Ir para o conteúdo

Eurococas Eurococos

Tela cheia

Blog Eurococas/Eurococos

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Un clone de TIE-Iberico y algo más... :-)

Portugal: as propostas do FMI

8 de Janeiro de 2013, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
O Jornal de Notícias publica hoje um relatório do Fundo Monetário Internacional.

É muito interessante, pois trata-se da receita mágica com a qual um País (um qualquer...Portugal, por exemplo) pode sair da crise e percorrer sorridente as avenidas do bem estar.

Em primeiro lugar, o FMI afirma ter chegado a hora de adoptar reformas inteligentes. Que, por acaso, são aquelas sugeridas pelo próprio FMI. Sorte nossa.

O objectivo, afirma o documento, é eliminar as ineficiências, as injustiças e promover o crescimento.
São conceitos revolucionários e pessoalmente estou feliz de ter sobrevivido até hoje para poder ouvir alguém dizer coisas destas.

Assumida a superioridade intelectual do FMI, vamos agora ver quais as medidas propostas.

  • Corte entre 10 e 20% do número de funcionários públicos
Só esta medida permitiria poupar 2.700 milhões de Euros. Isso é genial. Pega-se em alguns milhares de pessoas, atira-se tudo para a rua, e pronto, o Estado poupa.

Claro, estas pessoas ficariam no desemprego, sem rendimentos, sem possibilidade de construir um futuro, uma reforma. São também pessoas que reduziriam drasticamente os consumos. E, ao mesmo tempo, o Estado falharia um dos objectivos primários dele, que é criar trabalho.

Não haveria também um aumento dos subsídios de desemprego? A não ser que a ideia do FMI seja também eliminar estas esmolas.   

Mas estes são detalhes e, como tais, podem ser tranquilamente ignorados.    

  • Corte nos salários da função pública
E os que conseguiram fugir aos cortes e permanecem na máquina do Estado? Salários mais baixo, assim aprendem, parasitas.
Um corte de três a sete por cento nos ordenados poderia garantir ao Estado até 760 milhões de Euros poupados. Já um corte nos suplementos dos trabalhadores da Função Pública, que pode chegar aos 30%, pouparia 300 milhões de Euros. Toda fartura.

Eu acho que se uma pessoa tiver menos dinheiro, consequentemente gastará menos, o que não é propriamente bom na óptica da economia nacional. Mas eu não sou o FMI, nada percebo do assunto, pelo que bato as palmas perante esta medida inovadora.

  • Corte nas reformas
Sejamos honestos: se já os funcionários públicos forem parasitas, que dizer dos reformados? Estes não produzem, não trabalham: limitam-se a sugar a riqueza produzida por outros.

Mas a longa vista do FMI não esqueceu-se desta classe de aproveitadores: extensão do corte nos subsídios de férias e de Natal conjugado com um segundo corte de 15% nas pensões acima de um valor mínimo, ainda não determinado.

E mais: é inevitável uma alteração nas regras de cálculo das pensões. E uma das medidas deve ser a proibição de reformas antes dos 65 anos, o que permitiria poupar outros milhões de Euros.

Acho que neste âmbito o FMI poderia ter sido um pouco mais atrevido: já alguém pensou na poupança do Estado com reformas aos 85 anos? Pensem um pouco nisso.

  • Desemprego: o subsidio é demais
O FMI observa também o sistema de protecção social e não gosta dele: diz ser “demasiado dispendioso, injusto especialmente para os mais jovens” e defende que “subsídio de desemprego continua demasiado longo e elevado”.

Pena que o FMI não avance com alguns exemplo práticos, pois seria interessante perceber o sentido de "demasiado longo" ou "elevado".

  • Professores: rua
Portugal é um dos Países mais cultos do planeta: 6 em cada 5 cidadãos são licenciados, 7 em cada 5 tiraram um master e o nível cultural nas ruas é o mesmo que pode ser encontrado em Oxford ou Cambridge. Pelo que surge espontânea uma pergunta: professores para quê? Portugal não arrisca ser demasiado culto?

O FMI sabe disso e avança com uma grande proposta: colocar entre 30 a 50 mil funcionários da educação em regime de mobilidade especial, o que permitiria uma poupança na ordem dos 430 a 710 milhões de Euros por ano.

E os que permanecerem no activo passam a trabalhar 40 horas semanais, com uma poupança na despesa de 150 milhões de Euros por ano.

Outros 300 milhões de Euros de poupança podem ser conseguidos através do alargamento do bloco de aulas dos 45 para os 60 minutos [por acaso, a única medida com um mínimo de fundamento, nota minha]. 

Pôr os professores na mobilidade especial (que depois é o pré-desemprego), explica o FMI, significa poupar e também incentivar o “desempenho” dos professores “que querem ficar de fora das listas de mobilidade”.

Uma medida original e inovadora que merece todo o apoio. Formação, ensino, cultura: não são coisas que possam ser comidas, então prestam para quê? 

  • Propinas e privados
Sempre em tema de educação. Esta coisa do ensino pago, afirma o FMI, não é justa: deve ser mais pago. Por isso: aumento das propinas para os estudantes universitários como forma de reduzir a despesa.

