Comunicando Crises Humanitárias
18 de Maio de 2019, 22:07Seminário da organização Médico Sem Fronteiras em Curitiba conversa com jornalistas sobre coberturas de alto risco
Durante toda a manhã deste sábado (18) jornalistas e estudantes de Comunicação participaram no auditório do Sesc da Esquina, em Curitiba, do Seminário “Comunicando Crises Humanitárias – como cobrir conflitos armados, desastres naturais e epidemias” promovido pela equipe de comunicação da Organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
O evento trouxe informações sobre como funciona e atua a comunicação do MSF nas principais crises humanitárias destacando os recursos e formas de atuação em campo.
Dentro da neutralidade e imparcialidade proposta pela organização nas missões, a coordenadora de conteúdo do MSF no Brasil, Gabriela Roméro destaca que uma das necessidades é a de divulgar as consequências da guerra, que vão além dos feridos. “Não é necessariamente a pessoa que é atingida em uma catástrofe, por exemplo, que vai ser o principal motivo de atuação do MSF. A desnutrição é um dos problemas que pode ser causado por falta de acesso ou porque o sistema de saúde entrou completamente em colapso. Tem um relato de um médico que encontra uma paciente com a diabetes descompensada e que a questiona sobre o uso da insulina. Ela explica que há muito tempo não tem acesso, mas mesmo se tivesse não conseguiria manter por falta de eletricidade e refrigeração. Então, a eletricidade é um problema pro MSF também. Como manter uma cadeia de frios e levar para um país extremamente quente? Então são essas as consequências indiretas da guerra que a gente vê com frequência no nosso trabalho”, conta Gabriela.
Durante o encontro também foram apresentadas reportagens de profissionais da imprensa que já estiveram em atuações do MSF. A jornalista Sonia Bridi, da Rede Globo, enviou um depoimento em vídeo para os participantes contando os bastidores da cobertura sobre refugiados do Sudão do Sul em Uganda. Além de dar dicas sobre providências mínimas a serem tomadas antes de uma cobertura desse porte, a jornalista também relatou o que não levar. “Não devemos gerar discórdia, mesmo que com boas intenções: Não adianta levar um pacote de balas para ser distribuído entre 30 mil crianças. Isso só irá gerar ainda mais conflito. […] Em alguns momentos me emocionei e fiquei envergonhada. Fui no carro chorar. Eles estão vivendo um drama tão grande e eu não preciso ir lá dar um show de piedade”, relatou Bridi.
O evento também contou com a participação da jornalista convidada Helen Anacleto, que mediou um bate-papo com profissionais do MSF: a farmacêutica Francelise Cavassin, que retornou em dezembro do Iêmen, e a enfermeira-obstetriz Janaína Carmello, que retornou do Sudão do Sul no último mês.
Ambas profissionais atuam nos intervalos de trabalho. “Eu me disponho sempre nas minhas férias, pois sou professora. Então todo fim e começo de ano eu já sei que estarei em algum lugar para o MSF”, conta a farmacêutica.
É a primeira vez que o seminário vem à Curitiba. “Para nossa surpresa, o conhecimento da organização não é tão amplo no Sul do país. Então essa é uma forma de nos aproximarmos e disseminarmos de uma forma mais fluida as nossas informações” finalizou o coordenador de imprensa do MSF, Paulo Braga.
Por Silvia Valim, jornalista
PGR pede ao STF suspensão de ordem de despejo de comunidade indígena no Paraná
17 de Maio de 2019, 21:24A procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, requereu à presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) urgência na suspensão da decisão que determinou a reintegração de posse em favor da Itaipu Binacional, de área ocupada por comunidade indígena Avá-Guarani, no município de Itaipulândia, no Oeste do Paraná. Em abril a posse da área foi deferida em favor da Itaipu Binacional, com prazo para desocupação até 1º de junho. No local vivem 15 famílias, entre elas 13 crianças e sete idosos.
