Basicamente, há duas linhas de pensamento para o terceiro turno, já anunciado pelos tucanos, em caso de vitória de Dilma:
1) A presidenta deve tentar acalmar os ânimos dos oposicionistas;
2) A presidenta deve partir para cima deles com tudo.
O terceiro turno significa que a oposição não vai aceitar a derrota e vai jogar todas as fichas num processo de desestabilização do governo reeleito, apelando até para um processo de impeachment, tendo como justificativa a "roubalheira" da Petrobras.
Não só próceres oposicionistas anunciam abertamente que se lançarão com tudo nessa aventura golpista, mas também os vários colunistas amestrados da imprensa oligopolizada expõem essa "tese" - antítese das normas democráticas sob qualquer ponto de vista.
Seja lá o que a presidenta pretenda fazer, caso seja reeleita, seu governo tão terá vida mansa.
A sua base de sustentação deverá ser ainda mais frágil que a atual.
A mídia continuará a perseguir incansavelmente os trabalhistas.
Empresários prosseguirão com seus movimentos de boicote.
Agentes internacionais agirão livremente na promoção de manifestações de rua "espontâneas".
O clima de insatisfação na classe média, já elevado, tenderá a piorar com esse bombardeio maciço de propaganda.
Penso que Dilma, para sobreviver, terá de ser como alguns técnicos de futebol, que distribuem broncas e depois afagam a cabeça de seus jogadores.
Deveria escalar um time acima de qualquer suspeita para o seu Ministério, craques mesmo, e convocar as mais expressivas lideranças empresariais, sindicais, de organizações da sociedade civil, enfim de todos os segmentos mais representativos, para ouvir com atenção o que têm a dizer e passar um recado: somos democráticos, respeitamos todos, queremos governar para todos, mas não pensem que vamos sucumbir a chantagens ou permitir a ação de sabotadores.
Deveria - e isso é fundamental - instituir uma política de comunicação que realmente atinja a população, leve a ela informações verídicas sobre o que está sendo feito e neutralize a propaganda oposicionista.
A par disso, é fundamental tratar da reforma política e instituir um marco regulatório das comunicações, a tão falada "lei dos meios", para tirar do pré-capitalismo essa área importantíssima e transportá-la ao século 21.
Essas são apenas algumas poucas ações mais que necessárias para garantir um mínimo de governabilidade.
Sem elas, bye, bye, democracia.
Os perigos do terceiro turno
24 de Outubro de 2014, 12:37 - sem comentários ainda | No one following this article yet.
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