O relatório é claro:
Para alcançar poupanças significantes e duradouras e reduzir o subfinanciamento, Portugal precisa de reduzir a despesa pública com o Ensino Superior e aumentar as propinas.
Justo. Cabe ao Estado ajudar o cidadão que deseja aprender? Será que um cidadão instruído e adequadamente formado é uma riqueza da comunidade? Perante estas medidas, a resposta é óbvia: não. Por isso, quem quiser aprender que pague.

Mas não há apenas universidades, há também o ensino básico. E o FMI não descuida deste aspecto: contas feitas, o Estado consegue poupar cerca de 400 Euros por aluno numa escola privada com contrato de associação. Vamos incluir os 1,5 milhões de estudantes do ensino primário e secundário e conseguimos obter uma poupança de 580 milhões de Euros em poupança anual se o Estado apostar nos contratos com os privados.

Seria interessante poder analisar estes cálculos. Seria muito, mas mesmo muito interessante.
Mas por enquanto vamos em frente.

  • Demasiada polícia
Quantas polícia há em Portugal? Demais. Afinal este não é o Bronx.
Então, eis a solução: menos polícia.

O FMI afirma que existem polícias em excesso e que uma correcção nos números pode facilitar a vida ao Estado. Todavia não avança quantias para os cortes, o que é uma pena. 

No relatório entregue ao Governo, o FMI destaca que “a densidade das forças policiais está entre as mais altas da Europa" e que “as forças de segurança representam cerca de 17% do emprego público”.

Será por isso que Portugal é um País bastante tranquilo do ponto de vista criminal?
Mas afinal o que é mais importante? Uma criminalidade reduzida e controlada ou as contas do Estado? Resposta óbvia: as contas do Estado. Então: cortes. E a reforma no sector da segurança, afirma o FMI, não deve passar tanto pelos salários excessivos mas sim pelo número de forças activas: isso é, redução dos efectivos.

  • Aumento das taxas moderadoras
O FMI afirma que os preços do Serviço Nacional de Saúde têm margem para subir.
Justo, afinal a saúde não é um direito, é mais uma questão de sorte. Uma pessoa doente é uma pessoa azarada: é justo que a sociedade fique com o azar também? Não, não é justo: o doente pode ir a morrer sozinho e levar o azar com ele para a cova. O resultado será uma sociedade com menos azar, o que é meio caminho andado tendo em vista a retoma.

É interessante verificar como aqui haja uma recuperação do antigo sentido da palavra "infortúnio". O termo deriva da expressão do latim infortunium que indica "falta de sorte", pois assim eram vistas as doenças até o século XVIII. O FMI parece recuperar esta visão e quem, tal como eu, gostar das tradições, aplaude a escolha.

Doutro lado, pensamos nisso: quem é que pode enfrentar sem problemas custos mais elevados para tratar da própria saúde? Os mais ricos, que são também os que mais sorte e/ou sucesso tiveram na vida. A fortuna, a sorte, passa a ser o denominador de base do Sistema de Saúde, o que tem uma certa lógica, não há dúvida.

  • Profissões privilegiadas
Explica o diário Público:
Segundo o relatório do FMI, elaborado em conjunto com a Comissão Europeia, os salários da Função Pública são “relativamente elevados” e privilegiam “trabalhadores com baixas qualificações”, uma vez que a diferenciação nos salários acontece em função da antiguidade e não do desempenho. 

O documento refere que há classes profissionais (polícias, militares, professores, médicos e juízes) que têm “demasiadas regalias”, que os médicos têm salários excessivamente elevados (principalmente devido ao pagamento de horas extraordinárias) e os magistrados beneficiam de um regime especial que aumenta as pensões dos juízes em linha com os salários.

Esta é uma das mudanças propostas pelo relatório que [...] o Governo está a analisar. A progressividade dos salários do Estado deve passar a ser feita em função do desempenho e não da antiguidade, como forma de “atrair profissionais mais motivados e qualificados”, como escreve o jornal.

O facto da progressividade dos salários ter que estar ligada às capacidades, aos resultados e não à antiguidade é coisa positiva. O facto de existirem profissões com excessivas regalias também é verdade. E ambas as situações devem ser corrigidas, este é um facto. Mas os problemas são também outros.

Como é que chegámos ao ponto em que determinadas profissões têm demasiadas regalias ou nas quais a carreira faz-se apenas por antiguidade e não por mérito? É evidente que há algo que não funciona no mecanismo e é aí que é preciso intervir. Limitar-se a cortar as regalias ou os salários agora não resolve os problemas: deve ser modificado o sistema, não apenas as retribuições.

Porque afirmar que os salários "são elevados" é uma piada de mau gosto: o governo e o FMI têm sorte porque o Português médio mal sabe o que se passa na vizinha Espanha, imaginem no resto da Europa. Mas a verdade é que um bom profissional em Portugal tem um vencimento miserável quando comparado com os colegas estrangeiros. Então, qual o objectivo do FMI? Nivelar os salários "para baixo" ou criar as condições para que haja desenvolvimento e uam subida dos salários, aproximando estes aos patamares europeus?
A resposta é evidente. 

O desenvolvimento não é algo que apareça à porta de casa num dia de Primavera: é algo que passa pelos investimentos, os quais são feitos como dinheiro. E se o Estado não quer gastar (coisa evidente), a única maneira de obter investimento (e crescimento) é com o dinheiro dos privados.

Conclusões

Estas as directrizes principais sugeridas pelo Fundo Monetário Internacional.
Gosto muito delas. Aumento do desemprego, redução da formação, saúde mais cara, menos segurança, pessoas mais pobres são os resultados imediatos. O que pode ser um pouco desconfortável, mas temos que observar o outro lado da moeda: o Estado poupa. E isso é suficiente para justificar qualquer medida, tudo o resto passa em segundo plano, inclusive os direitos dos cidadãos ("direitos", sempre "direitos"...e os deveres?).

É claro que um conjunto de medidas como estas tornaria impossível qualquer retoma (o Estado poupa, os cidadãos ficam com menos dinheiro), mas também isso é secundário, pois não podemos esquecer que o objectivo primário é e sempre deve ser a poupança do Estado.

Só uma coisa não percebo: quando Portugal terá conseguido alcançar o fundo dos fundos (já alcançou o fundo do poço, estando falido, mas estas medidas permitem começar a cavar), qual a utilidade dum Estado que poupa?

Mas este sou eu que do assunto não percebo nada, peço desculpa mais uma vez.

  • Addendum
No passado mês de Outubro, o FMI avaliou a situação das economias da Zona NEuro e afirmou que as medidas de austeridade não conseguiam alcançar os resultados pretendidos. A mesma chefe do FMI, Christine Lagarde, avisava que demasiada austeridade provoca recessão e afasta a retoma.
Mas isso em Outubro. Agora é Janeiro. Pelos vistos, é toda outra coisa.


Ipse dixit.

Relacionados:
Ops...um pequeno erro!

Fontes: Jornal de NegóciosPúblico

Artigo extraído de Informação Incorrecta



Preparan Cumbre de los Pueblos en Santiago de Chile paralela a cita oficial UE-CELAC

8 de Janeiro de 2013, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por otros rumbos en las relaciones Unión Europea - América Latina

http://www.enlazandoalternativas.org

Más de 120 organizaciones, movimientos y redes sociales están convocando a la Cumbre de los Pueblos de América Latina, el Caribe y Europa “"Por la justicia social, la solidaridad internacional y la soberanía de los Pueblos”", que se realizará del 25 al 27 de enero en Santiago, la capital de Chile.

El encuentro se hará en la Facultad de Urbanismo y Arquitectura de la Universidad de Chile (calle Marcoleta 250 de la capital), de forma paralela a la Cumbre Unión Europea (UE) – Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños (CELAC), en la misma ciudad. La instancia de los pueblos tendrá la cobertura especial de Radio Mundo Real, como parte de una plataforma de convergencia de medios de comunicación que seguirán las diversas actividades.

Los convocantes de las tres regiones, entre los que se destacan unas 60 agrupaciones chilenas, más de 30 organizaciones, movimientos y redes sociales del resto de América Latina y el Caribe, más de 20 europeas y cinco internacionales, subrayan que la Cumbre de los Pueblos buscará que “se escuchen las demandas y propuestas de los pueblos movilizados (...) que luchan contra las políticas neoliberales que golpean a nuestras sociedades y pretenden aniquilar sus derechos”.

“Convocamos a todos los movimientos sociales, populares y políticos de
Chile y de ambos continentes a sumarse a la Cumbre de los Pueblos (...), para que sean escuchadas las justas reivindicaciones y para que sus luchas y resistencias a las políticas injustas que les son impuestas encuentren un espacio para la articulación y la construcción de alternativas”, expresa el llamamiento público (se puede ver completo en adjunto, con acceso a la lista con todos los convocantes).

Asimismo, señala que la cumbre “se desarrollará en favor de la justicia
social y ambiental, la solidaridad y unidad entre las naciones y los pueblos latinoamericanos y europeos, la defensa de los bienes comunes y por el rechazo a la mercantilización de la naturaleza y la vida”.

El texto circulado por el Grupo de Facilitación de la Cumbre de los
Pueblos explica que el encuentro se realizará en el contexto de una crisis económica y financiera mundial sin precedentes desde los años treinta del siglo pasado. Según los convocantes, los sectores que generaron la crisis y se enriquecieron a partir de ella pretenden que la paguen los pueblos, imponiendo “tremendos” retrocesos sociales y democráticos. “La políticas de ’austeridad’, ahora también en la zona europea, así como la evolución política en América Latina y el resto del mundo exigen una respuesta unitaria de nuestros pueblos y una salida radicalmente alternativa a la reconducción y el fortalecimiento del actual modelo neoliberal”, dice el llamado. “Este momento histórico requiere igualmente replantear a fondo las relaciones entre ambos continentes”, agrega.

Para las más de 120 organizaciones, movimientos y redes sociales que
convocan a la Cumbre de los Pueblos, esa instancia en Santiago de Chile es una oportunidad importante para cuestionar las distintas dimensiones de la crisis y los intentos gubernamentales de utilizar la inversión de capitales europeos en América Latina como un camino de salida a ella. En un contexto actual “en que nuestros pueblos se rebelan contra el modelo extractivista inequitativo y depredador”, sentencian. “De allí la necesidad de evaluar los efectos de tales inversiones y más ampliamente de los Tratados de Libre Comercio (TLC), especialmente por su carácter predador de los derechos sociales, del ambiente y de las condiciones laborales, y vector de agravamiento de la tremenda desigualdad social que azota a nuestras sociedades”, especifica el texto de la convocatoria.

