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29 de Novembro de 2015, 12:14 , por Blogoosfero - | No one following this article yet.

Presidente da Argentina Mauricio Macri e Juliana Awada: Um Casal Quente na Ribalta Internacional.

16 de Janeiro de 2016, 14:33, por Jornal Correio do Brasil

Mauricio Macri, 56 anos, o novo Presidente da Argentina e sua Esposa Juliana Awada, 41 anos, o Casal foram empurrados para a Ribalta Internacional, com suas demonstrações de Afetos Públicos e Revelações intimas, que virou a cabeça dos Argentinos ao mencionar algumas confissões muito francas sobre sua Vida Sexual. Na Argentina é comum o Jornalista fazer perguntas pessoais a um Entrevistado, com detalhes mais Íntimos de seu relacionamento: Como e o desempenho do Presidente na Cama? Juliana respondeu ao Jornalista “Você não pode Ver quão Feliz eu Estou!. Já o Presidente Argentino disse a um entrevistador de TV: “Minha esposa Adora sexo. Ela é Insaciável na Cama.

Juliana Awada, tem Raízes Libanesa e Síria, seus Pais são donos de uma Confecção de Roupas, ela estudou Inglês e Designer na Universidade de Oxford. Mauricio Macri é Ítalo-Argentino, Empresário, Engenheiro Civil, atual Presidente da Argentina.

Mauricio Macri, esta no 3º Casamento e Juliana no 2º Casamento

Juliana de 41 anos, depois de seu primeiro Casamento, viveu por dez anos com o Conde Belga Bruno Laurent Barbier, que e Pai de sua primeira filha Valentina.

Juliana e Mauricio, se conheceram em 2009, uma Academia, onde compartilhavam um Personal Trainer, ele era o Prefeito de Buenos Aires, e ficou tomado com a beleza escultural de Juliana, e deixou sua então namorada Malala Groba. Juliana e Mauricio casaram um ano depois de se unirem e a filha Antonia, nasceu em 2011.
O casal chegar ao Teatro Colón em Buenos Aires para celebrar a inauguração do novo presidente.  Juliana mostrou seu senso de estilo impecável em um vestido branco com cinto de segurança com um alto divisão coxa 
Juliana Awada, 41 anos e Mauricio Macri, 56 anos, o Casal da Hora e da Vez. Os Fashionistas e Especialistas de Moda admiram o Estilo da Primeira-Dama Argentina, com seus terninhos lânguidos, os Belos Vestidos e suas Bolsas Hermès no valor de US$ 12.000. Catapultando-a a “Lista das Mulheres Mais Bem Vestidas Do Mundo”
Mauricio tem discutido abertamente a vida sexual do casal dizendo que sua esposa é "insaciável" durante uma entrevista de TV
O Presidente da Argentina e a Primeira-Dama
A mãe-de-dois encheu sua conta Instagram com imagens espontâneas do casal em casa e nos bastidores eventos políticos 
Juliana, comparada a Jackie Kennedy, adora postar Selfies no Instagram, sempre ao lado do Marido.
Juliana compartilhou esta foto do casal na mesa de jantar, que ela legendados 'en familia ", indicando que eles foram desfrutar o tempo com a família 
Mauricio e Juliana, tem discutido abertamente a Vida Sexual do Casal.
Juliana configurar uma conta Instagram, que atraiu 242.000 seguidores e isso selfie casual, mas carinhoso era seu primeiro post 
O Casal virou a Cabeça dos Argentinos e do Mundo, ao mencionar algumas confissões muito francas sobre sua vida Sexual.
Juliana, 41 anos, disse que ela sabia que muito em breve depois de conhecer o marido que ele era o amor de sua vida 
O Presidente e a Primeira Dama da Argentina, atraindo 242.000 seguidores no Instagram, comparados ao Casal Brangelina.
Juliana premia o marido com um beijo após um de seus debates presidenciais antes da eleição 
Juliana premia o Marido com um caloroso beijo.
A Juliana vestida casualmente levou para a campanha eleitoral com o marido que foi empossado como presidente da Argentina em dezembro 
Mauricio e Juliana, que agrada a todos com seu Estilo Casual e Chic.
Presidente da Argentina Mauricio Macri beija sua esposa Juliana Awada na Casa Rosada depois da sua tomada de posse, em dezembro.  O casal só recentemente foram empurrado para a ribalta internacional, mas já virou cabeças com suas demonstrações públicas de afeto e revelações sobre sua vida sexual 
O Presidente Argentino, beija sua esposa na Casa Rosada.
O casal tem uma filha de quatro anos de idade, Valentina e compartilhou esta foto da família que comemora o ano novo com taças de vinho tinto 
O Casal com a Filha Antonia, de  quatro anos de Idade.
O Estilo elegante de Juliana, fez ela rapidamente subir as fileiras de Listas Internacionais das “Mulheres Mais Bem Vestidas do Mundo”.
O Casal Juliana e Mauricio, festejam o Aniversário de quatro anos de Antonia.

Fotos do Instagram de Juliana Awada/Getty Images/AFP.



Cansado de ser atacado, Chico Buarque processa seus algozes

16 de Janeiro de 2016, 14:25, por Jornal Correio do Brasil

Vítima de uma agressão verbal, recentemente, quando deixava um restaurante no Leblon, por defender o governo do PT, o escritor, cantor e compositor Chico Buarque começará a processar aqueles que o atingem com calúnias

Por Redação – do Rio de Janeiro

Vítima de uma agressão verbal, recentemente, quando deixava um restaurante no Leblon, por defender o governo do PT, o escritor, cantor e compositor Chico Buarque começará a processar aqueles que o atingem com calúnias também nos meios de comunicação. A ação inicial proposta por seus advogados, por danos morais, será exercida junto com a ex-mulher, a atriz Marieta Severo, e as filhas do casal, contra o jornalista paulista João Pedrosa.

Chico processa o jornalista que atacou sua família. Na foto, a ex-mulher Marieta Severo e a filha Silvia
Chico processa o jornalista que atacou sua família. Na foto, a ex-mulher Marieta Severo e a filha Silvia

Em fins de dezembro, Pedrosa postou em seu perfil no Instagram ao comentar uma foto publicada pela atriz Silvia Buarque ao lado do pai e da irmã Helena:

Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”.

Em nota, publicada na coluna do jornalista Ancelmo Gois, no diário conservador carioca O Globo, Chico quer dar um basta às falsas acusações que circulam sobre ele na internet, inclusive as de que ele seria beneficiário da Lei Rouanet.

O colunista afirma que o artista não tem nada contra as leis do governo de incentivo à cultura, mas que nunca usou qualquer uma delas. A ação será defendida pelo advogado João Tancredo.

Chico, à saída do restaurante, na Zona Sul do Rio, foi chamado de “merda” e “petista ladrão” por fazer defesas ao governo do PT. Entre os agressores, estavam Álvaro Garnero Filho, filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero, e o rapper Túlio Dek, conhecido apenas por ter namorado a atriz Cleo Pires.



Dilma, de marxista a mulher sapiens neoliberal

15 de Janeiro de 2016, 15:00, por Jornal Correio do Brasil

Por Celso Lungaretti, de São Paulo:

Colunista faz do seu testemunho de antigo companheiro de luta um retrato cru à la Picasso da presidente Dilma
Colunista faz do seu testemunho de antigo companheiro de luta um retrato cru à la Picasso da presidente Dilma

Companheiros já tentaram me demover da minha posição de indiferença às desgraças da Dilma, reprovando-me a falta de solidariedade a uma antiga guerrilheira.

Dilma em 1972, na auditoria militar de Juiz de Fora (MG).

Como a vida é curta e nunca sabemos quando ela vai terminar, decidi finalmente esclarecer esta questão.

Não quero que aconteça comigo o que aconteceu em 1967 com o cel. Américo Fontenelle, surpreendido por um ataque cardíaco no exato instante em que se dispunha a finalmente revelar, num programa de TV, por que se considerava traído pelo governador Abreu Sodré (este lhe dera carta branca para, inclusive recorrendo a práticas autoritárias, botar ordem no trânsito caótico de São Paulo, mas depois entregou sua cabeça ao grupo empresarial proprietário da Folha de S. Paulo, de outros jornais e da antiga estação rodoviária.

Os que realmente se interessam por meu trabalho, terão neste post a explicação sincera. Pensei até em não o divulgar amplamente, por se tratar de assuntos um tanto melindrosos. Aí me lembrei de versos que sempre me inspiraram, dos primórdios da carreira do Gilberto Gil: “Agora vou terminar/ Agora vou discorrer/ Quem sabe tudo e diz logo/ Fica sem nada a dizer”.

 

O que há a dizer, antes de mais nada, é que entre eu e Dilma houve desamor à primeira vista. Conhecemo-nos em outubro de 1969, no Congresso de Teresópolis da VAR-Palmares, como quadros em ascensão das duas facções antagônicas, os militaristas e os massistas.
Moisés (José Raimundo da Costa) e eu, ambos comandantes estaduais da Organização em SP, fomos os iniciadores do racha que acabaria acontecendo no final daquele tenso congresso, mas um contra-ataque do lado oposto resultara na cassação de nossa condição de delegados. Por conhecermos o local onde se realizava, tivemos de nele permanecer até o final, incorporados à equipe de segurança.
Quando não estávamos vigiando os acessos para darmos o alarme se a repressão chegasse (e, provavelmente, sermos os primeiros a tombar sob o fogo inimigo), tínhamos o direito de assistir às discussões, desde que entrássemos mudos e saíssemos calados.
Então, percebi claramente que os massistas experientes e influentes (o Antonio Roberto Espinosa, o Carlos Franklin Paixão de Araújo e a Maria do Carmo Brito) haviam delegado à jovem e ambiciosa pupila a missão de atacar com muita contundência os militaristas de pavio curto como o Carlos Lamarca e o Cláudio de Souza Ribeiro.
Araújo na auditoria da Marinha (RJ)
Por coincidência, eu estava lendo O Profeta Armado, de Isaac Deutscher, então me pareceu um caso semelhante ao do também jovem Trotsky que, ao ser acolhido no círculo de revolucionários mais antigos na redação do Iskra, atacava com tamanha fúria retórica posições contrárias que ganhou o apelido de “o porrete do Lênin”, pois parecia a todos que o líder deixava a cargo do discípulo a tarefa antipática de desancar exacerbadamente algumas lendas vivas do passado que teriam amolecido com a idade (depois eles romperiam e Trotsky se tornaria menchevique, só se reconciliando com Lênin em julho de 1917).

