Medalhistas brasileiros são beneficiários do Bolsa Pódio, criado em 2011 pela presidente Dilma
августа 18, 2016 17:54Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
Com informações do Ministério do Esporte, do Ministério da Defesa e da Rio 2016
Nesta quinta-feira, 18 de agosto, o Brasil conta com 14 medalhas olímpicas na Rio 2016: 4 de ouro, 5 de prata e 5 de bronze. Até aqui, 12 em esportes individuais e duas duplas. Das 14 medalhas, 11 foram conquistadas por atletas militares do Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR), do Ministério da Defesa. Mas o que todos eles têm em comum é o Bolsa Pódio: categoria mais alta do programa Bolsa Atleta, destinada aos esportistas com chances de medalha, criada em 2011.
Disputam as olimpíadas pelo Brasil 105 atletas que receberam a Bolsa Pódio em 2016. Cada um recebe de R$ 5 mil a R$ 15 mil, de acordo com critérios específicos. A lista total do Bolsa Atleta contempla 6.152 atletas de todo país, em modalidades olímpicas, não-olímpicas e paralímpicas, com investimentos de R$ 80 milhões neste ano, de acordo com informações disponibilizadas pelo Governo Federal.
Nas Olimpíadas, quase 80% dos atletas são bolsistas: dos 465 que representam o Brasil, 358 são beneficiados pelo programa.
No Bolsa Pódio já foram investidos mais de R$ 60 milhões em 318 atletas desde 2013. Atualmente, 231 atletas de modalidades individuais (olímpicas e paralímpicas) são patrocinados nesta categoria. A Bolsa Pódio é uma ação do Plano Brasil Medalhas pelo qual o Ministério do Esporte e empresas estatais também apoiam mais 179 atletas de modalidades coletivas (olímpicas e paralímpicas). Os recursos do Plano para esses 399 atletas já somam investimentos de R$ 287,3 milhões.
Porém os atletas militares do PAAR representam 30% dos brasileiros nas Olimpíadas. Os medalhistas militares são Felipe Wu (prata no tiro esportivo), Rafaela Silva (ouro no judô), Mayra Aguiar (bronze no judô), Rafael Silva (bronze no judô), Arthur Nory (bronze na ginástica artística), Arthur Zanetti (prata na ginástica artística), Thiago Braz (ouro no atletismo), Poliana Okimoto (bronze na maratona aquática), e a dupla Ágatha Bednarczuk e Bárbara Seixas (prata no vôlei de praia), Robson Conceição (ouro no boxe) e a dupla Martine Grael e Kahena Kunze (ouro na vela).
As demais medalhas foram para Diego Hypólito (prata na ginástica artística) e Isaquias Queiroz (prata e bronze na canoagem de velocidade) .
Desde 2012 é permitido que os beneficiários do Bolsa Atleta tenham outros patrocínios.
Saiba mais: Lei nº 10.891, de 9 de julho de 2004 – Institui a Bolsa-Atleta
Guia de Atletas Olímpicos Brasileiros
Lei nº 12.395, de 16 de março de 2011 – Institui a Bolsa Pódio
CONTO I Uma manga chupada
августа 18, 2016 15:20Por Venâncio de Oliveira, economista, de Ciudad de Mexico (MEX)
“O inferno na terra. Alguns diziam que: se uma peca vai para o inferno. Ela já vivia isso. Os ossos dela reluziam”
Ossos rígidos. Lembranças de mortos. Um futuro. Agora, estes ossos tinham vida. Carregar sentimentos, fantasmas e mangas. As mãos de Maria seguravam um carrinho cheio de mangas. Esforçava-se para vender. Queria alimentar seus ossos. Estava cadavérica. Cabelos loiros. Seca. Era uma manga chupada. Não vendia. Não comia. Fazia as contas. Quantas mangas para fazer uma refeição? Fazia uma semana que não jantava. Estava no meio daquele lugar caótico. Não tinha forças para carregar aquele carrinho cheio das frutas. Não podia comê-las. Não eram dela. Queria um prato de arroz, tortilhas, tamales, carnes, ovos, tudo. Era feliz alimentando-se. Agora, estava ali parada, olhava as mangas, aflita porque não vendia. O calor machucava suas pernas ossudas. Estava desprezada, desprezível. Maria desejava vender. Ninguém comprava. Tinha almoçado ontem: Dois ovos com tomate. Mas, hoje não. Não tinha U$ 1,00. Seu marido bebeu os U$ 2,00 que tinha juntado para comer.
Queria atravessar uma rua de San Salvador. Um caos urbano. A poluição. As pessoas e seus dinheiros. Ninguém queria comprar suas mangas. Fazia horas que esperava para atravessar a Avenida Bernal. Um, dois, três, cinquenta carros passavam. Um motor. Uma menina. Um gordo. Um bigode. Outro sorriso. Eles tinham carro e comiam. Ela não conseguia atravessar a rua. Estava cansada. Não prestava atenção. Não tinha forças. O carrinho era pesado. As mangas pesavam no seu coração. O estômago de um trabalhador precisa estar alimentado. O dela não estava. Não era trabalhadora, era informal. Estava com as mangas sem vender. Isso era o que parecia. Um trapo qualquer jogado na esquina. Parecia que nem era mulher, ou homem. Seja que for. Um trapo que não sabia atravessar a rua. Na verdade, eram os carros que não a deixavam. Era torturante aquilo. Se fosse fazer as contas já eram mais de trinta minutos para atravessar um pequeno espaço no tempo.
Um micro-ônibus passava. Convidava ela para entrar. “Metrocentro, 20 centavos”. Eles não viam que ela só queria atravessar a rua e vender suas mangas? A fome digeria sua iniciativa. Estava tonta. Sentava. Olhava. Um bar na sua frente. Ali tinha música nas sextas-feiras. Salsa. Gente feliz se apertando. Havia europeus. “Gente bonita. Queria arrumar um gringo para mim. Ah. Ele não ia querer uma manga chupada. Mas, ele ia aprender o que é sexo com uma salvadorenha de verdade”. Ela sempre passava por aquelas bandas. Às vezes vendia até de noite, na sexta-feira sentava naquela rua, conversava com o hippie e perguntava daquele bar. Gostava só de ouvir. Não entrava. Imaginava. Um sabe seu lugar.
Desviava o olhar. Não tinha música agora. O calor e a rua com seus carros. Ela não saía do lugar. Tinha náuseas. Famélica. Cadavérica. O sol. A fumaça. As mangas. Seus pés eram ossos. Olhava atentamente seus pés. Estavam negros. Um chinelo e cinco dedos. A sujeira não era da terra como a do seu campo. Era da fumaça do caos. San Salvador não era para ela. O campo sim. Agora, estava ali e não conseguia atravessar o caos. Era possível que morresse naquele momento. Insuportável. Queria dançar naquele bar. Podia bailar agora. Será que delirava? Fosse melhor. Seria uma fantasia. Aquilo que vivia era a morte. O inferno na terra. Alguns diziam que: se uma peca vai para o inferno. Ela já vivia isso. Os ossos dela reluziam. Não. Eram as mangas. Ela se confundia com as mangas. O homem e seu trabalho. A mulher é uma coisa. Sim. Era valia menos que as mangas. Trabalhava feito condenada e nada vendia. Não a deixavam nem atravessar a rua.
“Diabos de carros. Diabo de gente”. Queria atravessar. Ali não venderia. Queria ir à frente de uma escola. “Quanto vale a manga?”. Alguém falava com ela. “Ah”. Um milagre. Ia vender uma manga. Talvez atravessasse a rua. “Quatro por U$ 1 dólar”. “Ah… não. Obrigado”. “Maldito”. Gritava em voz alta. O jovem estudante nem ligava. Caminhava. Atravessava a rua. Ela não podia. Não aguentava com o peso de seus ossos. O tempo passava e ela estava ali. Pelos seus cálculos já passava de uma hora.