“Los pueblos de América Latina, el Caribe y de Europa decimos no a estos TLC, exigimos que se renegocien los que están en vigor y que se detenga la negociación o ratificación” de los que están avanzados. Los convocantes demandan que los pueblos sean debidamente consultados sobre el tipo de relaciones bi-continentales que quieren establecer para servir sus intereses, y no los de los inversionistas y las corporaciones
transnacionales.

En esta línea, los convocantes a la Cumbre de los Pueblos llaman a
construir un nuevo tipo de relación entre la Unión Europea, América Latina y el Caribe, que se base en la igualdad, la descolonización, la primacía de los derechos de la ciudadanía sobre el lucro de las transnacionales, y el respeto a la soberanía y los derechos de las naciones. “No aceptamos que la crisis detonada por el sistema financiero transnacional sirva para promover retrocesos sociales en detrimento de los derechos y el bienestar de los pueblos”, dicen. “Este encuentro exigirá que cesen las políticas de ajuste y austeridad y el replanteamiento de la arquitectura financiera internacional”, acotan.

Para las organizaciones, movimientos y redes sociales los ejes temáticos de la Cumbre de los Pueblos deberán incluir su visión sobre numerosos  aspectos: el modelo de sociedad que quieren, la democracia y la participación ciudadana, los derechos humanos, las reivindicaciones de los pueblos originarios, de las mujeres y de diversos sectores, sobre los bienes comunes, la naturaleza y la Madre Tierra, sobre la integración, las inversiones y el comercio, sobre la democratización de las comunicaciones, la gobernanza global y el modelo imperante.

Por mayor información:

- Cumbre de los Pueblos de América Latina, el Caribe y Europa por la
Justicia Social, la Solidaridad Internacional y la Defensa de los Bienes
Comunes + Convocantes:
http://www.enlazandoalternativas.org/spip.php?article1071

- www.cumbrechile2013.org

- Twitter : @CumbrePueblos13

- Página facebook : Cumbre de los Pueblos 2013

- Contacto Comunicaciones : comunicaciones@cumbrechile2013.org

Enviado por:
Ecologistas en Acción
c/ Marques de Leganés 12 - 28004 Madrid
Teléfono fijo: +34 91 531 27 39
Teléfono móvil: +34 619 94 90 53
Fax: +34 91 531 26 11
Twitter: @tomkucharz
Skype: ecologistas.en.accion
http://www.facebook.com/tom.kucharz
Correo electrónico: agroecologia@ecologistasenaccion.org
http://www.ecologistasenaccion.org

Más información:
http://www.stopcorporateimpunity.org/
http://www.aepf.info/
http://www.climate-justice-now.org
http://www.enlazandoalternativas.org
http://www.quiendebeaquien.org
http://www.alianzasoberanialimentaria.org
http://alianzaeconomiaverdefuturoimposible.blogspot.com.br/
http://www.auditoria15m.org
http://madrid.tomalaplaza.net/



El mito de las reformas en Alemania

3 de Janeiro de 2013, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

La buena situación del país es consecuencia de las fortalezas tradicionales de la industria y de las relaciones laborales en las empresas. No tiene nada que ver con la Agenda 2010 que se lanzó a principios de siglo.

Por Holm-Detlev Köhker

 Un fantasma recorre Europa: Alemania va bien porque hizo las reformas estructurales necesarias a tiempo y ahora toca a los países en crisis hacer lo mismo. Así vende Angela Merkel la Agenda 2010 de los años 2003-05, llenando de orgullo a su antecesor socialdemócrata Gerhard Schröder, que se siente ahora como auténtico artífice del milagro del empleo alemán.El presente artículo pretende desmitificar este discurso tan imponente en dos pasos. Primero aclaramos los verdaderos efectos de las reformas para después analizar las auténticas fortalezas de la economía alemana.

Durante dos décadas, Alemania figuraba en la opinión pública como el paciente enfermo de Europa, con altos gastos sociales y costes laborales, un mercado laboral muy rígido y estructuras corporativistas con una amplia participación de los agentes sociales en la gestión pública. Frente a esta situación alarmante el gobierno de Schröder aprobó a finales de 2002 la famosa Agenda 2010, también conocida como reformas Hartzen alusión al presidente de la comisión de expertos Peter Hartz, amigo de Schröder y jefe de personal de la multinacional Volkswagen, condenado en 2007 a dos años de cárcel por varios delitos de corrupción y sobornos al comité de empresa en forma de viajes de lujo a Brasil con prostíbulo incluido a cargo de la empresa.

Las cuatro leyes Hartz consistieron en la creación de Agencias de Servicios Personales en las Oficinas de Empleo (Hartz I); el fomento del autoempleo y los mini-empleos' con sueldos inferiores a 400€ al mes carentes de contribuciones sociales (Hartz II). Las oficinas de empleo se convirtieron en job-centers para sus clientes (parados) (Hartz III). Por último, el sistema de prestaciones por desempleo sufrió una importante reestructuración, reduciéndose los beneficios contributivos y fusionándose el sistema de subsidios para desempleados de larga duración con otras ayudas sociales no contributivas para personas sin ingresos (Hartz IV).

