Chuva se prolonga e provoca transtornos em regiões do Rio
16 de Janeiro de 2016, 16:52No Complexo do Alemão, subúrbio do Rio, uma casa foi interditada pela Defesa Civil depois que a estrutura ficou comprometida devido a infiltrações
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
A forte chuva que atinge o Rio de Janeiro desde a tarde de sexta-feira provocou o transbordamento do Rio Quitandinha, em Petrópolis, e do Rio Grande, em Bom Jardim, na região serrana e deixou em estágio de alerta máximo os rios Bengala, em Nova Friburgo e Paquequer, em Teresópolis, também no alto da serra. O alerta máximo é emitido quando continua chovendo na região e o rio atinge 80% do nível de transbordamento. As tempestades já duram 16 horas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, ocorreu um deslizamento de terra durante a madrugada de hoje (16), com queda de barreira no bairro Roseiral, em Petrópolis. Quatro adultos e duas crianças foram retirados de casa pelos bombeiros. Ninguém ficou ferido, mas a casa foi interditada pela Defesa Civil municipal. Um dos acessos ao bairro Roseiral está interditado, devido à grande quantidade de lama que desceu da encosta. Não há previsão para liberação do trecho.
A Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis registrou de sexta-feira até as 10h deste sábado, 170 ocorrências relacionadas à chuva, sem registros de vítimas ou feridos. O maior índice pluviométrico foi registrado em Pedro do Rio, com 150 milímetros em 24 horas. Até o momento há 11 desalojados. Todos estão na casa de parentes. A Defesa Civil opera em estágio de alerta.
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, coordena as ações pessoalmente. O plano de contingência foi acionado e todas as secretarias estão envolvidas no atendimento às famílias e na desobstrução das ruas para o restabelecimento do acesso ao transporte.
Em Petrópolis, a situação do tempo varia de chuva forte a moderada. A Secretaria de Defesa Civil pede que moradores de áreas de risco saiam imediatamente de casa e se desloquem para áreas seguras, como casas de parentes e amigos. A orientação do órgão é que em caso de qualquer sinal de instabilidade na casa ou no terreno, o morador ligue para o 199 e solicite uma vistoria. A ligação e o serviço são gratuitos.
De acordo com o Sistema de Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), os rios Iguaçu, em Nova Iguaçu, Rio Pavuna, em São João de Meriti e Capivari, em Duque de Caxias, todos na Baixada Fluminense, transbordaram e alagaram diversas casas.
Na Rodovia BR-040, que liga o Rio a Juiz de Fora, o tráfego está sendo desviado pela pista central, próximo a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, devido ao alagamento da pista lateral. Há 5 km de congestionamento em direção à serra de Petrópolis.
Cidade do Rio
No município do Rio de Janeiro, chove deste a tarde de ontem. A cidade está em estágio de atenção. De acordo com o chefe do Centro de Operações da prefeitura do Rio, Pedro Junqueira, a chuva que atinge a cidade deve permanecer até amanhã (17). As pessoas que moram em áreas de risco devem procurar abrigo em local seguro assim que forem acionadas as sirenes do sistema de alerta da prefeitura, instaladas em dezenas de comunidades da capital fluminense.
Apesar da chuva forte, não houve registro de casos graves. A Estrada Menezes Côrtes, que liga os bairros de Jacarepaguá, na zona oeste ao Grajaú, na zona norte, pela serra, teve uma queda de barreira que interditou a pista parcialmente durante a madrugada, mas o local já foi liberado pela Defesa Civil.
No Complexo do Alemão, subúrbio do Rio, uma casa foi interditada pela Defesa Civil depois que a estrutura ficou comprometida devido a infiltrações. Os moradores foram levados para a casa de parentes.
Chuva se prolonga e provoca transtornos regiões do Rio
16 de Janeiro de 2016, 16:52No Complexo do Alemão, subúrbio do Rio, uma casa foi interditada pela Defesa Civil depois que a estrutura ficou comprometida devido a infiltrações
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
A forte chuva que atinge o Rio de Janeiro desde a tarde de sexta-feira provocou o transbordamento do Rio Quitandinha, em Petrópolis, e do Rio Grande, em Bom Jardim, na região serrana e deixou em estágio de alerta máximo os rios Bengala, em Nova Friburgo e Paquequer, em Teresópolis, também no alto da serra. O alerta máximo é emitido quando continua chovendo na região e o rio atinge 80% do nível de transbordamento. As tempestades já duram 16 horas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, ocorreu um deslizamento de terra durante a madrugada de hoje (16), com queda de barreira no bairro Roseiral, em Petrópolis. Quatro adultos e duas crianças foram retirados de casa pelos bombeiros. Ninguém ficou ferido, mas a casa foi interditada pela Defesa Civil municipal. Um dos acessos ao bairro Roseiral está interditado, devido à grande quantidade de lama que desceu da encosta. Não há previsão para liberação do trecho.
A Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis registrou de sexta-feira até as 10h deste sábado, 170 ocorrências relacionadas à chuva, sem registros de vítimas ou feridos. O maior índice pluviométrico foi registrado em Pedro do Rio, com 150 milímetros em 24 horas. Até o momento há 11 desalojados. Todos estão na casa de parentes. A Defesa Civil opera em estágio de alerta.
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, coordena as ações pessoalmente. O plano de contingência foi acionado e todas as secretarias estão envolvidas no atendimento às famílias e na desobstrução das ruas para o restabelecimento do acesso ao transporte.
Em Petrópolis, a situação do tempo varia de chuva forte a moderada. A Secretaria de Defesa Civil pede que moradores de áreas de risco saiam imediatamente de casa e se desloquem para áreas seguras, como casas de parentes e amigos. A orientação do órgão é que em caso de qualquer sinal de instabilidade na casa ou no terreno, o morador ligue para o 199 e solicite uma vistoria. A ligação e o serviço são gratuitos.
De acordo com o Sistema de Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), os rios Iguaçu, em Nova Iguaçu, Rio Pavuna, em São João de Meriti e Capivari, em Duque de Caxias, todos na Baixada Fluminense, transbordaram e alagaram diversas casas.
Na Rodovia BR-040, que liga o Rio a Juiz de Fora, o tráfego está sendo desviado pela pista central, próximo a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, devido ao alagamento da pista lateral. Há 5 km de congestionamento em direção à serra de Petrópolis.
Cidade do Rio
No município do Rio de Janeiro, chove deste a tarde de ontem. A cidade está em estágio de atenção. De acordo com o chefe do Centro de Operações da prefeitura do Rio, Pedro Junqueira, a chuva que atinge a cidade deve permanecer até amanhã (17). As pessoas que moram em áreas de risco devem procurar abrigo em local seguro assim que forem acionadas as sirenes do sistema de alerta da prefeitura, instaladas em dezenas de comunidades da capital fluminense.
Apesar da chuva forte, não houve registro de casos graves. A Estrada Menezes Côrtes, que liga os bairros de Jacarepaguá, na zona oeste ao Grajaú, na zona norte, pela serra, teve uma queda de barreira que interditou a pista parcialmente durante a madrugada, mas o local já foi liberado pela Defesa Civil.
No Complexo do Alemão, subúrbio do Rio, uma casa foi interditada pela Defesa Civil depois que a estrutura ficou comprometida devido a infiltrações. Os moradores foram levados para a casa de parentes.
Atletismo russo tem novo dirigente para moralizar desporto
16 de Janeiro de 2016, 16:23Shlyakhtin foi eleito por unanimidade por mais de 100 autoridades da federação russa de Atletismo em conferência em Moscou
Por Redação, com agências internacionais – de Moscou e Bruxelas
O novo chefe do atletismo da Rússia, Dmitry Shlyakhtin, afirmou neste sábado que sua prioridade é garantir que os esportistas russos disputem a Olimpíada de 2016, no momento em que o esporte tenta lidar com o doping.
— Esse não é um momento fácil para a Rússia, não é um momento fácil para o atletismo. Ir aos Jogos Olímpicos é a ‘tarefa número um’ — disse Shlyakhtin, que foi eleito como novo presidente da Federação Russa de Atletismo.
