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Dilma e as longas barbas brancas do "bispo"

4 de Agosto de 2014, 12:30 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Edir Macedo inaugurou o seu "templo de Salomão" em São Paulo e lá foram beijar as suas mãos ninguém menos que a presidenta da República, Dilma Rousseff, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito paulistano, Fernando Haddad, entre outros poderosos com menos poder. 
Foi um feito e tanto para o "bispo" de visual renovado, com uma longa barba branca, lembrando um profeta bíblico, e um quipá na cabeça.
A inauguração do faraônico templo deu o que falar. 
Vários jornalistas de renome saíram em defesa da obra, tanto a arquitetônica quanto a religiosa, concedendo uma tremenda importância aos feitos de Edir Macedo e à igreja que fundou.

Outros passaram a discutir a conveniência da presença da presidenta Dilma na inauguração do monstrengo.
Por que raios, afinal, a presidenta, tão séria e circunspecta em outras ocasiões, foi prestigiar aquele personagem sobre o qual pesam tantas suspeitas de ser um reles explorador da boa-fé do povo humilde?
Embora tenha completa aversão às religiões em geral, por achar que elas fazem muito mais mal que bem à humanidade, até que entendo por que Dilma se prestou a esse constrangedor papel.
Foi, certamente, como dizem, em nome da "governabilidade", pois o PRB, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, faz parte da base de apoio ao governo trabalhista.
Além disso, as eleições estão aí e, deve ter pensado o pessoal da campanha de Dilma, não é bom desprezar os votos dos evangélicos liderados por Edir Macedo.
Fora isso, Dilma não tem culpa por Macedo ser, além de líder da IURB, o dono da Rede Record.
E, da mesma forma como usa a emissora de televisão para turbinar seus negócios da fé, o "templo de Salomão" nada mais é que uma cara ação de marketing, promovida por um empresário bem sucedido, como tantos outros que existem no Brasil e que ostentam a sua riqueza como forma de vender os seus produtos ou serviços.
Edir Macedo e seu "templo de Salomão" só existem porque a IURB se agigantou tendo por trás uma rede de televisão cuja concessão foi outorgada irresponsavelmente para uma corrente religiosa - isso num país constitucionalmente laico.
Dilma dificilmente toca no assunto, porque sabe que ele é explosivo. 
Mas o Brasil nunca será uma democracia verdadeira se continuar a permitir que os meios de comunicação eletrônicos fiquem nas mãos de políticos ou empresários inescrupulosos, sejam eles de que ramo for, inclusive o da fé.
Um marco regulatório para as comunicações é mais que necessário para o Brasil - é um imperativo.
Sem ele, novos "templos de Salomão" serão erguidos em meio a quarteirões miseráveis para serem frequentados por presas fáceis dos exploradores da ignorância e do desespero humanos.
Fonte: http://cronicasdomotta.blogspot.com/2014/08/dilma-e-as-longas-barbas-brancas-do.html

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