¿Cuáles han sido los resultados de la Agenda 2010? El efecto más inmediato y profundo ha sido la dualización del mercado de trabajo con un amplio sector de mini-empleos y empleos subcontratados (más de siete millones de personas) con grandes dificultades de inserción en el mercado laboral regular. Cada vez más personas quedan atrapadas entre empleos por 1€/hora, mini-salarios subvencionados y la vuelta al paro, mientras en el otro mercado laboral la carencia de profesionales cualificados atrae a los nuevos inmigrantes bien preparados y se ha convertido en un serio problema para una economía que gozaba antes del mejor sistema de formación profesional del mundo. Se calcula un porcentaje mayor del 20% de los asalariados alemanes pertenecientes a la categoría de trabajadores pobres, un altísimo valor en el marco europeo y una brecha salarial y social desconocida en la Alemania de la post-guerra. Más desigualdad y más pobreza en medio de una economía boyante es el efecto principal de las famosas reformas.

La amplia gama de medidas de flexibilidad interna facilita la vida a las empresas durante las crisis

Otros efectos han sido una gestión cara y caótica en los nuevos job-centers con personal no preparado y desbordado por las nuevas demandas; una inseguridad jurídica que ha generado miles de demandas judiciales, más de 50 decretos correctores de errores y dos sentencias del Tribunal Constitucional en contra de artículos de las leyes reformistas. Gran parte de las medidas introducidas han sido abandonadas por defectos jurídicos o por disfuncionalidades prácticas. Así, las famosas reformas estructurales del Gobierno alemán han tenido efectos socioeconómicos, administrativos y jurídicos nefastos y representan la mayor chapuza jamás aprobada por un parlamento de la República Federal de Alemania.

¿De dónde viene entonces la relativa buena marcha actual de Alemania? Realmente, la economía alemana contradice las certidumbres más firmemente establecidas de la ciencia económica: no es una economía de servicios, sino industrial. El sector servicios se articula alrededor de un fuerte núcleo industrial; no es, tampoco, una economía de nuevas tecnologías, sino de sectores de intensidad tecnológica media; no es una economía con un mercado liberalizado, antes bien, este se encuentra densamente regulado; además, se trata de una economía con altos costes salariales e impuestos relativamente altos, con sindicatos influyentes y mucha intervención pública.

Alemania tampoco deslocalizó las partes más intensivas de mano de obra a países de bajo coste, sino que ha mantenido sectores industriales integrales en su territorio. El fundamento de la fortaleza económica alemana sigue descansando sobre sectores industrialestradicionales' como el de la construcción de vehículos y de maquinaria, la química, la electrotécnica, la tecnología médica, los aparatos ópticos y la protección del medioambiente; todos ellos articulados alrededor de una amplia variedad de grandes y medianas empresas fuertemente orientadas al liderazgo en el mercado global. Esta fortaleza resiste incluso a las malas políticas económicas de los gobiernos y ha permitido a las empresas alemanas reorientar sus estrategias de exportación hacia los mercados emergentes, con China a la cabeza.

El 'milagro' es obra de los empresarios y los sindicatos alemanes; no de sus políticos y banqueros

La fortaleza alemana tiene su fundamento último en unas relaciones laborales cooperativas y en la participación activa de los sindicatos en la gestión de las empresas. Fueron, de hecho, los sindicatos los que convencieron a las empresas a renunciar a la flexibilidad externa o ajuste vía despidos y negociaron una amplia gama de medidas de flexibilidad interna con cálculos anuales de horas de trabajo, sistemas variables de jornada laboral y la exitosa solución del Kurzarbeit. Eltrabajo corto facilita a las empresas la puesta en práctica de reducciones temporales del tiempo de trabajo para capear los temporales sin deshacerse de su capital humano, mientras las oficinas de empleo subvencionan programas de formación continua y reciclaje profesional, además del 60% del salario de las horas no trabajadas. La negociación colectiva de estas medidas ha sido responsable de salvar alrededor de tres millones de puestos de trabajo desde 2008 y ha sido esta mano de obra retenida por las empresas la que ha permitido la recuperación acelerada de la economía alemana.

Simplificando, un empresario alemán aprovecha los momentos de coyuntura económica expansiva para invertir en nuevos equipamientos y tecnologías, que le permiten mejorar la productividad de su empresa y la competitividad de sus productos, y pacta con los sindicatos medidas de reducción de jornada y de formación continua en tiempos de crisis, que le permiten retener mano de obra cualificada. Mientras, un empresario español contrata en épocas boyantes mano de obra barata a través de contratos temporales, lo que no le permite mejorar ni en productividad ni en competitividad, y después opta por el despido masivo y se aprovecha de la crisis para exprimir a los empleados restantes. Por eso, la productividad aumenta en Alemania en tiempos de crecimiento y desciende durante las crisis. Justo lo contrario que en España, donde los pocos trabajadores que quedan deben trabajar mucho más que antes.

En la década anterior a la crisis, los costes laborales nominales por unidad producida crecieron en España un 30% (igual que en Grecia y Portugal). En Alemania el aumento fue de un 1,8%. La tasa de inflación fue en España constantemente superior a la media europea; en Alemania fue inferior, lo que implica una ganancia relativa en competitividad. En fin, mientras España se emborrachaba de una burbuja con dinero fácil, Alemania sufría la modernización constante de su base productiva y la costosa incorporación de la economía del este. El milagro alemán es, por lo tanto, consecuencia de las fortalezas tradicionales de la industria y de las relaciones laborales alemanas y no tiene nada que ver con las supuestas reformas de principios del siglo. Realmente, el único acierto de los recientes gobiernos alemanes ha sido la introducción de un paquete de estímulos económicos al inicio de la crisis y el aumento de la cobertura del Kurzarbeit.

