O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, comentou nesta segunda-feira (7) a ameaça do governo dos Estados Unidos de ampliar uma tarifa adicional de 10% a “qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics”.

“Quem tem medo do lobo mau?”, declarou em entrevista à CNN. Segundo Amorim, uma eventual taxa adicional seria um “tiro no pé”. À CNN, ele ainda disse que o governo brasileiro tem “muita vontade” de conversar sobre o assunto com a gestão norte-americana.

“Não é assim, né? Tarifa, para nós, é uma coisa que tem que obedecer às regras da OMC. Tarifas têm que ser negociadas, não são impostas assim por um país unilateralmente. Eu acho que não temos que viver num mundo de vontades individuais, mas num mundo negociado”, opinou.

O auxiliar de Lula ponderou, ainda, que nem todas as ameaças e promessas de impacto feitas por Trump se concretizam, e o que importa, segundo ele, é a promessa da OMC de “reconstruir o mundo multilateral”.

Além disso, Celso Amorim, fez uma previsão ao jornal O Globo: na avaliação dele, que já foi ministro das Relações Exteriores nos primeiros mandatos de Lula, órgãos como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e o “banco do Brics” (NDB), hoje chefiado pela ex-presidente Dilma Rousseff, “acabarão tomando o lugar do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial” na ordem global.