Estranhei muito a matéria de Capa da Zero Hora de Hoje. Do nada, perdigueiros da RBS foram atrás de papel impresso no Estacionamento da Assembléia Legislativa. Pela quantidade de cartilhas e papel que narram ter encontrado, o custo de tudo junto, talvez desse pra pagar o que mesmo? Um anúncio da Zero Hora? Ia faltar dinheiro. Não vi manchetes escandalosas como esta no caso dos Incentivos Fiscais de mais de 9 bilhões, para empresas que deveriam gerar empregos, mas que não os geram. Por isto coloquei meu tico e teco a conversarem e eles concluíram o seguinte:

O Rio Grande passa por uma crise sem precedentes. O relapso governo Sartori não faz absolutamente nada para estancar a crise, a não ser fechar Fundações cujo custo é ínfimo se comparado com os mais de 9 bilhões de incentivos que deu só neste ano a grandes empresas. O mesmo Sartori tenta emplacar também a Venda da CEEE, CRM E SULGÁS e “federalizar” o BANRISUL para que Temer o venda a troco de banana. Mas a matéria de capa da Zero Hora é sobre o suposto desperdício de dinheiro com impressão de Cartilhas e publicações de Deputados Estaduais. E para tanto colocou seus perdigueiros a farejarem papel velho no estacionamento da Assembléia Legislativa. Como a própria matéria diz, há material ali que supostamente remonta 2014. São 3 anos ou mais. Por que só agora a Zero Hora faz uma matéria deste tipo? Simples.Duas coisas descontentaram os Sirotsky e a turma que é “pautada” pela  RBS. Uma delas é o fato de que as Estatais de Energia ainda não foram vendidas para seus parceiros da iniciativa privada, por que felizmente muitos deputados estão sensíveis e não querem deixar vender o “futuro do Rio Grande”, como quer o Governo Sartori. E há também uma outra coisa que deixou a turma da RBS e seus amigos “chateados”. Aqui o golpe de eliminar o PT até do comando das casas legislativas, não se concretizou e a grande maioria dos Deputados resolveu manter o acordo possibilitando que Edegar Pretto do PT assumisse a Presidência da Assembléia. A RBS se constitui num poder paralelo, muito perigoso. Nos últimos anos esta companhia tem hoje dois dos três senadores eleitos, tem o Governador que esta promovendo o desmonte diuturno e desavergonhado do Estado, mas parece não estar satisfeita e saiu a campo para pressionar os Deputados. O recado dado aos Deputados pela RBS nesta matéria  é claro: “Se vocês não fizerem o que nós queremos, nós temos coisas contra vocês para publicar”. Resta saber se os Deputados vão se dobrar a esta ameaça e se a Política de Comunicação da Assembléia Legislativa continuará destinando polpudos recursos a esta mídia nada republicana e nada democrática, que vive do erário público a lhe destinar polpudos recursos de publicidade. A RBS não é imprensa “independente”. Ela é um Partido Político enrustido.

Aliás, alguém já viu a Zero Hora ou a RBS darem grandes manchetes como esta para a Zelotes, a operação que investiga um Esquema de Corrupção 100 vezes maior que a Lava Jato? Pois então…

Em todos os grandes países do mundo há Leis que regulam a atuação da mídia. Inclusive na meca capitalista, os EUA. Aqui no Brasil não há nenhuma lei. E também não há impostos sobre a mídia. Concessões, que são públicas, por sua ampla cobertura midiática, são usadas para eleger e derrubar governos de forma desavergonhada. No Brasil somente 6 famílias controlam mais de 80% dos grandes meios de comunicação. Não pagam impostos e ainda se locupletam com polpudos recursos públicos. Ou tu pensas que aquela propaganda toda do BANRISUL é de graça? E a mesma RBS que recebe altas somas em dinheiro com a publicidade do Banrisul, das Estatais e do Próprio Governo,  ataca os patrocinadores de forma descarada. Ou qual seria a razão para citar que a maioria das caixas de cartilhas encontradas são da CORAG, Empresa Estatal Gráfica? Não citou as marcas de outras caixas por que? Talvez seja por que a Zero Hora vende cada vez menos e a RBS esta querendo vender o material gráfico da Assembléia também. É. Pode ser. Mas isto é café pequeno diante da ameaça política a democracia, que representa esta grande mídia oligárquica.