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Mato Grosso do Sul apresenta fatores positivos que colaboram para o desenvolvimento do setor sucroenergético, como solo favorável para o cultivo, bons rendimentos agrícolas, custo de arrendamento menor e áreas propícias para mecanização, com topografia plana e espaços amplos. Entretanto, a localização do Estado em relação aos principais portos brasileiros é um obstáculo. A conclusão é do atual diretor de agronegócios do Itaú BBA, Alexandre Figliolino, que no dia 20 de março ministrará palestra na 2ª edição do Canacentro.
“O maior gargalo desta cadeira produtiva é, sem sombra de dúvidas, o problema que o Estado apresenta com o custo logístico, devido o distanciamento em relação aos portos de Santos e Paranaguá”, afirma o especialista. Com o tema ‘Situação Financeira e Econômica do Setor’, Figliolino detalhará os pontos negativos e positivos para o mercado a curto e médio prazo.
De acordo com o especialista, além desse entrave logístico, o clima também é preocupante, com estiagem em alguns meses do ano atrapalhando o desenvolvimento da cana-de-açúcar, chuvas em excesso prejudicando o período de colheita e também com a geada. Ainda assim, o Estado é considerado estratégico na produção nacional.
Figliolino aconselha que para que o mercado continue competitivo as indústrias trabalhem na redução do custo unitário e invista em tudo o que for economicamente viável. “É hora de escolher o manejo varietal correto, ou seja, as sementes mais adaptáveis, investir na qualificação de mão-de-obra e ficar atento ao planejamento na hora de plantar e colher”, ressaltou.
Em âmbito nacional, o diretor afirma que este mercado produtivo tem enfrentado problemas com o clima, levando a produção do Centro-sul a um total de 570 milhões de toneladas na atual temporada, com queda de 8% em relação a anterior, quando a colheita ficou em 620 milhões de toneladas. “A produtividade da cana-de-açúcar neste região cairá de 85 toneladas para 78 toneladas por hectare. Essa queda influenciará negativamente para o setor, pois não há redução de custos”.
Os dois únicos elementos que pesam positivamente para o equilíbrio da cadeia produtiva no curto prazo, segundo o analista, são os preços valorizados do açúcar no mercado internacional e a taxa de cambio positiva para as negociações internacionais. “No longo prazo teremos uma manutenção neste desequilíbrio entre a oferta e a demanda, elevando os preços da commodity”, afirma.
No caso do etanol e da energia o que falta para a melhora destas áreas são políticas publicas direcionadas corretamente. “No caso do etanol, a forte intervenção política vem interferido na produção de etanol hidratado que tende a desaparecer e a sobrevivência do etanol aditivo só tem espaço no mercado por ser um excelente aditivo da gasolina”.
Alexandre Fligiolino enfatiza que se Governo investisse na produção de energia utilizando biomassa obtida através do bagaço da cana, a produção da commodity teria maior competitividade.
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