Como não passo a vida remoendo mágoas e antipatias de outrora, minhas restrições ao porrete do Araújo haviam ficado para trás em novembro de 2008, quando fui o primeiro a denunciar as falsidades que a direita virtual espalhava sobre a ministra Dilma (vide aqui).

Em seguida, a Folha de S. Paulo fez o maior alarde a respeito de um plano de sequestro do Delfim Netto que a VAR esboçou mas nunca colocou em prática, tendo sido graças a uma mensagem minha que o ombudsman ficou sabendo e reconheceu publicamente que seu jornal estampara em plena capa uma ficha policial fajuta de Dilma, proveniente… da internet! Aquela reportagem como um todo ficou desmoralizada.

Veio a campanha presidencial de 2010 e o segundo turno me colocou num dilema. De um lado, a candidatura de José Serra se deslocara em demasia para a direita, recebendo apoio até das viúvas da ditadura. Precisava ser barrado.

...em 1970. Eu era réu do mesmo processo.

Do outro, um posicionamento que perpassa toda a minha militância é a opção inflexível pela revolução, jamais me dando por satisfeito com a mera distribuição entre os trabalhadores das migalhas do banquete capitalista.

Ou seja, via o PT de 2010 como um partido reformista, empenhado apenas em atenuar os malefícios do capitalismo ao invés de acabar com ele; então, eu me sentiria muito mal apoiando a chapa petista.

Optei por pegar no pé do Serra o tempo todo, batendo pesado em todas as suas definições e posturas de campanha contrárias aos ideais da esquerda nos quais um dia ele acreditou.

Ou seja, fiz o de sempre, combater a direita, sem apontar méritos na adversária nem apresentar motivos para se votar nela. Senti-me um tanto desconfortável, pois nunca fui adepto da comunicação negativa, que só aponta defeitos e não oferece esperanças; mas, foi a solução menos ruim que encontrei naquele instante.

Explorados: sujeitos da História
ou beneficiários da ação estatal?

Saudei a vitória da Dilma, abrindo-lhe um crédito de confiança. Manifestei a esperança de que, na Presidência, ela continuasse sendo a militante de outrora, que “como Chaplin, queria chutar o traseiro dos ociosos” e “como Marx, pretendia proporcionar a cada trabalhador o necessário para sua realização plena como ser humano”.

Mantive-me, contudo, cautelosamente reticente, pois ela me inspirava mais dúvidas do que certezas:

Dilma (…) terá de provar que é algo mais do que uma estátua de esculpida com tamanha perfeição pelo artista Michelangelo da Silva que acabou ocupando o melhor pedestal no panteão do Planalto.

…O lulismo no poder já provou sua competência no gerenciamento do estado em conformidade com os interesses dominantes, mas garantindo uma fatia um pouco maior do bolo para aqueles que produzem todas as fatias.

A dívida social, entretanto, está muito longe de ser zerada, como o foi o débito com o FMI.

Torço para que a Dilma saiba aproveitar seu grande momento…

E, aliviado, voltei a me distanciar da política oficial, pois a linha que definira para minha atuação na web era a de ignorar as escaramuças e pendengas da Corte, defendendo apenas os personagens e valores revolucionários.

P. ex., projetos governamentais e as críticas que opositores lhes faziam não estavam na minha mira, mas o da transposição do rio São Francisco passou a estar quando o bispo Luís Flávio Cappio contra ela utilizou um recurso frequente nas lutas revolucionárias, o da greve de fome. Fiquei indignado com a decisão do Lula, de pagar para ver, tão insensível como qualquer Margaret Thatcher, ajudando a esvaziar uma forma extrema de protesto a que já recorremos muitas vezes no passado e poderemos ter de voltar a recorrer.

Então, até hoje sou implacável com essa maracutaia do agronegócio, sempre destacando as notícias negativas que pipocam: não cumprimento de metas, estouros do orçamento, evidências de inutilidade ou insuficiência de algumas iniciativas do programa e, claro, corrupção. Tudo aquilo que D. Cappio tentou evitar.

Mas, é uma exceção. Como regra, considero que os governos, sob o capitalismo, jamais levarão os explorados aonde eles precisam chegar, daí não merecerem a atenção obsessiva que a grande imprensa e a esquerda chapa branca lhes dedica. Fixo-me nas perspectivas de transformação da sociedade, não no dia a dia do gerenciamento da dominação burguesa.

Então, mesmo percebendo que Dilma se tornara uma pessoa bem diferente daquela que conhecera, evitei comentar sua atuação presidencial, salvo no que esta se chocasse frontalmente com o ideário da esquerda.

Em 1969, ela seguia fielmente a linha da VAR-Palmares, que acreditava ser imprescindível algum enraizamento nas massas para a organização não se tornar apenas um exército combatendo outro.

Já para nós, os egressos e depois refundadores da VPR, bastava estarmos imbuídos da ideologia do proletariado, sendo dispensável o contato orgânico com  o mesmo, que nos acarretaria riscos terríveis de segurança. O perfil de nosso pessoal era mais apropriado para o cumprimento das tarefas militares da revolução, propaganda armada inclusive, deixando para outros grupos os laços com a população.

Paradoxalmente, aquela que em 1969 nos acusava de vanguardistas não mais procurava, quatro décadas depois, estar junto das massas e interagir com elas.

Integrando governos desde 1986, adquirira os jeitos e trejeitos dos tecnoburocratas, passando a se ver como a mulher sapiens a quem competiria detectar o que fosse melhor para o povo e, gerindo pedaços do Estado, impulsionar as transformações que via como necessárias, independentemente de as massas compreenderem tais intentos e com eles concordarem.

Para ela, implicitamente, os humildes explorados deixaram de ser os sujeitos da História, tornando-se apenas os beneficiários da ação estatal. Sua nova postura era um amálgama do velho nacional-desenvolvimentismo na economia com um bolivarismo light na política (uma tendência a avassalar outros Poderes e entes estatais, mas de forma gradual e sutil, sem incorrer num autoritarismo chocante).

Não deixo de compreender o que levou Dilma e muitos outros esquerdistas a abdicarem dos projetos de transformação em profundidade da nossa sociedade, contentando-se com mudanças bem mais tímidas. O desencanto da terrível derrota da geração que pegou em armas contra a ditadura os fez procurar atalhos para obterem, pelo menos, alguns resultados.

Se tivessem lido com mais atenção Marx, Rosa Luxemburgo e outros clássicos, saberiam que o reformismo convém muito mais à burguesia do que aos explorados; e que a mera infiltração no Estado não equivale a uma revolução, pois aquilo que o povo verdadeiramente não conquista, dificilmente conseguirá manter depois.

Até porque acaba não reconhecendo como seu o governo de seus presumidos benfeitores, muitas vezes interessados mais em se perpetuarem indefinidamente no poder do que em fazerem avançar o processo revolucionário.

Não me dispus, contudo, a fazer críticas mais contundentes ao primeiro governo da Dilma, pois sabia que, com tais premissas, ela não iria longe –ou seja, dificilmente conseguiria consolidar o reformismo e fechar, por longo período, as portas à revolução. Sua esperança de fazer deslanchar a economia brasileira a partir da ação estatal era um anacronismo, o pré-sal o sonho de uma noite de verão. Isso tudo jamais daria certo.

E, claro, a fetichização dos governos por parte da esquerda (além da gana de parte dela pelas boquinhas) ainda é tão forte que, sensatamente, avaliei como contraproducente abrir o jogo: eu ficaria isolado.

Algo que para mim é questão de princípio me fez, no entanto, deixar de lado o cálculo político e assumir uma postura mais incisiva com relação ao Governo Dilma: a criação de uma Comissão da Verdade como contraponto propagandístico a algo muitíssimo mais sério, a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a guerrilha do Araguaia, responsabilizando o Brasil pelo extermínio de 70 militantes (em sua grande maioria, capturados com vida) e exigindo apuração rigorosa dos massacres, localização dos restos mortais e punição dos carrascos.

Sentença da OEA foi a última chance
para corrigirmos aberração do STF
A apuração das bestialidades perpetradas pela ditadura de 1964/1985 contra os que exerceram o direito milenar de resistência à tirania e punição dos agentes do Estado responsáveis por tais crimes contra a humanidade vinha sendo negligenciadas desde 1985 pelo Estado brasileiro, na contramão das recomendações da ONU para países que se redemocratizam.
No final de agosto de 2007, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça encerrou seu trabalho de apurar as circunstâncias da morte de militantes durante o regime militar e indenizar as famílias das vítimas cujas mortes haviam sido oficializadas e daquelas cujos restos mortais evaporaram, pois, como sabemos, tudo que é sólido desmancha no ar…
Reuniu, então, o que apurara num livro-relatório intitulado Direito à Memória e à Verdade. Ao ser lançado, contudo, o Alto  Comando do Exército emitiu uma nota oficial de protesto contra a iniciativa.
Ao invés de exonerar imediatamente os responsáveis por insubmissão e quebra da cadeia de comando, o presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas, Lula, recuou de forma humilhante: ordenou a seus ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) que não tentassem mais levantar o assunto na esfera do Executivo, instruindo-os a apontarem aos insatisfeitos com a impunidade dos carrascos o caminho do Judiciário.
Recomendou, ademais, que fossem esquecidos os ressentimentos do passado, prestando-se tributo aos militantes que haviam heroicamente lutado contra o estado de exceção e esquecendo-se os seus algozes.

Depois, em abril de 2010, o Supremo Tribunal Federal tomou uma das decisões mais escabrosas de sua história, ao considerar válida a auto-anistia que os assassinos e torturadores do regime se outorgaram no ano de 1979, em plena vigência da ditadura.

Anistia? Nem a pau, Juvenal! Tratara-se apenas de uma espécie de habeas corpus preventivo, com a complacência de um Congresso Nacional intimidado e coagido (a aceitação da barganha tinha como contrapartida a libertação de presos políticos e a permissão de volta de exilados).

Fechadas as portas do Executivo e do Judiciário, uma última esperança de ainda vermos os Ustras e Curiós responderem criminalmente por seus feitos surgiu sete meses depois, com a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à OEA:

Os crimes de desaparecimento forçado, de execução sumária extrajudicial e de tortura perpetrados sistematicamente pelo Estado para reprimir a Guerrilha do Araguaia são exemplos acabados de crime de lesa-humanidade. Como tal merecem tratamento diferenciado, isto é, seu julgamento não pode ser obstado pelo decurso do tempo, como a prescrição, ou por dispositivos normativos de anistia.

