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Se você é uma pessoa que não consegue ficar longe do celular e checa o aparelho a todo instante de forma exagerada, em busca de e-mails ou mensagens nas redes sociais, você pode sofrer de nomofobia, uma síndrome caracterizada pela dependência do telefone ou da internet.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo ‘nomofobia’ surgiu recentemente no Reino Unido e se origina da expressão ‘No-Mo’ ou ‘No-Mobile’, que significa “Sem Celular” (em tradução livre).
De acordo com a psicóloga douradense Ana Paula Salém, a nomofobia não inclui necessariamente estar ao celular o tempo todo, mas sim, a segurança de tê-lo sempre por perto e acessível. Ela diz que o problema pode estar ligado a pessoas que são inseguras, dependentes e com predisposição característica a transtornos de ansiedade.
“São muitos fatores que podem levar alguém a desenvolver este transtorno, mas estas características citadas, com certeza, podem ser determinantes para que se manifeste. O fato é que, tais problemas modernos são máscaras para uma nova geração de jovens ansiosos e imediatistas”, disse.
Segundo ela, a síndrome pode acarretar uma série de problemas. “Não consigo pensar em prejuízo maior ao indivíduo do que o tempo que este sofre por causa ansiedade longe de seu telefone.
Com a chegada de novos aparelhos que estão cada vez mais rápidos e que permitem o acesso à quase tudo, a tendência é que a atual geração esteja mais propensa a este ‘reajuste’ de inclusão digital”, destacou.
A psicóloga ainda lembra que a vida social pode ser afetada devido aos abusos das tecnologias em detrimento da relação interpessoal. “Somos seres biopsicossociais; somos influenciados por tudo e todos a todo momento.
Pessoas que passam horas nos celulares, mesmo estando acompanhada de outras, não vivem o real. Esta pessoa pode perder amizades e relacionamentos, por exemplo, mas o mais importante a meu ver, é que elas perdem oportunidades de vivenciar, em alguma hora, um momento único que se passa longe da tela o celular”.
“Não fico sem meu celular”
O músico douradense e professor universitário Fernando Dagata conta que tem dois telefones móveis de operadoras diferentes, e que não sai de casa sem pelo menos um deles. Ele explica que frequentemente verifica se recebeu chamadas, mensagens e acessa a internet. Dagata também diz que sempre leva carregadores de bateria consigo.
“Por causa das minhas profissões eu preciso estar ligado o tempo todo e sempre disponível, conectado às redes sociais checando mensagens e fazendo novos contatos. Acho que nunca sai de casa sem um celular.
Se esqueço, sempre lembro logo ao passar pela porta e volto rapidamente para buscar. Quando estou sem um deles, ou quando a bateria acabada, fico angustiado e procuro logo um ponto para recarregar, por isso, sempre deixo um carregador por perto”, explicou.
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