Um cachorro chegava. Fétido. Feio. Cheirava. Ela estava sentada. “Saí. Saí…” O cachorro pensava ver um bicho semelhante. Via a arrogância de sempre dos humanos. Mas, ela era tão parecida a ele. Não saía. Aquele bicho tinha sido estúpido. Mas, será que ela não tinha se enganado? Talvez, tivesse confundido o cão com gente. Por isso era grossa. Pensava o cão. Ia dar mais uma chance para aquele bicho. Tinha de mostrar a ela que eram iguais. Para que eles se reconhecessem. Talvez, saíssem e fossem comer algum lixo. Ele estava faminto. Estava convidando aquele bicho para ir com ele, alimentar-se. Chegava. Lambia. “Ah”. Batia no ar. Caía no chão. Ele corria. Sim, era um estúpido humano que parecia cão. Ele ia procurar os de sua raça.
Ela estava ali naquela calçada suja. O carrinho a mirava. Ela revidava o olhar. As mangas. O sol. Seus ossos. Os carros. A poluição. Não conseguia se levantar. Aquele cão petulante. Pensava-se que era quem para chegar sem ser convidado? Jogada no chão. Fome. Miséria. Os transeuntes passavam sem notar sua presença. A mulher. A manga. A sujeira. Ela tentava levantar. Não tinha força. Dormia. Sonhava. Comia carne. Era do tamanho do mundo. Era suculenta. Vermelha. O estômago estava cheio. Ela não ia mais sair daquele lugar. Ia virar chão. Fantasiava. Era melhor que a vida. As mangas seriam levadas. O garoto encontraria assustado um carro de mangas solitário. Mal saberia ele que passava por cima de Maria. O hippie ia sentir falta da magrela que conversava com ele na sexta-feira. O marido não teria de quem roubar dólares para pagar sua cerveja. Ia sentir falta por algumas semanas. Depois ia se esquecer. O mundo era feito de carne e esquecidos.
Desemprego cresce no período de Michel Temer
августа 18, 2016 11:24De acordo com o IBGE, mais afetados são mulheres e jovens.
Por Manolo Ramires
Terra Sem Males
Um dos principais argumentos para afastar a presidenta Dilma Rousseff era a crise econômica e a taxa de desemprego no país. Contudo, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta crescimento do desemprego no segundo trimestre de 2016. A taxa de desocupação (11,3% no Brasil) subiu em todas as grandes regiões no 2º trimestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015. Ela pode ser compartilhada, portanto, entre Dilma, afastada em 12 de maio, e Michel Temer, que assumiu interinamente a Presidência da República.
Para o IBGE, os principais afetados pelo desemprego são as mulheres e os jovens. As mulheres representam 65,9% da população desempregada no país. Já os adultos de 25 a 39 anos são 35% da população desocupada, de acordo com o levantamento. Ao assumir o poder, Michel Temer foi criticado por montar uma equipe composta por homens, além de rebaixar políticas públicas para mulheres.
A pesquisa também mostra que pessoas com menos escolaridade também tem sido muito afetadas pela crise política e pelos cortes feitos pelo governo interino. Segundo o IBGE, “por nível de instrução, a maior taxa de desocupação, no Brasil, foi observada para pessoas com ensino médio incompleto (20,6%)”. O dado preocupa, uma que se o desemprego atinge os mais pobres, o governo interino desenha cortes nas áreas sociais e políticas públicas para saúde e educação.
Para o analista do IBGE, Cimar Azeredo, os dados da PNAD apontam crescimento contínuo do desemprego no governo atual. “O mercado de trabalho está dispensando, com aumento da procura de emprego bastante expressiva, com menos carteiras assinadas, queda no rendimento e, consequentemente, criando um círculo vicioso”, projeta.
Desemprego de Temer
Se a pesquisa trimestral do IBGE aponta que a economia está desajustada, outros dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelam crescimento no desemprego no Brasil até junho. “A população desocupada (11,6 milhões de pessoas) cresceu 4,5 % em relação ao observado entre janeiro e março (11,1 milhões de pessoas), um acréscimo de 497 mil pessoas na procura por emprego. No confronto com igual trimestre do ano passado, esta estimativa subiu 38,7%, um aumento de cerca de 3,2 milhões de pessoas desocupadas na força de trabalho”, apurou o IBGE.
Para o economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Sandro Silva, ao contrário do que diz a classe política, não há tendência de reverter o desemprego no país no curto prazo com a troca de comando federal em definitivo: “O desemprego vem aumentando desde o ano passado em função de fatores econômicos, que também sofrem a influência de outros fatores como o politico e a Lava Jato. Isso tudo acaba gerando incertezas”, avalia o economista.
Jean Wyllys protocola projeto “Escola Livre”
августа 16, 2016 21:22
Projeto de lei 6005 visa garantir a manifestação de pensamento nas escolas
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) protocolou hoje (16) o projeto de lei 6005/2016 já batizado de “Escola Livre”. O projeto tem objetivo de combater iniciativas conservadoras que visam eliminar e punir até com prisão professores que estimularem o pensamento em sala de aula. O famoso “Escola sem partido”, rebatizado como “Escola do Partido Único”. De acordo com o deputado federal, “uma escola para a democracia não é uma escola “sem partido”, mas com muitos partidos, com muitas ideias, com muito debate, com muita análise crítica do mundo”.
Por ser apresentado na Câmara dos Deputados, o projeto tem abrangência nacional. Ele defende a livre manifestação do pensamento, o pluralismo de ideias e concepções ideológicas e a liberdade de ensinar e aprender sem censura e repressão. O texto ainda destaca o papel laico do Estado, respeitando a diversidade religiosa e de crença. A ênfase se opõe principalmente a bancada evangélica no Congresso Nacional e nos legislativos estaduais e municipais, que patrocinam o “Escola Sem partido”.
De acordo com o deputado federal, uma escola para a democracia é uma escola laica e respeitosa de todas as crenças e da ausência delas. Em sua conta no Instagram, Wyllys ainda alfinetou a bancada evangélica: “Enquanto os fascistas, os macarthistas e os fundamentalistas religiosos falam em “Escola sem partido” e travam uma estúpida guerra contra uma inexistente “ideologia de gênero”, eu quero defender uma escola livre. Uma escola democrática, plural, inclusiva, aberta a todos os debates. Livre de censura”, concluiu.
O projeto de lei tem como principal objetivo proteger os docentes que estão sendo ameaçados até de prisão por ensinar a diversidade de pensamento. Recentemente, em Curitiba (PR) a professora Gabriela Viola foi afastada porque fez uma paródia do hit Baile de Favela ensinando os alunos sobre a mais-valia de Marx. A professora foi “rotulada” de fazer doutrinação marxista. Contudo, de acordo com o Ministério Público Federal, o “Escola sem Partido é inconstitucional e impede o pluralismo”. “O projeto subverte a atual ordem constitucional por inúmeras razões: confunde a educação escolar com aquela fornecida pelos pais e, com isso, os espaços público e privado, impede o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas”, elucida a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat.
Para evitar análises incorretas e perseguições, o projeto de Wyllys destaca que “é assegurada a livre manifestação do pensamento, conforme previsto na Constituição Federal” e que na escola “deve-se educar contra todas as formas de discriminação, exclusão social e violência física e simbólica, promovendo-se o respeito pela diferença e a celebração da diversidade e da pluralidade democrática”.
Coalizão liderada pela Arábia Saudita mata 14 pessoas em ataque aéreo no Iêmen
августа 16, 2016 15:29Com informações dos Médicos Sem Fronteiras
O hospital de Abs, na província de Hajjah, no noroeste do Iêmen, foi atingido por um ataque aéreo na tarde desta segunda-feira, às 15h45 do horário local. O ataque matou 14 pessoas e deixou pelo menos 19 feridas.
A explosão matou, de imediato, nove pessoas, entre elas um integrante da equipe da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). Dois pacientes morreram enquanto eram transferidos para o hospital de Al Jamhouri. Cinco pacientes continuam hospitalizados. O hospital de Abs, foi parcialmente destruído e todos os pacientes e funcionários que sobreviveram foram retirados. As coordenadas de GPS do hospital haviam sido repetidamente compartilhadas com todas as partes do conflito, incluindo a coalizão liderada pela Arábia Saudita, e sua localização era bem conhecida.
“Foi o quarto ataque contra uma instalação médica de MSF em menos de 12 meses. Nós testemunhamos hoje, mais uma vez, as trágicas consequências de um bombardeio a um hospital. Mais uma vez, um hospital em pleno funcionamento, cheio de pacientes e profissionais nacionais e internacionais de MSF, foi bombardeado em uma guerra que não demonstra nenhum respeito por instalações médicas ou pelos pacientes. Um ataque aéreo atingiu o hospital, fazendo com que 11 pessoas perdessem suas vidas”, disse Teresa Sacristóval, gestora da Unidade de Emergência de MSF no Iêmen.
“Mesmo com a recente resolução das Nações Unidas que pediu o fim dos ataques a instalações médicas e com as declarações de altos dirigentes de compromisso com o Direito Internacional Humanitário, nada parece ser feito para que as partes envolvidas no conflito no Iêmen respeitem os profissionais de saúde e os pacientes. Sem uma ação efetiva, esses gestos públicos são inúteis para as vítimas de hoje. Sendo algo intencional ou resultado de negligência, isso é inaceitável”, afirmou Teresa.
“As pessoas no Iêmen continuam sendo mortas e feridas ao buscar assistência médica. A violência no Iêmen está gerando um fardo desproporcional para a população civil. Queremos expressar nossa indignação por ter que enviar condolências às famílias dos nossos funcionários e de dez pacientes, que deveriam estar seguros dentro de um hospital”, concluiu ela.
PEC de Temer reduz garantias constitucionais em educação e saúde
августа 16, 2016 10:49Avaliação de “A Publica” é de que trabalhadores correm riscos
Por Patrícia Cagni, A Pública
Edição Manoel Ramires, Terra Sem Males
O governo interino de Michel Temer propõe a PEC 241 que limita gastos na educação e saúde a apenas a inflação do período. A Proposta de Emenda a Constituição feita pela equipe econômica deve ter efeito nocivo, de acordo com a Agência “A Pública”, que avaliou discurso do deputado federal paranaense Aliel Machado (REDE). Tramitando no Congresso nacional junto com o PLP 257, que renegocia as dívidas dos estados punindo servidores públicos com congelamento de salários e inibindo concursos públicos, a PEC 241 é considerada polêmica pelos sindicatos e movimentos sociais.
“A Pública” checou a declaração de Aliel Machado: “[A PEC 241] retrocede os direitos constitucionais já garantidos, inclusive referidos às áreas da educação e da saúde que já têm previsão constitucional”. Para a agência, “concluímos que isso realmente vai ocorrer se a proposta não for modificada. Isso porque o texto define que acaba a atual vinculação de receitas para gastos com saúde pública e educação, já previstas na Constituição”, avalia.
Na época do anúncio da medida, escreve a “A Pública”, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que as despesas com saúde e educação seriam preservadas e defendeu que passarão a obedecer o mesmo critério dos demais gastos. Serão reajustadas de acordo com a variação da inflação no ano anterior, não mais de acordo com o crescimento da arrecadação – como é atualmente.
Contudo, de acordo com a assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Grazielle David, a “PEC 241 é uma bomba contra os direitos constitucionais da população brasileira”. Ela compara a arrecadação da Seguridade Social e afirma que os recursos são superavitários. Consequentemente, os orçamentos da Saúde, da Previdência e da Assistência também são.