Na manifestação enviada ao STF, Raquel Dodge destaca que o caso tem relação com liminares ajuizadas em fevereiro e março deste ano, necessitando ainda de um pronunciamento do presidente do STF, ministro Dias Toffoli.
Ao defender direito constitucional dos indígenas às terras, Dodge relembra o histórico de ocupação da comunidade Ava-Guarani do território, bem como de outros pontos do Oeste paranaense ao longo de décadas, descrevendo o histórico de graves violações de direitos humanos contra a etnia. “As áreas ora reivindicadas pela Itaipu Binacional, na verdade, foram adquiridas por meio de uma gravíssima cadeia de expulsão, remoção e intrusão dos territórios indígenas do Oeste do Paraná, situação essa que não pode obter a chancela do Poder Judiciário, sem um necessário e amplo estudo acerca da situação fática que embasa a pretensão em exame”, alertou a PGR.
A procuradora também destaca a lentidão na demarcação da Terra Indígena pela Fundação Nacional do Índio (Funai), pleiteada pela etnia Ava-Guarani desde 2009. A negligência na execução da política motivou instauração de Ação Civil pelo Ministério Público Federal (MPF) em Foz do Iguaçu, que denuncia consequências como contaminação do solo por agrotóxicos e consequente contaminação da comunidade, conflitos fundiários e situação de extrema pobreza.
A PGR chama atenção ainda para a necessidade de cautela do Poder Judiciário no enfrentamento da questão, diante do curto prazo determinado para a retirada forçada dos indígenas do local e o risco iminente de acirramento dos conflitos entre indígenas e não-indígenas, ocasionado graves consequências para a segurança dos envolvidos. “A retirada dos indígenas das terras à força, neste momento, contribuirá para o aumento da tensão e do conflito fundiário, porque toca em ponto especialmente sensível aos indígenas”, adverte Raquel Dodge.
Para Dodge, é mais prudente manter inalterado o estado atual dos fatos, garantindo, ao menos por ora, a permanência das famílias indígenas no local em que se encontram, sendo o perigo da execução de medida reintegratória infinitamente maior que a manutenção do status atual. Ainda mais levando em conta que inexiste notícia de eventual degradação ambiental da área em discussão por parte dos indígenas ali localizados – confirmando entendimento da própria Suprema Corte, no julgamento da PET nº 3.388, de que “há perfeita compatibilidade entre meio ambiente e terras indígenas, ainda que estas envolvam áreas de ‘conservação’ e ‘preservação’ ambiental”.
Do Porém.net, com informações da Assessoria do PRG
Foto: Cimi
Curitiba recebe a segunda edição do workshop StreetPhotography
17 de Maio de 2019, 17:50O workshop “Interpretando a cidade pela StreetPhotography” acontecerá dia 08 de junho e será ministrado pelos fotógrafos Henry Milléo e André Rodrigues. O número de inscritos é limitado.
“Esse segundo encontro tem como proposta entender o que vem a ser a fotografia de rua, pensar conceitos e (novas) abordagens para uma streetphotography contemporanêa e intimista. E propor caminhos para um trabalho de fotografia de rua,” explica André.
“Vamos bater um papo sobre o que vem a ser a “fotografia de rua”, rever alguns conceitos importantes na linguagem fotográfica – tal como composição, enquadramento e ângulos. Analisar alguns trabalhos na área, avaliar estilos e técnicas. Também vai rolar algumas dicas sobre abordagem de pessoas, retratos na rua, a ‘candid photo’, como usar a arquitetura e técnicas a seu favor”, complementa Milléo.
Segundo os repórteres fotográficos, a coisa toda não fica somente nos slides. Depois da parte teórica, irão guiar uma volta pelo centro de Curitiba para fotografar. “A intenção é ajudar o aluno a melhorar sua abordagem, visão e interpretação para transformar o comum em algo mais instigante”, diz André Rodrigues.
