TERRA
A dislexia é um “rótulo sem sentido” buscado por pais que têm medo de que seus filhos sejam classificados como estúpidos ou preguiçosos, diz o psicólogo educacional Julian Elliott. Segundo ele, existem algumas crianças com problemas genuínos, no entanto, o especialista defende que a definição de “dislexia” é muito ampla. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.
Para Elliott, usar este rótulo é um “desperdício inútil” de recursos. Para ele, o termo deveria ser abandonado e, ao invés de colocar as crianças em longos testes de diagnóstico, as escolas deveriam focar na identificação precoce dos que têm dificuldade com a leitura e tratar este problema da forma correta.
Entretanto, instituições focadas neste tipo de problema contestam o especialista, dizendo que o diagnóstico da dislexia tem valor científico e educacional. A British Dyslexia Association estima que 10% dos britânicos são disléxicos e têm problemas para aprender a soletrar, ler ou escrever. Enquanto crianças diagnosticadas com a condição podem ter mais auxílio educacional individual e tempo extra para os exames, Elliott avisa que seus pais estão tirando vantagem deste “rótulo médico”.
De acordo com o especialista, muitos pais estão satisfeitos com a denominação, que evita que os filhos sejam classificados como lentos ou preguiçosos. “Profissionais dizem para mim que concordam comigo, mas continuam usando o termo porque ele faz as pessoas felizes”, explica. Elliot argumenta ainda que existe uma longa lista de sintomas – como ansiedade ao ler em voz alta, por exemplo – e que toda criança que está aprendendo a ler pode experimentar alguns deles.
“Você mostra para os pais esta lista e eles dizem: ‘você está certo, eu não havia percebido que o meu filho era disléxico’”, contou. O professor ainda acrescenta que, enquanto os pais só querem o melhor para seus filhos, eles estão sendo “lamentavelmente enganados sobre o valor de um diagnóstico de dislexia”.
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