Tragédia da Muzema completa um mês
12 de Maio de 2019, 12:55Os prédios eram construções irregulares e ilegais que haviam sido interditados duas vezes, no final do ano passado e em fevereiro deste ano.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
Completou um mês neste domingo o desabamento de dois prédios no Condomínio Figueiras do Itanhangá, na comunidade da Muzema, em Jacarepaguá, Zona Oeste da capital fluminense, que deixou 24 mortos e centenas de desabrigados. Os prédios eram construções irregulares e ilegais que haviam sido interditados duas vezes, no final do ano passado e em fevereiro deste ano. Duas pessoas feridas no desabamento seguem internadas e têm pacientes estáveis, informou a Secretaria Municipal de Saúde do Rio.
Desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, deixou mortos e feridos
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação informou que, até o momento, não recebeu nenhum encaminhamento de moradores da Muzema para receber o Auxílio Habitacional Temporário (AHT) que se enquadram na lei. A secretaria salientou que o AHT, ou aluguel social, é regido por lei e, para recebê-lo, o cidadão precisa atender aos pré-requisitos previstos. Na última semana, foram desocupados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação três prédios na região de Muzema.
No último dia 16 de abril, a Justiça acatou pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e proibiu a realização de obras e novas construções na região. Foi proibida também a venda de qualquer imóvel ou terreno no local.
O prefeito Marcelo Crivella anunciou que serão demolidos, no total, 16 prédios localizados na região da Muzema. Crivella anunciou ainda a criação no local de um parque em área de preservação ambiental, em memória das 24 vítimas do desabamento.
Balanço
O balanço apresentado pela prefeitura do Rio revela que a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) permaneceu na Muzema com uma base até o dia 18 de abril. A partir dessa data, as famílias passaram a ser atendidas no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Cidadania Rio das Pedras, em Jacarepaguá.
No dia 24 de abril, a prefeitura carioca demoliu o prédio de três andares que desabou, de forma manual, para evitar abalos estruturais nos edifícios do entorno. No dia 30, iniciou a demolição do segundo prédio que caiu no Condomínio Figueiras do Itanhangá, na Estrada de Jacarepaguá, 370. A expectativa é que os serviços sejam concluídos no final deste mês de maio, envolvendo 60 trabalhadores de diversos órgãos municipais. Laudo da Defesa Civil realizado após o incidente apontou que as duas construções tinham risco iminente de colapso e deveriam ser demolidas imediatamente.
Desde o desabamento dos prédios na Muzema, a Guarda Municipal do Rio (GM-Rio) mantém equipes atuando diariamente na região, informou a prefeitura carioca. Na última sexta-feira, o efetivo empregado foi da 7ª Inspetoria, que atua nas ações de patrulhamento dos bairros da região. Os guardas municipais atuam em apoio às ações do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, entre outros órgãos, focando no isolamento da área, apoio aos agentes e no suporte aos cidadãos.
Após a interdição dos dois prédios vizinhos ao desabamento, a Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do município se mantém em estágio de plantão para atender as equipes da Secretaria de Conservação que realizam a demolição do último imóvel.
A Defesa Civil municipal atende a chamados da população pelo número 199. Nos últimos dois dias, o órgão realizou 51 vistorias estruturais em imóveis do conjunto em apoio à Coordenadoria de Operações Especiais (COE), da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (SMIH). Nas duas inspeções não foram constatados riscos estruturais iminentes que apontem para interdições emergenciais, informou a assessoria de imprensa da prefeitura.
O balanço apresentado pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlubr) mostra que foram removidas, na região do Itanhangá, 3.300 toneladas de resíduos. Segundo a Comlurb, a rotina na Muzema e Tijuquinha voltou com a coleta domiciliar, varrição e remoção de resíduos diariamente. A operação conta com apoio de um caminhão compactador, quatro basculantes e uma pá carregadeira, além de equipe de até 15 garis.
Suspeitos
Três milicianos suspeitos de construção e venda dos apartamentos irregulares na Muzema estão foragidos. Eles são acusados de homicídio com dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar. A polícia está a procura de José Bezerra de Lira, conhecido como Zé do Rolo; Renato Siqueira Ribeiro; e Rafael Gomes da Costa.
O Senhor das armas
11 de Maio de 2019, 10:17Irresponsabilidade. Como um grupo de bandoleiros, parlamentares aplaudem o presidente guerreiro que liberalizou o uso de armas num país violento. Até os evangélicos, num momento de lucidez, se assustaram e querem a retirada do Decreto. Nota do Editor do DR.
Editorial da Revista Sera? – em Recife
Primeira bronca dos evangélicos no PresidenteA cena é aterrorizante: grupo de parlamentares ao lado do Presidente da República sorrindo e fazendo o sinal de uma pistola atirando, no momento em que o chefe de Estado assinava o decreto que libera o porte de arma de fogo para várias categorias e segmentos da sociedade.
A cena é aterrorizante: grupo de parlamentares ao lado do Presidente da República sorrindo e fazendo o sinal de uma pistola atirando, no momento em que o chefe de Estado assinava o decreto que libera o porte de arma de fogo para várias categorias e segmentos da sociedade.
Embora este governo não tenha uma cara nítida e consistente, esta é a mais fiel imagem do presidente da República, que parece disposto a transformar o Brasil numa num faroeste tropical. Num total desacordo com o Estatuto do Desarmamento, o decreto escancara as possibilidades de porte de arma de fogo, num país com grandes tensões sociais e elevados índices de violência.
Além disso, autoriza o porte para políticos em exercício de mandato, advogado, oficial de justiça, caminhoneiro, agente de trânsito, entre outros, criando as condições para explosão da violência no Brasil.
E como autoriza o porte para colecionador de arma e sócio de clubes de tiro, basta que o cidadão se matricule num desses clubes e registre a sua arma para poder circular armado pelas ruas das cidades. O decreto ainda libera para compra de até cinco mil munições anuais por pessoa, quase um arsenal privado de alto risco.
Felizmente o presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia, está pedindo um parecer técnico para demonstrar inconstitucionalidade do decreto e a base evangélica do Congresso, normalmente bolsonarista, percebeu a irresponsabilidade da medida e se articula para forçar uma retirada da medida.
Em pouco mais de quatro meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro e sua entourage, com destaque para os filhos neuróticos, se limita às sistemáticas e permanentes agressões contra o “fantasma do comunismo”. Excetuando a proposta de Reforma da Previdência e de medidas de liberalização da economia, quase um governo paralelo que avança apesar do Presidente, o governo Jair Bolsonaro é um desastre político e social e uma ameaça ao futuro do Brasil.
Publicado na Revista Será?, do Recife, como editorial.
Direto da Redação é um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.
Mais de 5 milhões de brasileiros passam fome desde o golpe de Estado, em 2016
6 de Maio de 2019, 7:45No Brasil, 2,5% da população passou fome em 2017. Isso corresponde a 5,2 milhões de pessoas. O Brasil só saiu do mapa da fome em 2014, mas voltou após a crise gerada no golpe de Estado, em 2016.
Por Clara Dawn–Portal Raízes – de São Paulo
Com a concentração de riquezas nas mãos de uma pequena parcela da população, a FOME É O MAIOR PROBLEMA SOLUCIONÁVEL num mundo onde 821 milhões de pessoas passam fome, segundo a ONU. No Brasil 5,2 milhões de pessoas não têm o que comer.
O número de brasileiros em condições miseráveis aumentou, exponencialmente, após o golpe de 2016
O relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2018, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mostrou que a fome aumentou no mundo. No ano passado, 821 milhões de pessoas passavam fome em todo o planeta. Este é o terceiro ano consecutivo com aumento deste número, segundo a FAO.
O relatório cita como as principais causas do avanço da subnutrição os conflitos armados, crises econômicas e fenômenos naturais extremos, como secas e enchentes.
Mapa da fome
No Brasil, 2,5% da população passou fome em 2017. Isso corresponde a 5,2 milhões de pessoas. O Brasil só saiu do mapa da fome em 2014, quando o índice de pessoas ingerindo menos calorias que o recomendado caiu para 3% da população.
E, segundo o relatório Luz da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, realizado pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil, o Brasil corre o risco de ser reinserido no mapa da ONU. Por que há tanta fome? Por que somos essencialmente infelizes? A resposta é simples, mas a solução é complexa.
