Em sua coluna semanal, Conversa com a Presidenta, Dilma Rousseff explicou nesta terça-feira (18) como é feito o controle de fronteira entre Argentina, Paraguai e Brasil. A presidenta falou sobre o Plano Estratégico de Fronteiras, que tem reforçado a presença do poder público na região de fronteira com foco na repressão do tráfico de drogas, armas e outros ilícitos.
Dilma destacou a Operação Sentinela e a Operação Ágata. Só no ano passado, foram mobilizados 33.500 integrantes das forças armadas, além de 1.100 profissionais, entre policiais, fiscais e outros agentes públicos.
A presidenta também retornou ao assunto do programa Café com a Presidenta, transmitido nesta segunda-feira (17), em que comemorou os resultados da produção agrícola brasileira. Segundo a presidenta, neste ano a safra de grãos atingirá um novo recorde, com mais de 193 milhões de toneladas produzidas nas lavouras do País, e que representam também liderança mundial em soja.
Confira as duas respostas na íntegra:
Ricardo Gonçalves de Oliveira, 63 anos, aposentado, Rio de Janeiro (RJ) – Como está funcionando o controle de fronteira entre Argentina, Paraguai e Brasil? Há alguma ação especial para a Copa e as Olimpíadas?
Presidenta Dilma – Ricardo, proteger as fronteiras para aumentar a segurança dos brasileiros tem sido e continuará sendo uma prioridade absoluta do governo federal. Por isso temos reforçado significativamente a presença do poder público na região de fronteira com foco na repressão do tráfico de drogas, armas e outros ilícitos, com o Plano Estratégico de Fronteiras. O Plano envolve a atuação integrada dos órgãos de segurança pública, Forças Armadas, Meio Ambiente, Receita Federal e diversos outros órgãos federais, estaduais e municipais, e é coordenado a partir de um Centro de Operações Conjuntas, em Brasília.
São duas grandes operações. A Operação Sentinela, que realiza uma fiscalização ostensiva, com caráter permanente em mais de 30 pontos estratégicos identificados pela nossa inteligência, incluindo fronteiras secas, estradas, pontes e regiões alagadas. Temos também a Operação Ágata, realizada de maneira localizada, concentrada, de surpresa e que possui grande envergadura. Em 2013, foram mobilizados 33.500 integrantes das forças armadas, além de 1.100 profissionais, entre policiais, fiscais e outros agentes públicos.
O uso da tecnologia também tem sido uma marca do Plano. Estamos utilizando, por exemplo, scanners móveis, que fazem o raio-x e identificam drogas e armas em veículos suspeitos sem a necessidade de pará-los; Veículos Aéreos Não Tripulados, que são aqueles aviões que voam sem piloto e nos permitem mapear áreas de difícil acesso, mesmo à noite.
O Plano propiciou, em 2013, a apreensão recorde de 256 toneladas de drogas (sendo 220,7 toneladas de maconha e 35,7 de cocaína). Além disso, foram apreendidos com os infratores R$ 80,1 milhões em bens, o que ajudou a enfraquecer as organizações criminosas que agem na fronteira seca do Brasil.
Com relação aos grandes eventos, nós aprimoramos nossa estrutura institucional, ampliamos o orçamento para intensificar ações de enfrentamento ao narcotráfico, tráfico de armas e de pessoas, contrabando, para reforçar a fiscalização ao tráfego internacional de pessoas e também para reaparelhar as forças policiais. Além disso, estão em andamento ações de inteligência em conjunto com outros países, envolvendo o aprimoramento dos sistemas de informações criminais da policia brasileira e sua interface com os sistemas da Interpol. Também promovemos a troca de informações sobre torcedores violentos.
Criamos o Sistema de Comando e Controle para Segurança de Grandes Eventos, que será um dos legados da Copa. Ele é composto de dois Centros Integrados de Comando e Controle Nacionais e outros 12 Centros Regionais. Seis desses centros regionais já foram utilizados com sucesso durante a Copa das Confederações, no ano passado. Os Centros integram os comandos das ações de Segurança Pública, Defesa Nacional, Inteligência, Segurança Privada, Defesa Civil, Trânsito, Saúde e outras áreas.
Presidenta, como está a produção agrícola brasileira neste momento?
Presidenta Dilma – A produção de grãos nesta safra será um novo recorde. Devemos atingir mais de 193 milhões de toneladas, de acordo com a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento – a Conab. A expectativa é que o Brasil alcance, com esse recorde, a liderança mundial na produção de soja, mais uma dentre várias marcas que demonstram a força do campo.
A agricultura é muito importante para o crescimento do País, tanto para o abastecimento interno, como para as exportações, contribuindo para melhorar o saldo da nossa balança comercial.
A safra recorde de 2013/2014 é o resultado do esforço conjunto dos nossos produtores, do desenvolvimento de novas tecnologias para o campo e também do apoio dado pelos programas do governo aos agricultores do País.
Colocamos R$ 136 bilhões à disposição dos médios e dos grandes produtores rurais para a última safra, além de R$ 21 bilhões para a agricultura familiar, em diversos programas e linhas de crédito. Esses programas envolvem, por exemplo, incentivo à adoção de práticas sustentáveis de produção, incentivos à modernização da produção, seguro, apoio para a construção de armazéns.
Dos R$ 136 bilhões para o agronegócio, mais de R$ 91 bilhões de crédito já foram contratados. Houve um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2012. Esse resultado foi alcançado porque, além de aumentar o crédito, reduzimos os juros e ampliamos os prazos dos financiamentos nas diversas linhas de financiamento.
Assim, nossos produtores puderam investir mais, comprando novas máquinas, mais equipamentos, modernizando a produção. Foram vendidas 83 mil máquinas agrícolas no ano passado, um crescimento de mais de 18% em relação a 2012. Isso é importante para nossa agricultura, que já é exemplo de produtividade e de sustentabilidade. Nas últimas duas décadas, nossa produção de grãos aumentou 221%, enquanto a área plantada cresceu 41%. Isso é crescimento de produtividade, é o que buscamos para todo o Brasil.
Fonte:
Portal Planalto
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