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A carne bovina era a mais consumida no Brasil até 2007, quando foi ultrapassada pela carne de frango. Atualmente, o consumo anual médio de carne bovina por habitante é de 37,9 kg. Em 2023, com o aumento da população e de sua renda, estima-se que o País irá consumir 10,8 milhões toneladas (considerando uma população de 216 milhões e um consumo de 50 kg/habitante/ano) e as exportações deverão ser de 2,8 milhões toneladas.
Para isso, a produção brasileira de carne bovina deverá atingir a marca de 13,6 milhões de toneladas em dez anos. Com o aumento da pressão sobre os recursos naturais, a pecuária bovina não tem outra alternativa a não ser aumentar sua produtividade.
De acordo com os dados mais recentes, o rebanho brasileiro em 2013 foi de 212,160 milhões de cabeças e a área de pastagem, de acordo com o último Censo Agropecuário, foi de 160 milhões de hectares. Esses números indicam uma média de 1,3 bovinos/ha.
Ao dobrar-se essa lotação, passando para 2,6 bovinos/ha, o País poderá produzir as 13,6 milhões de toneladas de carne em uma área de 113,8 milhões de ha. Ou seja, sem a necessidade de expansão da fronteira agrícola, a intensificação proposta permitiria aumentar a produção em 40%, além de liberar 46,2 milhões de ha para outras atividades.
Ampliação de mercado
Hoje a população brasileira é de aproximadamente 201 milhões de habitantes e consome 7,6 milhões de toneladas de carne bovina, fazendo com que média de consumo seja de 37,9 kg/habitante/ano. A ideia é que em 2023, o consumo interno passe para 50 kg/habitante/ano, um aumento de 35%.
Para se chegar a esse aumento de consumo, o governo deve articular e apoiar financeiramente ações de marketing da carne para consumidores nacionais e iniciativas de desenvolvimento de produtos com indicação geográfica. O governo deve articular ações com Articulação com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Embrapa, além de universidades e Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária, para criação de editais e linhas de pesquisa para desenvolvimento de produtos não alergênicos, funcionais, e cortes diferenciados.
Incorporação de tecnologia
O Brasil apesar de ser um dos maiores produtores e exportadores de carne do mundo ainda apresenta baixo nível tecnológico em sua produção. Retrato disso é a baixa lotação das pastagens e pequeno número de animais confinados ou suplementados abatidos por ano (quando comparados ao abate total) e a detecção de resíduos de medicamentos encontrados durante o monitoramento oficial.
A capacitação de técnicos e produtores permitirá a incorporação de tecnologia ao campo e consequentemente aumentar a produção. Ações assim já são desenvolvidas, devendo ser ampliadas. Sendo assim, cinco mil técnicos serão capacitados (500/ano) e 200 mil produtores e trabalhadores receberão cursos de capacitação (20 mil/ano).
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