A Rússia foi suspensa do atletismo no ano passado após alegações de doping patrocinado pelo Estado em um relatório da Agência Mundial Antidoping, dando início ao maior escândalo esportivo do país em várias décadas.
Shlyakhtin foi eleito por unanimidade por mais de 100 autoridades da federação russa em conferência em Moscou.
Futebol
O candidato à presidência da Fifa príncipe Ali Bin Al Hussein, da Jordânia, pediu à entidade mundial do futebol que investigue o acordo de sexta-feira assinado entre as confederações africana e asiática no caso de ele quebrar o código eleitoral.
O presidente da Confederação Asiática de Futebol, xeque Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, e o chefe da Confederação Africana de Futebol, Issa Hayatou, assinaram o “acordo de cooperação” em Ruanda, pouco mais de um mês antes da eleição presidencial da Fifa em 26 de fevereiro.
O xeque Salman, o empresário e político sul-africano Tokyo Sexwale e o príncipe Ali estão entre os cinco candidatos na eleição, sendo que o jordaniano teme que acordos de voto tenham sido fechados entre as duas confederações, que terão um total combinado de 100 votos na votação com 209 membros.
“Eu sempre promovi entendimento entre regiões, entretanto, o momento desse memorando de entendimento parece uma tentativa gritante de produzir um voto em bloco”, disse o príncipe Ali em comunicado.
Coreia do Norte exige fim de exercícios militares do Sul
16 de Janeiro de 2016, 16:06A Coreia do Norte afirmou no dia 6 de janeiro ter testado uma bomba de hidrogênio, provocando condenações por parte de seus vizinhos e dos Estados Unidos
Por Redação, com Reuters – de Tóquio
A Coreia do Norte exigiu neste sábado a conclusão do tratado de paz com os Estados Unidos e uma interrupção dos exercícios militares norte-americanos com os vizinhos do Sul para encerrar seus testes nucleares.
O vice secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse, no entanto, que Pyongyang precisa demonstrar em ações que leva a sério a desnuclearização para que qualquer diálogo tenha início.
— Infelizmente temos agora uma década durante a qual o Norte reverteu totalmente suas obrigações para com a comunidade internacional no que se refere a programas nucleares e de mísseis. Portanto é muito difícil levar qualquer proposta vinda deles muito a sério, particularmente após seu quarto teste nuclear — disse Blinken em entrevista à imprensa em Tóquio, após reunião com os colegas do Japão e Coreia do Sul.
Pyongyang afirmou no dia 6 de janeiro ter testado uma bomba de hidrogênio, provocando condenações por parte de seus vizinhos e dos Estados Unidos.
Coreia x Coreia
O Estado isolado busca há muito tempo um tratado de paz com os Estados Unidos, bem como um fim dos exercícios da Coreia do Sul e dos EUA, que tem cerca de 28.500 tropas baseadas na Coreia do Sul.
— Ainda são válidas todas as propostas pela preservação da paz e da estabilidade na península e no Nordeste asiático, incluindo aquelas pelo cessar de nossos testes nucleares e a conclusão do tratado de paz em troca da interrupção dos exercícios militares por parte dos EUA — disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país neste sábado segundo a agência norte-coreana de notícias KCNA.
Perguntado se os EUA considerariam interromper os exercícios conjuntos, o porta-voz do Departamento de Estado John Kirby afirmou ter comprometimentos em aliança com o Sul.
— Continuaremos garantindo que a aliança esteja pronta para agir em defesa do povo da Coreia do Sul e da segurança da península — concluiu.
Oposição vence e Tsai Ing-wen é a nova presidenta de Taiwan
16 de Janeiro de 2016, 15:51A candidata da oposição em Taiwan, Tsai Ing-wen, conseguiu uma vitória eleitoral esmagadora, tornando-se a primeira mulher presidenta da ilha. O partido no poder, o Kuomintang (KMT), já admitiu a derrota
Por Redação, com agências internacionais – de Taipé
De acordo com os dados fornecidos pela televisão local, a vitória de Tsai Ing-wen foi esmagadora, com cerca de 60% dos votos contra os 30% de Eric Chu, que sofreu uma derrota histórica.
Ao votar em massa no Partido Democrático Progressista (PDP) de Tsai Ing-wen e o principal partido da oposição, os taiwaneses expressaram claramente o desejo de virar contra a China, depois de vários anos de aproximação.
O KMT liderou por oito anos a ilha e desenvolveu uma política de aproximação, sem precedentes, com a China, sob a liderança de Ma Jing-jeou.
– Desculpem-me. Nós perdemos. O KMT sofreu uma derrota eleitoral. Nós não trabalhamos o suficiente e decepcionamos as expetativas dos eleitores – disse Eric Chu, candidato do Kuomintang na sede do partido.
A nova presidenta, de 59 anos, beneficiou-se da crescente preocupação com as relações bilaterais com a China e da frustração dos 18 milhões de eleitores com a estagnação econômica. A China ainda considera Taiwan parte integrante de seu território.
A candidata eleita explicou que a dependência econômica de Taipé em relação a Pequim deve ter fim e que irá, enquanto presidenta, ouvir a opinião pública sobre as relações bilaterais com o vizinho.
Venezuela vive um novo jogo de guerra declarada
16 de Janeiro de 2016, 15:42Existem duas propostas na guerra em curso na Venezuela: a dos que defendem um pacto com a oposição e a dos que sustentam que é possível avançar sem abrir mão do processo revolucionário
Por Aram Aharonian – de Caracas
O tsunami eleitoral do dia 6 de dezembro ainda balança o chão da política, da sociedade e até da psicologia venezuelana, e a “coexistência” de 16 anos entre as diferentes forças políticas está em risco, enquanto o novo gabinete anunciado pelo presidente Nicolás Maduro dá esperanças de certa oxigenação, com a designação do veterano dirigente magisterial Aristóbulo Istúriz como vice-presidente executivo.
Livre da mesquindade e da soberba mostrada por alguns dirigentes e funcionários governistas – e que foram, em parte, despedaçadas parte pelo resultado das urnas no mês passado, e transformadas em resignação – o governo busca otimismo em Istúriz, um experiente político de esquerda, que foi prefeito de Caracas antes mesmo da instalação do chavismo, e que possui a capacidade de impulsionar uma nova forma de fazer política, diferente do que se viu nos últimos três anos, e que já ofereceu um convite ao diálogo com os dirigentes opositores Henry Ramos Allup e Julio Borges, para frear uma crise institucional.
Assim, os deputados Julio Haron Ygarza, Nirma Guarulla e Romel Guzamana, do Estado Amazonas, solicitaram sua desincorporação da Assembleia Nacional, para poderem se defender judicialmente, da sentença emitida pela Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça, que declarou nula as decisões que tomadas pelo Poder Legislativo enquanto os mesmos seguissem processados, segundo pedido de impugnação apresentado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Parece que este primeiro confronto institucional, que foi bastante instigado pela imprensa internacional, já está sendo controlado, embora o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro – que se tornou o principal porta-voz dos interesses políticos estadunidenses no continente –, tenha continuado sua campanha de ingerência nos assuntos internos venezuelanos: “Qualquer coisa que signifique que um deputado não possa assumir seu cargo significa um golpe direto à vontade do povo”, escreveu Almagro numa extensa carta aberta dirigida ao presidente Nicolás Maduro, desconhecendo a separação de poderes.
A verdade é que o PSUV não estava preparado para assumir seu rol de minoria parlamentar, e, além disso, foi obrigado a lidar com um adversário que estreia sua condição de maioria, e que a prepara para utilizá-la em favor de sua sede de vingança, como afirma a socióloga Maryclén Stelling.