Se o Estado brasileiro aceitasse o que é praticamente uma obviedade no Direito Internacional –a de que leis de anistia não têm força legal para impedirem o julgamento de assassinatos e torturas perpetrados por ditaduras–, como poderia sustentar posição diferente com relação aos demais assassinatos e torturas cometidos pela repressão política do regime militar? Era uma oportunidade de ouro para passarmos uma borracha sobre a aberração parida pelo Congresso.
 Logo em seguida houve a troca de governo e, empossada Dilma, as entidades e os militantes dedicados à defesa dos direitos humanos passaram a cobrar-lhe, com insistência cada vez maior, o cumprimento da sentença da Corte Interamericana.
Até que, no final de 2011, ela definiu suas linhas de ação: ignorar olimpicamente a sentença da OEA e instituir a Comissão Nacional da Verdade, bem na linha do que Lula pregara: ao invés de mexer em vespeiros, multiplicar os elogios e homenagens aos massacrados. Me engana que eu gosto.
Percebendo o que estava para vir, ainda tentei salvar algo do incêndio, propondo meu nome como (anti)candidato a membro da CNV –alternativamente, indiquei o do companheiro Ivan Seixas, um dos principais responsáveis pelas investigações das ossadas de Perus. Pois duvidava de que os habituais e doutos integrantes de comissões desse tipo fossem suficientemente combativos para arrancar a verdade dos que ainda redobravam esforços para mantê-la oculta. Acertei na mosca: negligenciariam até o dever de providenciarem proteção para duas testemunhas marcadas para morrer.
Dilma, tendo colocado o trem nos trilhos, estava com pressa em fazer com que a criação da CNV fosse aprovada pelo Congresso Nacional e cumprisse sua serventia: a de se constituir no fato novo que faria ser definitivamente esquecida a sentença da Corte Interamericana.
Então, aceitou a chantagem da bancada evangélica na Câmara Federal, que só admitiu apoiar a iniciativa do governo se este se comprometesse a não indicar, para membro da CNV, nenhum veterano da luta armada. A alegação foi a de que seria uma medida de reciprocidade, pois os militares também estavam vetados para o colegiado.
Tratou-se de uma estridente bofetada na cara de todos nós. Pois, quando ficou evidente para os defensores da ditadura militar que eles jamais conseguiriam convencer a opinião pública de que as atrocidades não haviam ocorrido, passaram a alegar que nós, os resistentes, também possuíamos esqueletos no armário, portanto os excessos teriam sido cometidos pelos dois lados.
Ou seja, pretenderam dar a alguns episódios isolados o mesmo peso da prática generalizada da tortura como uma não admitida mas inequívoca política de Estado durante o regime dos generais (além dos assassinatos, que viraram norma a partir de 1971 e durante 1972, aumentando em muito quando as organizações guerrilheiras estavam nos estertores, fragilizadas e quase impotentes, pois a intenção era mesmo a de não deixarem vivos os militantes mais determinados).
Dilma, uma ex-guerrilheira, na prática coonestou a tese das viúvas da ditadura, igualando-nos aos nossos carrascos. Ficou muito claro para mim que, retórica política à parte, ela já deixara Wanda para trás há muito tempo. Estava noutra.
Levando em conta tudo que pessoas do seu círculo de relacionamentos já revelaram em entrevistas e escritos sobre o comportamento da Dilma, tenho a impressão de que ela ainda não haja superado os rancores de 1969, o ressentimento contra os militaristas.
Quando de sua primeira campanha presidencial, visitou a cidade onde mora o Darcy Rodrigues, companheiro de armas e de militância do Lamarca, a quem não via há quatro décadas. A única coisa que encontrou para lhe dizer foi: “Puxa, como você está velho e acabado!”.
Espirituoso, Darcy rebateu: “É por isto mesmo que estou aqui. Vim pedir o telefone da esteticista que consegue te manter com aparência de jovem”.
Quanto a mim, sofro encarniçada perseguição e abuso de poder por parte da Advocacia Geral da União, que há quase nove anos usa todo seu arsenal de filigranas jurídicas para impedir que eu receba uma indenização retroativa que o ministro da Justiça me concedeu no final de 2005.
A lei respectiva determinava o apagamento desses atrasados no prazo de dois meses. Depois de um ano sem receber satisfação nenhuma, em fevereiro de 2007 chegou-me uma mensagem propondo que aceitasse voluntariamente a alternativa de um pagamento parcelado que se prolongaria até dezembro de 2014.
Já entrara com mandado de segurança para que fosse cumprida a lei e decidi seguir em frente, pois meu direito não caíra do céu nem dependera da vontade da Corte: tive sangue derramado, minha vida foi quase tirada, sofri uma lesão permanente, enfrentei enormes dificuldades nas minhas esferas pessoal e profissional, vi morrerem os companheiros mais estimados. Ceder seria desmerecer tudo que sofri.
A AGU, incapaz de encontrar qualquer justificativa para o não cumprimento de uma lei cuja revogação o Governo preferira não propor, vem há muito esgrimindo embargos e recursos para retardar seus efeitos. No Superior Tribunal de Justiça, venci o julgamento do mérito da questão por 8×0 e o de dois embargos de declaração por 7×0 e 8×0. Agora, um recurso extraordinário encontra-se para ser julgado no STF, com alegações praticamente idênticas às que o STJ fulminou.
Para quem se sujeitasse a tomar uma decisão financeiramente desvantajosa e moralmente humilhante, a promessa era de que o débito seria zerado até dezembro de 2014. Caso isto tenha realmente ocorrido, a pendenga agora se evidenciaria como retaliação pura e simples, produzindo uma desigualdade inaceitável entre os anistiados que aderiram voluntariamente ao plano de pagamentos da União e os que ousaram exigir o cumprimento estrito da lei.
Mas, por que conto tudo isto aqui? Porque companheiros já intercederam por mim junto à Dilma e mesmo eu, para corresponder à iniciativa solidária que eles tomaram, engoli meu orgulho e mandei uma mensagem à presidente. A resposta a todos foi de que não cabia a ela intervir num assunto que estava na alçada do Judiciário.
Respondemos, claro, que o obstáculo era a determinação da AGU em evitar o cumprimento do que a lei estabeleceu e o julgamento do mérito da questão confirmou. Bastaria a AGU abrir mão de suas medidas protelatórias e tudo se resolveria de imediato.
Um porta-voz, em nome de Dilma, praticamente repetiu, palavra por palavra, a mensagem anterior, como se a afirmação já não tivesse sido cabalmente desmentida. É o que ela sempre faz quando fica sem argumentos, fingir que não ouviu o que o outro lado declarou.
Sou um militante à moda antiga, mágoas pessoais não interferem em meus posicionamentos políticos.

Mas, também não vejo motivo nenhum para, contrariando avaliações racionais, conceder tratamento diferenciado a Dilma. Ajo em consonância com o que ela é hoje, uma personagem da política oficial e nada mais.

A vitória em 2014 embutia a destruição
do PT e a desmoralização da esquerda
Outras cruéis decepções com Dilma vieram na esteira:
  • a negativa pífia ao pedido de asilo de Edward Snowden, sob pretexto burocrático que não iludiu ninguém, Deus e o mundo perceberam que o motivo real foi o receio de desagradar aos EUA;
  • a reação igualmente pífia à constatação de que vinha sendo espionada pelos estadunidenses, preferindo discursar inutilmente na ONU, diante de uma bancada dos EUA esvaziada de personagens do alto escalão, quando tinha uma oportunidade de ouro para dar realmente o troco, revendo a decisão sobre o Snowden;
  • a prorrogação dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade a fim de que o relatório final só fosse divulgado depois do 2º turno presidencial, para evitar que previsíveis protestos de militares jurássicos servissem como munição eleitoral para a direita (ou seja, por motivo politiqueiro, deixou-se de aproveitar o 50º aniversário do golpe de 1964 para aumentar, em muito, a repercussão na mídia dos relatos sobre o festival de horrores da ditadura).
Eram mais razões para eu manter-me à distância da eleição de 2014. Então, nem sequer me animei a protestar contra a negativa de registro da Rede Sustentabilidade, embora estivesse careca de saber qual a mão que movimentara os cordéis nos bastidores. A política oficial me enojava.

Com a morte de Eduardo Campos e a volta de Marina Silva à disputa pra valer, vi com simpatia a possibilidade de outra representante da esquerda interromper o ciclo petista, pois a eternização no poder costuma provocar graves distorções na prática e até na identidade de partidos sem muita consistência ideológica, como o PT (tinha-a em 1980, mas o inchaço, o aburguesamento e a direitização o foram minando cada vez mais, por dentro).

Evitei declarar-lhe apoio, afirmando:

Marina Silva é uma incógnita; Dilma Rousseff, a continuidade da pasmaceira atual; e Aécio Neves, o retrocesso.

Aquilo com que sonho não é nenhuma candidatura presidencial de 2014, mas sim a emergência e afirmação de uma nova geração revolucionária, capaz de conquistar nas ruas o que jamais obteremos na Praça dos Três (podres) Poderes.

Mas, vi-me obrigado a sair em sua defesa quando passou a sofrer uma campanha de satanização grotesca e repulsiva, que me fez até lembrar a frase célebre do ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels (“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”).

Mentirosos conscientes de estarem mentindo descaradamente, os responsáveis pela propaganda eleitoral petista e pelo municiamento da rede virtual chapa branca trombetearam que Marina seria subserviente aos banqueiros por estar recebendo o apoio de uma integrante da família proprietária do Itaú.

Omitiram que tal fulana era (é) uma mera herdeira, que apenas embolsa seus dividendos e jamais apitou nada nas decisões do grupo, tendo muito tempo ocioso no seu cotidiano e preenchendo-o com a adesão a causas nobres (na esfera da educação e ecologia, principalmente).  Pior ainda, que ela, na eleição anterior, prestara o mesmíssimo serviço ao candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

Depois de martelado à exaustão na cabeça dos crédulos um inexistente vínculo de Marina com banqueiros, a campanha de Dilma passou à mentira seguinte: de que a malévola ex-seringueira, na Presidência, imporia um perverso ajuste fiscal, tirando a comida da mesa do povaréu, enquanto a santa Dilma jamais maltrataria os coitadezas. Nem que a vaca tossisse ela mexeria nos direitos trabalhistas, etc.