Por outro lado, a PEC acaba com garantias constitucionais: “Para piorar o cenário, a PEC 241/16 prevê também que não haverá aumento real do que é investido nos direitos sociais, nas políticas públicas e na seguridade social por 20 anos. Tomando a saúde como exemplo: como a população brasileira crescerá 9% e dobrará sua população idosa em 20 anos, de acordo com as previsões do IBGE, isso exigiria um aumento real do valor destinado para a saúde; entretanto, isso não ocorrerá. Em valores reais, o mesmo montante de recursos aplicado em 2017 será aplicado em 2037, havendo apenas uma correção monetária. O resultado será uma aplicação per capita cada vez menor no SUS”, aponta Grazielle.
Não cobrem coerência de golpistas
августа 15, 2016 14:22Por Manolo Ramires
Terra Sem Males
Agonia. Essa é a palavra que define o sentimento ao ver a esquerda e a militância cobrando coerência dos golpistas ao conduzir e votar o golpe contra Dilma Rousseff. Não se enganem, a lógica que move os golpistas é outra. Não dá para pedir respeito às regras de quem escolher subvertê-las.
Se para parte da população é incoerente que o processo contra Dilma seja acelerado no Senado Federal enquanto a cassação de Eduardo Cunha seja protelada na Câmara Federal, para os golpistas isso é perfeitamente normal. Faz parte do jogo salvar o deputado que deu seguimento ao processo de impedimento e tem mais de 200 deputados no bolso. Nesse sentido, os prazos regimentais são contorcidos conforme o interesse de quem os manipula.
Também tampouco adianta “denunciar” que o juiz Sérgio Moro não encontra o endereço de Cláudia Cruz para entregar uma intimação enquanto consegue conduzir coercitivamente ex-presidente da República e os mais importantes empresários do Brasil. Tem uma escolha aí, independente da grita geral. Vai ter gol impedido. Vai ter pênalti não marcado. O mesmo judiciário que prendeu Delcídio Amaral vai deixar Romero Jucá solto e sequer vai chamar José Serra para prestar depoimento sobre os R$ 23 milhões. Isso sem falar na atuação de Gilmar Mendes.
Escracho bonitinho
Escrachar. O método escolhido para expor os apoiadores do golpe é bonito, mas de pouca eficiência. O que move Cristovam Buarque, Romário, Marta, é o fisiologismo. É em nome disso que agem e aguentam algumas pancadas. Essa é a lógica deles. Falem mal, mas estão na moda e no poder.
Agora, se não dá para cobrar coerência da classe política, jurídica, midiática e dos coxinhas que, no fundo, só tem como certeza a saída da Dilma e que o resta se exploda, o que dá para fazer? Nada além das ruas. Nada além dos protestos, nada além de entrar no jogo dos golpistas. O contrato social e democrático está rompido. O diálogo deu lugar ao confronto. E é nele, na disputa sem regras definidas ou muita coerência, que a disputa será feita. Mesmo que isso gere mais caos do que ordem e progresso.
Emir Sader critica pouco espaço dos trabalhadores no Legislativo
августа 15, 2016 10:27Um momento para esta disputa deve acontecer nas eleições municipais
Por Pedro Carrano, com informações de Sismuc
Terra Sem Males
O sociólogo Emir Sader defende que, frente aos ataques contra a democracia, é necessária maior representação dos trabalhadores no Legislativo e no Congresso Nacional. Sua exposição aconteceu durante o XI Congresso do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), realizado em Praia de Leste (PR), nos dias 12, 13 e 14 de agosto.
“Não há tradição de eleger parlamentares dos movimentos sociais. Cadê a bancada da educação pública, da saúde pública, do movimento negro, dos jovens, dos metalúrgicos etc. Não conseguimos avançar com esse Congresso. Temos que democratizar o Estado”, aponta Sader, para quem os trabalhadores têm a obrigação de conseguir maior representação no Legislativo.