Desesperança, desamparo, desilusão, raiva e castigo, esses foram os sentimentos que fizeram com que quase três milhões de chavistas se abstivessem, deixando de dar os votos aos candidatos do PSUV: foi mais um castigo pela ausência, não voto de castigo. Hoje, a nova maioria parlamentar promove a histeria coletiva – incluindo a caça às bruxas –, e apela permanentemente ao medo, enquanto, nessa guerra, não dissimula seus impulsos revanchistas, expressados claramente por Ramos Allup, o novo presidente da Assembleia Nacional: “Não quero ver nenhum quadro de Chávez ou de Maduro. Levem toda essa porcaria para Miraflores, ou joguem no lixo”.
– O mais terrível é ter que entender que depois de três anos na mais profunda crise econômica, e após uma série de anúncios que não anunciam nada, finalmente percebemos que não é que este governo não queria tomar medidas antipopulares, mas que nem sequer tinha medidas para tomar, que não havia nenhum diagnóstico, que não tinha equipes preparadas para responder à crise que estava enfrentando pela situação eleitoral. Enfim, o mais terrível é que não tínhamos nada – analisa o cientista político Nicmar Evans, dirigente da agrupação Maré Socialista.
Por isso, não se pode estranhar que altos funcionários do governo comecem uma retirada em silêncio, enquanto outros, sobretudo os que representam as bases comunitárias e sindicais, se aferram à necessidade de salvar a Revolução Bolivariana.
– Todos buscam uma saída: a direita busca usar a força, os setores populares buscam a defesa do que foi conquistado nesses 16 anos de luta. Mas há outros que querem uma saída pessoal, inclusive tirando seus filhos do país – relata com tristeza um veterano embaixador bolivariano.
Ai, a economia…
“Ou nós mudamos ou eles nos mudarão. Se não somos capazes de mudar, não podemos ser percebidos de novo como a verdadeira transformação do país”, decreta o intelectual governista Néstor Francia, enquanto o desabastecimento continua em todo o país (como parte da guerra contra o bolivarianismo).
Dentro do bolivarianismo (que não deve ser confundido com o chavismo) existem duas propostas para uma saída da crise: a dos que defendem um pacto com a oposição e suas câmaras de empresários associados aos Estados Unidos, e a dos que sustentam que é possível voltar a avançar sem abrir mão do processo revolucionário em benefício da direita e de ilusões econômicas monetaristas já fracassadas no mundo.
O investigador Álvaro Verzi fala de um novo-velho gabinete econômico, ainda sem projeto nem planos. Nesse novo cenário, o jovem sociólogo Luis Salas “obteve o pomposo cargo de vice-presidente econômico, encarregado de coordenar uma equipe na qual coexistem ministros sem profundidade conceitual, mas com muito poder, outros com sólida formação neoclássica, e também com muito poder, o que os torna mais perigosos”.
Salas foi anunciado como o “cérebro” do novo gabinete, com opiniões teóricas heterodoxas, e o foco da “preocupação” da imprensa nacional e estrangeira se voltou contra ele. Mas, na verdade se trata de um ministro sem pasta, não integrará o diretório do Banco Central nem terá influência em suas políticas, tampouco sobre o Ministério das Fazenda, ou sobre os ministérios produtivos importantes.
O poder, analisa Verzi, continua nas mão do general Adolfo Marco Torres, que passa da carteira de Fazenda para a de Alimentação, deixando o manejo da economia e das finanças a um econometrista neoclássico como Adolfo Medina, estreitamente vinculado à banca nacional e transnacional, apadrinhado por seu antecessor.
“O modelo econômico do governo nacional não funciona, e o que não funciona precisa mudar”, criticou o ex-candidato presidencial opositor Henrique Capriles, que assegurou que o Executivo está numa “encruzilhada”, entre mudar o modelo econômico e tomar ações radicais, e advertiu que a crise não será resolvida com expropriações, confiscos e ameaças a empresários, produtores e investidores.
Jogos de guerra na Venezuela
O mais relevante nestes primeiros dias do ano é a decisão tomada pela oposição de buscar a saída de Nicolás Maduro da presidência o mais rápido possível, descartando o caminho institucional progressivo que teria como próxima estação a eleição dos governadores, em dezembro deste ano, mais uma parada no caminho do pleito presidencial, em 2019.
Nesse jogo de guerra, a oposição diz que o método será definido nos próximos cinco meses, o que indica que, nesse lapso, a direita usará a Assembleia Nacional para impulsionar iniciativas que criem um clima favorável às suas políticas, enquanto, simultaneamente, estimularão a mobilização nas ruas.
Essa decisão deriva numa nova situação conflitiva e tensa, o que ocorre cada vez que se apresenta a ideia da saída de um mandatário antes de finalizar seu período constitucional. Para isso, há diversas ferramentas: o juízo político, o golpe parlamentar ao estilo paraguaio – como o sofrido por Fernando Lugo em 2012 – ou com o apoio militar – ao estilo de Honduras, em 2009, contra Manuel Zelaya. Para o cientista político opositor Leopoldo Puchi, “o machado da guerra já foi desenterrado”, embora não se trate necessariamente de um enfrentamento armado, e sim algo que pode ser canalizado através de um referendo revocatório, visando destituir Maduro através de um plebiscito previsto na constituição venezuelana, um mecanismo que a direita não descarta.
Desacertos
O sociólogo Javier Biardeau afirma que os estrategistas do governo só descobriram seus desacertos em dezembro, entre eles o de subestimar o peso das pesquisas no imaginário coletivo e o impacto eleitoral dos problemas em matéria econômica e social, superestimar o peso histórico do legado eleitoral de Chávez e os recursos da que máquina eleitoral do PSUV. Outro dos desacertos foi o de subestimar o fato de que o sistema eleitoral poderia favorecer a oposição, e também o apoio eleitoral instável que a esquerda tinha nos distritos onde votam os povos indígenas.
Outro erro grave foi o de não precisar como a situação interna de debilidade, dispersão e potencial divisão das forças sociais e políticas do processo bolivariano impactaria no abstencionismo. Tampouco se percebeu antes os graves erros da direção política do governo e do PSUV no manejo de política pública e de gestão das contradições secundárias, incluindo a degradação do Grande Polo Patriótico, que se tornou um espaço dedicado à intranscedente política de alianças.
Alí Rodríguez Araque, ex-ministro, ex-secretário-geral da Organização de Países Produtores de Petróleo (OPEP) e da Organização de Países Sul-Americanos (Unasul), que hoje se desempenha como embaixador em Cuba, é talvez a maior referência política do chavismo após a morte de Chávez. Ele afirma que a Assembleia Nacional pode colocar muitos obstáculos para a boa marcha das políticas, e pode gerar uma guerra por poder que permitiria ao chavismo a mobilizar o povo. Porém, alerta que o objetivo dos setores da direita é preparar um golpe parlamentar contra Maduro.
“Enquanto não se integre ao povo no exercício real e diário da política, enquanto não se demonstre ao povo que ele é o protagonista, será muito difícil chegar a algum resultado. Neste momento, o processo exige uma série de correções. Se deve colocar ênfase na mobilização política, e essa estratégia deve partir não somente do governo, mas também do partido. E também é preciso que haja uma mobilização profunda entre as unidades básicas de luta, o partido e a esquerda”, concluiu.
Aram Aharonian é jornalista e professor uruguaio-venezuelano, diretor da revista Question, fundador do canal TeleSur e diretor do Observatório Latino-americano em Comunicação e Democracia (ULAC).
Tradução: Victor Farinelli
Chuvas provocaram 13 mortes em São Paulo
15 de Janeiro de 2016, 14:47
Estão atualmente desabrigados pelos deslizamentos e enchentes 685 pessoas em todo o Estado
Por Redação, com ABr – de São Paulo:
Devido ao forte volume de chuvas que atinge o Estado de São Paulo desde o início da semana, pelo menos cinco municípios pediram à Defesa Civil estadual a homologação de seus pedidos de situação de emergência. Segundo boletim divulgado nesta sexta-feira pela Defesa Civil, já decretaram Estado de emergência os municípios de Guapiara, Sumaré, Águas da Prata, Pompéia e Itapecerica da Serra. Desde dezembro, 13 pessoas morreram no Estado por causa das enchentes, informou a Defesa Civil.