En resumen, el resto de Europa puede aprender mucho de los empresarios alemanes y bastante de sus sindicatos, pero nada de sus políticos y banqueros.

Holm-Detlev Köhler es profesor titular de Sociología de la Universidad de Oviedo.



El "Govern dels pitjors"

3 de Janeiro de 2013, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Jaume Reixach

Com a ciutadà informat i informador, sempre m'ha semblat detestable el fet que algunes administracions aprofitin els períodes de vacances o de provisionalitat institucional per tal d'adjudicar contractes o posar plans urbanístics a exposició pública. Per experiència, sé que totes aquestes actuacions són opaques i amaguen la perversa voluntat d'escapolir-se del control democràtic de l'oposició o dels afectats.

Des que el president Artur Mas va dissoldre la legislatura i fins que no s'ha constituït el nou govern, la Generalitat ha aprovat, com a mínim, quatre resolucions que fan pudor a socarrimat:

1. La privatització de l'empresa pública Aigües Ter-Llobregat (ATLL) al consorci liderat per la família madrilenya Entrecanales (Acciona). Si ja és un disbarat geopolític deixar el subministrament de l'aigua de Barcelona i de l'Àrea Metropolitana en mans d'una empresa madrilenya, encara ho és més la descarada complicitat de la Generalitat. En el període que va entre l'adjudicació provisional a Acciona (6 de novembre) i la signatura definitiva del contracte (el passat 27 de desembre, hores abans que es constituís el nou Govern), la Generalitat va aprovar un increment de les tarifes de l'ATLL d'un 18%. És a dir, es van vulnerar "a posteriori" i de manera barroera les bases del concurs. Té res a veure amb això que el conseller de Territori i Sostenibilitat, Lluís Recoder, màxim responsable d'aquesta operació, renunciés a continuar formant part del Govern?

2. L'adjudicació d'un contracte de 55'5 milions d'euros per a la coordinació i gestió de la xarxa informàtica de la Generalitat. El dia 27 de desembre, hores abans que es constituís el nou Govern, el Centre de Telecomunicacions i Tecnologies de la Informació (CTTI), depenent de la conselleria d'Empresa i Ocupació, va decidir qui era l'empresa beneficiària. Aquell dia, vaig presentar-me a la seu del CTTI per tal que m'informessin de qui havia estat el guanyador, però em van dir que això es faria públic després de festes, al·legant que l'adjudicació era "provisional". Des de fa setmanes, fonts del sector de les telecomunicacions em van advertir que aquest contracte de 55'5 milions d'euros ja tenia destinatari: l'empresa d'auditoria Deloitte, on hi exerceix funcions de responsabilitat David Madí, exsecretari de Comunicació i mà dreta d'Artur Mas. Per si de cas, i en espera de conèixer la resolució oficial del concurs, he denunciat aquests fets a l'Oficina Antifrau.

3. L'adjudicació, en plena campanya electoral, del servei d'atenció sanitària de la vila de L'Escala i dels municipis veïns a l'empresa madrilenya Eulen, per un valor de 29 milions d'euros. Aquesta empresa, especialitzada en tasques de seguretat i neteja, no té experiència en la gestió de centres sanitaris i es va emportar el concurs, per només 8.000 euros de diferència, en detriment de la Fundació Salut Empordà, que ja assumia de fa anys aquest servei. El president d'Eulen, David Álvarez, és amic personal de José María Aznar i és, a més, el propietari de les bodegues Vega Sicilia. Aquesta extranya adjudicació de la conselleria de Sanitat ha provocat una gran indignació a la comarca de l'Alt Empordà. El fins ara alcalde de Figueres, Santi Vila, que és també president de la Fundació Salut Empordà, ha estat "recompensat" amb el càrrec de conseller de Territori i Sostenibilitat. El preu del silenci?

4. En el Consell Executiu del passat 18 de desembre, el Govern en funcions va aprovar la compra d'un 5% de l'empresa que gestiona la nova central termosolar de les Borges Blanques, amb una aportació de tres milions d'euros. És a dir, mentre d'un cantó la Generalitat privatitza empreses públiques i serveis a tot drap, de l'altre inverteix, a través de l'Institut Català de l'Energia (ICAEN), tres milions d'euros en una empresa privada! Per què? La raó és que els promotors d'aquesta central termosolar, entre els quals hi ha la poderosa família Sumarroca, s'han enxampat els dits amb aquest projecte, han quedat descapitalitzats... i l'ICAEN els hi compra el 5% de l'empresa.

A banda de les comissions d'investigació parlamentària sobre la gestió sanitària i l'ensulsiada de les caixes d'estalvis catalanes -que espero que reprenguin les seves tasques ben aviat-, proposo que es creï una nova comissió parlamentària per investigar les sospitoses adjudicacions que ha fet la Generalitat aprofitant el parèntesi institucional dels tres últims mesos. Si algun avantatge té el "Govern dels pitjors" és la seva minoria parlamentària i la certesa que a l'Oriol Junqueras li repugna la corrupció.