Somos essencialmente infelizes porque não somos livres. Livres, no sentido integral da palavra ‘liberdade’. Tudo o que somos nos foi imposto: o lugar onde nascemos, os nossos pais, o nosso nome, a nossa religião, a nossa cultura, os nossos ideais, as nossas crenças e até os nossos entretenimentos, como o time de futebol que vamos torcer quando crescer.
Fronteiras
Decidem por nós pelo que devemos chorar, pelo que devemos sorrir (e como sorrir). Incutem em nós que a felicidade está no que se pode conquistar materialmente e ai daqueles que, por ‘rebeldia’, não se encaixam nos moldes desta idiotia. Ora, eu seria feliz se pudesse ir trabalhar de bermuda e de chinelos. Por que não?
Somos, sim, desde crianças autômatos controlados por outrem e, assim, somos servos voluntários de um consumismo cada vez mais capitalista e jamais, jamais dialético. Quando o homem se fez gente, infincou bandeiras e ergueu muros, como se tivesse o direito de fazê-lo por si só numa terra que naturalmente não lhe pertencia. Assim nasceram as fronteiras, as novas línguas, novas culturas e metodologias de existir…
No entanto, todos os esses ‘novos’ mundos foram consolidados, e ainda são, sobre um sistema regido pela vaidade, pela sofisma, pela ganância, pelo bem supremo das classes dominantes(maioria) em detrimento de minorias: os trabalhadores, os que produzem toda a riqueza da Terra.
Consciência
Comungo com Carl Marx do conceito de felicidade. Como ser feliz em um mundo de injustiças sociais? Marx responde que é impossível. Como sermos plenamente felizes se não temos liberdade para coisa alguma? Se há muros cheios de placas de advertências indicando que não temos o direito de estar ali. Ora, por que não? Quem deu a esses seres o direito maior de serem donos de um patrimônio naturalmente pertencente a todos? A Terra é nossa. É todos, irmãos. E pessoa alguma, repito, pessoa alguma, tem dela o monopólio legal. A Leis que regulamentam o contrário, por quem foram instituídas e a quem, na prática, favorecem?
Ora, não somos felizes e jamais seremos até que tenhamos a consciência de que nossa liberdade integral também é nosso direito e que por isso vamos exercê-la. Seremos livres quando ao invés de somente obedecermos as leis passarmos a ser membros participativos na criação delas.
Então seremos livres para viver onde se bem quiser, livres para ter fé no que quiser, livres para amar quem se quiser, livres para ser quem realmente se é… Todos livres, libertos de todo tipo opressão: moral, social, psicológica, econômica, política, étnica, de gênero, de sexualidade. Enfim, livres. E logo, felizes.
Minorias
Não, eu não sou feliz. Uma vida ‘normal’ é superestimada. Algumas pessoas não são predestinadas à felicidade, mas à luta. Porque têm a vocação natural de acreditar que é impossível ser feliz de verdade num mundo onde a riqueza de poucos é fruto da exploração e opressão de tantos.
Por isso eu só acredito no que eu sinto. Se eu sinto, faz sentindo. Logo eu só acredito na luta. É a luta que me dá sentido. É a luta que dá sentido à vida. A luta é a força toda poderosa que move o mundo e o transforma.
Seremos felizes num mundo onde amos não existem, onde as leis são feitas para a equidade universal e os infratores são julgados por conselhos populares e não por juízes corruptíveis.
Para que isso aconteça, só mesmo uma revolução. Os de baixo derrubando os de cima. Impossível, você pode pensar. Sim, a revolução é impossível, dizia Trotsky, até que se torne inevitável. E o que mais precisamos sofrer para que nós, as minorias exploradas, enxergarmos que já tornou-se inevitável?
Esta é somente a minha opinião e não a torno pública com a intenção de conversar as pessoas a pensarem como eu, mas sim, para dizer aquelas que comungam comigo desse pensamento, que elas não estão sozinhas.
Clara Dawn é romancista, psicoterapeuta; palestrante com o tema: “Prevenção aos transtornos mentais e ao suicídio na adolescência”. É editora-chefe no Portal Raízes (portalraizes.com).