Em Águas da Prata, os cinco rios que atravessam a cidade transbordaram: Ribeirão do Quartel, Fartura, da Prata, Ribeirão da Prata e Córrego da Platina. Nos três primeiros, oito pontes sofreram danos, assim como a proteção do leito dos rios. Cinquenta famílias foram atingidas pela enchente, mas todas já voltaram para casa. Segundo a Defesa Civil do município, a ordem já foi restabelecida, e as ruas e casas estão limpas.
Outro município que enfrenta problemas com as chuvas é Juquitiba, que decretou Estado de emergência, Há bairros afetados no Distrito dos Barnabés (no início da Serra do Cafezal) e ocorreram 15 desmoronamentos que afetaram 15 famílias, mas não houve mortes. Existem ainda cerca de 100 pontos de escorregamento que interditaram 20 estradas e acessos aos bairros mais distantes; mais de 30 pontos de alagamento, alguns intransitáveis. Além disso, romperam-se pelo menos três represas nos bairros Barnabés, Juquiázinho e Senhorinhas.
Desde as primeiras horas da manhã, o prefeito Francisco Júnior reuniu um gabinete de crise composto por representantes de todas as secretarias municipais e da Defesa Civil para atendimento das famílias afetadas. “Dez famílias foram encaminhadas para uma escola municipal e estão sendo atendidas com alimentos, roupas e água pela assistência municipal”, informou, em nota, Defesa Civil.
Em Piracicaba, que decretou estado de emergência nesta semana, as águas das chuvas começaram a chegar aos rios Piracicaba, Corumbataí e Capivari na tarde da terça-feira, aumentando rapidamente a vazão. A Defesa Civil recebeu o alerta por volta das 18h e iniciou a operação padrão de combate a enchentes. Foram usados oito caminhões, duas viaturas da Guarda Civil e duas viaturas da Defesa Civil, com um total de 35 homens para retirada das famílias. Foram removidas 10 famílias dos bairros Bongue, IAA, Vila Rios e da Região da Rua do Porto. Os pertences de todos foram levados para casas de parentes.
– A maior vazão registrada até o momento foi de 5,87 metros na régua por volta das 10h de quarta. Na quinta a vazão caiu para 4,87 metros, voltando as águas para o leito dos rios. Na madrugada desta sexta-feira, porém, os rios voltaram a subir para 5,84 metros, causando novos transbordamentos. Como as famílias já não estão em suas casas, não houve necessidade de nova ação – informou a Defesa Civil de Piracicaba.
Em Poá, que também está em estado de emergência, as chuvas do último fim de semana deixaram 150 pessoas desalojadas e causaram prejuízos a comerciantes. A prefeitura solicitou ao governo estadual a liberação de maquinário para fazer o desassoreamento do Rio Tietê de modo a permitir o escoamento das águas que invadiram a cidade. O Executivo estadual enviou a Poá dois caminhões com mantimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal.
Em Lençóis Paulista, no centro-oeste do Estado, o Rio Lençóis chegou a subir 5 metros acima do leito, deixando 800 desalojados e 100 desabrigados. As famílias estão sendo abrigadas em um ginásio de esportes. Há dificuldades no abastecimento de água por causa do comprometimento da estação de tratamento da cidade.
Estão atualmente desabrigados pelos deslizamentos e enchentes 685 pessoas em todo o Estado. A Defesa Civil estadual já enviou auxílio, como kits de higiene e limpeza, para 19 cidades: Nova Campina, Carapicuíba, Suzano, Juquiá, Itapecerica da Serra, Eldorado, Sumaré, São Paulo, Registro, Ribeirão Pires, Cabreúva, Boituva, Taboão da Serra, Jacupiranga, Apiaí, Itaóca, Barra do Chapéu, Peruíbe e Divinolândia.
Policiais acusados de tortura de jovens são presos
15 de Janeiro de 2016, 13:42
De acordo com os relatos dos jovens, os policiais fizeram a abordagem com chutes no rosto e no tórax, acusando as vítimas de serem bandidos
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:
A Polícia Civil prendeu os oito policiais militares acusados de tortura e estupro de vulnerável cometidos contra quatro jovens na madrugada de 25 de dezembro de 2015. Os mandados de prisão temporária foram expedidos na última quarta pela 34ª Vara Criminal e cumpridos na quinta-feira pela Delegacia da Cidade Nova (6ª DP), com apoio da Corregedoria da Polícia Militar.
Jordane Cabral da Silva, Vinicius de Amorim Tosta, Antônio Carlos de Oliveira, Diogo Santos Bocks da Silva, Helder Omena Ferreira Ribeiro, Rafael dos Santos do Amaral, Wesley Medina Assis e Carlos André Lourenço do Nascimento ficarão à disposição da Justiça comum.
Os oito policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) das comunidades da Coroa, Fallet e Fogueteiro, em Santa Teresa, na região central da cidade, são acusados de torturar os jovens, com idades entre 13 e 23 anos. Eles retornavam para Santa Teresa, por volta das 4h da madrugada, quando foram abordados pelos militares.
Em depoimento na 6ª DP, no dia do crime, as quatro vítimas contaram que foram abordadas, agredidas e obrigadas a ficar nuas na Rua Prefeito João Felipe, na madrugada do dia de Natal.
De acordo com os relatos dos jovens, os policiais fizeram a abordagem com chutes no rosto e no tórax, acusando as vítimas de serem bandidos. Depois, partiram para a tortura. Segundo a denúncia, os agentes feriram com uma faca quente e um isqueiro os quatro jovens, que ainda foram obrigados a ficarem nus e a praticar sexo oral entre eles, enquanto um dos PM os filmava.
Operação Méier Presente
Agentes da Operação Méier Presente, parceria entre a Secretaria de Estado de Governo e o Sistema Fecomércio-RJ, recuperaram, na manhã desta sexta-feira, através de denúncia do disque Méier Presente (96507-1200), uma moto que havia sido roubada durante a madrugada. A moto foi abandonada com o alarme disparado, na altura do número 1165, da Rua Amaro Cavalcanti. A moto foi levada para a 26ª DP (Méier) e devolvida ao dono.
A Operação Segurança Presente é uma iniciativa de interesse público, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado e o Sistema FecomércioRJ, que foi iniciada em 1º de dezembro de 2015, no Méier, na Lagoa Rodrigo de Freitas e no Aterro do Flamengo. A entidade está investindo R$ 44 milhões para a realização das três operações, inicialmente por dois anos.
Até a noite de quinta-feira, os agentes já cumpriram 41 mandados de prisão. Além disso, 487 pessoas foram detidas por porte de entorpecentes. Também foram conduzidas à delegacia 15 pessoas por porte de arma branca e uma por porte de arma de fogo, 10 por roubo e 18 por furto. Em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, foram realizadas 158 ações de acolhimento a moradores de rua.
Agetransp apura descarrilamento de trem no Rio
15 de Janeiro de 2016, 13:32Por Redação, com ARN – do Rio de Janeiro:
A Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) informou que abriu um boletim de ocorrência para apurar as circunstâncias de um incidente com um trem do ramal Deodoro, que descarrilou no pontilhão que passa sobre a Avenida Francisco Bicalho, no início da noite de quinta-feira.
Técnicos da agência reguladora se deslocaram até o local da ocorrência para iniciar o trabalho de apuração das causas do descarrilamento. Uma equipe da Agetransp também foi para o Centro de Controle Operacional da concessionária SuperVia para acompanhar os procedimentos adotados pela operadora do sistema ferroviário para o atendimento a ocorrência.
Monitores da agência também vão avaliar a adequação do atendimento prestado aos usuários pela concessionária, bem como os procedimentos adotados para o restabelecimento da normalidade na operação comercial dos ramais Deodoro, Japeri e Santa Cruz. A concessionária poderá ser multada.
