Esquerda da Ciranda ou a volta dos que nunca foram
30 de Dezembro de 2017, 9:52Ali no Leblon/Ipanema ou nos Jardins sempre surgem umas figuras que reforçam um estereótipo de uma esquerda que não sabe o que é a luta de classes.
Por Arnóbio Rocha
Direita produz caos para impor sua política
21 de Dezembro de 2017, 11:26Faz alguns anos, a escritora canadense Naomi Klein publicou um livro de grande interesse para entendermos o tempo em que vivemos. Chama-se A Doutrina do Choque. O livro mostra em detalhes várias situações em que um mesmo modo de operar foi utilizado por forças reacionárias para impor “ajustes” que os cidadãos rejeitariam em condições normais. O modo de operar é aproveitar ou criar um clima de choque.
Ela diz que esse é o “método preferencial para promover os objetivos das corporações: aproveitar os momentos de trauma coletivo e implementar uma engenharia social e econômica radical.”
Ela compara essa técnica – utilizada para forçar multidões, comunidades, países inteiros – com a técnica de submissão aplicada aos prisioneiros, torturados para fornecer informação aos “serviços de segurança”. São técnicas desenvolvidas durante décadas por equipes de “pesquisadores da tortura”, ligados a organizações criminosas de estado, como a CIA americana e a polícia secreta israelense.
É muito útil para nós, neste momento, ouvirmos a palavra de Klein:
A tortura, ou “interrogatório coercitivo” no linguajar da CIA, é um conjunto de técnicas destinadas a colocar os prisioneiros em estado de profunda desorientação e choque, de modo a obrigá-los a fazer concessões contra a própria vontade. A lógica que norteia os procedimentos foi elaborada em dois manuais da CIA que se tornaram públicos na década de 1990. Neles, está explicado que o melhor modo de quebrar as “resistências” é promover rupturas violentas entre o prisioneiro e a sua habilidade para compreender o mundo à sua volta. (36) Em primeiro lugar, privando-o de qualquer tipo de contato (utilizando capuz, tapa-ouvidos, algemas, total isolamento), e depois bombardeando seu corpo com estímulos exagerados (luz estroboscópica, música estridente, pancadas, eletrochoque). O objetivo desse estágio “suave” é provocar uma espécie de furacão dentro da mente: prisioneiros ficam tão regredidos e assustados que perdem a capacidade de pensar racionalmente e proteger os próprios interesses. É nesse estado de choque que a maioria dá aos interrogadores aquilo que estão querendo – informação, confissão, renúncia a crenças anteriores.
E ela esclarece: aquilo que funciona com esse indivíduo preso funciona também quando aplicado a coletivos, a grandes comunidades, como se elas também estivessem aprisionadas e submetidas a tratamento de interrogatório forçado:
Como o preso aterrorizado que entrega os nomes de seus companheiros e renuncia à própria fé, as sociedades em estado de choque frequentemente desistem de coisas que em outras situações teriam defendido com toda a força.
A doutrina do choque imita esse processo de forma meticulosa, procurando atingir numa escala maciça o que a tortura faz individualmente nas celas de interrogatório.
Em 1996, um documento da defesa americana já resumia essa técnica, utilizada em invasões, sabotagens e processos através dos quais o governo americano, diretamente ou através de forças manipuladas, tentava impor suas metas a outros países:
“Domínio significa a capacidade de afetar e dominar a vontade do adversário, tanto física como psicologicamente. Domínio físico inclui a capacidade de destruir, desarmar, perturbar, neutralizar e tornar impotente. Dominação psicológica, a capacidade de destruir, derrotar e castrar a vontade de um adversário para resistir; ou convencer o adversário a aceitar nossos termos e objetivos sem usar a força. O alvo é a vontade do adversário, sua percepção e compreensão. O principal mecanismo para se atingir este domínio é impor condições suficientes de “Choque e pavor” sobre o adversário para convencer ou obrigar a aceitar nossos objetivos estratégicos e objetivos militares. Devem ser empregadas a mentira, confusão, informação falsa e desinformação, talvez em quantidades maciças.” [Shock and Awe – Achieving Rapid Dominance – do Defense Group Inc. for The National Defense University]
Atenção, leitor. Até agora falamos mais de “aproveitar a crise” para impor políticas que, em tempos normais, seriam recusadas. Mas no exemplo do prisioneiro, não se trata apenas de aproveitar a crise, mas de produzir a crise. Também na vida política se faz assim.