Por qué Paul Preston está equivocado sobre el monarca y la monarquía

3 de Janeiro de 2013, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Vicenç Navarro
Catedrático de Ciencias Políticas y Políticas Públicas. Universidad Pompeu Fabra

Paul Preston es un historiador que goza de un merecido respeto y estima entre las fuerzas democráticas que lucharon contra la dictadura en España por sus trabajos sobre aquel régimen que existió en España durante cuarenta años (1939-1978). Sus libros han sido y continúan siendo puntos de referencia en la historiografía española para miles y miles de, no sólo historiadores, sino gente normal y corriente que ha ido descubriendo lo que ocurrió en este país durante aquel periodo enormemente represivo. Historiador basado en la London School of Economics, es el decano de los historiadores anglosajones, estudiosos de la dictadura que en España se conoce como dictadura franquista.

Una nota personal. No conozco a Paul Preston, pero sí sus trabajos. Utilizo sus textos en mis clases a los estudiantes de Ciencias Políticas de la Universidad Pompeu Fabra, que encuentran su lectura absorbente pues muestra una cara de su país ocultada o silenciada en los mayores medios de información y persuasión a los que están expuestos en su vida cotidiana, incluso dentro de la academia. Aplaudo pues su inmensa labor esclarecedora de la naturaleza tan opresiva y cruel que caracterizó aquel régimen político. Cuando volví del exilio, hace ya muchos años, una de las realidades que me causó mayor tristeza e indignación fue ver lo poco que sabían los estudiantes de muchas universidades españolas y catalanas (en las que impartí docencia como profesor visitante) sobre la dictadura y su represión. El miedo y el silencio que conllevó, explica que las generaciones que vivieron bajo la dictadura callaran y no transmitieran a las generaciones más jóvenes lo que habían visto.

Y esta opacidad del pasado, que Paul Preston ha ido mostrando y denunciando, continuó durante la democracia, una democracia muy limitada y muy vigilada como consecuencia del enorme dominio que las fuerzas conservadoras (herederas de la nomenclatura que controló el Estado dictatorial) todavía tienen en las instituciones políticas, mediáticas e incluso académicas de este país. La Real Academia de la Historia ha publicado recientemente un volumen de la historia de España que contiene capítulos de alabanza al Dictador y al sistema político que estableció. Este dominio explica, por cierto, porqué muchos historiadores académicos españoles no hayan tratado aquel periodo con la frecuencia e intensidad que deberían, pues en su valoración para ser promocionados en la carrera universitaria, pueden estar evaluados por catedráticos conservadores, que en muchas áreas llegan a ser mayoría. No es por casualidad que algunos de los profesores universitarios que han sido más críticos con aquel periodo en sus escritos hayan sido historiadores —como Paul Preston— extranjeros. Durante muchos años eran los únicos que tenían acceso a las fuentes de datos que eran vetados a los españoles. Ni que decir tiene que esto ha ido cambiando y hay excelentes historiadores españoles que han hecho una labor extraordinaria, excelente y llena de rigurosidad. Pero muchos de ellos lo han hecho a un coste personal elevado. Su marginación de los centros de decisión tanto universitario como político y mediático es muy acentuada.

Estos son los costes de la Transición de la democracia a la dictadura, que se hizo en términos muy favorables a las fuerzas conservadoras, que impusieron un silencio sobre su pasado, lo cual me lleva al desacuerdo que tengo con Paul Preston, un desacuerdo mayor pues sus lentes, críticas con aquel régimen liderado por el General Franco, son excesivamente benevolentes en su análisis del monarca y el papel que el rey jugó en tal Transición.

 La transición no fue modélica

El punto de vista que Paul Preston expresa acerca del monarca es el que se reproduce en el establishment político y mediático español, basado en su mayor parte en Madrid. Es el que también ha sido promovido por las fuerzas conservadoras del país, a la cual se han añadido voces de las fuerzas democráticas que tuvieron un protagonismo en aquella Transición de la dictadura a la democracia. Según tal sabiduría convencional, la Transición —definida como modélica— fue fruto de un consenso entre los herederos de la dictadura y las fuerzas democráticas —lideradas por las izquierdas— que decidieron olvidarse del pasado y mirar al futuro, con gran generosidad por parte de todos, estableciendo una Constitución que recoge la síntesis de tal consenso, el cual permitió que se estableciera una democracia, homologable a cualquier otra en la Europa occidental, dotada con los derechos sociales, políticos y laborales existentes en todo sistema democrático. Y una persona clave en esta Transición modélica, que lideró aquel proceso (con un “comportamiento heroico” según lo define Paul Preston), fue el monarca que lideraba las fuerzas herederas del franquismo. En su libro sobre el monarca, Paul Preston, lo define como un demócrata, camuflado en las estructuras del poder dictatorial, que prácticamente esperaba su momento para desarrollar las libertades democráticas. Repito que esta visión es ampliamente extendida en el establishment español.

La idealización de la figura democrática del Rey

En esta idealización de la figura del Monarca se ignoran hechos que la contradicen, y entre ellos son.