“Este curso é destinado a qualquer pessoa – estudantes, fotógrafos amadores, entusiastas – que desejam explorar melhor a fotografia de rua”, reforça Henry Milléo.
Agende-se:
» Quando?
8/6/2019 (das 10 às 12h – intervalo – 14 às 18h)
» Quanto custa?
Essa edição: R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)
» O que será abordado?
Técnicas, conceitos e dicas de fotografia de rua
» Como se inscrever?
Para se inscrever você pode realizar o pagamento via depósito bancário e enviar a foto do comprovante para o email cafefotografiacwb@gmail.com
Não se esqueça de informar nome completo, idade, telefone para contato. Na sequência entraremos em contato e finalizamos a sua inscrição.
Bancos
• Banco do Brasil
Agência 1863-5 / Conta corrente: 133.295-3 / nome do favorecido:
André Luis Rodrigues
Não se esqueça de informar nome completo, idade, telefone para contato. Na sequência entraremos em contato e finalizamos a sua inscrição.
» O que você precisa levar?
Equipamento fotográfico, bloco de anotação, disposição para debater e, principalmente, para andar pelo centro de Curitiba. Escolha uma roupa e tênis bem confortável e vamos fotografar a cidade.
» Número de participantes
Número de participantes limitado para facilitar a prática e para que todos recebam atenção e orientação
Trabalhadores rurais acampados distribuem mais de 1 tonelada de alimentos no Paraná
17 de Maio de 2019, 17:05Cerca de 500 agricultoras e agricultores acampados do Sudoeste do Paraná realizaram uma marcha pelo centro do município de Clevelândia, no início da tarde desta sexta-feira (17), para reivindicar Reforma Agrária na região.
As famílias do MST trouxeram cerca de uma tonelada e meia de alimentos orgânicos para distribuir à população urbana, como forma de mostrar a produtividade dos acampamentos.
Os trabalhadores fazem parte de sete comunidades de acampamento que estão sob ameaça de despejo. Quatro delas integram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): Mãe dos Pobres 2 e Terra Livre, do município de Clevelândia, Sete Povos das Missões, de Honório Serpa, União Pela Terra, de Mangueirinha.
A atividade terá continuidade ao longo da tarde, com uma Audiência Pública sobre a regularização fundiária das áreas da Massa Falida da Empresa Olvepar e da madeireira Campos de Palmas, onde estão os acampamentos.
A audiência é promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, e terá a presença do presidente da comissão, o deputado Tadeu Veneri (PT), e da deputada Luciana Rafagnin (PT), o deputado federal Zeca Dirceu (PT), além de representantes do governo estadual e dos municípios das comunidades.
Por Ednubia Ghisi e Kelen Alves
Fotos: Daniel Rodrigues e Kelen Alves
Rodas de conversa em Curitiba irão debater racismo, sofrimento psíquico e estratégias de enfrentamento
17 de Maio de 2019, 15:17O Projeto Loucos pela Vida do IFPR Campus Curitiba promove, nos meses de maio e junho, quatro rodas de conversa com o tema “Debates pra despertar gente grande: racismo, sofrimento psíquico e estratégias de enfrentamento”. O evento será realizado nos dias 22 e 29 de maio, 07 e 12 de junho, no auditório do IFPR Campus Curitiba (João Negrão, 1285). A participação é livre e gratuita, e as inscrições podem ser realizadas no local, até 15 minutos antes do início da programação.
Valorização da diversidade
As rodas de conversa “Debates pra despertar gente grande: racismo, sofrimento psíquico e estratégias de enfrentamento” trazem representantes de organizações populares, associações, pesquisadores, professores e estudantes para estimular a discussão sobre estas temáticas. “Um dos valores do Instituto Federal do Paraná é a valorização da diversidade e das pessoas por isso esses encontros são pertinentes”, explica Adriana Gagno, professora do IFPR e coordenadora do projeto. “A desvalorização e a invisibilidade de determinados grupos sociais não apenas geram sofrimento psíquico a estes grupos, como têm impactos sociais mais amplos que precisam ser discutidos para que sejam superados”.
