Aquele que planta o ódio, não colherá nada além do ódio
August 22, 2013 14:11 - no comments yetQualquer ser vivente que já leu ao menos duas postagens deste espaço deletério e mal escrito, com quase toda certeza, notou que este espaço tem lado e assume publicamente este lado. É sim, progressista e de esquerda.
Também acho bom deixar registrado que, além de progressista e de esquerda, este espaço é quase que exclusivamente autoral, sem nenhum tipo de subsídio, mantido com recursos próprios e sem nenhuma finalidade doutrinária ou lucrativa. Se a leitura destes textos é agradável ou elucidativa para algum dos leitores, ótimo, fico satisfeito em ter agradado. Se não, obrigado pela visita, volte quando quiser e nem perca seu tempo postando comentários depreciativos aqui. O blog é meu e publico os comentários que eu quiser.
Com isso posto, imagine o leitor que, ao ler algum dos escritos deste espaço, de repente se depare com uma citação deste tipo:
“Nenhum brasileiro merece consideração, nenhum brasileiro é pessoa decente, nenhum brasileiro é digno de crédito. São todos [...] a escória da espécie humana. Devemos respeitar seu direito à vida e à liberdade, como respeitamos a vida e a liberdade dos cães e das lagartixas, mas não devemos lhes conceder nada mais que isso.”
Ora, é uma citação extremamente ofensiva, preconceituosa, além da falaciosa, que facilmente renderia um processo a este blogueiro. Não é?
Mas suponha que este que aqui escreve, não fosse um Zé ninguém, escondido neste pouco lido, independente e periférico blog e sim, fosse uma personalidade reconhecida, respeitada e seguida por um grande número de pessoas.
Pois é, esta citação é de ninguém menos que Olavo de Carvalho em editorial para o Jornal Diário do Comércio em maio de 2008. Com uma única diferença. Onde escrevi “Brasileiros” ele escreveu Comunistas. Confira no link: aqui: http://www.olavodecarvalho.org/semana/080520dce.html
Para Olavo de Carvalho, comunistas não são apenas os membros do PCB ou PCdoB. Do alto de sua sapiência filosófica ele engloba na categoria de comunistas, feministas, militantes LGBT, os que participam de qualquer mobilização popular e qualquer um que minimamente se identifique com qualquer ideal de esquerda. Para ele, os únicos que não dever ser respeitados como cães ou lagartixas são os católicos e conservadores extremistas.
Assumir que todos os brasileiros, ou que todos os comunistas, ou que todos aqueles que não sejam católicos e conservadores extremistas não são dignos de consideração, ou que são todos indecentes e que são todos a escória da espécie humana é, no mínimo intelectualmente desonesto.
Lógico que a honestidade, é a última das preocupações do astrólogo. Seu objetivo é generalizar e disseminar o ódio contra tudo e todos que apresentem o contraditório a suas argumentações.
Olavo de Carvalho tem um público alvo para suas declarações. Aqueles jovens carentes de uma figura paterna, de um líder, um guia, um füher. Pessoas incapazes de pensar por si mesmas e que, como o mestre, sentem um profundo desprezo pela vida acadêmica. Estas pessoas não estão interessadas no livre debate, para elas o importante é a imposição de suas idéias. (mais aqui)
E, é claro que esta semeadura do ódio só poderia gerar frutos de ódio.
Não é de se estranhar que mesmo apesar da comprovada falta de médicos em certas regiões do Brasil, mesmo apesar das convocações frustradas para que médicos brasileiros suprissem esta carência. Ainda existem pessoas contrárias a vinda de médicos estrangeiros (principalmente cubanos) para prestar atendimento aos brasileiros mais necessitados.
A única justificativa para ser contrário a esta medida é o ódio que se instalou nestas mentes menos esclarecidas. Ódio contra o governo federal, ódio contra os médicos cubanos e ódio de classe, contra os necessitados.
Não é de se estranhar que, mesmo apesar do brasileiro estar vivendo uma situação de pleno emprego (5,6% de desemprego) que apesar dos pesares, os consecutivos governos do PT têm obtido um desempenho minimamente satisfatório. É o ódio ao PT, a Lula, a Dilma, a tudo que seja de esquerda que propicia tantas críticas infundadas, a criação midiática de crises inexistentes, ao fomento de manifestações populares contra o governo federal e até, este inexplicável saudosismo da ditadura militar e, em casos extremos, até da monarquia.