Previdência é assunto que mais preocupa governo, diz Dilma
15 de Janeiro de 2016, 13:15Segundo a presidenta, há duas alternativas para lidar com o déficit da Previdência: o aumento da idade mínima para aposentadoria e a continuidade da fórmula 85/95
Por Redação, com ABr – de Brasília:
A presidenta Dilma Rousseff disse, nesta sexta-feira, que a situação da Previdência é o assunto que mais preocupa o governo neste momento. Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, ela destacou que a reforma da Previdência deve ser estudada de forma técnica e política. Participaram do encontro correspondentes estrangeiros e dos veículos online.
– Acho que a questão mais importante para o país é a Previdência. Isso não quer dizer que tentativas golpistas não sejam importantes – disse ao ser perguntada sobre qual assunto é mais urgente para sua gestão: a Previdência ou os pedidos de impeachment.
– O impeachment tem uma repercussão política, o que significa [pôr em xeque] a estabilidade democrática do país – completou.
Segundo ela, há duas alternativas para lidar com o déficit da Previdência: o aumento da idade mínima para aposentadoria e a continuidade da fórmula 85/95 – soma do tempo de contribuição e idade até atingir 85, para as mulheres, e 95 para os homens. Na prática, a fórmula 85/95 permite que os trabalhadores se aposentem mais cedo do que pelo cálculo do fator previdenciário.
CPMF
A presidenta defendeu agilidade na aprovação da proposta de emenda à Constituição que recria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
– Acho que é fundamental para o país sair mais rápido da crise aprovar a CPMF – disse.
– Reequilibrar o Brasil em um quadro em que há queda da produtividade implica necessariamente, a não ser que nós façamos uma fala demagógica, em ampliar impostos. Estou me referindo à CPMF – afirmou, ao ser perguntada sobre as dificuldades que o governo terá este ano na relação com o Congresso Nacional.
Dilma argumentou que a CPMF é a solução mais viável do ponto de vista da arrecadação do governo, pois é de “baixa intensidade” e ao mesmo tempo “permite controle de evasão fiscal”. De acordo com a presidenta, o imposto também é o que menos impacta na inflação.
Desemprego
Dilma Rousseff afirmou que o esforço do governo federal é para impedir o aumento nos índices de desemprego.
– A grande preocupação do governo é o desemprego. É o que nós olhamos todos os dias, é aquilo que requer atenção do governo. Olhamos setores por setores – disse.
A taxa de desocupação registrada no Brasil subiu para 9% no trimestre encerrado em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, 9,1 milhões de pessoas procuraram e não conseguiram emprego no trimestre encerrado em outubro de 2015.
Prioridades
Segundo Dilma, para a retomada do emprego, algumas medidas são urgentes, como o reequilíbrio fiscal para o Brasil voltar a crescer. Ela defendeu que o Congresso aprove a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) e os juros sobre capital próprio e ganhos de capital.
– Essas três para nós são essenciais para a gente perseguir o [superávit] primário e buscar o reequilíbrio fiscal. Precisamos reverter a situação que leva à queda da atividade econômica, garantindo equilíbrio fiscal e volta do crescimento – acrescentou Dilma.
Petróleo
Durante o café da manhã, Dilma disse que pretende promover em curto prazo o leilão dos blocos do pré-sal. Segundo ela, em princípio o pré-sal continua “extremamente vantajoso e viável” para o Brasil.
– Obviamente, se o preço continuar caindo, todo mundo vai rever o que fará – acrescentou durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. A presidenta informou ainda que o governo estuda a concessão de poços de exploração de petróleo em terra.
Questionada se o governo continuaria segurando os leilões para exploração do pré-sal, Dilma disse duvidar que alguém fará esse tipo de leilão com o preço do barril a US$ 30, como ocorre atualmente.
– Ninguém faz leilão de bloco de exploração com o barril a US$ 30, a não ser que você queira dar para alguém. Duvido que alguém faça, a não ser que esteja em dificuldade, precisando de dinheiro. Acho que enquanto a gente não estiver precisando fazer isso, com esse cenário [não vamos fazer]. Licitar em 30 anos, a US$ 30, o bloco do pré-sal? Você [o governo] sabe onde está o petróleo, qual é a qualidade dele. É dar – afirmou.
De acordo com Dilma, talvez possa haver leilão nos poços menores.
– Nós estamos olhando isso, principalmente naqueles chamados poços em terra. Que são áreas menos rentáveis, em que o nível de perda no futuro não é grande assim – acrescentou a presidenta.
Para ela, certamente o governo tem todo o interesse de fazer o leilão dos blocos de exploração.
Justiça obriga prefeitura a não autorizar blocos patrocinados sem licença dos bombeiros
15 de Janeiro de 2016, 13:07
A Prefeitura deverá também encerrar completamente o desfile dos blocos autorizados, no máximo, até uma hora após o término de sua passagem
Por Redação, com ARN – do Rio de Janeiro:
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção da Ordem Urbanística, obteve decisão na Justiça obrigando o Município do Rio a não conceder autorização administrativa para a realização de desfiles de blocos que recebam patrocínios, sem que os mesmos tenham obtido prévia autorização do Corpo de Bombeiros, além de impedir o desfile daqueles sem permissão. Em caso de descumprimento, foi estipulada multa mínima de R$ 100 mil por desfile não autorizado.
A Prefeitura deverá também encerrar completamente o desfile dos blocos autorizados, no máximo, até uma hora após o término de sua passagem, suspendendo-se depois deste tempo qualquer forma de sonorização, comercialização de bebidas por vendedores ambulantes autorizados ou não autorizados. Neste caso, a multa mínima foi fixada em R$ 100 mil reais, por cada hora extrapolada.
De acordo com a ação civil pública que originou a decisão, “deve ser traçada uma distinção dos blocos que se revelam verdadeiras manifestações culturais populares daqueles blocos com caminhão de som, intenso e planejado merchandising, que levam multidões para as ruas e fazem a exibição de marcas”.
Rio inicia segunda fase da racionalização das linhas de ônibus da Zona Sul
15 de Janeiro de 2016, 12:37
Os passageiros que usavam a 474 com destino ao Centro passam a ter como opção a linha 475, que continuará a passar pela região
Por Redação, com ARN – do Rio de Janeiro:
A partir deste sábado, as linhas 474, 484, 413 e 475 serão modificadas como parte da segunda fase da racionalização da frota da Zona Sul do Rio. A exemplo da primeira fase, as mudanças serão implementadas progressivamente para que os passageiros tenham tempo para se adaptar.
O processo de racionalização das linhas da Zona Sul deve terminar em março de 2016. No sábado, a linha 474, que atualmente faz o trajeto Jacaré, Jardim de Alah, será modificada, passando a fazer ligação direta entre as Zonas Norte e Sul pelo Túnel Santa Bárbara, de maneira mais rápida e simples. Essa linha será encurtada e terá ponto final no Posto 6, na altura do Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana, um dos acessos ao Arpoador.
Os passageiros que usavam a 474 com destino ao Centro passam a ter como opção a linha 475, que continuará a passar pela região. A diferença é que essa linha será encurtada, deixando de ir até Copacabana, e passando a retornar no Castelo.
Outra linha que terá o itinerário seccionado é a 484, que também deixará de seguir até Copacabana e terá seu trajeto encurtado na Candelária, no Centro. Os passageiros que utilizarem essa linha e quiserem seguir viagem até a Zona Sul poderão fazer a integração com a Troncal 1 (General Osório x Central – via Aterro do Flamengo), utilizando o Bilhete Único Carioca (BUC), que permite até duas viagens pagando apenas uma passagem.
Já quem quiser ir direto para a Zona Sul sem transbordo tem como opção a linha 483 (Penha x Copacabana), que faz a ligação direta entre as zonas Norte e Sul pelo Túnel Santa Bárbara. A linha 413, que seguia até o Jardim de Alah, também será seccionada no Castelo. Para seguir pela Zona Sul, a opção é integrar com as troncais 1, 3 e 4 nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco. Para viagens diretas, sem baldeação, os passageiros contam com a linha 426 (Usina x Jardim de Alah), que permanece inalterada.
Avenida Francisco Bicalho
A Prefeitura do Rio informou que, desde meia noite de quinta-feira, a Avenida Francisco Bicalho foi fechada para retirada de trens da SuperVia do local. Estão sendo realizadas intervenções ao longo da via, sentido Centro.