Projeto Loucos pela Vida
Desde 2015, o projeto de ensino e extensão Loucos pela Vida tem como mote principal as discussões sobre o sofrimento psíquico e suas possíveis formas de superação. O projeto propõe a realização de diálogos e sensibilização para construção de uma concepção crítica que permita estabelecer uma conexão entre questões individuais e aspectos coletivos, relacionados ao momento histórico, político, econômico, social e cultural em que o sujeito está inserido.
Confira a programação completa:
“Debates pra despertar gente grande: racismo, sofrimento psíquico e estratégias de enfrentamento”
Local: Auditório do IFPR Campus Curitiba (Rua João Negrão, 1285)
Inscrições no local
DATA | HORÁRIO | TEMA |
22/05
Quarta-feira |
15h às 17h | Histórias que a História não conta: o avesso da História do Brasil
Abertura e Apresentação musical do samba-enredo “História pra ninar gente grande” (Mangueira 2019), com a turma de pós-graduação em Educação Musical do IFPR Roda de conversa sobre personagens e movimentos sociais invisibilizados na História do Brasil, citados no samba-enredo Mediação do debate: Nivaldo Arruda (Paulo Borges) – Professor de Filosofia, pesquisador e especialista em História e Cultura africana e afro-brasileira. Fundador da Associação Cultural de Negritude e Ação Popular dos Agentes de Pastorais Negros (ACNAP). |
29/05
Quarta-feira |
10h30 às 12h30 | Cadê a favela que estava aqui?
Roda de conversa sobre o direito à moradia, a constituição das favelas e a tentativa de invisibilizá-las e apresentação da Central Única das Favelas (CUFA) como uma estratégia de enfrentamento às adversidades vividas nestes espaços. Mediação do debate: Elisa Detzel Bernert – Arquiteta e Urbanista, especialista em Direito à Cidade e Gestão Urbana, professora do IFPR; Isaac Santos – Psicólogo, integrante da Central Única das Favelas (CUFA). |
07/06
Sexta-feira |
13h30 às 15h30 | Eugenia e racismo científico: novas raízes da segregação
Roda de conversa sobre eugenia e racismo científico e estratégias de enfrentamento deste problema Mediação do debate: Érika Pessanha D’Oliveira – Psicóloga e mestra em Educação, professora do IFPR; Karla Babinski – Licenciada em História e mestra em Tecnologia, cursa Especialização em Educação Profissional no IFPR. |
12/06
Quarta-feira |
18h às 20h | Inclusão de indígenas no ensino superior: Visita técnica ao CEAPPE/UFPR
Roda de conversa sobre inclusão de indígenas no ensino superior, sofrimento psíquico e estratégias de enfrentamento. Mediação do debate: Francine Rocha – Pedagoga e Psicóloga, doutora em Educação, diretora técnica do CEAPPE; Norma Ferrarini – Psicóloga, doutora em Educação, pós-doutora em Psicologia, diretora acadêmica do CEAPPE; Estudantes indígenas da UFPR. |
Para informações:
Acesse o Facebook Projeto Loucos pela Vida
Povo vai às ruas contra Bolsonaro e a favor da educação
15 de Maio de 2019, 13:33Estudantes, professores e representantes dos movimentos sociais e sindicais participaram nesta quarta-feira (15), em Curitiba-PR, do Ato Nacional em Defesa da Educação Pública. A mobilização é contra os cortes no orçamento promovido pelo governo Bolsonaro e contra a reforma da previdência.
Em uma grande demonstração de que os espaços públicos foram feitos para ser ocupados mais de 15 mil pessoas marcharam pelas ruas do centro da capital paranaense insatisfeitos com a atual gestão do Governo Federal.
A juventude cheia de sonhos e ideais era maioria absoluta no protesto. Rostos de esperança e indignação percorreram as ruas em defesa daquilo que acreditam: um futuro melhor.