  1. El Monarca, nombrado por el General Franco como su sucesor, tenía como base de su poder todo el aparato del Estado heredado de la dictadura, incluyendo las Fuerzas Armadas y el Aparato Represivo. Tenía también la capacidad de incidir sobre la mayoría de medios de información en España, tanto públicos (controlados por la nomenclatura del Estado dictatorial) como privados.
  1. Las fuerzas democráticas, lideradas por las izquierdas, acababan de salir de la clandestinidad, y su poder institucional y mediático era prácticamente nulo. El desequilibrio de fuerzas no podía ser mayor. De ahí que la Transición se hiciera en términos muy favorables a las ultraderechas y derechas gobernantes y muy desfavorables a las izquierdas.
  1. Los primeros borradores propuestos por el primer gobierno nombrado por el monarca para democratizar el sistema político, que él deseaba liderar, no tenían nada de democrático. El hecho de que tales primeros borradores se fueran abriendo se debió a la gran agitación social, liderada por el movimiento obrero y sus sindicatos clandestinos que se habían infiltrado en los sindicatos fascistas. Desde 1974 a 1978 España vio el mayor número de huelgas y movimientos de protesta que Europa haya visto, de manera que si bien Franco murió en la cama, la dictadura murió en la calle. El temor de los herederos de la dictadura era que hubiera una rebelión popular, contaminada por la Revolución de los Claveles ocurrida en Portugal. Tal agitación fue la que forzó los cambios del monarca, pues su principal objetivo, por encima de cualquier otro, era mantener la monarquía, y temía, que por mucho Ejército que controlara, el proyecto se le podría venir abajo si aquellas movilizaciones continuaban.
  1. Esta apertura de las propuestas iniciales escasamente democráticas, hechas por el rey, tuvo sus límites, sin embargo. La Ley electoral, inicialmente aprobada por la Asamblea del Movimiento Nacional (los remanentes del movimiento fascista) como condición de su desaparición, estaba deliberadamente sesgada a favor de los territorios considerados conservadores, con el intento, según han reconocido autores de tal ley electoral, de marginar a las izquierdas, y muy en particular al Partido Comunista.

Dicha ley, aunque modificada, no ha variado en su sesgo, de manera que, aún cuando la suma de los votos a los partidos de izquierda ha sido mayoría en todas las elecciones (excepto dos) al Parlamento Español (las Cortes Españolas), las políticas públicas (excepto en limitados periodos) no han respondido a una voluntad de izquierdas. Aún hoy, España tiene el gasto público social por habitante más bajo de la UE-15.

  1. El monarca y la monarquía han jugado un papel clave en la permanencia en el poder de los poderes fácticos como la banca y la gran patronal, que continúan siendo el centro del establishment conservador, el mismo establishment que ha sido responsable del enorme retraso político, económico y social de España. Y su intervencionismo en la vida política es mayor que la existente en otras monarquías, gozando de una inmunidad que no tiene parecido en otros sistemas monárquicos democráticos.

La evidencia de cada uno de estos puntos es abrumadora y queda sintetizada en mis libros Bienestar Insuficiente. Democracia incompleta. Lo que no se habla en nuestro país. 2002 y el Subdesarrollo social de España. Causas y consecuencias. 2006.

Se me dirá, como me lo han transmitido personas protagonistas en aquella Transición, personas que me honran con su amistad y a las cuales he tenido siempre gran respeto y estima (tales como el fallecido Santiago Carrillo), que no había otra alternativa. Parece que ello fue así (aunque tengo que admitir que cada vez tengo más dudas, a la luz de lo que se va conociendo) pero lo que sí considero un grave error es que se definiera la Transición como modélica o que se considerara al monarca como el mayor motor del cambio democrático. Me parece que cada día se ve mejor que de modélica, aquella Transición tuvo poco, pues ni se ha resuelto el enorme retraso social de España ni tampoco se ha solucionado el hecho todavía no admitido por la monarquía y por la Constitución, de que España es un país plurinacional. Hoy estamos viendo la gran agitación social consecuencia de los fallos heredados de aquella Transición inmodélica, tanto en el frente social como en el identitario.

Paul Preston no toca estos temas, lo cual es sorprendente, pues la evaluación del pasado debe incluir su impacto sobre el presente. Y el presente está yendo muy mal, y ello está relacionado con cómo no se resolvió el pasado. Lo único que dice Paul Preston es que si no hubiera rey, habría una Presidencia de la República que la ocuparía gente como Felipe González o José María Aznar, figuras claramente políticas que politizarían en exceso la figura del presidente.

Pero tal argumento ignora que si hubiera una República querría decir que no habría monarquía y que el establishment enormemente conservador, que ha actuado como freno a los cambios que este país necesita, tendría mucho menos poder. El establecimiento de una República en España sería un enorme cambio pues sería una rotura con el pasado dictatorial y su herencia, liberando la enorme energía, todavía por desarrollar, que significaría una nueva cultura democrática, que inevitablemente ocurriría con el establecimiento de una República. La extraordinaria limitación del sistema democrático español que ofrece escasísimas oportunidades a la ciudadanía para participar en la gobernanza de su país (resultado del dominio conservador en las instituciones españolas) se ampliaría en un sistema republicano, tal como ha ocurrido en otros periodos anteriores de nuestra historia, como fue la II República. En cuanto a la supuesta excesiva politización de la figura del presidente del país, tengo confianza en la ciudadanía española, pues el voto puede solucionar los problemas que el mismo voto crea, lo cual no ocurre con la monarquía.

Fonte: Por qué Paul Preston está equivocado sobre el monarca y la monarquía