maldita seja a terra por tua causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida.
Gênesis 3:17Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado;
Gênesis 3:19
Gênesis 3:17Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado;
Gênesis 3:19
maldita seja a terra por tua causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida.
Gênesis 3:17
Gênesis 3:17
Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar.Não é a versão chinesa do contracto da Apple mas uma citação da Bíblia. Que calha bem nesta altura.
Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar."
Gênesis 3:19
Gênesis 3:19
Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar."
Gênesis 3:19
Gênesis 3:19
Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado;
Gênesis 3:19
Aumento da população? Crise económica? Financeira? Austeridade? Azar? Seja como for, a situação do emprego é problemática na maior parte do planeta.Gênesis 3:19
Em Portugal o desemprego encontra-se em constante subida. Em Itália as mais recentes notícias dão o desemprego que alcança níveis recordes. Na Espanha há 5 milhões de pessoas que não conseguem trabalhar, em França a taxa de desemprego subiu para 10,3% no terceiro trimestre. Na Grécia a mesma taxa é de 26%.
Até na China, dezenas de milhares de licenciados ocupam salas de espera ao longo de horas na esperança de uma entrevista, numa economia que desacelera.
Dos EUA chegam notícias aparentemente boas: em Novembro foram criados 146.000 empregos.
"Aparentemente" porque a realidade é um pouco diferente.
Este novos lugares de trabalho são a consequência do período natalício, altura em que lojas e empresas necessitam de mais funcionários. São, portanto, trabalhos temporários. E mais: entre as camadas de cidadãos mais jovens, o saldo é negativo: - 359 mil lugares de trabalhos. Na verdade, são estas camadas que mais sofreram desde que Obama entrou na Casa Branca: menos 3 milhões de empregos.
Os níveis ocupacionais destas pessoas regressaram aos dos anos '90.
Portanto, a sensação é que o trabalho diminuiu, que não haja possibilidade de ocupação para todos. Não importam o grau de preparação, o nível de escolaridade, a boa vontade: não há trabalho.
Mas é mesmo assim?
A resposta é "não".
Há trabalho disponível. E muito.
Paramos e pensamos: o que cria trabalho? Não tendo em conta as tarefas para a mera sobrevivência (caça, recolha de frutos, agricultura directa), o que cria trabalho são as exigências das pessoas.
Paradoxalmente, até um indivíduo numa ilha deserta pode encontrar trabalho ao longo duma vida inteira para melhorar as próprias condições de vida: reestruturar e ampliar a cabana, aperfeiçoar a pequena rede hídrica, a manutenção dos caminhos, criar infraestruturas, a simples exploração do território.
Numa pequena comunidade as exigências aumentam de forma exponencial: somos seres únicos, cada um com os próprios desejos, visões e fantasias.
E numa super-comunidade como a nossa? Com 7.000 milhões de indivíduos? Aqui o limite é a imaginação, o trabalho nunca pode faltar.
Mas aparentemente falta. Então algo não bate bem, deve existir algo que "estrangula" a possibilidade de trabalhar. E este "algo" é o nosso sistema, a forma como a sociedade é organizada. Um cul-de-sac, como dizem os Franceses, um beco sem saída.
Pergunta: mas todos os governantes, políticos e economistas do mundo estão loucos? Não vêem, não sabem, não percebem?
Vêem e percebem isso, tal como nós vemos e percebemos muito bem o que se passa: não são precisos os pensamentos dum blogueiro qualquer, estas são coisas que todos nós sabemos. Estamos na mesma condição do paciente que do ponto de vista racional recusa admitir a sua própria doença. Todavia, o corpo envia sinais claros, específicos, que não podem ser ignorados e não são.
Então porque estas classes dominantes, aquelas que poderiam fazer, não fazem nada?
Por duas razões:
1. porque nós não pedimos.
2. porque não há nada que possa ser feito.
Nós não pedimos. Pelo contrário, continuamos a votar neles, a bater as palmas à cada intervenção, e com isso entregamos a nossa aprovação: "Continuem assim, estamos satisfeitos". Maioria, oposição, pouco importa: é este sistema que ganha.
Depois, como afirmado, não há nada que possa ser feito: o sistema atingiu o limite. E sabemos isso também.
Sobram portanto duas soluções:
1. mudar
2. adaptar
Mudar é complicado, implica escolhas e sobretudo enfrentar o desconhecido. Porque não há um manual de instruções, quando um sistema acabar é preciso escolher caminhos que antes (possivelmente) nunca foram percorridos, não nestas condições. E o desconhecido assusta, tremendamente. Reconfortantes são os velhos hábitos, é a manutenção destes o nosso objectivo.
Muito mais cómodo adaptar a nossa vida perante a nova realidade. Algumas renúncias, alguns desconfortos, mas a ilusão está lá: será possível continuar mais ou menos como antes. Possivelmente, os velhos hábitos terão que mudar um pouco e, claro, alguém irá cair, os mais fracos e os mais azarados. Mas a maioria terá as condições para continuar, esta é a ideia.
Esta é também a mensagem que as classes dominantes tentam fazer passar: os sacrifícios são o único meio para retomar um simulacro de normalidade, menos empregos agora significam mais riqueza amanhã.
Funcionará? Sim, funcionará.
Na Grécia, por exemplo, funciona muito bem e também em Portugal são visíveis os primeiros resultados. Talvez estes não são os mesmos resultados imaginados pelos cidadãos, mas afinal querem o quê? Antes engolem sem problemas a história de que a austeridade cria desenvolvimento, depois querem saber a verdade? E trabalhar também?
Coerência, por favor.
Ipse dixit.
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