Confira abaixo 32 imagens deste momento. As fotos aqui estão em baixa resolução e podem ser usadas desde que citado os créditos Joka Madruga/Terra Sem Males.
Para comprar o ensaio todo com as imagens em alta resolução, por R$200,00, clique aqui. Com este gesto você incentiva o jornalismo independente.
Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males Foto: Joka Madruga/Terra Sem MalesDiante de ciclo conservador na América Latina, a luta dos povos se aproxima
10 de Maio de 2019, 16:18Em 2019, importantes espaços de formação têm sido organizados na Vigília Lula Livre, a partir dos temas da América Latina e também da geopolítica. Localizada na frente da superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-presidente Lula encontra-se em prisão política há quase 400 dias, é fato que a vigília tornou-se um dos principais espaços organizativos, formativos e políticos do país.
O interesse dos integrantes da vigília mostra que, nesse momento no qual os EUA buscam ter de volta seu domínio sobre o nosso “subcontinente” da América Latina, o destino de nossos povos se reaproxima, colocando a necessidade do conhecimento da situação de um continente que, há mais de um século, sofre o impacto das medidas políticas, econômicas e militares por parte do governo estadunidense.
É fato que para atingir seus objetivos, os EUA lançam mão de intervenções militares, de forma direta e indireta, com diferentes ações para desestabilizar governos. Com isso, o tema do imperialismo estadunidense volta ao debate, afinal a agressividade do governo dos EUA é visível ao longo do século vinte e não deixa dúvidas de que estamos nesse mesmo processo. O exemplo da pressão externa com o bloqueio econômico contra a Venezuela e também interna, ao legitimar a figura de Juan Guaidó, é o maior exemplo da postura desse governo.
Poder do Estado
O aspecto principal na série de debates realizada na Vigília Lula Livre tem sido resgatar a perspectiva de quais movimentos revolucionários recolocaram em nosso continente o tema do poder do Estado em questão, quebrando, ao mesmo tempo, dois mitos: o que de nossos povos seriam passivos frente à perda de direitos; além de uma cultura midiática e educacional que distancia os brasileiros do restante da América Latina. Vivemos períodos semelhantes, no avanço ou na resistência contra a perda de direitos.
A experiência cubana de 1959, quando o Movimento 26 de Julho ascendeu ao poder – com Fidel Castro decretando o caráter socialista da revolução dois anos depois, em 1961 –, abriu espaço para a percepção de que, mesmo em uma realidade atrasada e dependente, a tarefa dos revolucionários é “fazer a revolução”, na palavra de ordem usada por Che Guevara. O que significa tomar o poder do Estado para realizar as mudanças estruturais exigidas por trabalhadoras e trabalhadores.
A perspectiva de tomada do poder pela via armada teve êxito na realidade de Nicarágua e El Salvador, países da América Central, onde se conformaram as Frentes – Sandinista de Liberação Nacional (FSLN) e Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), respectivamente. Trataram-se de movimentos com referência nas massas populares e que adotaram a via político-militar. Seguramente, a tentativa de apenas replicar de forma mecânica a experiência cubana abriu espaço para equívocos na tentativa de reproduzir a via armada em países de realidades e contextos distintos, caso da Argentina, Bolívia, Uruguai, entre outros.
Na Nicarágua, a FSLN tomou o poder ainda em 1979, na última revolução socialista do Ocidente. Já em El Salvador, a FMLN chegou ao auge de enfrentamento em 1989, mas não consegue vencer as forças anti-populares no poder. Mas não foi derrotada, forçando os acordos de paz. Longe de um vanguardismo, nesses países da América Central “a montanha guerrilheira”, como se dizia, significava o povo mobilizado e organizado por mudanças.