Equipes da Guarda Municipal, CET-Rio e concessionária Porto Novo estão nos bloqueios e em pontos de orientação aos motoristas. Painéis de mensagens variáveis foram deslocados para as rotas de desvio.
Com o fechamento da alça de descida do Gasômetro, na Bicalho, o desvio está sendo feito pela Binário. Assim, os veículos poderão retornar no Santo Cristo; com o fechamento da chegada pela Avenida Brasil, desvio pela Rodoviária e Santo Cristo. Veículos poderão retornar no Santo Cristo.
A descida da Linha Vermelha na Francisco Bicalho permanece aberta, mas os veículos seguirão em uma reversível acessando a Ponte na Bicalho e retornando até a Rodoviária. De lá seguirão até o Santo Cristo retornando a Avenida Presidente Vargas;
Veículos vindos da Pedro II serão desviados pela reversível da Bicalho em direção a Rodoviária e, em seguida, Santo Cristo e Presidente Vargas.
Fechamento da lateral da Vargas direcionando os veículos para a Praça da Bandeira. De lá deverão pegar a Rua Ceará, Francisco Eugênio, reversível da Bicalho e seguir pelo Gasômetro, fechamento de quem segue pelo Rebouças: mesmo desvio da Vargas; fechamento para os veículos que vem da Tijuca: seguir por são Cristóvão. Quem não seguir deverá retornar na Vargas e seguir pela rua Ceará, reversível e Bicalho.
Entre esquerda/direita existe uma social democracia?
15 de Janeiro de 2016, 12:00Ao PT vem faltando um diálogo claro e coerente com as suas bases, com o povo que pode apoiá-lo nas ruas, em favor da democracia
Por Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro:
A derrubada do Muro de Berlim foi usada pelos ideólogos do neoliberalismo para alardear a que seria a última das revoluções: acabou-se a História, só há o progresso gerado pela modernidade triunfante no mundo globalizado, não faz qualquer sentido a distinção entre esquerda e direita. O que isso significa de verdade? A afirmação da hegemonia da direita, a que não se enxerga como tal, na exata medida em que se propõe como o centro, o que é definitivo.
Para nós, periféricos, não interessam as divagações dos “intelectuais orgânicos”, aos que servem à consolidação daquela hegemonia do capital. Podemos nos dar o direito de sermos simplórios: à esquerda, temos os que lutam contra a opressão e marginalização da maioria do povo brasileiro, entre eles ficando os “obreiristas”, os “trabalhistas”, os “populistas”, o que queiram chamar, importando os resultados do que eles fazem; à direita, os que defendem os privilégios históricos das elites, os que se conformam na estrutura e no mandonismo de um mundo que assegure o mandonismo da casa grande e a submissão do povo na senzala.
A direita brasileira jamais teve coragem para assumir-se como tal. Ela é “democrata”, como o foram a UDN de 1945 e a ARENA de 1964. Uma democracia dos que, sabendo-se os melhores, a elite social e econômica, propõe-se ao exercício do poder, em prol da Nação. Foi assim, até o surgimento do PSDB, trazendo consigo a proposta polida e ilustrada por um Príncipe dos Sociólogos: a socialdemocracia. Fernando Henrique Cardoso anotou no livreto que produziu para posicionar o seu partido: “A social democracia é uma das principais forças políticas do mundo neste século. Países como Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suécia, Noruega, Dinamarca, Austrália, França, Espanha e Portugal são ou foram governados por partidos de orientação social-democrática”.
O PSDB nasceu como sociedade dos homens cultos, capazes de, antes de agir, definir-se ideologicamente, distinguindo-se do PT, fadado a ser o seu grande rival, mas simplista, propondo ações para beneficiar os assalariados … e apenas isso. Mas essa associação nasceu em 1988, quando a socialdemocracia já começava a experimentar a sororoca fatal, o resfolegar da morte. O neoliberalismo imposto pelo sistema financeiro internacional apossou-se dele sem escrúpulos, como em um estrupo político, parindo os oito anos de governo FHC. Collor havia sido produto de Roberto Marinho. Mas FHC foi o primeiro fantoche criado, não mais pela FIESP de Delfim Neto, mas no Centro Empresarial de São Paulo, pela Bunge-Born (a terceira maior da indústria alimentícia no Mundo), pela indústria automobilística e pelos banqueiros.
A socialdemocracia foi sendo esquecida nos discursos de FHC. E enquanto isso, como instrumento da direita radical, o PSDB praticou todos os crimes possíveis e imagináveis: doou ao capitalismo internacional o patrimônio do Estado, privatizou a economia, fazendo a sua desnacionalização, abriu-se aos bancos estrangeiros, provocando em tudo e em todos a identificação da res publica com a cosa nostra.
Raquel Varela, historiadora portuguesa que Carta Capital resgatou por esses dias, sabe muito bem, ao contrário da grande maioria dos analistas brasileiros, que o grande avanço da socialdemocracia na Europa, ocorreu logo depois da IIª. Guerra Mundial, quando os Partidos Socialistas aplicam com grande êxito os seus programas reformistas, em especial na Grã-Bretanha, Alemanha e nos países na Escandinavos. Mas, já em princípios dos anos 70, quando a alternativa “reforma ou revolução” ia perdendo sentido e deixando de apavorar aos senhores do poder, o discurso da socialdemocracia foi sendo arquivado. Quando FHC criou e divulgou a ideologia que pretendia moderna, ele de fato marcava o seu partido político com um ridículo anacronismo.
Hoje, o PSDB significa a extrema-direita, o instrumento político usado pelas elites e pelo sistema financeiro internacional, e seu grande objetivo no presente é ter condições para a privatização da Petrobrás, sabendo-se que conta com o interesse e apoio da Máfia do Petróleo. De seu plano de ação consta, além disso, conduzir o Mercosul à bancarrota, substituindo-o pela ALCA ou similar, e mais a pulverização dos direitos trabalhistas, a “herança de Vargas”. O mais, em termos bem realistas, já foi obtido durante a catástrofe dos oito anos de governo, especialmente a alienação de grande parte dos brasileiros, que estão sendo deseducados por um sistema privatizante falido, e desinformados por uma imprensa lastimável.
Coerente, o DEM completa a força tarefa da extrema direita, embora muito enfraquecido e reduzido aos resíduos do carlismo baiano, com ACM Neto. Não se esqueça, porém, da anomalia deformante, que leva o Brasil a carregar 35 partidos políticos, isso é, um número muito grande de legendas de aluguel, que incorpora uma tropa razoável de parlamentares, prontos a prostituir-se, vendendo seus favores à direita. Fabricados com as doações das grandes empresas, essa tropa representa a farsa de uma prática democrática, o que só será impedido com os termos de uma Constituição que renove toda a máquina de fazer política.
O que são os dois grandes partidos políticos? O PT: Nascido como partido “obreiro”, lutando pela classe operária, tornou-se, ao assumir o poder, o partido dos oprimidos, dos famélicos, dos marginalizados, tratando de dar dignidade humana a eles. Hoje, como que atendendo à voz de comando, do “meia-volta, volver”, o PT está se permitindo confundir com um governo que está realizando um programa neoliberal, sob a promessa do “amanhã será melhor”. O PT governante não se deixa confundir com o PT oposição. O sistema e suas instituições não permitem uma prática política decente, obrigando a conchavos, compadrios e companheirismos. Contando, e é o único, com um comando carismático, que pode falar com o poder de quem ja fez muito pelos pobres e miseráveis, o PT será ainda a voz, não da esquerda fazedora de teorias e doutrinas, mas da esquerda, como força que lutará contra a opressão das elites.
O PMDB: de fato não é partido político, é mercado onde se compra e vende de tudo, a começar da palavra, da honra e dignidade. É o continuísmo do coronelismo, com o seu mandonismo assentado nos “rincões”, onde ele elegem e controlam prefeitos e deputados. “Eu dou e quero receber”. Hoje, o PMDB é a grande força, controlando o Poder Legislativo. É a negação da prática política.
