, triturados.
Os euro-cépticos do FPO (Direita nacionalista, em azul) são o primeiro partido.
A formação "Podemos", de Esquerda e não próxima da Europa (cor de viola), em primeiro lugar com 27.7%. Os partidos historicamente euro-entusiastas (Partido Popular e Partido Socialista) em queda (a queda do Partido Popular, actualmente no governo, é brutal: de 44.6 para 20.7).
Lembramos também do sucesso dos euro-cépticos na Finlândia, na Dinamarca e na Suécia (onde nas recentes eleições dobraram o número de votos). E lembramos também da Grécia, com um partido de extrema-direita que atinge 10% e a lista Tsipras acima do 30%.
Mesmo na Alemanha os euro-cépticos de Direita da AFD estão estavelmente no 10%. Já para não falar da Europa Oriental, onde as formações anti-Euro ou recolheram amplas aprovação (Polónia e República Checa) ou até conquistaram o governo (Hungria).
A crise do Euro está a produzir a maior reviravolta política desde o fim da II Guerra Mundial. Um estado de crise permanente, com as classes políticas que limitam-se a executar as ordens do FMI e do Banco Central Europeu, incapazes de encontrar uma saída que seja diversa duma "austeridade" que não dá os frutos esperados.
É interessante realçar como no geral não haja uma direcção ideológica nestas escolhas dos eleitores: não há uma viragem em prol da Direita, da Esquerda ou do Centro. Simplesmente, os eleitores apoiam forças euro-cépticas. Mais: na maior parte dos casos são forças novas, sinal da desconfiança em relação aos clássicos partidos e do definitivo enterro das ideologias históricas.
Sejam Socialista, Liberais ou Populares, os defensores da Europa estão num estado de dificuldade e em claro regresso em quase todos os lados.
Verdade seja dita: há mais de 24 anos alguém tinha previsto exactamente isso. Foi insultado, até pelos colegas de partido e obrigado a demitir-se. Agora estará a rir-se no túmulo.
O seu nome era Margaret Thatcher.
Ipse dixit.
Fonte: Guard of Angels, Rischio Calcolato, Scenari Economici
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