Ciclo conservador
Depois da implementação do modelo neoliberal nos anos 80 em praticamente todo o subcontinente, veio a resistência a esse modelo, desencadeada inicialmente na Venezuela e no México e logo em vários outros países. Entre os anos 90 e início dos anos 2000, viveu-se a chamada “primavera democrática” em ao menos doze países que tiveram governos de esquerda e centro-esquerda. É fato que hoje vive-se no continente um ciclo conservador de direita e esse número se limite a seis governos progressistas, mostrando a atual situação de defensiva continental da classe trabalhadora. Álvaro García Linera, vice-presidente da Bolívia, alertou recentemente para esse fato.
Ainda assim, a luta de classes é dinâmica e os atuais governos no poder apresentam um projeto neoliberal que não resolve a situação de desemprego e falta de direitos básicos da população. O governo Macri, na Argentina, que seria o principal exemplo da eficiência da direita neoliberal no continente, implementou um modelo que gerou na Argentina, de acordo com o site mexicano La Jornada,14 milhões de pobres (para uma população menor que a brasileira) e 8,6% da população que não consegue cobrir sequer uma cesta básica com seus rendimentos.
Mobilizações importantes têm acontecido naquele país. No mesmo sentido, o governo Bolsonaro não apresenta qualquer medida capaz de reativar a economia e as primeiras mobilizações estudantis começam a estourar, contra os ataques do governo focados principalmente na educação, cultura e contra os sindicatos.
Devemos nos perceber em resistência, aprendendo com os erros do passado, mas sempre como alertava o Che, nos percebendo em nossa unidade e diversidade: “Somos uma raça mestiça, do México ao Estreito de Magalhães”.
Por Pedro Carrano, jornalista
Decisão favorável ao retorno do Consea tem datas decisivas nestes dias 07 e 08 de maio
7 de Maio de 2019, 9:26O CRN-8 orienta os profissionais de Nutrição e a sociedade a se manifestarem favoravelmente ao retorno do Consea por meio de mensagens aos parlamentares da Comissão Mista que analisa a matéria
A Comissão Mista do Congresso Nacional que analisa a Medida Provisória 870/2019 se reúne hoje para a apresentação do relatório do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) acerca da extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
A MP 870 trata das alterações na estrutura da Presidência da República e dos Ministérios e trouxe más notícias para a segurança alimentar e nutricional no país, comprometendo o funcionamento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), que trabalha em defesa da população no que diz respeito à qualidade da alimentação e da saúde.
O CRN-8, em consonância com o Conselho Nacional de Nutricionistas e todo o sistema CFN, se posiciona favoravelmente à restauração do Consea e prede que a decisão de extinção seja revista. Com esse espírito, orienta os profisisoais de Nutrição e a sociedade a se manifestar favoravelmente ao retorno do Consea, enviando mensagens para o deputado João Roma (dep.joaoroma@camara.leg.br), que preside a Comissão, e para o senador Fernando Bezerra (fernandobezerracoelho@senador.leg.br), solicitando uma decisão em favor da saúde e da qualidade de vida da população.
O Consea precisa continuar seu trabalho e honrar os compromissos assumidos pelo Brasil para esta “Década de Ação em Nutrição” proclamada na Assembleia Geral da ONU em 2016. Criado pela demanda da sociedade nos movimentos pela “Ética na Política” e pela “Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida”, ainda na década de 1990, o Consea representa a garantia de uma política pública de segurança alimentar e nutricional para todos os brasileiros. Por tudo isso, é de interesse de todos os que trabalham pela boa alimentação apoiar o retorno do Consea
Por Karina Ernsen, jornalista
Decisão favoráel ao retorno do Consea tem datas decisivas nestes dias 07 e 08 de maio
7 de Maio de 2019, 9:26O CRN-8 orienta os profissionais de Nutrição e a sociedade a se manifestarem favoravelmente ao retorno do Consea por meio de mensagens aos parlamentares da Comissão Mista que analisa a matéria
A Comissão Mista do Congresso Nacional que analisa a Medida Provisória 870/2019 se reúne hoje para a apresentação do relatório do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) acerca da extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
A MP 870 trata das alterações na estrutura da Presidência da República e dos Ministérios e trouxe más notícias para a segurança alimentar e nutricional no país, comprometendo o funcionamento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), que trabalha em defesa da população no que diz respeito à qualidade da alimentação e da saúde.