Desde o primeiro momento tentei dissuadir os grão petistas de cometerem tal infâmia, lembrando que o nosso lado não pisa no pescoço da mãe para ganhar eleições presidenciais; que, para nós, a verdade é (ou deveria ser) revolucionária; e que, antes da degringola ideológica das últimas décadas, tratávamos os lacaios da burguesia e a ralé ditatorial como inimigos, mas respeitávamos os esquerdistas de outras tendências como adversários, tentando destruir politicamente os primeiros e trazer para o nosso lado os segundos.

Um de meus piores pesadelos foi a tragédia que se abateu sobre a mais proletária revolução do século passado, a soviética, que terminou melancolicamente com uma bestial e parasitária nomenklatura encastelada no poder. Nos nefandos julgamentos de Moscou, veteranos e dignos, revolucionários, com décadas de heroicas lutas travadas em seu currículo, eram submetidos a intermináveis torturas e acabavam vindo alquebrados a público admitir que haviam sido sempre espiões das potências imperialistas, envolvidos em conspirações tão mirabolantes como as dos vilões da série 007 (envenenar reservatórios de água, p. ex.).

Foi canalhice equivalente, embora em miniatura, que o PT cometeu com Marina Silva, a filha pródiga do petismo: desconstruiu-a fazendo o povo acreditar que ela fosse uma envenenadora de represas. Refleti que um partido que recorre a tais ignomínias para permanecer no poder já está descendo a ladeira.

Paralelamente, comecei a perceber a insistência com que os poderosos do capitalismo exigiam do novo governo, qualquer que fosse ele, a adoção de medidas recessivas na economia. Era uma ação concertada, agressiva. E, analisando os três candidatos principais sem ilusões, cheguei à conclusão de que nenhum deles resistiria a tal rolo compressor.

Isto acendeu o alerta vermelho na minha mente. Os anos de trabalho indesejado em editorias de Economia, remédio amargo que tive de engolir por falta de melhor opção, familiarizaram-me o suficiente com o mundo dos negócios para saber muito bem o que vinha pela frente, um festival de iniquidades, injustiças e abusos contra os explorados.

Aí, mais do que nunca, passei a considerar fundamental a alternância de poder: qualquer partido de esquerda que fosse cumprir o que o poder econômico exigia estaria se condenando à desmoralização e ao opróbrio.

Pior, muito pior, se o partido atendesse pelo nome de PT. Pois, certo ou errado, o povo o vê como a esquerda no poder. E a esquerda no poder não pode se tornar neoliberal da noite para o dia, arrochando os coitadezas para garantir que os bancos brasileiros continuem entre os mais lucrativos do mundo.

A reeleição de Dilma foi a pior vitória de Pirro que poderia nos acontecer: trazia embutida a destruição do PT e da credibilidade da própria esquerda, que demorará uma eternidade para recuperar o prestígio com que saiu da ditadura militar.

Aí Dilma.2 começou da pior maneira possível, com a posse de um office-boy do mercado como ministro da Fazenda: Joaquim Levy, economista sem brilho acadêmico e que respondia por uma diretoria secundária do Bradesco, cujas principais credenciais eram a de ser neoliberal desde criancinha e vir indicado pelo patrão Luís Carlos Trabuco, que astutamente se recusou a assumir ele próprio o posto, quando Dilma o convidou.

Iniciava-se o ano perdido de 2015, que acabaria superando minhas mais pessimistas previsões.

Uma pergunta que não quer calar: de que
adiantou dormirmos com o inimigo em 2015?

A última eleição presidencial esquentou a partir da morte de Eduardo Campos, no dia 13 de agosto de 2014. E, se não me animava a lutar por nenhuma candidatura, a partir daí ficaram claras na minha mente quais as possibilidades que deveriam ser evitadas a todo custo:

  • um verdadeiro golpe de estado, com tropas e tanques nas ruas, que nos faria retroceder décadas, extirpando o pouco que se construiu de aproveitável a partir de 1985; e
  • a reeleição de Dilma, a pior timoneira possível e imaginável numa tempestade como a que se formava.

Então, ao mesmo tempo em que rebatia falácias utilizadas para desconstruir a candidatura de Marina Silva e tentava convencer os petistas a refrearem a selvageria de sua campanha, em várias ocasiões manifestei minha simpatia pelo volta, Lula!, pois a troca de cabeça de chapa provavelmente recolocaria no poder um político com habilidade e jogo de cintura para, pelo menos, reduzir as previsíveis tensões de um futuro imediato que seria crítico em termos econômicos.

Já Dilma, com sua péssima leitura do quadro político, seu primarismo estratégico, sua truculência tática e sua irredutibilidade característica de tecnoburocratas, é do tipo que joga álcool na fogueira o tempo todo, às vezes sem sequer perceber…

Assim, depois de tentar acelerar a economiano tranco (estatal) durante o primeiro governo, ela parece ter ficado aturdida quando lhe caiu a ficha de que, isto sim, incubara uma grave recessão.

E, tão sofregamente quanto abraçara o nacional-desenvolvimentismo, deslocou-se para o polo quase que oposto: o neoliberalismo. Quis, a ferro e fogo, consertar a lambança que aprontara. Engoliu a retórica interesseira do mercado sobre qual deveria ser o antídoto e, claro, só conseguiu piorar o que já estava péssimo.

A escolha do ideologicamente detestável e politicamente inábil Joaquim Levy para ministro da Fazenda foi um balde de água fria na ala lulista do PT, pois a adoção do receituário de Milton Friedman por um partido de esquerda seria óbvio veneno eleitoral.

Dilma fizera a opção de tentar salvar sua reputação (supondo-se que as medidas ortodoxas, com enorme ônus social, ao menos revertessem o quadro de progressiva piora dos índices econômicos), mesmo que isto implicasse mandar às urtigas a candidatura presidencial de Lula em 2018.

E Levy, ainda por cima, levantava a bola para os inimigos anunciando medidas extremamente impopulares como o estupro de direitos trabalhistas e a exumação do famigerado imposto do cheque, que a classe média via como um conto de vigário no qual caíra uma vez (a utilização de um médico digno mas ingênuo para dourar a pílula de mais um assalto ao bolso do contribuinte) e jamais cairia de novo.

Talvez Leonel Brizola haja esquecido de contar a Dilma como João Goulart, na presidência da República, tinha seus ministros burgueses triturados pela esquerda até se afastarem, cansados de tanta grita assumida e de tanta puxação de tapete nos bastidores. O cunhado-urso poderia discorrer sobre isto com muito conhecimento de causa, pois era a principal mão que movimentava os cordéis dessa rejeição.

A História se repetiu em 2015, com o enfático repúdio a Levy por parte de Rui Falcão (presidente do partido), João Pedro Stedile (MST), Guilherme Boulos (MTST), Wagner Freitas (CUT), André Singer e Franklin Martins (sucessivos secretários de Comunicação de Lula quando este era presidente da República), etc.

fogo amigo minava cada vez mais o já parco prestígio de Levy enquanto, paradoxalmente, era a direita quem o tentava sustentar, com Luís Carlos Trabuco conversando ao pé do ouvido da Dilma para apaziguá-la sempre que ela se exasperava com seu ministro da discórdia, os jornalões lançando editoriais alarmistas, o Reinaldo Azevedo o colocando como única exceção num governo por ele execrado, etc. A fratura estava exposta a tal ponto que, mesmo nas manifestações contra o impeachment, a defesa do mandato de Dilma coexistia com o exacerbado repúdio à sua política econômica.

A presidente, enquanto isto, mostrava total impotência para deter a degringola econômica, só se preocupando com manobras rasteiras para evitar que o Congresso Nacional ou a Justiça Eleitoral a defenestrassem.

Ou seja, ganhava sobrevida no varejo mas continuava marchando para a ruína no atacado, pois país pobre como o Brasil não aguenta a depressão econômica que se desenha para breve. E, quando a penúria estiver causando turbulência social, alguma solução a classe dominante produzirá para se manter dominante; como a impopularidade de Dilma já atingiu o ponto de não-retorno, tal solução passará necessariamente por sua saída do poder. Quem viver, verá.

Também, pudera! Expelido Levy, ela teve uma chance de ouro para voltar às boas com a esquerda, que é quem a conseguiu manter no posto até agora (se dependesse da direita, seu ano sabático já estaria em curso…). E o que fez?

  • ofendeu toda a rede virtual chapa branca ao escolher a odiada Folha de S. Paulo como veículo de sua mensagem de ano novo; e
  • estragou o reveillon da imensa maioria dos seus leitores, ao anunciar que continuará tentando socar o arrocho fiscal garganta dos brasileiros abaixo e que trama a elevação da idade mínima para aposentadoria, cometendo terrível injustiça com os que começam a trabalhar cedo (meu pai pegou no batente com míseros 11 anos e, que eu saiba, burlas à lei continuam ocorrendo até hoje, aos montes…).
Ou seja, Dilma não aprendeu nem esqueceu nada com o fracasso retumbante de Levy. Talvez porque, depois de reconhecer que pisara feio na bola em seu primeiro governo, falte-lhe humildade para admitir que novamente meteu os pés pelas mãos em 2015. [Nem mesmo como Wanda ela convivia bem com as autocríticas…]
Como a Operação Lava-Jato continuará colocando sob os holofotes as maracutaias do PT e parceiros, enquanto a recessão só tende a agravar-se, a meteorologia política indica a certeza de muitas chuvas e trovoadas depois do carnaval, além da possibilidade de ocorrências ainda piores.
Pessoalmente, mantenho o otimismo possível nas melancólicas circunstâncias presentes. Acredito:
  • que Dilma, de um jeito ou de outro, cairá, até por ser o desejo secreto de muitos grãos petistas;
  • que, desde que tal queda se dê nos marcos constitucionais (sem quartelada e ditadura), Lula voltará a ter chance de sucesso eleitoral em 2018, mantendo-se, portanto, aberta a porta para o reformismo;
  • que, por outro lado, o abalo sofrido pela esquerda foi profundo e acarretará um processo agudo de autocríticas e busca de novas opções por parte dos militantes mais articulados e idealistas; e
  • que, consequentemente, teremos uma chance de arejar e reciclar a esquerda, a fim de recolocá-la no rumo da revolução, cada vez mais necessária quando o capitalismo faz água por todos os lados e ameaça até destruir a espécie humana.
Por último, retomo a questão levantada no início desta digressão, sobre motivos de eu não considerar Dilma merecedora de solidariedade revolucionária, depois de tê-la prestado a tantos companheiros, mesmo em circunstâncias adversas e que exigiram grande sacrifício pessoal.
É que considerei simplesmente inaceitável sua iniciativa de forçar a inclusão de Leonel Brizola no Livro dos Heróis da Pátria, mesmo tendo de, casuisticamente, alterar a regra dessa homenagem (que a restringia a personagens históricos mortos há pelo menos 50 anos)  e sabendo que isto implicaria um desprestígio póstumo para heróis muito mais merecedores de que se contornassem obstáculos em seu benefício, Carlos Lamarca e Carlos Marighella, os únicos que, pela trajetória e seu significado simbólico, se ombreiam aos grandes Tiradentes (o 1º da lista), Zumbi dos Palmares (o 2º) e Frei Caneca (o 12º).
Isto reforçou minha convicção de que ela ainda não transcendeu os ressentimentos de 1969, fazendo questão até hoje de marcar distância dos antigos militaristas e dos revolucionários em geral, como deu para percebermos claramente na afoiteza com que encaminhou a criação da Comissão Nacional da Verdade e no abandono a que a relegou em seguida, não lhe dando respaldo para vencer sucessivos braços-de-ferros com milicões recalcitrantes.
É direito dela querer ser hoje apenas uma política convencional. Deveria, contudo, ter a sinceridade de admitir que se trata muito mais de uma negação que de uma continuação da Wanda.
À qual, mesmo não morrendo de amores por ela, eu respeitava, como respeito todos os companheiros que travaram luta tão desigual e trágica. Difundo-lhes o exemplo e honro sua memória.
Mas, a excelentíssima senhora presidente da República é-me indiferente, como me são indiferentes todos os dignatários dos podres Poderes.
Celso Lungaretti, jornalista e escritor, foi resistente à ditadura militar ainda secundarista e participou da Vanguarda Popular Revolucionária. Preso e processado, escreveu o livro Náufrago da Utopia. Tem um ativo blog com esse mesmo título.
Direto da Redação é um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.


