O senador Delcídio do Amaral (PT/MS), pré-candidato ao governo do estado, revelou nesta segunda-feira, 24 de março, que, se for eleito governador, em outubro, vai rever a cobrança do Fundersul e, se possível, extingui-lo. O Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul é formado pela contribuição dos produtores rurais e utilizado para custear a conservação das estradas.
“Essa proposta já fez parte da minha plataforma de campanha em 2006, quando me candidatei ao governo do estado, e agora em 2014 vou apresentá-la novamente”, garantiu Delcídio, durante reunião com a diretoria da Associação dos Criadores de Mato Grosso do SUL (Acrisul) na sede da entidade, em Campo Grande. “Vamos propor outras fontes de recursos para a manutenção das rodovias que não onerem o setor produtivo nem sejam bancadas pelos contribuintes como um todo, já bastante massacrados pela altíssima carga tributária”, defendeu o senador.
Indenização - O parlamentar participou do encontro a convite do presidente da Acrisul, Francisco Maia. Durante a reunião o senador trouxe também para os produtores novidades relacionadas aos estudos que o governo federal está concluindo para indenizar os proprietários das áreas ocupadas por índios nos municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti.
“Tive na semana passada, em Brasília, uma longa conversa com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e tratei desse assunto também com a presidenta Dilma Rousseff. Depois de muitas idas e vindas, sinto que estamos na reta final de um acordo, que passa pela Fazenda Buriti, mas que vai servir de paradigma para outras regiões de Mato Grosso do Sul e do Brasil, como conceito pela decisão de pagar pela terra nua, além das benfeitorias. Estou trabalhando para que o governo federal anuncie o acordo durante a realização da Expogrande, no final de abril, inclusive convidei o ministro Cardozo para que ele seja o porta voz dessa boa notícia. E posso adiantar que já existe uma evolução nos valores a serem pagos por hectare”, revelou o senador.
Delcídio reiterou que os conflitos que envolvem indígenas e produtores são hoje tratados pelo governo como um assunto de Estado.
“Esta não é uma disputa política, e continuarei fazendo todos os esforços para que tenhamos uma solução a curto prazo. Temos que evitar o víeis político, tanto de um lado quanto do outro”, alertou. “O ministro José Eduardo Cardozo tem uma leitura clara em relação a Funai e a decisão vai caber a ele, depois de ouvir não apenas a Funai, mas também o Incra e todos os setores envolvidos”, disse.
O produtor Ricardo Bacha, proprietário da Fazenda Buriti, um dos alvos da disputa, também se mostrou otimista.
“A situação realmente está se realinhando. Hoje eu diria que estamos no detalhe e não mais no macro da questão. A gente percebe a boa vontade do ministro da Justiça, do Incra, mas a preocupação nossa está na Funai no sentido de que ela seja parceira e não um entrave”, declarou.
Já o presidente da Acrisul destacou a importância da conversa de Delcídio com os produtores.
“A presença do senador aqui na nossa sede é sempre muito bem vinda, pela sua postura equilibrada, de um homem que conhece a realidade. Agora ele veio como pré-candidato a governador e se mostrou aberto para que o setor rural envie sugestões ao seu programa de governo, o que nos dá a certeza de que, se for eleito, Delcídio continuará sendo um grande parceiro do agronegócio”, declarou Maia.
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