O CRN-8, em consonância com o Conselho Nacional de Nutricionistas e todo o sistema CFN, se posiciona favoravelmente à restauração do Consea e prede que a decisão de extinção seja revista. Com esse espírito, orienta os profisisoais de Nutrição e a sociedade a se manifestar favoravelmente ao retorno do Consea, enviando mensagens para o deputado João Roma (dep.joaoroma@camara.leg.br), que preside a Comissão, e para o senador Fernando Bezerra (fernandobezerracoelho@senador.leg.br), solicitando uma decisão em favor da saúde e da qualidade de vida da população.
O Consea precisa continuar seu trabalho e honrar os compromissos assumidos pelo Brasil para esta “Década de Ação em Nutrição” proclamada na Assembleia Geral da ONU em 2016. Criado pela demanda da sociedade nos movimentos pela “Ética na Política” e pela “Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida”, ainda na década de 1990, o Consea representa a garantia de uma política pública de segurança alimentar e nutricional para todos os brasileiros. Por tudo isso, é de interesse de todos os que trabalham pela boa alimentação apoiar o retorno do Consea
Por Karina Ernsen, jornalista
Ratinho Junior envia pacote ‘à la Richa’ para Alep
3 de Maio de 2019, 18:26Projeto de Lei pretende congelar carreiras. Reação já começou.
Sem qualquer debate prévio com as categorias do funcionalismo, o governador Ratinho Junior mandou para a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná um Projeto de Lei – PL 4/2019 – que congela a carreira das/os servidoras/es. Uma espécie de ajuste fiscal feito com as/os funcionários do Estado, algo parecido com o que Beto Richa tentou fazer em 2015.
Em linhas gerais o PL estabelece condicionantes para o cumprimento para o cumprimento de direitos como as progressões e promoções e a data-base. A principal está no Artigo 16, que condiciona o percentual gasto em pessoal com o total direcionado em investimento. Se o dinheiro dos investimentos for menor que 10% do gasto com pessoal, os avanços salariais ficariam suspensos.
Já os artigos 17, 18, 19 e 20 tratam de mudanças que possibilitariam estabelecer esse “controle”. O pagamento das progressões ficaria sujeito à autorização da Procuradoria Geral do Estado – PGE. Todos lembram da forma covarde como a gestão anterior fazia por meio da/os advogadas/os do Estado. Era uma espécie de escudo para negar direitos.
Férias pobres – A proposta do governo trata ainda de “verbas indenizatórias” em períodos de férias ou outros afastamentos legais. Esses adicionais seriam suspensos durante o afastamento. Mesmo esse representando um descanso, uma recompensa pelo período trabalhado em situações de risco.
Reação I – O Fórum das Entidades Sindicais – Fes –, do qual o SindSaúde faz parte da coordenação, já iniciou a mobilização no sentido de arquivar o projeto ou, no mínimo, fazer emendas nos trechos que impactam diretamente no avanço de nossas carreiras. Na reunião da equipe de negociação sobre o reajuste salarial realizada nesta sexta-feira, 3/5, foi deixado claro para a gestão que o assunto passa a ser negociado em conjunto com o reajuste salarial.
Reação II – Diversas categorias do funcionalismo, inclusive nós, servidoras/es estaduais da saúde, estamos em estado de greve. Temos confirmada a greve geral em 14 de junho. No entanto, ataques como esse podem nos empurrar já para um movimento mais forte.
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Confira AQUI os artigos do PL 4/2019 que afetam a nossa carreira
Confira AQUI o PL 4/2019 na íntegra
Fonte: SindSaúde/PR