O ódio hepático, belicoso e inconseqüente de jovens que nem eram nascidos nos tempos da ditadura, que sem competência de mobilização eleitoral para colocar seus líderes no comando do país, manifestam-se publicamente pela volta dos militares ao poder. Também é um reflexo dessa semeadura do ódio ideológico.
Esta cultura da disseminação do ódio já ultrapassou os limites das redes digitais, chegou a TV aberta. Hoje pela manhã, um comentarista de TV recomendou a seus telespectadores para que comprem leiam a última obra publicada pelo pseudo-filósofo.
O ódio cega aos olhos, o ódio atrapalha o raciocínio e a cada dia que passa o ódio agrega mais e mais seguidores.
Para onde este ódio vai nos levar eu sinceramente não sei, mas com certeza não será para um lugar melhor. A história da humanidade está cheia de exemplos.
Polaco Doido
Ditadura não. Deus salve o Rei!
August 21, 2013 17:16 - no comments yetO estado democrático de direito ao qual nós, brasileiros e paranaenses estamos submetidos, baseia-se em algumas premissas fundamentais.
Os poderes devem ser divididos em Executivo, Legislativo e Judiciário, sendo estes, soberanos e independentes entre si,
e.
Estes poderes devem seguir normas estabelecidas por uma legislação, sempre respeitando a hierarquia destas normas.
O não cumprimento destas normas por qualquer um dos três poderes ou seus respectivos mandatários deve acarretar em medidas correcionais também determinadas por lei.
Ou seja, os poderes do estado e seus mandatários, não gozam de poderes absolutos, os limites destes poderes são determinados pelas leis.
Infelizmente, ultimamente no estado do Paraná, a prática não segue a teoria.
O legislativo (deputados estaduais), que deveria ser soberano e independente, segue incondicionalmente os ditames do executivo (Governo).
Esta falta de independência do nosso legislativo ficou evidente quando da votação das transferências dos depósitos judiciais não tributáveis para os cofres do executivo(Caixa Único). Uma lei claramente inconstitucional, aprovada as pressas por convocação do governador durante o recesso parlamentar.
Mas os descalabros não param por aí.
Segundo a Lei complementar nº 141 de 13 de janeiro de 2012 em seu artigo 6º:
Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% (doze por cento) da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam o art. 157, a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos da Constituição Federal, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios.
Ano passado, o governo estadual investiu apenas 9% da arrecadação em saúde, ou seja, não cumpriu uma lei estabelecida.
O governo estadual, por obrigação constitucional, deveria destinar no mínimo, 2% da receita tributária para o fomento da pesquisa científica e tecnológica (Art. 205 da Constituição do estado). Porém, em 2012, o estado destinou apenas 1,7% da receita para este fim, mais uma vez descumprindo a constituição.
O executivo estadual através de uma canetada do governador Carlos Alberto, ainda remanejou, via decreto, R$ 19,5 milhões previstos para investimentos na área de ciência e tecnologia, para secretaria de comunicação social, em nome da e-Paraná (antiga RTVE-PR), sob o pretexto de se implantar um sistema de ensino a distância, onde a e-Paraná seria responsável pela geração das imagens para estes cursos. (acredita quem quiser).
Há também os gastos abusivos com a folha de pagamento do estado que desde 2011 estão no limite, chegando no 1º quadrimestre de 2013 a 47,7% das receitas correntes líquidas. O que impede o estado de reajustar os salários dos servidores e a fazer novas contratações.
Apesar destas, e outras tantas maracutaias orçamentárias da gestão de Carlos Alberto, no último dia 15, os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado – TCE-PR aprovaram as contas do exercício de 2012.
Estranho não é?
O TCE-PR tem a obrigação de, juntamente com o legislativo estadual, fiscalizar as contas do estado e fazer com que o executivo cumpra as leis estabelecidas para que o Estado Democrático de Direito não corra o risco de entrar em colapso. E, apesar do descumprimento de pelo menos três compromissos firmados em lei, este mesmo TCE-PR aprova estas contas.
Pode isso?
Ao que parece, alguns dos conselheiros do TCE-PR não têm nada de independentes e comem na mão do governador. Também não foi à toa toda manobra para se cassar o mandato de Maurício Requião do TCE em 2011 e substituí-lo por Ivan Bonílha, ex-procurador Geral do Estado, um cargo para o qual foi nomeado pelo próprio Richa no inicio de 2011. A eleição de Fábio Camargo para o cargo de conselheiro do TCE em julho, também recebeu forte influência do governador e aqui com mais um agravante. Fábio Camargo é filho de Clayton Camargo, o presidente do Tribunal de Justiça do estado, ou seja, o homem forte do judiciário estadual.