Algum dos partidos pequenos acrescenta alguma coisa? Não o PV, que apodreceu antes mesmo de amadurecer. O PSOL, o PCO, o PCdoB? Eles estão apresentando programas para o governo do Brasil que os colocam à esquerda. Mas não são frutos que se ponham no mesmo balaio. Em particular, o PSOL erra frequentemente o passo durante a marcha, trocando pés pelas mãos. O PCO que mais se assemelha a um “curso de filosofia política”, totalmente despreocupado da viabilidade de suas propostas. Enfim, o PcdoB é o mais combativo, coerente e leal. De qualquer maneira, ao colocarem ideias no papel, eles estão propondo um projeto de governo para o povo brasileiro. Fazem o avesso do avesso do projeto TEMER/FIESP.
Ao PT vem faltando um diálogo claro e coerente com as suas bases, com o povo que pode apoiá-lo nas ruas. Ele carece de propostas que não sejam o imediatismo do pão nosso de cada dia. No fundo, no fundo mesmo, só mesmo Lula poderá organizar esse povo, exigindo uma Constituinte e uma Constituição que seja a base de uma democracia de verdade. É preciso que fique claro: dentro dos limites que experimentamos hoje, de uma “democracia consentida” pelas elites, o PT esgotou a sua missão.
Maria Fernanda Arruda é escritora, midiativista e colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras.
Entre esquerda/direira existe uma social democracia?
15 de Janeiro de 2016, 12:00Ao PT vem faltando um diálogo claro e coerente com as suas bases, com o povo que pode apoiá-lo nas ruas
Por Redação, com Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro:
A derrubada do Muro de Berlim foi usada pelos ideólogos do neoliberalismo para alardear a que seria a última das revoluções: acabou-se a História, só há o progresso gerado pela modernidade triunfante no mundo globalizado, não faz qualquer sentido a distinção entre esquerda e direita. O que isso significa de verdade? A afirmação da hegemonia da direita, a que não se enxerga como tal, na exata medida em que se propõe como o centro, o que é definitivo.
Para nós, periféricos, não interessam as divagações dos “intelectuais orgânicos”, aos que servem à consolidação daquela hegemonia do capital. Podemos nos dar o direito de sermos simplórios: à esquerda, temos os que lutam contra a opressão e marginalização da maioria do povo brasileiro, entre eles ficando os “obreiristas”, os “trabalhistas”, os “populistas”, o que queiram chamar, importando os resultados do que eles fazem; à direita, os que defendem os privilégios históricos das elites, os que se conformam na estrutura e no mandonismo de um mundo que assegure o mandonismo da casa grande e a submissão do povo na senzala.
A direita brasileira jamais teve coragem para assumir-se como tal. Ela é “democrata”, como o foram a UDN de 1945 e a ARENA de 1964. Uma democracia dos que, sabendo-se os melhores, a elite social e econômica, propõe-se ao exercício do poder, em prol da Nação. Foi assim, até o surgimento do PSDB, trazendo consigo a proposta polida e ilustrada por um Príncipe dos Sociólogos: a socialdemocracia. Fernando Henrique Cardoso anotou no livreto que produziu para posicionar o seu partido: “A social democracia é uma das principais forças políticas do mundo neste século. Países como Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suécia, Noruega, Dinamarca, Austrália, França, Espanha e Portugal são ou foram governados por partidos de orientação social-democrática”.
O PSDB nasceu como sociedade dos homens cultos, capazes de, antes de agir, definir-se ideologicamente, distinguindo-se do PT, fadado a ser o seu grande rival, mas simplista, propondo ações para beneficiar os assalariados … e apenas isso. Mas essa associação nasceu em 1988, quando a socialdemocracia já começava a experimentar a sororoca fatal, o resfolegar da morte. O neoliberalismo imposto pelo sistema financeiro internacional apossou-se dele sem escrúpulos, como em um estrupo político, parindo os oito anos de governo FHC. Collor havia sido produto de Roberto Marinho. Mas FHC foi o primeiro fantoche criado, não mais pela FIESP de Delfim Neto, mas no Centro Empresarial de São Paulo, pela Bunge-Born (a terceira maior da indústria alimentícia no Mundo), pela indústria automobilística e pelos banqueiros.
A socialdemocracia foi sendo esquecida nos discursos de FHC. E enquanto isso, como instrumento da direita radical, o PSDB praticou todos os crimes possíveis e imagináveis: doou ao capitalismo internacional o patrimônio do Estado, privatizou a economia, fazendo a sua desnacionalização, abriu-se aos bancos estrangeiros, provocando em tudo e em todos a identificação da res publica com a cosa nostra.
Raquel Varela, historiadora portuguesa que Carta Capital resgatou por esses dias, sabe muito bem, ao contrário da grande maioria dos analistas brasileiros, que o grande avanço da socialdemocracia na Europa, ocorreu logo depois da IIª. Guerra Mundial, quando os Partidos Socialistas aplicam com grande êxito os seus programas reformistas, em especial na Grã-Bretanha, Alemanha e nos países na Escandinavos. Mas, já em princípios dos anos 70, quando a alternativa “reforma ou revolução” ia perdendo sentido e deixando de apavorar aos senhores do poder, o discurso da socialdemocracia foi sendo arquivado. Quando FHC criou e divulgou a ideologia que pretendia moderna, ele de fato marcava o seu partido político com um ridículo anacronismo.
Hoje, o PSDB significa a extrema-direita, o instrumento político usado pelas elites e pelo sistema financeiro internacional, e seu grande objetivo no presente é ter condições para a privatização da Petrobrás, sabendo-se que conta com o interesse e apoio da Máfia do Petróleo. De seu plano de ação consta, além disso, conduzir o Mercosul à bancarrota, substituindo-o pela ALCA ou similar, e mais a pulverização dos direitos trabalhistas, a “herança de Vargas”. O mais, em termos bem realistas, já foi obtido durante a catástrofe dos oito anos de governo, especialmente a alienação de grande parte dos brasileiros, que estão sendo deseducados por um sistema privatizante falido, e desinformados por uma imprensa lastimável.
Coerente, o DEM completa a força tarefa da extrema direita, embora muito enfraquecido e reduzido aos resíduos do carlismo baiano, com ACM Neto. Não se esqueça, porém, da anomalia deformante, que leva o Brasil a carregar 35 partidos políticos, isso é, um número muito grande de legendas de aluguel, que incorpora uma tropa razoável de parlamentares, prontos a prostituir-se, vendendo seus favores à direita. Fabricados com as doações das grandes empresas, essa tropa representa a farsa de uma prática democrática, o que só será impedido com os termos de uma Constituição que renove toda a máquina de fazer política.
O que são os dois grandes partidos políticos? O PT: Nascido como partido “obreiro”, lutando pela classe operária, tornou-se, ao assumir o poder, o partido dos oprimidos, dos famélicos, dos marginalizados, tratando de dar dignidade humana a eles. Hoje, como que atendendo à voz de comando, do “meia-volta, volver”, o PT está se permitindo confundir com um governo que está realizando um programa neoliberal, sob a promessa do “amanhã será melhor”. O PT governante não se deixa confundir com o PT oposição. O sistema e suas instituições não permitem uma prática política decente, obrigando a conchavos, compadrios e companheirismos. Contando, e é o único, com um comando carismático, que pode falar com o poder de quem ja fez muito pelos pobres e miseráveis, o PT será ainda a voz, não da esquerda fazedora de teorias e doutrinas, mas da esquerda, como força que lutará contra a opressão das elites.
O PMDB: de fato não é partido político, é mercado onde se compra e vende de tudo, a começar da palavra, da honra e dignidade. É o continuísmo do coronelismo, com o seu mandonismo assentado nos “rincões”, onde ele elegem e controlam prefeitos e deputados. “Eu dou e quero receber”. Hoje, o PMDB é a grande força, controlando o Poder Legislativo. É a negação da prática política.