Chuvas provocaram 13 mortes em São Paulo

15 de Janeiro de 2016, 14:47, por Jornal Correio do Brasil

 

Estão atualmente desabrigados pelos deslizamentos e enchentes 685 pessoas em todo o Estado

Por Redação, com ABr – de São Paulo:

Devido ao forte volume de chuvas que atinge o Estado de São Paulo desde o início da semana, pelo menos cinco municípios pediram à Defesa Civil estadual a homologação de seus pedidos de situação de emergência. Segundo boletim divulgado nesta sexta-feira pela Defesa Civil, já decretaram Estado de emergência os municípios de Guapiara, Sumaré, Águas da Prata, Pompéia e Itapecerica da Serra. Desde dezembro, 13 pessoas morreram no Estado por causa das enchentes, informou a Defesa Civil.

Em Águas da Prata, os cinco rios que atravessam a cidade transbordaram: Ribeirão do Quartel, Fartura, da Prata, Ribeirão da Prata e Córrego da Platina. Nos três primeiros, oito pontes sofreram danos, assim como a proteção do leito dos rios. Cinquenta famílias foram atingidas pela enchente, mas todas já voltaram para casa. Segundo a Defesa Civil do município, a ordem já foi restabelecida, e as ruas e casas estão limpas.

Devido ao forte volume de chuvas que atinge o Estado de São Paulo desde o início da semana
Devido ao forte volume de chuvas que atinge o Estado de São Paulo desde o início da semana

Outro município que enfrenta problemas com as chuvas é Juquitiba, que decretou Estado de emergência, Há bairros afetados no Distrito dos Barnabés (no início da Serra do Cafezal) e ocorreram 15 desmoronamentos que afetaram 15 famílias, mas não houve mortes. Existem ainda cerca de 100 pontos de escorregamento que interditaram 20 estradas e acessos aos bairros mais distantes; mais de 30 pontos de alagamento, alguns intransitáveis. Além disso, romperam-se pelo menos três represas nos bairros Barnabés, Juquiázinho e Senhorinhas.

Desde as primeiras horas da manhã, o prefeito Francisco Júnior reuniu um gabinete de crise composto por representantes de todas as secretarias municipais e da Defesa Civil para atendimento das famílias afetadas. “Dez famílias foram encaminhadas para uma escola municipal e estão sendo atendidas com alimentos, roupas e água pela assistência municipal”, informou, em nota, Defesa Civil.

Em Piracicaba, que decretou estado de emergência nesta semana, as águas das chuvas começaram a chegar aos rios Piracicaba, Corumbataí e Capivari na tarde da terça-feira, aumentando rapidamente a vazão. A Defesa Civil recebeu o alerta por volta das 18h e iniciou a operação padrão de combate a enchentes. Foram usados oito caminhões, duas viaturas da Guarda Civil e duas viaturas da Defesa Civil, com um total de 35 homens para retirada das famílias. Foram removidas 10 famílias dos bairros Bongue, IAA, Vila Rios e da Região da Rua do Porto. Os pertences de todos foram levados para casas de parentes.

– A maior vazão registrada até o momento foi de 5,87 metros na régua por volta das 10h de quarta. Na quinta a vazão caiu para 4,87 metros, voltando as águas para o leito dos rios. Na madrugada desta sexta-feira, porém, os rios voltaram a subir para 5,84 metros, causando novos transbordamentos. Como as famílias já não estão em suas casas, não houve necessidade de nova ação – informou a Defesa Civil de Piracicaba.

Em Poá, que também está em estado de emergência, as chuvas do último fim de semana deixaram 150 pessoas desalojadas e causaram prejuízos a comerciantes. A prefeitura solicitou ao governo estadual a liberação de maquinário para fazer o desassoreamento do Rio Tietê de modo a permitir o escoamento das águas que invadiram a cidade. O Executivo estadual enviou a Poá dois caminhões com mantimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal.

Em Lençóis Paulista, no centro-oeste do Estado, o Rio Lençóis chegou a subir 5 metros acima do leito, deixando 800 desalojados e 100 desabrigados. As famílias estão sendo abrigadas em um ginásio de esportes. Há dificuldades no abastecimento de água por causa do comprometimento da estação de tratamento da cidade.

Estão atualmente desabrigados pelos deslizamentos e enchentes 685 pessoas em todo o Estado. A Defesa Civil estadual já enviou auxílio, como kits de higiene e limpeza, para 19 cidades: Nova Campina, Carapicuíba, Suzano, Juquiá, Itapecerica da Serra, Eldorado, Sumaré, São Paulo, Registro, Ribeirão Pires, Cabreúva, Boituva, Taboão da Serra, Jacupiranga, Apiaí, Itaóca, Barra do Chapéu, Peruíbe e Divinolândia.



Sean Penn afirma lamentar repercussão de entrevista com El Chapo

15 de Janeiro de 2016, 14:16, por Jornal Correio do Brasil

Por Redação, com Reuters – de Los Angeles:

O ator Sean Penn disse em entrevista exibida nesta sexta-feira que lamenta a repercussão de sua reportagem com o chefe do tráfico mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán, que tinha como objetivo discutir a violência das drogas, segundo o astro de Hollywood.

– Eu lamento terrivelmente – disse Penn ao apresentador Charlie Rose, do programa de TV This Morning, da CBS, em entrevista gravada na quinta-feira em Santa Monica, na Califórnia. “Eu lamento que a discussão inteira sobre essa reportagem ignore o seu propósito, que era tentar contribuir para essa discussão sobre a política da Guerra às Drogas”.

Guzmán foi recapturado pela polícia mexicana na semana passada, seis meses após ter protagonizado uma fuga espetacular da prisão por meio de um túnel dentro de sua cela. Enquanto estava foragido, Guzmán teve um encontro secreto com Penn em um esconderijo na selva, fato que o governo diz ter sido “essencial” para encontrá-lo.

O ator Sean Penn
O ator Sean Penn

A reportagem com base na entrevista concedida a Penn, de 55 anos, foi publicada na revista Rolling Stone no sábado. Nela, Guzmán se vangloria dos envios de drogas e da lavagem de dinheiro por meio de grandes empresas mexicanas e estrangeiras.

O ator rejeitou as alegações de que a entrevista resultou na prisão de “El Chapo”.

– Existe esse mito sobre a visita que fizemos, meus colegas e eu, a El Chapo, que foi… ‘essencial’ para a captura dele – disse Penn. Ele disse que se encontrou com Guzmán há “muitas semanas” e em um local longe do ponto de sua captura.

As autoridades mexicanas querem incentivar os cartéis de drogas a colocar a culpa pela prisão de Guzmán no encontro, segundo Penn, porque o governo ficou constrangido por Penn e seus colaboradores terem encontrado o traficantes antes que as autoridades conseguissem prendê-lo.

Penn disse que poderia estar correndo perigo, mas afirmou não ter medo de possíveis ameaças. Ele não disse quem organizou o encontro com Guzmán, mas contou ter um contato que “facilitou um convite”.

 



Livro de educação sexual não foi distribuído pelo MEC

15 de Janeiro de 2016, 14:06, por Jornal Correio do Brasil

 

O livro em questão é uma publicação da editora Cia das Letras e a empresa informa, em seu catálogo, que a obra já vendeu 1,5 milhão de exemplares

Por Redação, com ABr – de Brasília:

O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que não produziu, adquiriu ou distribuiu o livro Aparelho Sexual e Cia, que, segundo vídeo que circula em redes sociais, seria inadequado para as crianças e jovens brasileiros. O MEC afirmou que não há qualquer vinculação entre o ministério e o livro, já que a obra tampouco consta dos programas de distribuição de materiais didáticos como Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) ou Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).

Circula nas redes sociais um vídeo que afirma que o governo distribuiu a obra e, assim, estaria “estimulando precocemente as crianças a se interessarem por sexo”. Em um dos vídeos, a acusação é feita pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) que afirma que “livros distribuídos pelo PT ensinam sexo para criancinhas”.

O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que não produziu, adquiriu ou distribuiu o livro Aparelho Sexual e Cia
O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que não produziu, adquiriu ou distribuiu o livro Aparelho Sexual e Cia

O livro em questão é uma publicação da editora Cia das Letras e a empresa informa, em seu catálogo, que a obra já vendeu 1,5 milhão de exemplares em todo o mundo e foi publicada em 10 idiomas.

Segundo o MEC, as informações presentes no vídeo já tinham sido repetidas em 2013. À época, o ministério já havia respondido oficialmente à imprensa que “a informação sobre a suposta recomendação é equivocada e que o livro não consta no Programa Nacional do Livro Didático/PNLD e no Programa Nacional Biblioteca da Escola/PNBE”.



Copa do Rei: Barcelona e Bilbao se enfrentam nas quartas de final

15 de Janeiro de 2016, 13:57, por Jornal Correio do Brasil

 

Os dois times se enfrentam na Liga Espanhola no próximo domingo antes da partida de ida da Copa, na próxima quarta-feira

Por Redação, com Reuters – de Madri:

O campeão Barcelona segue em busca do quarto título consecutivo da Copa do Rei em oito anos nas quartas de final contra o Atlético de Bilbao, time que derrotou na final três vezes desde 2009, incluindo por 3 a 1 na temporada passada.

O sorteio desta sexta-feira colocou o clube recordista de vitórias, que perdeu para o Real Madrid em 2011 e 2014, contra o time basco, cujas 23 vitórias da Copa só são superadas pelas 27 do Barça.

Os dois times se enfrentam na Liga Espanhola no próximo domingo antes da partida de ida da Copa, na próxima quarta-feira.

O Atlético de Madri, campeão de 2013, joga contra o Celta Vigo, que nunca ganhou a competição. O Valencia, treinado por Gary Neville, joga contra o Las Palmas.

O Mirandes, da segunda divisão, único time restante que não é da primeira divisão, joga contra o Sevilla, atual campeão da Liga Europa e campeão da Copa da Espanha em 2010.

O campeão Barcelona segue em busca do quarto título consecutivo da Copa do Rei
O campeão Barcelona segue em busca do quarto título consecutivo da Copa do Rei

Liga Europeia

Karl-Heinz Rummenigge, presidente da associação que representa os maiores clubes de futebol da Europa, acredita que uma Liga Europeia é uma possibilidade no futuro, disse a um jornal alemão.

– Não descarto que no futuro uma Liga Europeia será fundada, na qual os maiores times da Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha e França irão jogar – disse segundo o Sueddeutsche Zeitung.

– O sistema do futebol irá se ajustar aos novos desafios da globalização – acrescentou.

Rummenigge, que é presidente da Associação de Clubes Europeus, ECA, e diretor-executivo do Bayern de Munique, falava em um evento em Milão na terça-feira.

A ECA informou em comunicado que a ideia nunca foi discutida em encontros.

– Há muito em discussão sobre o futuro das competições europeias no momento, como sempre antes de um novo ciclo de competições – disse um porta-voz da ECA. “No entanto, a ideia de uma Liga Europeia, como relatado, nunca foi parte de qualquer discussão na ECA”.

Competições de clubes europeus acontecem em ciclos de três anos e mudanças nas estruturas, como a adição de novas competições, só ocorre no final de cada ciclo. O ciclo atual termina após a temporada 201

 

 



Policiais acusados de tortura de jovens são presos

15 de Janeiro de 2016, 13:42, por Jornal Correio do Brasil

 

De acordo com os relatos dos jovens, os policiais fizeram a abordagem com chutes no rosto e no tórax, acusando as vítimas de serem bandidos

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:

A Polícia Civil prendeu os oito policiais militares acusados de tortura e estupro de vulnerável cometidos contra quatro jovens na madrugada de 25 de dezembro de 2015. Os mandados de prisão temporária foram expedidos na última quarta pela 34ª Vara Criminal e cumpridos na quinta-feira pela Delegacia da Cidade Nova (6ª DP), com apoio da Corregedoria da Polícia Militar.

Jordane Cabral da Silva, Vinicius de Amorim Tosta, Antônio Carlos de Oliveira, Diogo Santos Bocks da Silva, Helder Omena Ferreira Ribeiro, Rafael dos Santos do Amaral, Wesley Medina Assis e Carlos André Lourenço do Nascimento ficarão à disposição da Justiça comum.

Os oito policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) das comunidades da Coroa, Fallet e Fogueteiro, em Santa Teresa, na região central da cidade, são acusados de torturar os jovens, com idades entre 13 e 23 anos. Eles retornavam para Santa Teresa, por volta das 4h da madrugada, quando foram abordados pelos militares.

A Polícia Civil prendeu os oito policiais militares acusados de tortura e estupro de vulnerável cometidos contra quatro jovens
A Polícia Civil prendeu os oito policiais militares acusados de tortura e estupro de vulnerável cometidos contra quatro jovens

Em depoimento na 6ª DP, no dia do crime, as quatro vítimas contaram que foram abordadas, agredidas e obrigadas a ficar nuas na Rua Prefeito João Felipe, na madrugada do dia de Natal.

De acordo com os relatos dos jovens, os policiais fizeram a abordagem com chutes no rosto e no tórax, acusando as vítimas de serem bandidos. Depois, partiram para a tortura. Segundo a denúncia, os agentes feriram com uma faca quente e um isqueiro os quatro jovens, que ainda foram obrigados a ficarem nus e a praticar sexo oral entre eles, enquanto um dos PM os filmava.

Operação Méier Presente

Agentes da Operação Méier Presente, parceria entre a Secretaria de Estado de Governo e o Sistema Fecomércio-RJ, recuperaram, na manhã desta sexta-feira, através de denúncia do disque Méier Presente (96507-1200), uma moto que havia sido roubada durante a madrugada. A moto foi abandonada com o alarme disparado, na altura do número 1165, da Rua Amaro Cavalcanti. A moto foi levada para a 26ª DP (Méier) e devolvida ao dono.

A Operação Segurança Presente é uma iniciativa de interesse público, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado e o Sistema FecomércioRJ, que foi iniciada em 1º de dezembro de 2015, no Méier, na Lagoa Rodrigo de Freitas e no Aterro do Flamengo. A entidade está investindo R$ 44 milhões para a realização das três operações, inicialmente por dois anos.

Até a noite de quinta-feira, os agentes já cumpriram 41 mandados de prisão. Além disso, 487 pessoas foram detidas por porte de entorpecentes. Também foram conduzidas à delegacia 15 pessoas por porte de arma branca e uma por porte de arma de fogo, 10 por roubo e 18 por furto. Em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, foram realizadas 158 ações de acolhimento a moradores de rua.



Agetransp apura descarrilamento de trem no Rio

15 de Janeiro de 2016, 13:32, por Jornal Correio do Brasil

Por Redação, com ARN – do Rio de Janeiro:

A Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) informou que abriu um boletim de ocorrência para apurar as circunstâncias de um incidente com um trem do ramal Deodoro, que descarrilou no pontilhão que passa sobre a Avenida Francisco Bicalho, no início da noite de quinta-feira.

Técnicos da agência reguladora se deslocaram até o local da ocorrência
Técnicos da agência reguladora se deslocaram até o local da ocorrência

Técnicos da agência reguladora se deslocaram até o local da ocorrência para iniciar o trabalho de apuração das causas do descarrilamento. Uma equipe da Agetransp também foi para o Centro de Controle Operacional da concessionária SuperVia para acompanhar os procedimentos adotados pela operadora do sistema ferroviário para o atendimento a ocorrência.

Monitores da agência também vão avaliar a adequação do atendimento prestado aos usuários pela concessionária, bem como os procedimentos adotados para o restabelecimento da normalidade na operação comercial dos ramais Deodoro, Japeri e Santa Cruz. A concessionária poderá ser multada.



Previdência é assunto que mais preocupa governo, diz Dilma

15 de Janeiro de 2016, 13:15, por Jornal Correio do Brasil

Segundo a presidenta, há duas alternativas para lidar com o déficit da Previdência: o aumento da idade mínima para aposentadoria e a continuidade da fórmula 85/95

Por Redação, com ABr – de Brasília:

 

A presidenta Dilma Rousseff disse, nesta sexta-feira, que a situação da Previdência é o assunto que mais preocupa o governo neste momento. Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, ela destacou que a reforma da Previdência deve ser estudada de forma técnica e política. Participaram do encontro correspondentes estrangeiros e dos veículos online.

– Acho que a questão mais importante para o país é a Previdência. Isso não quer dizer que tentativas golpistas não sejam importantes – disse ao ser perguntada sobre qual assunto é mais urgente para sua gestão: a Previdência ou os pedidos de impeachment.

– O impeachment tem uma repercussão política, o que significa [pôr em xeque] a estabilidade democrática do país – completou.

Dilma
Dilma Rousseff afirmou que o esforço do governo federal é para impedir o aumento nos índices de desemprego

Segundo ela, há duas alternativas para lidar com o déficit da Previdência: o aumento da idade mínima para aposentadoria e a continuidade da fórmula 85/95 – soma do tempo de contribuição e idade até atingir 85, para as mulheres, e 95 para os homens. Na prática, a fórmula 85/95 permite que os trabalhadores se aposentem mais cedo do que pelo cálculo do fator previdenciário.

CPMF

A presidenta defendeu agilidade na aprovação da proposta de emenda à Constituição que recria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

– Acho que é fundamental para o país sair mais rápido da crise aprovar a CPMF – disse.

– Reequilibrar o Brasil em um quadro em que há queda da produtividade implica necessariamente, a não ser que nós façamos uma fala demagógica, em ampliar impostos. Estou me referindo à CPMF – afirmou, ao ser perguntada sobre as dificuldades que o governo terá este ano na relação com o Congresso Nacional.

Dilma argumentou que a CPMF é a solução mais viável do ponto de vista da arrecadação do governo, pois é de “baixa intensidade” e ao mesmo tempo “permite controle de evasão fiscal”. De acordo com a presidenta, o imposto também é o que menos impacta na inflação.

Desemprego

Dilma Rousseff afirmou que o esforço do governo federal é para impedir o aumento nos índices de desemprego.

– A grande preocupação do governo é o desemprego. É o que nós olhamos todos os dias, é aquilo que requer atenção do governo. Olhamos setores por setores – disse.

A taxa de desocupação registrada no Brasil subiu para 9% no trimestre encerrado em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, 9,1 milhões de pessoas procuraram e não conseguiram emprego no trimestre encerrado em outubro de 2015.

Prioridades

Segundo Dilma, para a retomada do emprego, algumas medidas são urgentes, como o reequilíbrio fiscal para o Brasil voltar a crescer. Ela defendeu que o Congresso aprove a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) e os juros sobre capital próprio e ganhos de capital.

– Essas três para nós são essenciais para a gente perseguir o [superávit] primário e buscar o reequilíbrio fiscal. Precisamos reverter a situação que leva à queda da atividade econômica, garantindo equilíbrio fiscal e volta do crescimento – acrescentou Dilma.

