O que não é simples sem cair em repetições. Porque tudo isso é algo que já vimos, várias vezes.
As revoluções "democráticas" varreram a Líbia, o Egipto, a Síria nos últimos tempos, onde tomaram o nome de "Primavera Árabe". Mas houve mais antes destsa, conhecidas como "Revoluções Coloridas".
Em qualquer caso, o enredo é sempre o mesmo: uma organização "civil" apoiada (de forma mais ou menos oculta) pelos Estados Unidos, manifestantes (sempre pacíficos) nas ruas, reprimidos pela polícia (sempre brutal).
Nas revoluções mais importantes do ponto de vista estratégico não podem faltar alguns mortos: que são precisos, porque é esta a única forma de justificar não apenas os títulos dos jornais mas também a intervenção da ONU e da comunidade política internacional.
No geral, foi este o enredo seguido:
- na Geórgia, em 2003, com a Revolução Cor de Rosa do movimento Kmara.
- na Ucrânia, em 2005, com a Revolução Laranja e o movimento Pora.
- no Quirguistão, sempre em 2005, com a Revolução Tulipa e o movimento KelKel.
- na Bielorrússia, em 2006, com a Revolução Jeans e o movimento Zubr.
E vale a pena lembrar também algumas das revoluções fracassadas:
- a Revolução Açafrão, em Myanmar (2007);
- a Revolução Twitter, na República da Moldávia em 2009;
- A Revolução Verde, no Irão, em 2009.
Este é um ponto fundamental, pois tais "instituições" não passam de conglomerados nos quais fundem-se a política com os interesses das grandes empresas privadas. Atrás das "instituições", das quais fazem parte políticos Republicanos e Democratas, há o financiamento de fundações: e estas estão directamente ligadas a empresas com interesses abrangentes.
É o caso do National Endowment for Democracy, financiado pela John M. Olin Foundation (da Olin Corporation: produtos químicos) e pela Bradley Foundation (do grupo Rockwell, um dos maiores dos EUA).
Mas a lista é comprida, com instituições e fundações que apresentam entre as suas fileiras políticos, empreendedores, banqueiros, investidores. É esta a elite que decide as mudanças de regime nos vários Países.
Como irá acabar na Ucrânia? Não sabemos. Por enquanto registamos algumas dezenas de mortos (segundo os media ocidentais) e o facto do País viver já a sua segunda "Revolução" (a primeira foi em 2005). Quanto ao resto, pouco ou nada há para acrescentar: é esta uma daquelas ocasiões nas quais os pormenores significativos serão revelados com o tempo, quando já ninguém ligar ao assunto. Agora, no pico da tensão, quem fala mais alto é o sangue dos "mártires".
Única previsão fácil: caso não ocorra uma mudança de poder, haverá uma nova "Revolução" no prazo de poucos anos, porque Ucrânia significa também "gás". Muito gás.
O resto, como afirmado, não passa dum triste dèjá vu.
Ipse dixit.
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