Algum dos partidos pequenos acrescenta alguma coisa? Não o PV, que apodreceu antes mesmo de amadurecer. O PSOL, o PCO, o PCdoB? Eles estão apresentando programas para o governo do Brasil que os colocam à esquerda. Mas não são frutos que se ponham no mesmo balaio. Em particular, o PSOL erra frequentemente o passo durante a marcha, trocando pés pelas mãos. O PCO que mais se assemelha a um “curso de filosofia política”, totalmente despreocupado da viabilidade de suas propostas. Enfim, o PcdoB é o mais combativo, coerente e leal. De qualquer maneira, ao colocarem ideias no papel, eles estão propondo um projeto de governo para o povo brasileiro. Fazem o avesso do avesso do projeto TEMER/FIESP.
Ao PT vem faltando um diálogo claro e coerente com as suas bases, com o povo que pode apoiá-lo nas ruas. Ele carece de propostas que não sejam o imediatismo do pão nosso de cada dia. No fundo, no fundo mesmo, só mesmo Lula poderá organizar esse povo, exigindo uma Constituinte e uma Constituição que seja a base de uma democracia de verdade. É preciso que fique claro: dentro dos limites que experimentamos hoje, de uma “democracia consentida” pelas elites, o PT esgotou a sua missão.
Maria Fernanda Arruda é escritora, midiativista e colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras.
MP irá investigar destino das doações às vítimas de Mariana
15 de Janeiro de 2016, 11:58
O conselho definiu ainda que qualquer importância arrecadada, de agora em diante, será destinada às crianças vítimas da tragédia
Por Redação, com ABr – de Brasília:
O Ministério Público de Minas Gerais abriu inquérito para fiscalizar a origem e a destinação dos valores doados para as vítimas do rompimento da Barragem de Fundão, no dia 5 de novembro, em Mariana.
Um conselho, formado por representantes das comunidades, da Ordem dos Advogados do Brasil, Arquidiocese de Mariana, Associação Comercial, prefeitura e do Instituto Federal de Minas Gerais, definiu que o valor de R$ 1.025.000,00 será dividido em cotas iguais entre as famílias atingidas.
O conselho definiu ainda que qualquer importância arrecadada, de agora em diante, será destinada às crianças vítimas da tragédia, por meio de um fundo de amparo de longo prazo, a que os beneficiários terão acesso ao atingir a maioridade.
Segundo a prefeitura de Mariana, o conselho publicará nos próximos dias um edital com o nome do responsável por cada família beneficiada. Além disso, será aberto prazo para a impugnação do nome ou acréscimo de outro que não tenha sido incluído.
O cadastro das famílias foi feito pela Mineradora Samarco quando, em ação judicial, ocorrida em 23 de dezembro de 2015, concedeu antecipação de indenização aos atingidos. Aquelas famílias, reconhecidas em juízo como afetadas pela tragédia, terão direito à cota da distribuição.
A prefeitura informou que todas as doações foram recebidas de pessoas físicas, empresários e um banco privado, que todas as doações serão comprovadas e as contas prestadas depois de destinadas às famílias.
Maior desastre
O rompimento da barragem de rejeitos da Samarco em novembro de 2015 – que destruiu o distrito mineiro de Bento Rodrigues – é o maior desastre do gênero da história mundial nos últimos 100 anos. Se for considerado o volume de rejeitos despejados – 50 a 60 milhões de metros cúbicos (m³) – o acidente em Mariana (MG) equivale, praticamente, à soma dos outros dois maiores acontecimentos do tipo já registrados no mundo – ambos nas Filipinas, um em 1982, com 28 milhões de m³; e outro em 1992, com 32,2 milhões de m³ de lama. Os dados estão presentes em estudo da Bowker Associates – consultoria de gestão de riscos relativos à construção pesada, nos Estados Unidos – em parceria com o geofisico David Chambers.
Apenas cinco acidentes com barragens de rejeitos excederam 10 milhões de m³ de lançamentos, até hoje, em todo o mundo.
Mas não é apenas nessa métrica (volume de rejeitos) que a tragédia mineira sai negativamente na frente. Em termos de distância percorrida pelos rejeitos de mineração, a lama vazada da Samarco quebra outro recorde. São 600 quilômetros (km) de trajeto seguidos pelo material, até o momento. No histórico deste tipo de acidente, em segundo lugar aparece um registro ocorrido na Bolívia, em 1996, com metade da distância do trajeto da lama, 300 quilômetros.
O ineditismo numérico continua em um terceiro quesito: o custo. O investimento necessário para reposição das perdas ocasionadas pelo desastre, no caso brasileiro, está orçado pela consultoria norte-americana em US$ 5,2 bilhões até o momento. O maior valor contabilizado com a mesma finalidade, após os anos 1990, foi de um acidente com perdas próximas a US$ 1 bilhão, na China. “Essas avaliações não levam em consideração a ‘limpeza’ das áreas afetadas, nem a ‘correção’ de danos diversos os quais os reparos podem não ser economicamente viáveis ou tecnicamente realizáveis”, acrescenta o estudo da consultoria norte-americana.
– Embora os números exatos permaneçam um pouco distorcidos, a diferença de magnitude em relação a catástrofes passadas torna inequivocamente claro que o caso da Samarco é o pior registrado na história sobre essas três medidas de gravidade – pontua Lindsay Newland Bowker, coordenadora da Bowker Associates. O estudo registra, de 1915 a 2015, um total de 129 eventos com barragens, de 269 conhecidos, e projeta, em média, um acidente grave por ano no período de uma década.
Até 2015, foram registrados 70 eventos “muito graves” com barragens em todo o mundo. A classificação leva em conta o fato de esses acidentes terem ocasionado o vazamento de, no mínimo, 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos, cada. De acordo com a pesquisa, enquanto na década que se encerra em 1965 havia sido contabilizado 6 milhões de m³ vazados em desabamentos de barragens, na década que termina em 2015, esse número saltou para 107 milhões de m³.
O estudo prevê que a década que se encerrará em 2025 registre 123 milhões de m³ de vazamentos de barragens de rejeitos. Em termos de quilometragem, também é registrada a tendência de crescimento. Na primeira década pesquisada, eram 126,7 quilômetros tomados por lama de rejeitos. Na última década, foram 722,2 quilômetros totais, já incluindo a falha da Samarco. A expectativa para os dez anos que se encerram em 2025 é de 723,5 km.
– Todas as catástrofes na mineração são ocasionadas por erro humano e falhas ao não se seguir as melhores práticas estabelecidas, o melhor conhecimento, a melhor ciência –pondera Lindsay.
A consultora complementa que os acidentes são, também, “falhas dos parceiros públicos”.”Uma das preocupações é que o Brasil permite a utilização de barragens à montante, o método menos estável de construção, com barragens grandes. Trata-se de um desvio aos conhecimentos e práticas globalmente aceitas”, explica. “No caso específico da Samarco, essa instabilidade inerente foi exacerbada por uma taxa de deposição de rejeitos e uma taxa de aumento na barragem muito superiores aos melhores padrões globais”, complementa Lindsay.
O estudo lembra, ainda, outro acidente ocorrido com barragens no Brasil, em setembro de 2014, em Itabirito, também no estado de Minas Gerais. A Herculano Mineração é a responsável pela obra. Na ocasião, dois trabalhadores morreram e um desapareceu.
– As falhas da Samarco e da Herculano são apenas os dois exemplos mais recentes de um Estado que tem falhado na política nacional de mineração. Nenhuma ação foi tomada pelo governo em nível estadual ou federal para a identificar quais foram os problemas e evitar a sua manifestação com novas falhas repentinas – conclui Lindsay.
Esta semana, o subsecretário de Regularização Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais, Geraldo Vítor de Abreu, em depoimento à comissão da Assembleia Legislativa do Estado que investiga o desastre da barragem de Mariana, afirmou que Minas Gerais quer proibir o sistema de alteamento de barragens à montante na unidade da Federação. Procurada pelo Portal EBC, a empresa Samarco não se manifestou, até o momento, sobre os dados apresentados pelo estudo da Bowker Associates.