Vamos lembrar o que dizia um famoso guru neoliberal Milton Friedman, amigo e conselheiro de Pinochet e dos militares argentinos:
“Somente uma crise – real ou percebida como real – produz mudança de fato. Quanto essa crise ocorre, as ações dependem de ideias que estão disponíveis no momento. Acredito que essa é a nossa função básica: desenvolver alternativas para as políticas existentes, manter essas alternativas prontas e disponíveis até que aquilo que antes parecia politicamente impossível se torna politicamente inevitável”. (Milton Friedman – Prefácio à edição 1982 de Capitalism and Freedom, University of Chicago Press)
O que aconteceu no Chile, laboratório de Friedman, não foi um “aproveitamento” da crise. Foi a produção deliberada de uma crise, por meio de sabotagem ampla, geral e irrestrita. Se quiser alguns detalhes veja essa estória: http://brasildebate.com.br/chile-brasil-e-as-reformas-a-prova-de-mudancas-politicas/.
No Chile, como no Brasil, na Venezuela, no Egito, na Ucrânia… em muitos lugares do mundo, as grandes corporações e o governo americano produziram a crise, sabotaram o país para criar o ambiente que desarvorou a resistência e impôs as reformas que eles pretendiam.
Do outro lado, o desafio da resistência é perceber como evitar a produção da crise encomendada, como enfrentar as armadilhas dos torturadores, que possuem armas, recursos, mídia, aparatos de estado. Mas esse tema – como enfrentar os torturadores – é assunto para outro artigo. Voltaremos a ele.
Senado comprova: as instituições estão funcionando perfeitamente
17 de Outubro de 2017, 21:24 - sem comentários aindaQuem não se engana sabia que os iguais fariam o que fizeram. As instituições funcionam perfeitamente. Para a Casagrande vassala e entreguista!
Não me venham com coxinhadas nem mortadeladas. A absolvição do moleque era fava contada
Todos que não se iludem e não fazem isso com os outros sabiam que o senado absolveria o moleque.
"Com STF, com tudo!"
Já se esqueceram?
Não?
Por que seguem se iludindo, então?
As instituições funcionam perfeitamente. Só resta aos da senzala entender que elas (instituições) não foram feitas para eles.
As instituções neste país de bananas são da Casagrande, para a Casagrande e pela Casagrande.
Pode me xingar, mas não vou posar de surpreso ou indignado. A direita sempre se defende. Quem fode com companheiro, com seu igual, é a esquerda.
Ah! E fica sentadinho aí acreditando em pesquisa. Não haverá eleição em 2018.
A crença na realização delas só serve para desmobilizar mais ainda a resistência popular
Maia articula com aliados para aprovar denúncia contra Temer
16 de Outubro de 2017, 15:00Conversas com os principais adversários de Temer aumentam risco de queda do governo ainda neste mês.
Por Redação – de Brasília
Aumenta fosso que separa o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente de facto, Michel Temer. As declarações do advogado do peemedebista, Eduardo Pizarro Carnelós, críticas à determinação de Maia para que os vídeos da delação premiada do doleiro Dilson Funaro, entornaram o caldo. Segundo na sucessão presidencial, Maia não escondeu sua decepção com o primeiro mandatário, em recente jantar na companhia dos senadores Renan Calheiros e Kátia Abreu. Ninguém menos do que seus maiores críticos no PMDB.
Maia tem articulado, nos bastidores, a composição de um ministério para substituir o atual governo Temer
Entre um e outro acepipe regado a vinho fino, Temer foi servido no prato principal, acompanhado das dúvidas quanto às chances de sobreviver à segunda denúncia. Segundo vazou para a mídia, nesta segunda-feira, o assunto estava tão saboroso que chegaram a tratar dos cargos em um possível governo Maia.
‘Criminoso’
Deputados da confiança de Rodrigo Maia, presentes ao jantar, confirmaram que, na eventual gestão do deputado, o chefe do gabinete da Presidência da República, seu contraparente, Moreira Franco seria poupado da degola. Permaneceria no governo, com foro privilegiado — para não cair na Vara Federal do juiz Sérgio Moro — mas distante do Planalto.
