SP: residentes encerram greve no Instituto de Infectologia Emílio Ribas
December 22, 2015 14:09O Emílio Ribas é referência no atendimento a doenças infectocontagiosas graves, como aids e leptospirose, entre outras
Por Redação, com RBA – de São Paulo:
Em assembleia, os médicos residentes do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, decidiram encerrar a greve iniciada no último dia 8 deste mês para pressionar a contratação de médicos nefrologistas, para a continuidade do tratamento de pacientes com doenças infecciosas graves, que geralmente comprometem os rins.
Na última sexta-feira, uma comissão esteve com o secretário, David Uip, e o coordenador dos serviços de saúde da pasta, Geraldo Reple Sobrinho. Entre 2009 e 2013, antes de assumir a secretaria, Uip dirigiu o Emílio Ribas. Entre suas ações, firmou convênio com a organização social (OS) Fundação Faculdade de Medicina, terceirizando assim a gestão do instituto.
– Foi a primeira vez, desde o início das manifestações, que eles apresentaram um plano de contingência garantindo a assistência aos doentes com problemas renais durante a contratação desses especialistas – disse o médico residente Luiz Francisco Zanella, integrante da comissão de greve.

Voluntários
De acordo com ele, enquanto o processo de contratação dos especialistas não for concluído, quatro nefrologistas, que tiveram seus contratos encerrados nestes dias, decidiram continuar trabalhando, de maneira voluntária. São profissionais que, embora aprovados em concurso, não haviam assumido os cargos devido a um decreto (nº 61.466, de 2 de setembro) do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que proíbe novas contratações, inclusive de concursados.
Com a aproximação do final da vigência desses contratos temporários, os médicos residentes deram início a um movimento pela contratação de especialistas. Além da paralisação, durante a qual foi mantido apenas 30% do atendimento, nos serviços de urgência e emergência, os médicos fizeram atos nas ruas e chegaram a fechar, duas vezes, a Avenida Doutor Arnaldo.
O Emílio Ribas é referência no atendimento a doenças infectocontagiosas graves, como aids e leptospirose, entre outras. “É muito comum essas doenças evoluirem para insuficiência renal pelos próprios danos ao organismo ou pelos efeitos dos medicamentos usados no tratamento”, diz o médico do pronto-socorro do hospital e presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Eder Gatti. “Pela falta de nefrologistas, o corpo clínico chegou a ser orientado a não aceitar pacientes que possam evoluir para insuficiência renal”, diz.
No último dia 17, o governo estadual aprovou a contratação de apenas um desses especialistas para atender no pronto-socorro, UTI, ambulatórios e no serviço de hemodiálise de emergência. O caso foi denunciado pelo Simesp ao Ministério Público do do Estado. “A situação no Emílio Ribas é antiga. O secretário Uip, que foi diretor, tem conhecimento dos problemas. É descaso mesmo.”
Em nota distribuída pela assessoria de imprensa, o Emílio Ribas informou que estão sendo contratados médicos de sete especialidades, entre os quais quatro de nefrologia, sem que haja a interrupção do serviço de diálise. E que os pacientes externos, oriundos de outros serviços, continuarão avaliados pela equipe de nefrologia, caso a caso.
Bombeiros fazem operação rescaldo no Museu da Língua Portuguesa
December 22, 2015 10:49Por Redação, com ABr – de São Paulo:
Equipes do Corpo de Bombeiros permaneceram no Museu da Língua Portuguesa, no Centro de São Paulo, fazendo o rescaldo dos últimos focos do incêndio que destruiu na segunda-feira parte do prédio histórico. Um brigadista do museu, Ronaldo Pereira da Cruz, morreu enquanto trabalhava no controle do fogo.
O fechamento da Estação da Luz, anexa ao prédio incendiado, afetou nesta manhã de terça-feira duas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM): a 7, Rubi, que opera apenas até a Estação Barra Funda, e a linha 11, Coral, que funciona até o Brás.
A Defesa Civil informou que aguarda o fim dos trabalhos do Corpo de Bombeiros para iniciar a vistoria. Há a possibilidade de que um curto-circuito, provocado durante a troca de uma luminária, tenha iniciado o fogo. Essa hipótese foi levantada após relatos de funcionários. Apenas o laudo técnico, porém, poderá confirmar o que realmente causou as chamas.