Com tantas ligações familiares, políticas e pessoais entre os chefes dos poderes do estado, a impressão que se tem é que já não existe mais nenhuma independência entre estes poderes. Tanto o Legislativo, quanto o Judiciário, parecem seguir cegamente aos comandos impostos pelo executivo e ainda, fazem vistas grossas quando o executivo de Carlos Alberto descumpre leis constitucionais.
Mas se o que parece é realmente o que é, então o Paraná não vive mais num Estado Democrático de Direito.
Saca só uma definição que achei no Houaiss:
DITADURA:
Substantivo feminino;
Governo exercido por uma pessoa ou grupo de pessoas, donos de um poder quase absoluto que desrespeitam as leis em vigor, com supremacia do poder executivo, com o poder legislativo quase inexistente ou enfraquecido e subordinado ao poder do executivo com o mesmo acontecendo com o judiciário e onde não há estado de direito.
Quem diria!
Carlos Alberto, o filho de Zé Richa, o reizinho do Batel, londrinense que de aspirante a piloto de kart nos idos dos anos oitenta, em pouco mais de três anos como governador do Paraná, segundo análises pra lá de toscas e suspeitas de um simples Polaco Doido, já pode ser considerado ditador do Paraná!
Carlos Alberto é realmente phoda!!!
Parem tudo, esqueçam as eleições de outubro de 2014.
Sugiro que no próximo sete de setembro, todos os homens bons do estado entrem na campanha para coroação de Carlos Alberto como imperador do estado do Paraná.
Para que uma democracia capenga se a monarquia é muito mais cômoda e nosso rei já foi escolhido pela própria intervenção divina?
Deus salve o Rei! Vida Longa ao Rei!
O resto é só perfumaria.
Polaco Doido
Prefeito tucano de Taubaté é cassado pela Justiça Eleitoral
August 20, 2013 18:52 - no comments yetEm 28 de outubro de 2012 o Ministério Público protocolou denúncia na Justiça Eleitoral contra Ortiz Junior, então candidato a prefeito de Taubaté (SP) pelo PSDB.
Ortiz Junior é acusado de fraudar junto com o pai, Bernardo Ortiz (PSDB), na época presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) do governo do Estado de São Paulo, licitações de compra de mochilas para estudantes de escolas públicas.
Segundo as denúncias do MP teriam sido arrecadados ilicitamente cerca de R$ 8 milhões para a campanha eleitoral de Junior.
"Seguramente, não há como deixar de reconhecer que Ortiz Junior se valeu da referida instituição pública para obter vantagem indevida e utilizá-la em sua campanha, tendo sido agente facilitador da participação, em certame licitatório, de empresas previamente conluiadas com o fim de fraudar licitação mediante promessa de comissão, destinada a constituir recurso para a posterior campanha política", diz um dos trechos da decisão da juíza eleitoral, Sueli Zeraik, que cassou o mandato do tucano e determinou também a inegibilidade de Ortiz por oito anos e determina a realização de novas eleições.
Cabe recurso da decisão.
PT, penitencie-se
August 18, 2013 6:50 - no comments yetO Editorial de CartaCapital desta semana é um belo chamado à reflexão!
Ouvi de Lula, não faz muito tempo, a seguinte observação a respeito do Partido Comunista Italiano e da longa metamorfose pela qual passou nas últimas duas décadas: “Eis um partidaço que se perdeu pelo caminho”. Não deixei de concordar. O ex-presidente nunca foi comunista, mas reconhecia, illo tempore, a importância e a qualidade do PCI, onde contava com grandes amigos.
O partidão italiano, nascido em 1921 na secessão do Partido Socialista, carregava na queda do fascismo a extraordinária herança de Antonio Gramsci e, em plena democracia, contou com lideranças notáveis, de Palmiro Togliatti a Enrico Berlinguer. Dele brotou o chamado eurocomunismo, capaz de abjurar os dogmas do marxismo-leninismo e de se afastar de vez da URSS stalinista.