O presidente da Câmara confirmou sua presença no jantar, oferecido pela senadora Kátia Abreu. Negou, porém, que a formação de um novo governo.
— Recomposição (do governo) não tratamos. (Falamos sobre o) jogo do Botafogo — disse o torcedor do alvinegro carioca. Este também foi a alcunha com a qual foi citado na lista dos políticos que receberam propina da Construtora Norberto Odebrecht.
Não pode chegar em melhor hora, para Maia, a gafe do advogado de Temer. O compasso foi perfeito para que o sucessor do substituto de Dilma Rousseff (PT) não economizasse nas críticas ao possível sucedido. Maia disse que se sentiu agredido por Carnelós, depois que o advogado classificou a divulgação do depoimento de Lúcio Funaro era “criminoso”.
Incompetência
Em nota, o advogado afirmou ser “evidente que o criminoso vazamento foi produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no país”. Acontece que os vídeos foram publicados no site da Câmara, com a autorização de Maia.
— Não estavam sob sigilo — alegou o presidente da Câmara.
Nesta segunda-feira, após alertado para a repercussão da nota, o advogado negou saber que os vídeos estão disponíveis site da Câmara. Na tentativa de reduzir o dano causado, ressaltou que “jamais quis imputar crime a Rodrigo Maia”. Disse isso depois que Maia o chamou de “incompetente e irresponsável”. Na mesma linha, avisou que Carnelós será “processado pelos servidores da Câmara”. Maia também não poupou Temer:
— Uma pena o presidente do Brasil constituir este advogado na sua defesa. Incompetência é pouco pra justificar as agressões do advogado. A defesa do presidente recebeu todos os documentos. Nunca imaginei ser agredido pelo advogado do presidente Temer. Depois de tudo que eu fiz, esta agressão não faz sentido. Daqui para frente vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão.
Liberado
Temer anda tão desmoralizado no país que ser chamado de “capitão do golpe” e chefe da “quadrilha do PMDB” não significa um atentado contra sua honra. Nesta segunda-feira, o presidenciável do PDT, ex-ministro Ciro Gomes, foi absolvido na Justiça Federal, em Brasília, da acusação de ter atentado contra sua dignidade ao tê-lo chamado de quadrilheiro. O juízo entendeu que Ciro dirigiu críticas a um adversário no momento em que a política está conturbada.
Tão conturbada quanto a vida de um dos principais aliados do peemedebista. Ainda nesta manhã, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação na Câmara dos Deputados. A ação ocorreu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem como alvo o gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima. Trata-se do irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, atualmente encontrado no Presídio da Papuda.
Lavagem de dinheiro
As buscas ocorreram como parte da investigação ligada a R$ 51 milhões. A fortuna foi encontrada pelas autoridades num apartamento, em Salvador, ligado ao político. Geddel foi preso em julho, após a PF fazer a maior apreensão de dinheiro em espécie da história.
O imóvel em que o dinheiro foi encontrado teria sido emprestado a Lúcio e era usado por Geddel. Em setembro, por haver indícios do envolvimento do deputado, que tem foro privilegiado, as investigações foram remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília. Segundo decidiu, “não se pode excluir de plano a participação de Lúcio Vieira Lima no ilícito de lavagem de dinheiro”.
Geddel é investigado na Operação Cui Bono, que apura desvios de recursos na Caixa Econômica Federal. A primeira fase, deflagrada em 13 de janeiro deste ano; investigou um esquema de fraude na liberação de créditos no período entre 2011 e 2013. De acordo com a investigação, entre março de 2011 e dezembro de 2013, a vice-presidência de pessoa jurídica da instituição era ocupada por Geddel Vieira Lima.
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Reação da 'querida' promotora faz Requião propor revisão do tratamento de 'doutor'
14 de Setembro de 2017, 20:21Por conta do incidente envolvendo ontem, em Curitiba, Luís Inácio Lula da Silva e uma promotora da Lava Jato, durante depoimento do ex-presidente, o senador Roberto Requião anunciou nesta quinta-feira, 14, no plenário, que vai propor a eliminação do tratamento cerimonioso para as autoridades, preservando apenas os clássicos “senhora” e “senhor”, comum em grande parte dos países.
Ouça o senador.
Fonte: http://www.robertorequiao.com.br/requiao-desafia-mp-e-judiciario-a-investigar-tambem-os-bancos/