Petróleo

Durante o café da manhã, Dilma disse que pretende promover em curto prazo o leilão dos blocos do pré-sal. Segundo ela, em princípio o pré-sal continua “extremamente vantajoso e viável” para o Brasil.

– Obviamente, se o preço continuar caindo, todo mundo vai rever o que fará – acrescentou durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. A presidenta informou ainda que o governo estuda a concessão de poços de exploração de petróleo em terra.

Questionada se o governo continuaria segurando os leilões para exploração do pré-sal, Dilma disse duvidar que alguém fará esse tipo de leilão com o preço do barril a US$ 30, como ocorre atualmente.

– Ninguém faz leilão de bloco de exploração com o barril a US$ 30, a não ser que você queira dar para alguém. Duvido que alguém faça, a não ser que esteja em dificuldade, precisando de dinheiro. Acho que enquanto a gente não estiver precisando fazer isso, com esse cenário [não vamos fazer]. Licitar em 30 anos, a US$ 30, o bloco do pré-sal? Você [o governo] sabe onde está o petróleo, qual é a qualidade dele. É dar – afirmou.

De acordo com Dilma, talvez possa haver leilão nos poços menores.

– Nós estamos olhando isso, principalmente naqueles chamados poços em terra. Que são áreas menos rentáveis, em que o nível de perda no futuro não é grande assim – acrescentou a presidenta.

Para ela, certamente o governo tem todo o interesse de fazer o leilão dos blocos de exploração.



Justiça obriga prefeitura a não autorizar blocos patrocinados sem licença dos bombeiros

15 de Janeiro de 2016, 13:07, por Jornal Correio do Brasil

 

A Prefeitura deverá também encerrar completamente o desfile dos blocos autorizados, no máximo, até uma hora após o término de sua passagem

Por Redação, com ARN – do Rio de Janeiro:

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção da Ordem Urbanística, obteve decisão na Justiça obrigando o Município do Rio a não conceder autorização administrativa para a realização de desfiles de blocos que recebam patrocínios, sem que os mesmos tenham obtido prévia autorização do Corpo de Bombeiros, além de impedir o desfile daqueles sem permissão. Em caso de descumprimento, foi estipulada multa mínima de R$ 100 mil por desfile não autorizado.

De acordo com a ação civil pública que originou a decisão, “deve ser traçada uma distinção dos blocos
De acordo com a ação civil pública que originou a decisão, “deve ser traçada uma distinção dos blocos

A Prefeitura deverá também encerrar completamente o desfile dos blocos autorizados, no máximo, até uma hora após o término de sua passagem, suspendendo-se depois deste tempo qualquer forma de sonorização, comercialização de bebidas por vendedores ambulantes autorizados ou não autorizados. Neste caso, a multa mínima foi fixada em R$ 100 mil reais, por cada hora extrapolada.

De acordo com a ação civil pública que originou a decisão, “deve ser traçada uma distinção dos blocos que se revelam verdadeiras manifestações culturais populares daqueles blocos com caminhão de som, intenso e planejado merchandising, que levam multidões para as ruas e fazem a exibição de marcas”.



Investidor afirma que Yahoo não pode desperdiçar mais nenhum capital

15 de Janeiro de 2016, 12:57, por Jornal Correio do Brasil

Por Redação, com Reuters – de Nova York:

Canyon Capital Advisors enviou nova carta ao Conselho do Yahoo pedindo que não desperdice mais nenhum capital e que se priorize a venda de seu negócio principal, uma porção de seus ativos, ou mesmo a companhia inteira.

A Canyon, empresa de investimento sediada em Los Angeles e uma acionista do Yahoo, escreveu em carta vista pela agência inglesa de notícias Reuters que o Conselho da companhia e o time de gestão gastaram US$ 3 bilhões em excesso em aquisições, as quais não parecem ter sido precificadas positivamente pelo mercado.

– Acreditamos que o Conselho deve se comprometer explicitamente e publicamente a preservar o ativo mais facilmente avaliado da companhia – seu caixa – escreveu a Canyon, que citava várias reportagens da mídia como exemplos do que argumenta ser a generosidade da companhia.

O Yahoo não respondeu imediatamente a pedido de comentários.

Canyon Capital Advisors enviou nova carta ao Conselho do Yahoo pedindo que não desperdice mais nenhum capital
Canyon Capital Advisors enviou nova carta ao Conselho do Yahoo pedindo que não desperdice mais nenhum capital

Foursquare

O presidente-executivo do Foursquare, Dennis Crowley, está deixando sua posição e será sucedido pelo atual diretor de operações, Jeff Glueck.

O Foursquare, que desenvolve aplicativos que ajudam os usuários a encontrar restaurantes e lojas, além de dar “check” neles, também levantou US$ 45 milhões em financiamento, disse Glueck em uma publicação do blog Medium.

Esta rodada de financiamento de série E foi liderada pela Union Square Ventures com participação do Morgan Stanley, e também de investidores anteriores incluíndo DFJ Growth, Andreessen Horowitz e Spark Capital.

A companhia espera que este último financiamento ajude seus planos de preencher 30 novas posições em vendas, engenharia e outras funções, de acordo com a postagem de Glueck.

O Foursqueare planejou uma rodada de financiamento em dezembro, de entre US$ 20 milhões de US$ 40 milhões com um novo investidor, avaliando a companhia em US$ 250 milhões.

Crowley, que está saindo da posição de presidente-executivo da companhia, se tornará o presidente do Conselho de Administração.

 

 



Rio inicia segunda fase da racionalização das linhas de ônibus da Zona Sul

15 de Janeiro de 2016, 12:37, por Jornal Correio do Brasil

 

Os passageiros que usavam a 474 com destino ao Centro passam a ter como opção a linha 475, que continuará a passar pela região

Por Redação, com ARN – do Rio de Janeiro:

A partir deste sábado, as linhas 474, 484, 413 e 475 serão modificadas como parte da segunda fase da racionalização da frota da Zona Sul do Rio. A exemplo da primeira fase, as mudanças serão implementadas progressivamente para que os passageiros tenham tempo para se adaptar.

O processo de racionalização das linhas da Zona Sul deve terminar em março de 2016. No sábado, a linha 474, que atualmente faz o trajeto Jacaré, Jardim de Alah, será modificada, passando a fazer ligação direta entre as Zonas Norte e Sul pelo Túnel Santa Bárbara, de maneira mais rápida e simples. Essa linha será encurtada e terá ponto final no Posto 6, na altura do Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana, um dos acessos ao Arpoador.

Os passageiros que usavam a 474 com destino ao Centro passam a ter como opção a linha 475, que continuará a passar pela região. A diferença é que essa linha será encurtada, deixando de ir até Copacabana, e passando a retornar no Castelo.

A partir deste sábado, as linhas 474, 484, 413 e 475 serão modificadas como parte da segunda fase da racionalização da frota da Zona Sul do Rio
A partir deste sábado, as linhas 474, 484, 413 e 475 serão modificadas como parte da segunda fase da racionalização da frota da Zona Sul do Rio

Outra linha que terá o itinerário seccionado é a 484, que também deixará de seguir até Copacabana e terá seu trajeto encurtado na Candelária, no Centro. Os passageiros que utilizarem essa linha e quiserem seguir viagem até a Zona Sul poderão fazer a integração com a Troncal 1 (General Osório x Central – via Aterro do Flamengo), utilizando o Bilhete Único Carioca (BUC), que permite até duas viagens pagando apenas uma passagem.

Já quem quiser ir direto para a Zona Sul sem transbordo tem como opção a linha 483 (Penha x Copacabana), que faz a ligação direta entre as zonas Norte e Sul pelo Túnel Santa Bárbara. A linha 413, que seguia até o Jardim de Alah, também será seccionada no Castelo. Para seguir pela Zona Sul, a opção é integrar com as troncais 1, 3 e 4 nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco. Para viagens diretas, sem baldeação, os passageiros contam com a linha 426 (Usina x Jardim de Alah), que permanece inalterada.

Avenida Francisco Bicalho

A Prefeitura do Rio informou que, desde meia noite de quinta-feira, a Avenida Francisco Bicalho foi fechada para retirada de trens da SuperVia do local. Estão sendo realizadas intervenções ao longo da via, sentido Centro.

Equipes da Guarda Municipal, CET-Rio e concessionária Porto Novo estão nos bloqueios e em pontos de orientação aos motoristas. Painéis de mensagens variáveis foram deslocados para as rotas de desvio.

Com o fechamento da alça de descida do Gasômetro, na Bicalho, o desvio está sendo feito pela Binário. Assim, os veículos poderão retornar no Santo Cristo; com o fechamento da chegada pela Avenida Brasil, desvio pela Rodoviária e Santo Cristo. Veículos poderão retornar no Santo Cristo.

A descida da Linha Vermelha na Francisco Bicalho permanece aberta, mas os veículos seguirão em uma reversível acessando a Ponte na Bicalho e retornando até a Rodoviária. De lá seguirão até o Santo Cristo retornando a Avenida Presidente Vargas;

Veículos vindos da Pedro II serão desviados pela reversível da Bicalho em direção a Rodoviária e, em seguida, Santo Cristo e Presidente Vargas.

Fechamento da lateral da Vargas direcionando os veículos para a Praça da Bandeira. De lá deverão pegar a Rua Ceará, Francisco Eugênio, reversível da Bicalho e seguir pelo Gasômetro, fechamento de quem segue pelo Rebouças: mesmo desvio da Vargas; fechamento para os veículos que vem da Tijuca: seguir por são Cristóvão. Quem não seguir deverá retornar na Vargas e seguir pela rua Ceará, reversível e Bicalho.



IAAF: Alemanha quer reunião de emergência sobre doping

15 de Janeiro de 2016, 12:24, por Jornal Correio do Brasil

 

O relatório acusatório entregue pelo ex-presidente da Wada Dick Pound veio se somar aos escândalos que rapidamente se acumulam

Por Redação, com Reuters – de Berlim/Londres:

O chefe da equipe de atletismo da Alemanha pediu que seja realizada uma reunião extraordinária da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), depois que a segunda parte de um relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada) colocou ainda mais pressão sobre a entidade assolada por escândalos.

A comissão independente da Wada disse, na quinta-feira, que o ex-presidente da IAAF Lamine Diack comandava um grupo responsável por encobrir casos de doping e chantagear atletas, enquanto outros membros de alto escalão da entidade se omitiam.

– As denúncias de corrupção contra a antiga liderança da IAAF são tão contundentes e prejudicaram a credibilidade da federação mundial em extensão tão grande, que um sinal de despertar deve ser uma reunião extraordinária de seus membros – disse o chefe da equipe de atletismo da Alemanha, Clemens Prokop, em um comunicado divulgado nesta sexta.

