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Denúncias de Calero contra Geddel alertam a PF para novo escândalo

Novembre 19, 2016 14:29 , by Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Por telefone e pessoalmente, segundo o ex-colega, Geddel Vieira Lima teria lhe pedido que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão subordinado à Cultura, aprovasse o projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra

 

Por Redação – de Brasília, Rio de Janeiro e Salvador

 

A saída de cena do ex-ocupante do Ministério da Cultura Marcelo Calero tem produzido mais ruídos do que imaginava o presidente de facto, Michel Temer. Segundo fonte do Correio do Brasil, no Palácio do Planalto, assim que tomou conhecimento do bate-boca entre Calero e o ministro Geddel Vianna, Temer tentou evitar o curto-circuito. Calero pediu demissão do cargo, na noite passada, alegando razões pessoais. Mas depois de consolidar sua saída do cargo, revelou uma trama milionária, da qual faria parte o chefe de Governo da atual gestão, Geddel Vieira Lima.

Geddel Vieira Lima seria proprietário de um apartamento no prédio projetado em área tombada

Geddel Vieira Lima seria proprietário de um apartamento no prédio projetado em área tombada

Em entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, Calero revelou que o articulador político do governo Temer o procurou umas cinco vezes, com um assunto pouco ortodoxo. Por telefone e pessoalmente, segundo o ex-colega, Vieira Lima teria lhe pedido que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão subordinado à Cultura, aprovasse o projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra.

O empreendimento situa-se próximo a uma área tombada em Salvador. O chefe de gabinete de Temer, líder do PMDB soteropolitano, segundo Calero, seria dono de um apartamento no local. E precisava ser liberado, no Ministério da Cultura, para iniciar a construção.

— Entendi que tinha contrariado de maneira muito contundente um interesse máximo de um dos homens fortes do governo — afirmou Calero.

Treta baiana

O prédio em questão, o La Vue , é “um espigão de 30 andares na Ladeira da Barra, com um apartamento por andar e estrutura completa de lazer e serviços. São unidades de 260 metros quadrados, com quatro suítes  e quatro vagas de garagem. Além de uma cobertura de 450 metros quadrados”, relata o jornalista Fernando Brito em seu blog: O Tijolaço.

“A construção, que chegou a ser suspensa por uma liminar judicial, é contestada pelo Instituto dos Arquitetos da Bahia (IAB)”, acrescentou. A instituição acusa a Prefeitura de Salvador de ter liberado irregularmente a obra, de 106 metros de altura. O projeto excede o gabarito permitido para não provocar o sombreamento na Praia do Porto da Barra. Se aprovado, poderá “ferir a paisagem da Ladeira, onde existem monumentos tombados pelo Patrimônio Histórico”, apurou Brito.

Ainda segundo o jornalista, “Geddel – segundo o próprio ex-ministro da Cultura – indicou o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Bahia, Carlos Amorim”. Ele já ocupara o cargo até ser demitido por Juca Ferreira ano passado. Mas voltou ao posto, recentemente, “por sua ‘a boa relação com o prefeito ACM Neto”.

Advocacia administrativa

“No último dia 10, o procurador Pablo Coutinho Barreto pediu ao juiz da 4ª Vara Federal da Bahia a suspensão definitiva da obra. Com o depósito judicial de tudo o que a construtora Cosbat Engenharia e sua parceira Viva Ambiental e Serviços (que atua em  coleta de lixo em várias cidades nordestinas) já recebeu pelas vendas. O empreendimento era contestado há muito tempo. Já havia sido objeto de confronto de Geddel, pelo Twitter, com vereadores da capital. Ele os acusou de trabalharem contra a construção influenciados pelo  banqueiro Marcos Mariani. Trata-se do filho de Clemente Mariani, cuja casa fica nas proximidades”, acrescenta Brito.

Geddel, investigado na Operação Lava Jato, após mais esse escândalo, tem sido chamado de “ministro do espigão”, segundo Brito, e “dificilmente terá condições de continuar no Governo”. As baterias da Polícia Federal (PF), voltam-se, mais uma vez, na direção de Vieira Lima, após a acusação de Calero. “É muito direta e específica e configura advocacia administrativa (art.321 do Código Penal) ‘na veia”, afirma Brito. E questiona:

“Resta saber se o acovardado Michel Temer, digamos, demiti-lo-á”.

Ex-comunista

Ato seguinte, o Palácio do Planalto informou que o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) será o novo ministro da Cultura. Temer tentava, ainda, colocar panos quentes da mais nova crise que enfrenta, desde que a presidenta Dilma Rousseff (PT) foi deposta, em 13 de Maio deste ano.

Presidente nacional do PPS, Freire foi convidado às pressas por Temer para assumir o cargo ainda na sexta-feira. À tarde, Calero telefonou a Temer, que está em São Paulo, pedindo para deixar o cargo. Inicialmente, ele havia sido nomeado secretário nacional de Cultura, órgão que foi vinculado ao ministério da Educação por algumas semanas, mas que voltou a ter autonomia depois de movimentos dos coletivos de cultura na ocupação da sede do Ministério, no Rio de Janeiro (Ocupa-Minc) e outras capitais do país.

Roberto João Pereira Freire foi senador entre 1995 e 2002, quando voltou a assumir novamente uma cadeira na Câmara. Ele foi deputado por vários mandatos consecutivos, cinco ao todo, e já passou pelo PMDB e PCB antes de se filiar ao PPS, em 1992.

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