De acordo com o governo do Estado, o acervo perdido do museu era virtual, assim será possível a sua recuperação. O edifício também será reconstruído. “Vamos reconstruir esse museu que traduz a alma do povo brasileiro, com o apoio da população do Estado, do Brasil, com nossos parceiros da iniciativa privada”, declarou o governador Geraldo Alckmin.
– Nosso maior compromisso vai ser com todos os parceiros da sociedade civil, da área museológica brasileira. Começaremos o processo de restauração do museu para que ele possa ser reaberto o mais breve possível – disse o secretário da Cultura, Marcelo Araújo.
Segundo a Secretaria Estadual da Cultura, o museu “atendia a todos os requisitos necessários para a segurança e circulação de visitantes e funcionários, e os procedimentos de segurança eram verificados periodicamente. Além disso, o prédio tem seguro contra incêndio da ordem de R$ 45 milhões”.
Brigadista morre após incêndio
Um brigadista que trabalhava no Museu da Língua Portuguesa morreu após um incêndio atingir o local na tarde de segunda-feira. O homem sofreu uma parada cardíaca e foi levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu. Em entrevista no local, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, confirmou a morte do brigadista e prestou solidaridade à família.
O incêndio começou por volta das 15h30 no primeiro andar do museu e se alastrou atingindo, principalmente, os últimos andares. O telhado foi bastante destruído pelas chamas. De acordo com o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, as informações são de que o acervo do museu não foi atingido. O local mais afetado pelo fogo, segundo o secretário, abrigava uma exposição temporária de cenografia. Como o museu não recebe visitas às segundas-feiras, não havia visitantes no local na hora do incêndio. “Os acervos são a alma dos museus. Se não se perdeu o acervo, considero que é uma perda menor”, disse.
O secretário estadual de Cultura, Marcelo Araújo, disse que o acervo do museu é digital. “Temos cópias técnicas. A exposição de longa duração poderá ser refeita”, disse, acrescentando que a área expositiva foi toda destruída. O secretário não soube responder se o museu tinha álvara de funcionamento, pois a licença é concedida para todo o edifício, que inclui a estação de trens e metrô. “Todos os equipamentos de segurança estavam previstos e instalados.” O museu está localizado em uma parte do edifício da Estação da Luz. Um dos cartões-postais da cidade, o prédio foi inaugurado em 1867.
Mais de 100 homens e 60 viaturas dos bombeiros trabalharam no local e conseguiram controlar o fogo por volta das 17h45.
As ruas próximas ao museu permaneceram fechadas para circulação de carros e pedestres e choveu bastante na região. As linhas 7 e 11 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) tiveram a circulação interrompida entre as estações Luz e Brás. O incêndio chamou a atenção de quem passava pelo local e da imprensa, inclusive internacional.
Museu
O Museu da Língua Portuguesa abriu as portas ao público no dia 21 de março de 2006. Dedicado à valorização e difusão do idioma, considerado patrimônio imaterial, recebeu mais de 1,6 milhão de visitantes em nos primeiros três anos de funcionamento, tornando-se um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul.
A equipe é formada por sociólogos, museólogos, especialistas em língua portuguesa e artistas. O museu foi montado pelo governo do Estado de São Paulo, em convênio com o governo do estado de São Paulo. Foram usados cerca de R$ 37 milhões para financiar a criação, pesquisa, implantação do museu e restauração do prédio da Estação da Luz.
Incêndio destrói o Museu da Língua Portuguesa
December 21, 2015 17:46Outros funcionários deixaram o prédio após ouvir o alarme. A estação da Luz, da CPTM, permanecia fechada
Por Redação – de São Paulo
Um incêndio de grandes proporções atingiu o Museu da Língua Portuguesa, no bairro da Luz (Centro de SP), na tarde desta segunda-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, por volta das 17h, 20 viaturas trabalhavam para extinguir as chamas. Não ainda não havia informações sobre vítimas. Chovia no local mas, apesar do mau tempo, muitos curiosos observavam o incêndio.

O museu estava fechado na hora em que o prédio começou queimar
As chamas atingem o segundo e o terceiro andares do local; além da torre do relógio, um ícone da Estação da Luz. Segundo uma funcionária do museu que preferiu não ser identificada, o incêndio começou na sala de exposições.
Outros funcionários deixaram o prédio após ouvir o alarme. A estação da Luz, da CPTM, permanecia fechada.
O museu abrigava uma exposição temporária do etnógrafo potiguar Câmara Cascudo. O acervo original, no entanto, está intacto, no Instituto Câmara Cascudo, em Natal (RN), segundo sua neta, Camilla Cascudo. A exposição interativa O Tempo e Eu (E Vc), no Museu da Língua Portuguesa, mostrava a trajetória de Cascudo, da infância até se estabelecer como um dos principais pesquisadores do país.
Desde o último dia 15, o Museu da Língua Portuguesa exibia uma exposição com mais de 100 obras entre charges, caricaturas e histórias em quadrinhos. A mostra Esta Sala é uma Piada ficaria em exibição até 28 de fevereiro. Parte das obras estava em uma tela virtual.
Os desenhos foram selecionados do 42º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, o evento mais importante do gênero no mundo. Neste ano, o tema foi a sociedade contemporânea e a corrupção. Havia obras de países como Irã, Turquia, França e Cuba.
Mariana: Vale irá recorrer de ação de bloqueio de bens
December 21, 2015 12:07Bens foram bloqueados para assegurar pagamento de compensações e o ressarcimento dos danos ocorridos em razão da tragédia de Mariana
Por Redação, com DW – de Brasília:
A Vale anunciou nesta segunda-feira que irá apelar da decisão de um juiz de Minas Gerais que havia ordenado o bloqueio de bens da empresa para assegurar o pagamento de compensações pelos danos causados após o rompimento de duas barragens em Mariana .
A Vale é, ao lado da anglo-australiana BHP Billiton, dona da mineradora Samarco, responsável pela tragédia que causou enormes danos ambientais e lançou uma onda de lama tóxica no Rio Doce. Tanto a Vale como a BHP afirmaram nesta segunda-feira que ainda não foram informadas da decisão.
Na sexta-feira passada, o juiz substituto da 12ª Vara da Justiça Federal, Marcelo Aguiar Machado, determinou o bloqueio de bens das proprietárias da Samarco, atendendo a um pedido da União e dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo em ação civil pública.
– Essa medida independe da comprovação de que os réus estejam de alguma forma tentando se furtar à sua responsabilidade ou dilapidando o patrimônio, sendo suficiente a comprovação de indícios suficientes do dever de ressarcimento de dano – disse o juiz ao justificar a decisão.
A Vale e a BHP Billiton receberam prazo de 30 dias para efetuar um depósito judicial inicial de R$ 2 bilhões a serem utilizados na execução do plano de recuperação integral dos danos.
A decisão do juiz estabeleceu ainda que as empresas têm até 45 dias para apresentar um plano global de recuperação socioambiental da Bacia do Rio Doce e de toda a área degradada. Além disso, um plano geral de recuperação socioeconômica para o atendimento das populações atingidas pelo desastre deve ser apresentado dentro de 30 dias.
O juiz também estabeleceu prazo de 15 dias para que as empresas elaborem estudos e adotem medidas para impedir que o volume de lama lançado no Rio Doce atinja o sistema de lagoas do rio e a proteção das fontes de água mineral mapeadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Em nota, a Vale afirmou que vai recorrer da decisão da Justiça, que considera descabida, e contestará a ação no prazo estipulado pela lei.

Brasileiros irão enfrentar primeiro verão com dengue, chikungunya e zika
December 20, 2015 10:20Dados do Ministério da Saúde indicam que, entre janeiro e novembro deste ano, foram notificados 1.566.510 casos de dengue no país
Por Redação, com ABr – de Brasília:
Pela primeira vez, o verão brasileiro terá circulação de três tipos de vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Dengue, febre chikungunya e zika são doenças com sintomas parecidos, sem tratamento específico e com consequências distintas. Até abril deste ano, não havia casos de zika registrados no Brasil.

Para a coordenadora do Comitê de Virologia Clínica da Sociedade Brasileira de Infectologia, Nancy Bellei, o controle de focos do mosquito será imperativo durante a estação, que começa nesta segunda-feira.
Em entrevista à Agência Brasil, Nancy lembrou que o aumento de casos de infecção pelos três tipos de vírus durante o verão é esperado por causa de características biológicas do Aedes aegypti. Os ovos do mosquito, segundo ela, podem sobreviver por até um ano e, cinco ou seis dias após a primeira chuva, já formam novos insetos. “No verão, chove mais e o clima ajuda, já que a temperatura ideal para o mosquito é entre 30 a 32 graus Celsius”.
Outra dificuldade a ser enfrentada, segundo a infectologista, é a semelhança entre alguns sintomas, que se manifestam de formas distintas em cada quadro. A febre, por exemplo, pode aparecer em todos os casos, mas, na dengue, é mais elevada; na febre chikungunya, dura menos; e, no zika, é mais baixa. Manchas na pele, segundo ela, são bastante comuns em casos dezika desde o início da doença e, nas infecções por dengue e chikungunya, quando aparecem, chegam entre o terceiro e o quinto dia.
– A dor de cabeça pode aparecer nos três casos, sendo que, na dengue, é mais intensa. O quadro de mialgia (dores no corpo) também pode se manifestar nas três doenças. Já a articulação inflamada é pior na febre chikungunya e dura até três semanas. Temos também a conjuntivite, que pode aparecer em infecções por chikungunya e zika, mas por dengue não – explicou.
As grávidas já eram consideradas grupo de risco para infecções por dengue e agora também são motivo de preocupação para infecções por Zika, diante da relação do vírus com casos de microcefalia. A especialista defendeu a urgência no desenvolvimento de sorologia (detecção do vírus por exame de sangue) para as três doenças, para que se tenha precisão no diagnóstico e melhor acompanhamento de cada quadro.
– Precisamos juntar esforços. Este é o momento pra isso. Devemos recrutar universidades, institutos de pesquisa, fazer uma força tarefa para avançar no diagnóstico dessas doenças. Se a gente não souber quem tem e quem não tem, vamos ficar apenas nas hipóteses e nas suposições – alertou.
Números
Dados do Ministério da Saúde indicam que, entre janeiro e novembro deste ano, foram notificados 1.566.510 casos de dengue no país. Neste período, o Sudeste registrou o maior número de casos (989.092 casos; 63,1% do total), seguido pelo Nordeste (287.491 casos; 18,4%), Centro-Oeste (206.493 casos; 13,2%), Sul (52.455 casos; 3,3%) e Norte (30.979 casos; 2%). Foram confirmados
828 óbitos por dengue, o que representa um aumento de 79% em comparação com o mesmo período de 2014, quando 463 pessoas morreram de dengue.
Já os casos autóctones de febre chikungunya notificados em 2015 totalizaram 17.765. Destes, 6.784 foram confirmados, sendo 429 por critério laboratorial e 6.355 por critério clínico-epidemiológico. Os demais 9.055 continuam sob investigação. Uma vez caracterizada a transmissão sustentada da doença em uma determinada área, com a confirmação laboratorial dos primeiros casos, a orientação do ministério é que os demais casos sejam confirmados por critério clínico-epidemiológico.
O último boletim do governo sobre vírus zika indica que, até o dia 12 de dezembro, foram notificados 2.401 casos de microcefalia (quadro relacionado à infecção por zika em gestantes) em 549 municípios de 20 unidades da federação. Desses, 134 tiveram a relação com o vírus confirmada, 102 foram descartados (não têm relação com o Zika) e 2.165 estão sob investigação.
O balanço mostra ainda que 29 óbitos por microcefalia foram notificados desde o início do ano: um no Ceará, que teve a relação com o zika confirmada; dois no Rio de Janeiro, onde foi descartada a relação com o zika; e 26 estão sendo investigados.
Movimentos sociais defendem democracia e fim do ajuste fiscal
December 19, 2015 18:28Os movimentos sociais querem “a Dilma que elegeram”, cobrando que a presidenta assuma compromissos de campanha com os trabalhadores e a manutenção de conquistas sociais
Por Redação, com ABr – de Brasília
Os movimentos sociais que foram às ruas esta semana contra o impeachment defendem a continuidade do mandato da presidenta Dilma Rousseff, mas cobram uma mudança no rumo da política econômica, com duras críticas ao ajuste fiscal. Entidades como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) defendem a redução da taxa de juros e a retomada de investimentos públicos para estimular a economia.

Em reunião com Dilma um dia depois das manifestações, representantes da Frente Brasil Popular fizeram questão de mostrar à presidenta a insatisfação dos movimentos com as medidas econômicas que vem sendo tomadas pelo Palácio do Planalto. A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) – umas das organizações que articularam as manifestações – Carina Vitral, disse que as entidades esperam uma “guinada à esquerda” do governo Dilma.
— Fizemos uma declaração contrária ao impeachment golpista, mas também uma cobrança forte para que mudanças continuem sendo aprofundadas. Demonstramos uma contrariedade grande ao ajuste fiscal, que penaliza e aprofunda a crise econômica. A gente quer uma guinada do governo à esquerda, aprofundando direitos da classe trabalhadora, da juventude e dos movimentos sociais — disse, após reunião da Frente Brasil Popular com Dilma no Palácio do Planalto.
Nas manifestações, os movimentos sociais disseram querer “a Dilma que elegeram”, cobrando que a presidenta assuma compromissos de campanha com os trabalhadores e a manutenção de conquistas sociais.
O líder do MST, João Pedro Stedile, disse que os movimentos sociais estarão ao lado do governo na defesa do mandato de Dilma se o processo de impeachment for levado adiante, mas também criticou a demora do Palácio do Planalto em reagir a problemas da economia que afetam diretamente os trabalhadores, como o aumento do desemprego e da inflação.
— O governo tem que agir rápido diante da gravidade da crise econômica, tem que dar sinais para a população. Nossa sugestão é que o governo anuncie urgentemente medidas concretas que possam retomar o crescimento da economia para garantir o emprego e a renda dos trabalhadores. Para isso, o governo tem que reduzir a taxa de juros e precisa utilizar esses recursos públicos, que são nossos, para a volta do crescimento baseado nos investimentos na indústria, na construção de moradia popular, na infraestrutura, no transporte público e na agricultura familiar — sugeriu.
Na véspera, a presidenta Dilma Rousseff decidiu tirar Joaquim Levy do Ministério da Fazenda e substitui-lo por Nelson Barbosa, que ocupava o Ministério do Planejamento. Responsável por medidas como a mudança nas regras de acesso ao seguro-desemprego e a limitação do seguro defeso para pescadores, Levy era o principal alvo das críticas das entidades de trabalhadores.
— A CUT, que representa milhões de trabalhadores desse país, tem muito firmes suas posições contra essa política econômica, Levy não nos representa, trouxemos essa demanda para a presidenta — disse a secretária de Relação com os Movimentos Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Janeslei Albuquerque, no início da semana.
Em entrevista no fim da noite de ontem, o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que, para estabilizar a economia e promover sua recuperação, os esforços para o ajuste fiscal devem continuar.
Dilma homologa quatro terras indígenas no Amazonas
December 18, 2015 14:08A terra Indígena, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), é uma porção do território nacional, de propriedade da União, habitada por um ou mais povos indígenas
Por Redação, com ABr – de Brasília:
A presidenta Dilma Rousseff homologou a demarcação administrativa de quatro terras indígenas no Estado do Amazonas destinadas aos povos Mura, Banawá, Miranha, Cambeba e Tikuana. Os decretos de homologação das terras indígenas Tabocal, Banawá, Cajuhiri-Atravessado e Arary estão publicados na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União.
A terra indígena Tabocal, localizada no município de Careiro, tem 906 hectares e é destinada à posse permanente do grupo indígena Mura. A Banawá fica nos municípios de Canutama, Lábrea e Tapauá e é destinada ao grupo indígena Banawá, com192.659 hectares.
A Terra Indígena Cajuhiri-Atravessado, com 12.455 hectares, está no município de Coari, onde vivem indígenas Miranha, Cambeba e Tikuna. A terra indígena denominada Arary tem 40.548, está localizada em Borba e é destinada à posse permanente do grupo indígena Mura.
A terra Indígena, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), é uma porção do território nacional, de propriedade da União, habitada por um ou mais povos indígenas e utilizada para suas atividades produtivas com preservação dos recursos ambientais. Por se tratar de um bem da União, a terra indígena é inalienável e indisponível, e os direitos sobre ela são imprescritíveis.

Zona Franca Verde
Seis anos após sancionar a lei que cria a Zona Franca Verde, Dilma Rousseff assinou nesta sexta-feira decreto que regulamenta a lei. A Zona Franca Verde concede benefícios fiscais a indústrias de alguns municípios do Amapá, Amazonas, Acre e de Rondônia.
A lei garante isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para produtos em cuja composição haja preponderância de matérias-primas regionais. A lista inclui frutos, sementes, animais, madeiras, entre outros. A isenção vale para os municípios de Macapá e Santana, no Amapá; Tabatinga, no Amazonas; Guajará Mirim, em Rondônia; e Brasileia e Cruzeiro do Sul, no Acre.
– O Brasil abriga na Amazônia a maior biodiversidade do planeta e, em relação a essa biodiversidade, temos uma dupla responsabilidade: preservá-la e torná-la, de forma ambientalmente correta, a base para o desenvolvimento sustentável da região – disse a presidenta em breve discurso, no Palácio do Planalto, após a assinatura.
Dilma estava ao lado do ex-presidente José Sarney; dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto; da Casa Civil, Jaques Wagner; da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini; de Minas e Energia, Eduardo Braga; e de governadores e senadores dos estados beneficiados.
Segundo Armando Monteiro, a regulamentação da Zona Franca Verde vai estimular a industrialização na Amazônia, valorizando as matérias-primas regionais. “Oferece um incentivo para que essa região possa ter um modelo de industrialização que valorize o aproveitamento de sua biodiversidade e a dotação extraordinária de recursos que tem a região”, avaliou.
A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) será responsável por definir os critérios para reconhecer a preponderância de matéria-prima regional nos produtos que poderão receber a isenção tributária.
Dilma também assinou na mesma cerimônia decreto que promulga um acordo entre os governos do Brasil e da Colômbia para o estabelecimento de uma zona de regime especial fronteiriço para as cidades de Tabatinga e Letícia, que estão do lado brasileiro e colombiano da fronteira, respectivamente. “Operações comerciais de empresas dos dois países vão poder ser realizadas segundo procedimento simplificados, com isenção de tributos federais”, explicou a presidenta.
Lava Jato: Delcídio é transferido para Batalhão de Trânsito da Polícia Militar
December 18, 2015 13:57O senador estava na Superintendência da PF desde o dia 25 de novembro, quando foi preso por determinação do ministro Zavascki
Por Redação, com ABr – de Brasília:
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi transferido nesta sexta-feira da carceragem da Polícia Federal (PF) em Brasília para o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). Delcídio chegou ao batalhão pouco depois das 10h, escoltado pela Polícia Federal (PF).
De acordo com a assessoria de comunicação da PM, o senador ficará em um alojamento. No local, há um beliche, um armário e uma escrivaninha, além de uma sala, um banheiro e um espaço para tomar sol.
Há uma semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou a transferência do senador. O pedido foi feito pela defesa de Delcídio. O senador estava na Superintendência da PF desde o dia 25 de novembro, quando foi preso por determinação do ministro Zavascki. Em depoimento à Polícia Federal logo após ser preso, o senador negou ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

No dia 7 deste mês, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Delcídio pelo crime de impedir e embaraçar a investigação da Operação Lava Jato. A PGR sustenta que ele tentou dissuadir Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, de aceitar o acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF), ou, caso isso acontecesse, evitasse delatar o senador e, também André Esteves, ex-controlador do banco BTG Pactual. André Esteves, preso no dia 25 de novembro, também foi denunciado pela PGR. Na quinta-feira, o ministro Teori Zavascki decidiu revogar a prisão de André Esteves e manter Delcídio preso. O banqueiro deverá cumprir prisão domiciliar integral.
Caso Delcídio
Após uma sessão tumultuada, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) foi escolhido, por sorteio, relator do processo contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.
Ataídes foi o terceiro nome sorteado para relatar o caso. O primeiro foi o do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) que recusou a relatoria depois de ter sido lembrado pelo presidente do colegiado, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que o PSDB foi um dos apoiadores da representação contra Delcídio, protocolada pela Rede pelo PPS. “Para preservar o procedimento de qualquer impugnação, eu achei mais prudente, sendo que foi o próprio presidente do Conselho de Ética que levantou esse problema, declinar da indicação”, justificou Nunes.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), segundo sorteado, também não quis relatar o processo alegando que “não ficaria à vontade para isso” , tendo em vista a “boa relação que sempre teve com Delcídio”.
Segundo o presidente do Conselho, na próxima segunda-feira, Delcídio será notificado e a partir daí terá prazo de dez dias úteis para apresentar a defesa prévia. O relator terá cinco dias para apresentar um parecer sobre o caso. Os prazos são suspensos durante o recesso parlamentar que começa no dia 23 dezembro. Se o recesso não for suspenso, o processo ficará para fevereiro.
– Acho que cada senador da República tem o direito de fazer suas escolhas, eu não vejo dessa forma [que senadores do PSDB estejam impedidos de relatar o caso devido ao apoio do partido à representação contra Delcídio]. Eu tenho certeza que esse processo ocorrerá de maneira bastante clara, sabemos da nossa responsabilidade com esse relatório – disse Ataídes Oliveira sobre o fato de ter aceitado a relatoria do caso.
Tumulto
Além do caso de Delcídio, a sessão de hoje no Conselho de Ética também tinha na pauta a escolha de um relator para uma representação contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Apresentada em 2013, a representação foi feita pelo deputado estadual Fran Soares Nascimento Júnior. Ele acusa Randolfe de, durante o mandato de deputado estadual, ter recebido propina do então governador do Amapá, João Capiberibe (PSB-AP), hoje senador, em troca de apoio político.
Houve bate-boca entre o presidente do Conselho e senadores. João Alberto se recusava a ouvir a questão de ordem de Randolfe que pedia o arquivamento do caso e insistia em seguir com o sorteio de um relator para a denúncia. Somente após os apelos de 12 senadores de vários partidos é que João Alberto aceitou colocar em votação o pedido de Randolfe e, por unanimidade, o caso contra ele foi arquivado, já que a denúncia foi considerada improcedente.
Randolfe acusou João Alberto de usar o conselho como instrumento de ameaça contra quem costuma apresentar representações contra senadores. “Eu vi hoje o presente anunciar o futuro, espero que isso não continue. O ideal é que o presidente do Conselho de Ética seja isento, seja um magistrado”, disse Randolfe, sinalizando que o comportamento do presidente do colegiado pode gerar problemas na condução dos trabalhos.
Golpe é barrado no STF em julgamento surpreendente
December 17, 2015 19:33À exceção de um voto, os demais ministros também entenderam que o Senado poderá arquivar o processo de impedimento e barrar o golpe contra Dilma
Por Redação – de Brasília
A tentativa de golpe contra o governo constitucionalmente eleito da presidenta Dilma Rousseff saiu enfraquecida após o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta quinta-feira. Ao invés dos votos dos ministros mais notadamente progressistas, o STF surpreendeu ao derrubar a eleição promovida pela Câmara dos Deputados, que elegeu a comissão para análise do pedido de impedimento contra a presidenta Dilma Rousseff. Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e o relator da matéria, ministro Edson Fachin, foram vencidos pela maioria.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na tarde desta quinta-feira, a eleição da chapa avulsa, ocorrida no dia 8 de dezembro, para formação da comissão especial que conduzirá o processo. O decisivo voto do ministro Marco Aurelio Mello foi seguido pela posição do ministro Celso de Mello. A Corte decidiu, ainda, por maioria absoluta, que a eleição sob a liderança do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será anulada.

À exceção de um voto, os demais ministros também entenderam que o Senado poderá arquivar o processo de impedimento da presidenta e, assim, enterrar a tentativa de golpe de Estado, mesmo se o plenário da Câmara dos Deputados admitir a denúncia por crime de responsabilidade. Dessa forma, Dilma somente poderia ser afastada do cargo, por 180 dias, como prevê a lei, após a decisão dos senadores.
A maioria dos ministros seguiu o voto divergente do ministro Luis Roberto Barroso. O ministro divergiu do relator, ministro Edson Fachin, e considerou inaceitável a eleição de chapa avulsa, formada por deputados oposicionistas. Para Barroso, a candidatura não é constitucionalmente..
A Corte foi unanimidade em entender que não cabe defesa prévia de Dilma antes da decisão individual do presidente da Câmara dos Deputados
No dia 8 de dezembro, a chapa 2 – que apóia o golpe – intitulada Unindo o Brasil, foi eleita por 272 votos contra 199 da chapa oficial. A sessão foi marcada por um tumulto, uma vez que deputados contrários ao processo secreto de votação e ao lançamento de uma chapa alternativa para concorrer à comissão se desentenderam com os defensores do voto secreto e da chapa alternativa.
Correios: PF apreende documentos que comprovam fraude contra pensionistas
December 17, 2015 14:22Segundo a PF, o objetivo da operação é encontrar provas da autoria e materialidade da fraude, mas também buscar o ressarcimento dos pensionistas
Por Redação, com ABr – de Brasília:
A Polícia Federal (PF) apreendeu nesta quinta-feira documentos e outras provas que serão analisadas e, de acordo com os resultados, outras diligências podem ser feitas como parte da Operação Positus, deflagrada no início da manhã para apurar fraudes na gestão de recursos do Postalis, fundo de pensão dos Correio. O prejuízo estimado é de R$ 180 milhões para os pensionistas que investiram no fundo. Os investimentos geridos de forma fraudulenta chegam a R$ 370 milhões, conforme o que foi apurado nas investigações.
Segundo o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos da Polícia Federal em São Paulo, Milton Fornazari Júnior, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão: dois em São Paulo, três em Brasília, um em Belém e um em João Pessoa.
A Justiça decretou a prisão preventiva do gestor dos fundos, que.,para a Polícia Federal, pode ser o mentor do esquema. Também estão sendo investigados um ex-gestor do Postalis e cinco administradores da corretora que fazia as operações.
– Não podemos divulgar o nome desse principal gestor até a conclusão da operação, mas sabemos que ele estava vivendo nos Estados Unidos, obteve cidadania italiana há pouco tempo, foi para a Europa e agora está foragido. Por isso, seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpo,l e qualquer movimento que ele fizer será identificado e ele será preso – disse Fornazari.

De acordo com Fornazari, uma corretora americana comprava os títulos do mercado de capitais e os revendia por um valor maior para empresas com sede em paraísos fiscais ligadas aos fraudadores. Em seguida, os títulos eram adquiridos pelo Postalis com um aumento maior no valor do título. As fraudes ocorreram entre 2006 e 2011. Os indícios de fraude foram apontados pelo órgão que fiscaliza a Bolsa de Valores nos Estados Unidos, que percebeu uma valorização de quase 60% nos papéis sem justificativa.
– O Postalis aportou recursos em de R$ 370 milhões e remeteu aos Estados Unidos, para que lá fossem feitos investimentos em títulos da dívida pública brasileira. Os gestores aplicaram em papéis do mercado de capitais norte-americano. A corretora administrada pelos brasileiros comprava esses papéis e vendia para empresas com sede em paraísos fiscais com valor maior e, na sequência, o mesmo papel era vendido para o Postalis por valor ainda maior – explicou o coordenador da operação, o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos em São Paulo, Alexandre Manoel Gonçalves.
Segundo a PF, o objetivo da operação é encontrar provas da autoria e materialidade da fraude, mas também buscar o ressarcimento dos pensionistas, por meio do bloqueio de bens e mais provas da localização do dinheiro. “Queremos rastrear o caminho do dinheiro desviado. Solicitamos e obtivemos o sequestro de parte dos imóveis dos investigados visando a ressarcir as vítimas, que terão problema com sua aposentadoria em razão do prejuízo que o fundo sofreu”. O valor dos bens sequestrados ainda não foi totalizado.
Goiás confirma primeiro caso autóctone do vírus zika
December 17, 2015 13:34O plano do governo é percorrer todos os imóveis do Estado com o objetivo de combater o mosquito Aedes aegypti
Por Redação, com ABr – de Brasília:
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou nesta quinta-feira o primeiro caso autóctone (detectado no mesmo local onde ocorreu a transmissão) do vírus zika no Estado.
A paciente com o vírus mora no município de Santo Antônio do Descoberto e o caso foi notificado no Distrito Federal, onde a mulher recebeu atendimento e onde foram feitos os exames que confirmaram o zika. A Secretaria de Saúde do DF comunicou o caso à SES-GO. A paciente está grávida de 14 semanas. O exame positivo foi processado no laboratório Lacen-DF.
Para o secretário da Saúde, Leonardo Vilela, a confirmação do caso reforça a importância das ações da força-tarefa Goiás contra o Aedes, lançado nesta terça-feira pelo governo do estado e que teve na quarta-feira a primeira ação de combate aos criadouros, em Trindade.
O plano do governo é percorrer todos os imóveis do Estado com o objetivo de combater o mosquito Aedes aegypti. O trabalho será feito em conjunto com secretarias municipais, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, agentes de endemias, agentes comunitários de saúde, professores das escolas públicas e voluntários. Os prefeitos de 12 municípios goianos com mais de 100 mil habitantes decretaram estado de emergência em saúde pública em suas cidades.
Até o momento, existem 29 casos de zika em investigação no Estado, sendo um deles confirmado, 122 casos de Chicungunya em investigação e 183 mil casos de dengue notificados com 76 óbitos confirmados.