Seguidinha de novelas bíblicas prejudica resultados da Record
29 de Abril de 2019, 15:42Será que a insistência em colocar uma bíblica atrás da outra não acaba tornando todas muito iguais? Não estaria o público deixando de se surpreender com algo um pouco diferente?
Por Flávio Ricco – do Rio de Janeiro
Colaboração – José Carlos Nery
Esta é uma questão que, na boa, a Record deveria examinar com maior cuidado.
Hoje, não há como questionar, com Jezabel ela tem no ar um dos melhores trabalhos da sua teledramaturgia dos últimos tempos. Os primeiros capítulos levados ao ar revelaram um nível de qualidade que impressionou positivamente a todos.
Lidi Lisboa é a protagonista de “Jezabel”, um dos melhores trabalhos da dramaturgia da Record nos últimos temposAgora por que a audiência, pelo menos até aqui, e sem considerar os resultados de sexta-feira, não corresponde à altura?
É uma resposta que a sua direção deve buscar. Um dos problemas pode estar na montagem da sua programação. Entre o Cidade Alerta, que normalmente termina com números em alta e a exibição de Jezabel, tem a reprise de A Terra Prometida no meio.
Será que a insistência em colocar uma bíblica atrás da outra não acaba tornando todas muito iguais? Não estaria o público deixando de se surpreender com algo um pouco diferente?
São respostas que devem ser buscadas. Jezabel, por tudo que está mostrando, merece um resultado melhor do que vem conquistando.
TV Tudo
Desconforto
O problema, ainda em se tratando de Record, é que ela vive um emaranhado político dos mais complicados. E um certo desencontro para saber quem realmente está à frente de tudo.
Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo, que até então vinha interferindo apenas nas novelas, passou a avançar em outras direções. E por ser quem é, uma voz que ninguém ousa divergir.
Mais do que nunca
Há um trabalho em prática que visa recolocar a Band novamente em condições de competir no campo esportivo. Não nas mesmas condições do passado, mas dentro das possibilidades atuais.
O problema é que dentro dela mesmo tem muita gente jogando contra. Os mesmos de muito tempo sempre querendo colocar dificuldades.
Bola pingando
Ainda do campo esportivo, nenhuma TV até agora, entre maiores e menores, se interessou em transmitir a Série C do campeonato brasileiro.
A informação é que a DAZN, dona dos direitos, até chegou a procurar algumas emissoras, mas com nenhuma a conversa avançou.
Pan de Lima
A Record pretende definir ao longo desta semana todo o plano comercial dos Jogos Pan-Americanos de Lima, Peru.
Para o período, 26 de julho a 11 de agosto, com exclusividade na aberta, será garantida a transmissão de seis horas diárias. No mínimo.
Detalhe
Aos jornalistas convidados para participar do café da manhã com o presidente Bolsonaro, na semana passada, foi solicitado que todos deixassem o celular do lado de fora.
As canetas, tudo bem, puderam entrar.
Marcão na Band
Marcão do Povo, apresentador do SBT, está com negociação praticamente fechada para comandar um programa na rádio Nativa FM, emissora do Grupo Bandeirantes.
A informação é que só falta assinar.
Mais uma baixa
Na semana passada, a Rede TV! dispensou os serviços de Rafael Bezerra, profissional respeitado no meio, com passagens importantes em outras emissoras.
Era o seu diretor de aquisições.
Dedicatória
Olha a mensagem deixada por Aguinaldo Silva no final do capítulo 152 de O Sétimo Guardião:
“E aí a câmera desvia e por sobre o ombro de Elizabeth Savala, a maior de todos os tempos…”.
Um reconhecimento público do autor ao trabalho da atriz, nesta e em outras tantas novelas.
Novo quadro
Isso Deu o Que Falar é o novo quadro que o César Filho vai passar a apresentar no Hoje em Dia, na Record, relembrando fatos que caíram no esquecimento.
Muito desse trabalho está sendo feito em externa e deve ir ao ar já a partir desta semana.
Bom começo
Malhação: Toda Forma de Amar, que conta com a participação de Caroline Dallarosa como a Anjinha, já se destaca na programação da Globo.
Recordes de audiência no Rio de Janeiro e bons índices em São Paulo, entre outras praças.