Um momento para esta disputa deve acontecer nas eleições municipais. “É a nível dos municípios que se desenvolvem as políticas democráticas e populares. Mesmo que restrinjam a participação na televisão, é possível fazer um debate sobre a cidade, que políticas queremos, que tipo de proteção aos jovens, às mulheres” , conclama.
Papel do governo Temer
O professor falou também sobre o papel do governo interino de Michel Temer (PMDB) depois do golpe parlamentar.
Os objetivos do governo estão dados, na avaliação de Sader. Para ele, a primeira meta do presidente interino é “privatizar, começando pelos recursos do pré-sal. O segundo objetivo “é a retirada de recursos para saúde e educação, dentro da ideia de que, se a economia cresce, há recursos para as políticas sociais, apenas assim”, lamenta.
Genocídio do povo negro
“Antes mesmo do impeachment, já víamos retrocessos nas terceirizações, nos direitos das mulheres, o genocídio dos jovens negros, 8 a 10 mortos pela polícia, que é paga pelos impostos ao Estado. E a mídia fabrica a imagem de que são os agentes da violência, quando na verdade são vítimas. São jovens sem cara, sem família, chacinados todos os dias”, criticou Emir.
Palmeiras começa segundo turno forte
августа 14, 2016 22:58Por Manoel Ramires
Terra Sem Males
O Palmeiras despertou os olhares da crônica esportiva ao golear o Atlético Paranaense na primeira rodada do Campeonato Brasileiro. A vitória, no Allianz Parque, de quatro a zero sobre o campeão do Paraná, colocava o time precocemente entre os favoritos ao título. Expectativa que se confirmou com a equipe alviverde fechando o primeiro turno na liderança e comemorando o título da primeira fase do campeonato.
Fechado esse ciclo, o Palmeiras tinha muitas falhas a serem corrigidas para entrar forte na segunda fase. Uma delas era acabar com a fama de time caseiro. Forte em casa, tendo apenas uma derrota e um empate em seus domínios, o elenco de Cuca vacilava em partidas distantes do seu campo. Essa inconstância fez com que o Palmeiras não disparasse na liderança. Também atrapalhou o time as saídas de Fernando Prass e Gabriel Jesus para a Seleção Olímpica. O ataque parou. A defesa perdeu a confiança. A famosa gordurinha se queimou.
Mas, novamente uma partida contra o Atlético Paranaense serviu para retomar o carimbo de favorito do alviverde. Ao vencer o furacão por um a zero no gramado sintético da Arena da Baixada, o Palmeiras derruba a invencibilidade do rubro negro em casa. A única que perdurava no campeonato. Mais do que a vitória, o verdão encontrou substituto para Fernando Prass. Jaílson retomou a confiança perdida com o goleiro Vagner. Moral fundamental, uma vez que Prass, machucado, só retorna em no ano que vem.
Por outro lado, a baixa produção do ataque ainda não se recuperou. Pior com o afastamento de Alecssandro e com as lesões de Leandro Banana e Barrios. Todavia, o verdão mantém a confiança, afinal, o próximo jogo é em casa, onde tem a melhor campanha do campeonato, e falta apenas um jogo para Gabriel Jesus, ainda artilheiro do Brasileirão, retornar da Seleção. E quem sabe com o ouro olímpico para dar mais força ao Palestra.
13 fotos de Ciro Gomes no Circo da Democracia em Curitiba
августа 14, 2016 1:42O ex-ministro Ciro Gomes esteve em Curitiba na noite deste sábado, 13 de agosto, participando do GT Estado do Circo da Democracia. Confira ensaio fotográfico exclusivo do repórter fotográfico Joka Madruga para o Terra Sem Males.
Todas as fotos estão à venda para manutenção do projeto Terra Sem Males – Jornalismo Independente. Entre em contato.

Foto:Joka Madruga/Terra Sem Males

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