Complicações do vírus zika
O conhecimento em torno das complicações resultantes da infecção pelo vírus zika está sendo construído agora. É o que dizem especialistas em relação ao aumento dos casos de microcefalia relacionada ao vírus. Enquanto estudos estão em curso, mulheres grávidas vivem uma gestação marcada pelo temor de contraírem a doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registrado 1.761 casos suspeitos de má-formação congênita, em 422 municípios.
– Essa é uma doença pouco conhecida, porque ocorreram poucas epidemias no mundo e foram epidemias com poucos casos. Não tivemos nenhuma epidemia de zika que teve um número grande como estamos tendo no Brasil. Nós estamos conhecendo agora, escrevendo agora como se comporta a zika e as repercussões que ela pode dar no indivíduo infectado – declarou o infectologista Marcos Boulos, professor da Universidade de São Paulo e coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
O também infectologista David Uip, secretário estadual de Saúde de São Paulo e que foi responsável pelo primeiro diagnóstico de Aids no Brasil em 1982, faz uma relação do zika ao HIV. “Nós fomos trabalhar com as vias de contaminação por identificação de vírus e diagnóstico em 1985 e medicamento somente em 1996. Só 15 anos de descoberta de uma nova doença para os primeiros medicamentos que mudaram a história e a evolução do HIV/Aids”, comparou. Ele avalia é preciso buscar novos conhecimentos sobre o zika, mas que demandará tempo de maturação.
Boulos avalia que não seria possível prever a doença, tendo em vista que ela não era conhecida dos médicos e pesquisadores brasileiros. “Se nós tivessemos despertos para uma possibilidade de doença diferente da dengue, daí as investigações poderiam ser feitas naquele momento e poderíamos ter algo diferente do que acabou acontecendo. Nós acomodamos que tudo era dengue. Quando não faz diagnóstico no começo, tem mais dificuldade para controlar a disseminação”, apontou.
Ele explica que para haver um aumento expressivo dos casos de microcefalia associada ao zika, é preciso que o vírus esteja amplamente disseminado. Em relação à incidência, no entanto, apesar do aumento, ele destaca que o número é insignificante em termos de uma geração, mas que o impacto para as famílias não pode ser comparado nesses termos. “Se estamos falando em mil casos no país, significa que o número está sendo muito maior do que seria esperado no país. Isso mostra que a epidemia está trazendo um ônus para uma geração de mães, de jovens mães, que vão ter sua vida comprometida por ter que cuidar de uma criança que vai exigir muitos cuidados”, declarou.
Boulos explica que, apesar de se saber pouco sobre as consequências do zika, para as grávidas, os primeiros três meses de gestação são os mais delicados em relação à microcefalia. Depois desse período, ainda não é possível atestar se o vírus ainda pode causar complicações. “Algumas infecções por vírus podem [provocar alterações] até o sexto mês, pessoas com surdez, alterações oftalmológicas. O zika nós não conhecemos. O tempo vai dizer para a gente”, disse. Nesse sentido, o infectologista destaca que não há outra medida que não seja conter a proliferação do mosquito.
Sobre o risco de problemas neurológicos em crianças maiores ou idosos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou em nota, nesta semana, que, até o momento, não há qualquer comprovação científica que ligue essas ocorrências ao zika. Para o médico Marcelo Burlá, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, não é possível afastar o risco em nenhuma idade gestacional ou cronológica. O mesmo, na avaliação dele, vale para as dúvidas sobre a transmissão pelo leite e fluidos corporais. “A gestante deve procurar não amamentar, se deu à luz e tiver sintoma de zika e a gestante que tiver companheiro com sintoma da doença deve evitar relações sexuais”, orientou.
A medida, no entanto, não é a recomendada pelo Ministério da Saúde. “A informação que ministério tem é que não há recomendação para mães não amamentarem os seus filhos, porque não há ainda comprovação evidente, como também no caso da transmissão sexual”, disse o ministro Marcelo Castro em entrevista na capital paulista, nesta semana. Segundo ele, o caso de transmissão sexual foi verificada em apenas um casal estrangeiro.
Apesar de divergirem em algumas orientações, tendo em vista a imprevisibilidade da doença, eles concordam que a medida mais eficiente para combater o zika e evitar complicações resultantes da infecção viral é combater ao Aedes aegypti. “Pouco mais de 80% dos criadouros estão nas nossas casas. Mesmo que tenhamos o serviço público mais competente, mesmo que se ponha dezenas de pessoas nas ruas, não vamos ter sucesso se população não engajar nesta luta e buscar retirar água parada dentro de suas casas, vaso de planta, tampa de garrafa, copos plásticos, caixa d’água. Se todo mundo fizer sua parte, vamos controlar todas as doenças transmitidas pelo mosquito”, disse Boulos.
Polícia Federal apura fraudes no Fundo de Pensão dos Correios
December 17, 2015 10:30De acordo com a PF, esse ex-gestor ainda não foi localizado e seu nome foi incluído na lista vermelha de procurados internacionais da Interpol
Por Redação, com ABr – de Brasília:
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Positus para apurar fraudes na gestão de recursos do Postalis, o fundo de pensão dos Correios. O prejuízo estimado é de cerca de R$ 180 milhões. Além de dois mandados de busca e apreensão em São Paulo, estão sendo cumpridos três em Brasília, um em Belém e um em João Pessoa.
A 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo expediu mandado de prisão preventiva para o principal investigado, ex-gestor dos fundos de investimento de recursos do Postalis. Há alguns meses, o suspeito requereu passaporte italiano em Miami e, há dois meses, viajou para a Espanha.
Segundo a PF, esse ex-gestor ainda não foi localizado e seu nome foi incluído na lista vermelha de procurados internacionais da Interpol. “A PF trabalha em cooperação policial com as polícias americana, italiana e a Interpol para localizá-lo e prendê-lo”, informa a nota.
Instaurado em 2012, o inquérito policial identificou que dois fundos de investimentos do Postalis, com mais de R$ 370 milhões em recursos aplicados, foram geridos de forma fraudulenta. As transações eram ordenadas por uma administradora de valores com sede em São Paulo, mas executadas em Miami, nos Estados Unidos.
De acordo com a PF, a fraude consistia na compra de títulos do mercado de capitais por uma corretora norte-americana, que os revendia por um valor maior para empresas com sede em paraísos fiscais ligadas aos investigados. Em seguida, os títulos eram adquiridos pelos fundos Postalis com valor de título maior. Assim, em um período de poucos dias, a aquisição era feita por um preço 60% maior do que o real valor de mercado.
Os investigados poderão responder pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, apropriação de recursos de fundos e lavagem de dinheiro. As penas variam de dois a 12 anos de prisão. Outros detalhes da operação serão divulgados às 10h30 em entrevista à imprensa.

