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A perda de audição é um distúrbio que vem atingindo as pessoas cada vez mais cedo, em razão de diversos fatores, entre eles a poluição sonora das grandes cidades. Mas alguns hábitos ao longo da vida também podem ajudar a antecipar o déficit de audição, que em geral aparece apenas a partir dos 50 anos.
É o caso de muitos jovens, por exemplo, que gostam de ouvir música em headphones, com muita frequência e em volume alto, e já sentem dificuldades de ouvir. É preciso atenção!
Uma pesquisa recente, feita pelo New York City Department of Health (EUA), revelou que um entre quarto jovens e adultos novaiorquinos – 16% dos entrevistados -, entre 18 e 44 anos, declarou ter perda auditiva. E 23% deles usam fones de ouvidos em volume alto, no mínimo cinco dias por semana durante quatro horas ao dia, em média.
A pesquisa conclui que os que usam frequentemente fones nos ouvidos em volume alto têm mais do que o dobro de possibilidade de ter dificuldades auditivas mais cedo do que os demais.
A fonoaudióloga Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas, alerta que essa exposição intensa e frequente acima de 85 decibéis pode provocar danos irreversíveis à audição com o passar do tempo.
Porém, ela ressalva que as consequências do uso frequente de fones de ouvido não são as mesmas para todo mundo e podem variar de acordo com o período de exposição sonora e a predisposição genética de cada indivíduo.
“Recomendo aos jovens que usam fones de ouvido com muita frequência a fazerem um teste chamado audiometria. É o exame que informa se o paciente já tem lesões auditivas e como deve proceder, a partir daí, para evitar o agravamento do problema”, aconselha a especialista da Telex.
“Quanto mais cedo for detectada a perda auditiva, melhor. Quando o dano à audição ainda é pequeno, uma das recomendações é o uso de um aparelho auditivo bem pequeno e discreto.”
Pesquisadores dinamarqueses, por sua vez, investigaram o motivo pelo qual os jovens ouvem música alta. As três razões detectadas, mais comuns, foram: “Eu posso sentir/curtir a música e é melhor quando a escuto num volume alto”, “Eu viajo na música alta” e “Eu fico cheio de energia quando escuto música alta.”
A pesquisa foi feita com mais de 1.800 adolescentes dinamarqueses sobre seus hábitos e atitudes diante do uso de MP3 e outros aparelhos de som. Desse grupo, 10% dos que ouviam música na maior parte do tempo em alto volume foram identificados como grupo de risco.
Para muitos jovens, o som alto da música nos ouvidos também dá mais disposição para malhar nas academias ou mesmo promove bem-estar ao abafar o barulho do trânsito nas ruas e no transporte público.
Isabela Gomes, especialista em audiologia, diz que é comum que as pessoas só procurem tratamento quando o problema já está mais grave. Segundo ela, qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo e os efeitos podem não ser logo sentidos.
“A grande preocupação é que a ‘Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE)’ tem efeito cumulativo. Quanto maior a frequência à música alta diretamente no ouvido, através dos fones, maiores os riscos”, adverte.
Depois do diagnóstico de um médico otorrinolaringologista, cabe aos fonoaudiólogos indicar quais tipos e modelos de aparelho auditivo são indicados para cada pessoa com deficiência auditiva. “Hoje em dia, a tecnologia e o design moderno dos aparelhos estão ajudando a derrubar preconceitos.
Já existe uma diversidade de modelos de aparelhos auditivos, como os da Telex, alguns completamente invisíveis no ouvido, que não trazem nenhum constrangimento a quem usa”, conclui a fonoaudióloga Isabela Gomes.
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