O relatório acusatório entregue pelo ex-presidente da Wada Dick Pound veio se somar aos escândalos que rapidamente se acumulam envolvendo o uso organizado de doping e sua ocultação que balança o mundo do atletismo.

Pound já havia chocado o esporte em novembro, quando divulgou a primeira parte de seu relatório, o que levou a Rússia, uma superpotência do esporte, a ser banida de competição devido ao doping patrocinado pelo Estado.

O chefe da equipe de atletismo da Alemanha pediu que seja realizada uma reunião extraordinária da Associação Internacional de Federações de Atletismo
O chefe da equipe de atletismo da Alemanha pediu que seja realizada uma reunião extraordinária da Associação Internacional de Federações de Atletismo

Federação de Atletismo

A IAAF afirmou num comunicado que a debilidade de sua gestão “havia permitido que indivíduos no comando do último regime atrasassem o prosseguimento de medidas normais em certos casos de doping”.

A federação disse que as recomendações da comissão, em relatório, para melhorar a gestão da entidade seriam incorporadas “na revisão completa que foi iniciada pelo presidente da IAAF, Sebastian Coe, imediatamente depois que ele assumiu o cargo”.

A comissão da Wada expôs o regime corrupto do ex-presidente Lamine Diack e disse que o conhecimento sobre o problema deveria ser abrangente entre os principais dirigentes da federação, que tem base em Mônaco.

Coe aceitou que o conselho da organização, do qual ele é membro há bastante tempo, deveria ter ciência da corrupção e afirmou à Reuters que ele implementaria reformas para assegurar que a situação não se repetisse.

– Eu vou implantar sistemas para o conselho atual, e então o meu sucessor não vai estar nunca numa posição em que não entendemos a natureza da administração do dia a dia da entidade – declarou Coe.

– Não podemos mudar o passado, mas eu estou determinado de que vamos aprender com isso e que não vamos repetir os erros – acrescentou.

A presidente da federação norte-americana de atletismo e conselheira da IAAF, Stephanie Hightower, afirmou que estava “perturbada” pelo relatório, mas deu apoio a Coe.

O ex-chefe do atletismo russo Valentin Balakhnichev, que foi bastante criticado no relatório e foi banido por toda a vida por causa de corrupção e chantagem na semana passada, atribuiu pouca credibilidade ao documento.

 

 



Entre esquerda/direita existe uma social democracia?

15 de Janeiro de 2016, 12:00, por Jornal Correio do Brasil

Ao PT vem faltando um diálogo claro e coerente com as suas bases, com o povo que pode apoiá-lo nas ruas, em favor da democracia

Por Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro:

A derrubada do Muro de Berlim foi usada pelos ideólogos do neoliberalismo para alardear a que seria a última das revoluções: acabou-se a História, só há o progresso gerado pela modernidade triunfante no mundo globalizado, não faz qualquer sentido a distinção entre esquerda e direita. O que isso significa de verdade? A afirmação da hegemonia da direita, a que não se enxerga como tal, na exata medida em que se propõe como o centro, o que é definitivo.

Para nós, periféricos, não interessam as divagações dos “intelectuais orgânicos”, aos que servem à consolidação daquela hegemonia do capital. Podemos nos dar o direito de sermos simplórios: à esquerda, temos os que lutam contra a opressão e marginalização da maioria do povo brasileiro, entre eles ficando os “obreiristas”, os “trabalhistas”, os “populistas”, o que queiram chamar, importando os resultados do que eles fazem; à direita, os que defendem os privilégios históricos das elites, os que se conformam na estrutura e no mandonismo de um mundo que assegure o mandonismo da casa grande e a submissão do povo na senzala.

Maria Fernanda Arruda
Maria Fernanda Arruda

A direita brasileira jamais teve coragem para assumir-se como tal. Ela é “democrata”, como o foram a UDN de 1945 e a ARENA de 1964. Uma democracia dos que, sabendo-se os melhores, a elite social e econômica, propõe-se ao exercício do poder, em prol da Nação. Foi assim, até o surgimento do PSDB, trazendo consigo a proposta polida e ilustrada por um Príncipe dos Sociólogos: a socialdemocracia. Fernando Henrique Cardoso anotou no livreto que produziu para posicionar o seu partido: “A social democracia é uma das principais forças políticas do mundo neste século. Países como Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suécia, Noruega, Dinamarca, Austrália, França, Espanha e Portugal são ou foram governados por partidos de orientação social-democrática”.

O PSDB nasceu como sociedade dos homens cultos, capazes de, antes de agir, definir-se ideologicamente, distinguindo-se do PT, fadado a ser o seu grande rival, mas simplista, propondo ações para beneficiar os assalariados … e apenas isso. Mas essa associação nasceu em 1988, quando a socialdemocracia já começava a experimentar a sororoca fatal, o resfolegar da morte. O neoliberalismo imposto pelo sistema financeiro internacional apossou-se dele sem escrúpulos, como em um estrupo político, parindo os oito anos de governo FHC. Collor havia sido produto de Roberto Marinho. Mas FHC foi o primeiro fantoche criado, não mais pela FIESP de Delfim Neto, mas no Centro Empresarial de São Paulo, pela Bunge-Born (a terceira maior da indústria alimentícia no Mundo), pela indústria automobilística e pelos banqueiros.

A socialdemocracia foi sendo esquecida nos discursos de FHC. E enquanto isso, como instrumento da direita radical, o PSDB praticou todos os crimes possíveis e imagináveis: doou ao capitalismo internacional o patrimônio do Estado, privatizou a economia, fazendo a sua desnacionalização, abriu-se aos bancos estrangeiros, provocando em tudo e em todos a identificação da res publica com a cosa nostra.

Raquel Varela, historiadora portuguesa que Carta Capital resgatou por esses dias, sabe muito bem, ao contrário da grande maioria dos analistas brasileiros, que o grande avanço da socialdemocracia na Europa, ocorreu logo depois da IIª. Guerra Mundial, quando os Partidos Socialistas aplicam com grande êxito os seus programas reformistas, em especial na Grã-Bretanha, Alemanha e nos países na Escandinavos. Mas, já em princípios dos anos 70, quando a alternativa “reforma ou revolução” ia perdendo sentido e deixando de apavorar aos senhores do poder, o discurso da socialdemocracia foi sendo arquivado. Quando FHC criou e divulgou a ideologia que pretendia moderna, ele de fato marcava o seu partido político com um ridículo anacronismo.

democracia
A socialdemocracia foi sendo esquecida nos discursos de Fernando Henrique Cardoso

Hoje, o PSDB significa a extrema-direita, o instrumento político usado pelas elites e pelo sistema financeiro internacional, e seu grande objetivo no presente é ter condições para a privatização da Petrobrás, sabendo-se que conta com o interesse e apoio da Máfia do Petróleo. De seu plano de ação consta, além disso, conduzir o Mercosul à bancarrota, substituindo-o pela ALCA ou similar, e mais a pulverização dos direitos trabalhistas, a “herança de Vargas”. O mais, em termos bem realistas, já foi obtido durante a catástrofe dos oito anos de governo, especialmente a alienação de grande parte dos brasileiros, que estão sendo deseducados por um sistema privatizante falido, e desinformados por uma imprensa lastimável.

Coerente, o DEM completa a força tarefa da extrema direita, embora muito enfraquecido e reduzido aos resíduos do carlismo baiano, com ACM Neto. Não se esqueça, porém, da anomalia deformante, que leva o Brasil a carregar 35 partidos políticos, isso é, um número muito grande de legendas de aluguel, que incorpora uma tropa razoável de parlamentares, prontos a prostituir-se, vendendo seus favores à direita. Fabricados com as doações das grandes empresas, essa tropa representa a farsa de uma prática democrática, o que só será impedido com os termos de uma Constituição que renove toda a máquina de fazer política.

O que são os dois grandes partidos políticos? O PT: Nascido como partido “obreiro”, lutando pela classe operária, tornou-se, ao assumir o poder, o partido dos oprimidos, dos famélicos, dos marginalizados, tratando de dar dignidade humana a eles. Hoje, como que atendendo à voz de comando, do “meia-volta, volver”, o PT está se permitindo confundir com um governo que está realizando um programa neoliberal, sob a promessa do “amanhã será melhor”. O PT governante não se deixa confundir com o PT oposição. O sistema e suas instituições não permitem uma prática política decente, obrigando a conchavos, compadrios e companheirismos. Contando, e é o único, com um comando carismático, que pode falar com o poder de quem ja fez muito pelos pobres e miseráveis, o PT será ainda a voz, não da esquerda fazedora de teorias e doutrinas, mas da esquerda, como força que lutará contra a opressão das elites.

O PMDB: de fato não é partido político, é mercado onde se compra e vende de tudo, a começar da palavra, da honra e dignidade. É o continuísmo do coronelismo, com o seu mandonismo assentado nos “rincões”, onde ele elegem e controlam prefeitos e deputados. “Eu dou e quero receber”. Hoje, o PMDB é a grande força, controlando o Poder Legislativo. É a negação da prática política.

Algum dos partidos pequenos acrescenta alguma coisa? Não o PV, que apodreceu antes mesmo de amadurecer. O PSOL, o PCO, o PCdoB? Eles estão apresentando programas para o governo do Brasil que os colocam à esquerda. Mas não são frutos que se ponham no mesmo balaio. Em particular, o PSOL erra frequentemente o passo durante a marcha, trocando pés pelas mãos. O PCO que mais se assemelha a um “curso de filosofia política”, totalmente despreocupado da viabilidade de suas propostas. Enfim, o PcdoB é o mais combativo, coerente e leal. De qualquer maneira, ao colocarem ideias no papel, eles estão propondo um projeto de governo para o povo brasileiro. Fazem o avesso do avesso do projeto TEMER/FIESP.

Ao PT vem faltando um diálogo claro e coerente com as suas bases, com o povo que pode apoiá-lo nas ruas. Ele carece de propostas que não sejam o imediatismo do pão nosso de cada dia. No fundo, no fundo mesmo, só mesmo Lula poderá organizar esse povo, exigindo uma Constituinte e uma Constituição que seja a base de uma democracia de verdade. É preciso que fique claro: dentro dos limites que experimentamos hoje, de uma “democracia consentida” pelas elites, o PT esgotou a sua missão.

Maria Fernanda Arruda é escritora, midiativista e colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras.



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