Lava Jato: PF faz operação contra esquema de propina na Petrobras
December 17, 2015 10:22De acordo com a polícia, dois mandados de prisão foram expedidos contra pessoas já presas em Curitiba no âmbito da Lava Jato
Por Redação, com Reuters – do Rio de Janeiro:
A Polícia Federal realiza operação nesta quinta-feira para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão como parte de investigação iniciada antes mesmo da operação Lava Jato sobre desvio de recursos de contratos da Petrobras para pagamento de propinas, informou a PF.
A operação teria como um dos alvos a empresa holandesa SBM Offshore, de acordo com reportagens na imprensa brasileira.
A SBM já negocia um acordo com autoridades brasileiras sobre supostos pagamentos de propina para vencer contratos com a Petrobras.
Segundo a PF, o esquema de pagamento de propinas investigado pela operação Sangue Negro teve início em 1997.
– A investigação teve início antes da operação Lava Jato, embora todos os seus alvos estejam relacionados àquela investigação – disse a PF em nota.
Segundo a polícia, dois mandados de prisão foram expedidos contra pessoas já presas em Curitiba no âmbito da Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras.
Segundo a TV Globo, esses dois acusados são os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Jorge Zelada.

No total foram expedidos nove mandados judiciais para cumprimento nesta quinta-feira, sendo cinco de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva, no Rio de Janeiro, Angra dos Reis (RJ) e Curitiba.
– As buscas acontecem nas residências dos investigados e em uma empresa do ramo de prospecção de petróleo – disse a PF.
Os crimes investigados pela operação Sangue Negro são sonegação fiscal, evasão de divisas e desvio de recursos públicos lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
DF: campanha conscientiza motoristas sobre riscos do uso de álcool ao volante
December 16, 2015 14:10A campanha busca ainda orientá-los sobre o crime que podem cometer ao oferecer álcool a crianças e adolescentes
Por Redação, com ABr – de Brasília:
O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) lançou nesta quarta-feira uma campanha para conscientizar os motoristas quanto aos riscos de consumir bebidas alcoólicas antes de dirigir. O objetivo é reduzir o número de acidentes de trânsito ocasionado por motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres embriagados. Em parceria com a Vara de Infância e Juventude, a campanha busca ainda orientá-los sobre o crime que podem cometer ao oferecer álcool a crianças e adolescentes.
Durante a manhã, no acesso à W3 Sul, os agentes pararam os veículos, entregaram panfletos e orientaram os motoristas. As ações ocorrerão também nos dias 18 e 21 deste mês, em outros pontos do DF.
O coordenador da campanha e agente da Diretoria de Educação de Trânsito, Rubem Hebert, destacou o propósito educativo da ação e a chegada das festas de fim de ano. “Tendo em vista o final de ano, em que as pessoas começam a exagerar no álcool e insistem em dirigir, vamos realizar essa educação para reduzir esses acidentes”, disse o coordenador.
O diretor de Fiscalização de Trânsito, Silvaim Fonseca, informou que o foco da conscientização não são só os motoristas, mas também os demais envolvidos no trânsito. Segundo a Gerência em Estatísticas de Trânsito do Detran-DF em 2014, 50% dos ciclistas vítimas de acidente de trânsito estavam sob efeito de álcool ou outras substâncias. “A maior parte dos acidentes com motociclistas, ciclistas, pedestres e passageiros acontece por terem ingerido bebida alcoólica ou usado outras substâncias. Os números são preocupantes e queremos reduzir isso com a campanha.”

Crianças e adolescentes
A Vara da Infância e Juventude participa da campanha para atuar na redução de crianças e adolescentes que consomem álcool, além de divulgar a mudança da lei que criminaliza o ato de vender, fornecer ou entregar bebida alcoólica a pessoas menores de 18 anos. “A lei mudou. Antes, oferecer bebida era apenas contravenção e agora é crime. A lei não exime os pais dessa responsabilidade, será penalizado da mesma maneira”, informou o supervisor da seção de Apuração e Proteção, Marcos Barroso.
Barroso informou, ainda, que essa campanha já está sendo realizada em shows e agora entra em parceria com o Detran-DF para dar continuidade à conscientização.
Para a professora Maria Riva, de 56 anos, a ação é importante na redução de acidentes e na proibição de vendas de álcool para crianças e adolescentes. Ela teve o carro parado durante a ação. “Mesmo com todas essas campanhas, ainda vemos muitas pessoas sendo paradas por terem consumido bebida alcoólica. Então, é importante a ação para as pessoas reduzirem o consumo de álcool no volante, e não oferecer bebida para menores também.”
Polícia Federal, CGU e MP deflagram segunda fase da Operação Andaime
December 16, 2015 14:02A primeira fase operação foi feita em junho, para desarticular quadrilha que fraudava licitações em obras e serviços de engenharia
Por Redação, com ABr– de Brasília:
A Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram nesta quarta-feira a segunda fase da Operação Andaime, no município de Cajazeiras (PB). A polícia cumpre mandados de busca e apreensão, de prisão preventiva e de condução coercitiva em escritórios e casas do município.
A primeira fase operação foi feita em junho, para desarticular quadrilha que fraudava licitações em obras e serviços de engenharia executados por 16 prefeituras da região do alto sertão da Paraíba. O MPF estima que a organização criminosa atuava pelo menos desde 2009 e pode ter movimentado R$ 18 milhões em recursos federais.
A Operação Andaime apontou irregularidades como a atuação de empresas-fantasma, superfaturamento e pagamentos por serviços não executados. De acordo com a CGU, a ação de hoje apura a continuidade de fraudes em licitações e contratos públicos de engenharia na Paraíba, praticadas por pessoas que foram alvo na primeira fase da operação.
Desde o início da manhã foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e dois de condução coercitiva, envolvendo empresários e empregados responsáveis por obras e serviços de engenharia. Participam da operação cerca de 40 pessoas, entre policiais, procuradores e auditores da CGU.

De acordo com o Ministério Público Federal, “as medidas são consideradas imprescindíveis às investigações em curso,Yara desenvolvidas pela força-tarefa”.
Desde que a operação foi deflagrada em junho, o MPF ofereceu três denúncias que totalizaram, até o momento, 223 delitos praticados, atingindo os municípios paraibanos de Joca Claudino, Bernardino Batista e Cajazeiras. Até agora foram feitas 49 acusações contra 39 pessoas.
Entre os crimes a que os investigados responderão estão os de fraude em licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. A operação foi batizada de Andaime em razão de as fraudes terem ocorrido na área de construção civil, com a participação de engenheiros e fiscais de obras das prefeituras.