Bate – Rebate
· Márcio Gomes, do jornalismo da TV Globo, é um dos alvos principais da CNN Brasil.
· De volta para a TV, Vivi Romanelli e Charles Daves estarão juntos na apresentação do Dois em Um, programa do canal fechado Climatempo…
· … O programa vai funcionar como uma revista eletrônica com pautas de saúde, moda, comportamento, beleza e variedades apresentado no início da tarde…
· … Será exibido, a partir da próxima segunda-feira, das 12h30 às 13h30.
· O Jornal da Record estreia nova série do repórter Luiz Carlos Azenha gravada na Tailândia.
· A comédia Lucicreide vai pra Marte, produzida e estrelada por Fabiana Karla, tem lançamento previsto para o próximo semestre nos cinemas…
· … Um trabalho que contou inclusive com filmagens no Kennedy Space Center, o parque da Nasa na Flórida…
· … Adriana Birolli, atualmente em Jezabel, também integra o elenco do filme.
· Tom Cavalcante estreia nesta segunda-feira, às 22h30, a quarta temporada do Multi Tom no Multishow…
· … Entre as novidades, o quadro Tá ok, Brasília?!, no qual o artista se caracteriza como o presidente Jair Bolsonaro, o “Tomsonaro”.
C´est fini
Uma das cidades cenográficas de A Dona do Pedaço, substituta de O Sétimo Guardião, finalmente foi liberada para gravações – a que reproduz o bairro do Bixiga em São Paulo. Por lá já entraram em ação os personagens de Juliana Paes, Marco Nanini, Suely Franco, entre outros.
Escrita por Walcyr Carrasco e com direção artística de Amora Mautner, a trama estreia dia 20 de maio.
Ficamos assim. Mas amanhã tem mais. Tchau!
Benzinho, assunto de família
13 de Abril de 2019, 12:00A família voltou ao centro da política, como mote para os debates ou embates eleitorais, como objeto da ação do governo, como organização administrativa do Estado, como objeto de políticas públicas. Valores, conceitos e preconceitos passaram a circular nos debates e iniciativas.
Clemente Ganz Lúcio1
“Não tenho qualquer outra coisa para ensinar”
Osamu, personagem do filme Assunto de Família
Dois filmes lançados recentemente destacam muitas questões em torno da família e proporcionam oportunidade de uma observação crítica.
“Benzinho”, filme nacional dirigido por Gustavo Pizzi, é um deles. Irene é uma empreendedora (vendedora ambulante) que busca uma ocupação assalariada. Klaus, um empreendedor (livreiro) que sonha com um negócio maior. O casal tem quatro filhos e um deles é convidado para jogar na Alemanha. A família vive condições e oportunidades diferentes, sonha, tem um cotidiano de lutas, esforços nos limites impostos pelos contextos diversos. Uma história cheia de complexidades individuais, coletivas, situacionais.
No japonês “Assunto de família”, dirigido por Hirokazu Kore-Eda, Osamu é operário da construção civil e Nobuyo, empregada em uma lavanderia. Os dois vivem em local paupérrimo e apertado, junto com o filho pré-adolescente, Shota, a irmã mais velha de Nobuyo e a avó Hatsue. A essa família será integrada a menina Yuri. O filme vai revelando como é tecido e o que tece os elos dessa unidade familiar. Que família é essa? Quais emoções compõem a rede que une e reúne as pessoas desse núcleo? Como o Estado observa e atua?
Nos dois filmes, a casa se expressa como lar, unidade física que se apresenta em emoções e sonhos, escritos nos tijolos da morada que se constrói ou na porta que se abre como história ou em novo começo. A praia e o mar também estão no enredo.
Dois filmes que ousam desafiar, de maneira criativa, elegante, lírica e crítica o pensamento mecânico e dogmático, bem como o olhar bicolor. Arte que dá um conforto que incomoda, pois, expressa a simplicidade das múltiplas unidades momentâneas e ininterruptas do cotidiano, que são originárias de histórias únicas que engendram, cada uma no seu contexto, as complexidades da vida de cada um, só, ou com o outro, ou de todos juntos.
1 Sociólogo, diretor técnico do DIEESE