www.acrissul.com.br
Confirmando e até superando as projeções dos analistas de pecuária sobre a disparada no preço da arroba neste ano, os valores registrados no início do primeiro trimestre já superam em até 25% o alcançado no mesmo período do ano passado, em Mato Grosso do Sul. Ontem, a arroba do boi à vista estava cotada, em média, em R$ 113,20, enquanto em 2013 o preço registrado era de R$90,65 (24,8%). O valor da vaca subiu ainda mais: 25,47%, saltando de R$ 83,68 para R$ 105. O levantamento é da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul).
A média estadual para o boi já supera em 11% a perspectiva feita no ano passado para os valores médios, que deveriam ser registrados em 2014, de R$ 102. A economista da Famasul, Adriana Mascarenhas, explica que uma série de fatores combinados está pressionando a alta dos preços. “O clima, que afetou as pastagens, a demanda de consumo tanto interna quanto externa aquecida e a redução da produção estão diminuindo a oferta da carne, o que causa o aumento da arroba no mercado”, detalha.
Elevação
Se os valores já extrapolaram as previsões no primeiro trimestre do ano, a tendência para o restante de 2014 é de novos recordes no preço da arroba. Adriana explica que a oferta de carne deve ficar menor no período de entressafra, durante o clima seco do inverno, e, com isso, os preços de comercialização no mercado devem seguir em elevação. ”A tendência é de preços maiores. Isso porque a produção deve ter queda, enquanto a demanda deve continuar aquecida. O prognóstico é de aumento nas exportações”, frisa.
Mas a economista lembra que o mercado interno consegue absorver essa alta até certo nível. Se o preço nas gôndolas dos supermercados estiver caro, o consumidor tende a migrar para outras carnes. ‘Mas até agora não é o que temos visto. O consumo de carne bovina continua em alta, até porque o percentual de reajuste da arroba não está sendo repassado integralmente para o consumidor final. A indústria do atacado ou varejo está segurando ainda os repasses”, afirma. Apesar desse cenário, o pecuarista não tem muitos motivos para comemorar porque, enquanto a arroba sobe, o custo de produção também aumenta.
Demanda forte no exterior
A demanda por carne bovina brasileira no exterior seguirá forte e regulará o preço da carne no mercado interno. A opinião é do diretor-presidente da Marfrig Global Foods, Sérgio Rial, em entrevista à revista Globo Rural. “O Brasil, hoje, quase seleciona os mercados para quem quer exportar”, disse, ao fazer alusão ao momento adverso de fornecimento da matéria-prima pelos EUA e pela Austrália. Ele também acredita que durante a Copa do Mundo haverá, no Brasil, um aumento das vendas de cortes especiais, no qual a companhia está “bem posicionada”, e que o Uruguai, onde a empresa é líder, também está se tornando um dos principais fornecedores de carne para o mundo. Hoje, o país vizinho representa entre 18% e 20% da receita das operações de carne bovina da Marfrig, a Marfrig Beef; a Argentina, 5% (com apenas uma unidade, a de Vila Mercedes, que funciona 100%); e o restante é do Brasil. Ele não quis comentar qual a expectativa para o preço do boi gordo no País, mas afirmou que enxerga, atualmente, uma indústria de carne bovina nacional mais racional, sem agressividades com relação à formação de valores.
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo