Quatro mulheres, com idade entre 18 e 22 anos, foram agredidas no Balaio Café, na 201 Norte, na madrugada desta sexta-feira (28/2). Uma delas está internada no hospital. Os suspeitos foram detidos em flagrante, as vítimas prestaram queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e afirmaram que o caso se trata de homofobia. "Lepra da sociedade”, “puta neguinha”, “sapatona” e “vocês têm que morrer", foram ataques ouvidos pelas jovens.
A deputada Erika Kokay se pronunciou em Plenário lembrando a lei de combate à homofobia engavetada pelo Governo do Distrito Federal: “Aqui no Distrito Federal existe uma lei, aprovada desde 2000, que estabelece sanções a todos os locais e estabelecimentos comerciais que cometerem qualquer tipo de discriminação. O governador do Distrito Federal estabeleceu um decreto para regulamentá-la e, oito horas depois, sem que os motivos pudessem ser ditos sem ferir a nossa liberdade, o governador revoga este decreto e faz com que nós tenhamos a impressão de que o Estado não tem uma postura de enfrentamento à homofobia”, afirmou.
A deputada também pediu investimento em campanhas contra a intolerância. “O governador do Distrito Federal tem feito gastos vultosos com publicidade. Que esses gastos possam ser voltados a campanhas em todos os meios de comunicação para que nós possamos construir uma outra lógica”, disse.
Violência
Casos de extrema violência têm sido recorrentes no Distrito Federal. Nessa terça-feira, duas mulheres foram espancadas por um homem na saída de um restaurante no Setor Comercial Sul, depois de ofensas homofóbicas dirigidas pelo agressor. Uma das vítimas fraturou o braço e foi encaminhada para o Hospital Regional do Paranoá. A jovem conta que, apesar de se um local de grande movimento, ninguém tentou impedir as agressões.
No domingo (23/2), um professor de Educação Física foi agredido no Shopping Píer 21 por dois jovens, de 20 e 21, e teve traumatismo craniano. A vítima foi espancada por repreender os rapazes que urinavam em local impróprio.
No dia 18 deste mês, um jovem de 18 anos foi espancado ao passar por uma festa de pré-carnaval na 105 sul, depois de sair de uma prova de vestibular. A agressão foi filmada e veiculada nas redes sociais. Os agressores o acusavam de tentar arrombar um carro na região. O suposto crime, porém, é negado pela Polícia Civil. Dois dias antes, um rapaz de 19 anos foi agredido até a morte com uma barra de ferro em Sobradinho 2. A Polícia Civil ainda não tem pista sobre suspeitos ou sobre a motivação do crime.
Homofobia
Dados do relatório Assassinatos de Homossexuais (LGBT) no Brasil, do Grupo Gay da Bahia (GGB), apontam que pelo menos 338 gays, lésbicas e travestis foram mortos em 2012, a maior parte dos crimes motivada por discriminação. Ainda de acordo com o relatório, o Brasil concentra 44% do total de assassinatos por motivação homofóbica no mundo. Em 2012, foram registradas pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) 3.084 denúncias de violações ligadas à homofobia, um saldo de 13 vítimas por dia.
Ato
Em função dos ocorridos, um ato contra a homofobia será realizado hoje, às 18 horas no Balaio Café, na quadra comercial 201 da Asa Norte.
Thamara Pereira
Assessoria de Imprensa
(61) 8250-6275
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“Contra a Barbárie, Direitos Humanos”, diz Erika Kokay
28 de Fevereiro de 2014, 15:42 - sem comentários ainda | No one following this article yet.
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