Nas eleições italianas de 1976, os comunistas obtiveram 34% dos votos contra 36% dos democrata-cristãos, enquanto se fortalecia a ideia do chamado compromesso storico entre os dois maiores partidos, conduzida por Enrico Berlinguer pelo PCI e por Aldo Moro pela DC. O projeto morreu juntamente com Moro, assassinado pelas Brigadas Vermelhas infiltradas pela CIA, para gáudio da direita, na qual se notabilizaram Giulio Andreotti e Francesco Cossiga, cujas responsabilidades pelo assassínio do companheiro de DC a cada dia se definem com maior clareza.
Após a derrubada do Muro e, mais ainda, da Operação Mãos Limpas, da qual os comunistas saíram limpidamente ilesos enquanto ruía a Primeira República da Itália, o partido escorregou para uma fase de perplexidade e confusão. Mudou mais de uma vez de nome, de símbolos e de bandeiras. Perdeu ímpeto e determinação, depois de ter contribuído de forma decisiva para a transformação da Península de país em escombros derrotado pela Segunda Guerra Mundial em um dos mais ricos do mundo. Um paraíso terrestre para a classe operária. Os trabalhadores.
Não sei se Lula pensava no seu PT ao falar do PCI, embora possa haver alguma semelhança entre os dois, ao menos nos propósitos iniciais. Há uma diferença importante: os comunistas chegaram ao poder quando comunistas já não eram e ali ficaram por seis anos em duas etapas, juntamente com a esquerda democrata-cristã. Foi tardia e insatisfatória versão do compromesso. Os petistas não, e estão no poder desde 1º de janeiro de 2003. A derradeira pesquisa Datafolha diz que Lula em 2014 ganharia no primeiro turno e Dilma no segundo.
Pois é, a diferença reveste-se de notável complexidade. Se o PCI e o PT mudaram não foi pelas mesmas razões. Deu-se que, no poder, o Partido dos Trabalhadores portou-se como todos os demais chamados a movimentar o cenário político nativo, desde sempre clubes recreativos de dignos representantes da chamada elite. Uma exceção, antes do PT, foi o MDB, como frente de oposição, capaz de reunir, sob o comando do doutor Ulysses, todos os resistentes à ditadura, inclusive quantos sonhavam com um partido de esquerda à altura da intenção. Como tal surgiu o PT a partir da reforma partidária planejada por Golbery do Couto e Silva, e assim se manteve, anos adentro, depois do fim da ditadura.
Houve, é verdade, ajustes ideológicos ao longo do caminho, ditados por um salutar pragmatismo e pela adequação às mudanças sofridas pelo mundo. Manteve, porém, correção e coerência, ao passo que o tucanato no governo praticava tramoias e desmandos nunca dantes navegados e provava que o socialismo democrático à brasileira corresponde à pior direita, a mais reacionária.
Lá chegado, o PT de certa forma reeditou o ciscar do pássaro incapaz de voar, embora de maneira mais canhestra, diria primitiva, conforme cabe a quem não dispõe de largas tradições neste campo. Depois de ser governo por mais de dez anos, e na perspectiva do pleito de 2014, o PT prepara suas eleições internas para a renovação dos postos de comando. Não seria a hora de um profundo, desabrido exame de consciência?
Fonte: Carta Capital, 21/08/2013
Consulta Pública: ajude a construir a Política Nacional de Participação Social
August 17, 2013 6:57 - no comments yetQuero convidar você a participar da Consulta Pública relativa à construção da "Política Nacional de Participação Social" e do "Compromisso Nacional pela Participação Social".
A proposta de uma Política Nacional de Participação Social visa consolidar e estender a todas as áreas e instituições do governo federal um conjunto de diretrizes, mecanismos e instâncias de participação social, incorporando a crescente relevância das novas tecnologias da informação e o uso de metodologias e tecnologias livres capazes de dar voz aos novos atores coletivos e cidadãos que têm emergido no espaço público.
Com a construção do Compromisso Nacional pela Participação Social pretendemos fortalecer e qualificar as iniciativas que já vem sendo implementadas nos diferentes níveis da Federação, estimulando e valorizando práticas que consolidem a participação social como política de Estado e método de governo.
Participe!
As propostas estarão em debate na internet até o dia 06 de setembro, na Ferramenta de Consulta do Portal da Participação Social (baseado em Noosfero, o mesmo software livre nacional usado pelo Blogoosfero.cc).
Basta acessar http://www.psocial.sg.gov.br - se cadastrar e ser parceiro na construçaõ de um Brasil cada vez mais democrático e participativo.